Bulletproof Wings escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 33
EPILOGUE: Bulletproof Daughter




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— Ao Juízo, este mundo concede oficialmente seus poderes em respeito à sua morte. Ao Líder Kim Namjoon, o poder da eletricidade. Que sua intelectualidade torne infinita sua sabedoria. A Kim Seokjin, o poder da cura. Que sua benevolência salve os réus da injustiça. A Min Yoongi, o poder do fogo. Que sua audácia erga-os ainda mais alto. A Jung Hoseok, o poder da previsão. Que sua esperança torne a justiça inevitável. A Park Jimin, o poder da verdade. Que sua inocência torne o oculto visível. A Kim Taehyung, o poder da água. Que sua coragem seja como escudo contra o mal. A Jeon Jungkook, o poder do ar. Que sua força seja a força do Juízo. A partir de agora, vocês sete são o Juízo deste mundo.

Ao fim das palavras do espectro, os sete, que estavam ajoelhados, se levantaram. Um por um, subiram as escadas e tomaram seus assentos. No centro, Namjoon. Jin à sua direita e Yoongi à sua esquerda. À direita de Jin, Hoseok. À esquerda de Yoongi, um assento maior pertencia a Jimin e Jungkook. Taehyung sentava-se na escada, o lugar destinado a um Asas-negras.

— Estão prontos para seu primeiro julgamento? — Perguntou o espectro. Os sete confirmaram sorridentes. O espectro foi até as portas, e as abriu. A ré entrou usando roupas elegantes e atravessou o salão. Conforme notavam sua presença, abriam-se as bocas e arregalavam-se os olhos, que direcionavam-se uns aos outros. Apenas uma pessoa não estava surpresa.

— Você está atrasada — disse Jin. — Estava até achando que não viria mais.

Jungkook olhou para o hyung, chocado.

— Hyung — pediu ele. — Jebal…

— É, eu sei — interrrompeu Yumii. — Mas não pude fazer nada para acelerar o processo.

— Tem certeza de que está morta?

— Hyung! — Protestou Jungkook.

— Jungkook, o que há de mal nessa pergunta? — Perguntou Jin. — Só precisamos ter certeza. Então?

— Tenho. Ouvi os médicos dizerem que eu estava morrendo.

— Ouvido aguçado — comentou Yoongi.

— Tenho ouvido muitas coisas.

— Obrigado por compartilhar — disse Jin.

Namjoon chamou a atenção, pigarreando. Tinha um papel nas mãos: a ficha de Yumii.

— Podemos dar início ao julgamento? Yumii, por favor, nos diga a causa de sua morte.

— Afogamento. Mas fiquei em coma durante muito tempo.

— Huhum. Como isso aconteceu?

Yumii olhou para Jin, hesitante, mas ele fez sinal para que ela continuasse.

— Eu estava no carro com Kim Seokjin quando ele o jogou na água. Da segunda vez, no caso.

Os seis meninos olharam para Jin, que mantinha seu olhar naturalmente sobre a ré.

— No carro — disse Namjoon. — Que carro era esse?

— Era um 4x4…

— Jin… Me diga que você não jogou minha Ford Ranger no píer.

— Foi mal — disse ele, com cara de culpado. — Não sabia que pretendia usar de novo.

— Você sabe quanto custa uma caminhonete dessas?

— Foco, Namjoon — pediu Hoseok.

— Tá. Você estava lá por vontade própria?

— Estava.

— Então queria se suicidar.

— Sim.

— Por quê?

Yumii respirou fundo. Olhou para Jin. Depois, para Jungkook.

— Eu tentei impedir o suicídio de Jin. Mas percebi que não conseguiria. Eu não… Eu não ia conseguir ficar sozinha. Muito menos sabendo que a culpa é minha e que…

Namjoon levantou a cabeça, como se não estivesse ouvindo direito.

— E que?

Yumi levou as duas mãos à barriga e olhou para ela. Jungkook se mexeu desconfortavelmente na poltrona, chamando a atenção de Jimin. Jin mudou sua postura, sem acreditar.

— Yumii… — Disse Namjoon. — Está… Grávida?

Yumii levantou o rosto. Não ousava olhar para outra pessoa que não fosse o próprio Namjoon, com medo de reprovações.

— Sim.

Jin cobriu a boca. Jungkook olhou para ele, com aquela expressão que usava quando cometia erros. Namjoon também parecia não acreditar.

— Será que devo perguntar… Quem é o pai?

Yumii olhou para Jungkook na mesma hora, e todos a acompanharam. Jungkook melhorou a postura, completamente desconfortável.

— Não — disse ele, com a voz falha. — Não é possível.

— Você sabe muito bem que é possível.

Taehyung ficou boquiaberto com a sinceridade dela. Namjoon piscou, desacreditado.

— Uau. Então. Parece que temos dois réus aqui.

— Pode me dar a palavra? — Perguntou Jin, que já lacrimejava com os olhos fitando o nada. Namjoon olhou para ele, hesitante, mas decidiu não negar.

— Claro.

Jin ergueu o olhar para Yumii.

— Por que fez isso comigo?

Yumii também tinha os olhos cheios de água. O encarava sem dizer nenhuma palavra. Jungkook quis interferir, mas não sabia o que dizer.

— Você me fez matar uma criança que ainda nem nasceu. — Os outros olharam para Jin, surpresos. Esperavam que ele a estivesse recriminando por deitar-se com Jungkook, mas ele não estava nem aí para isso. Não era sua responsabilidade. — Devia ter me contado. Por que não contou?

A lágrima escorreu pelo rosto dela.

— Porque eu te conheço o suficiente para saber que você não iria acelerar aquele carro se houvesse um passageiro a mais.

Jin chorou sem fazer barulho.

— Você é bastante esperta — reconheceu ele. — Já foi difícil para mim sabendo que a traria comigo. — Yumii abaixou a cabeça, sinalizando que queria o fim da conversa. Jin a encerrou, recostando no respaldo da poltrona e virando o olhar para o outro lado. — Você não poderia ter feito isso comigo. — Ele enxugou as lágrimas lentamente. — Não me sinto bem, Namjoon. Posso subir?

— Já vamos terminar — disse o líder, que o encarava o tempo todo até que, novamente, voltou seus olhos para a ré. — Não temos informações sobre o que fazer em um caso como esse. Consultaremos os livros de regras e conversaremos em particular para decidir o rumo de seu julgamento. Por enquanto, esta sessão está suspensa.


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Notas finais do capítulo

...E acabou!
Espero que tenham gostado, pessoal.
E fiquem ligados, pois semana que vem tem uma nova história: Bulleproof Daughter!



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