Life Goes On escrita por Malfoys


Capítulo 2
Brincadeiras de mau gosto


Notas iniciais do capítulo

Olá! Voltei rápido. UASHSUHSA
Então, voltei em tão pouco tempo porque o último capítulo não era exatamente um capítulo, né? Não seria justo deixar vocês esperando muito tempo sem nem conhecer a história direito.
Bem, primeiramente, gostaria de agradecer aos que estão acompanhando. Sejam muito bem-vindos, viu!? Eu espero que vocês aproveitem essa viagem comigo.
Gostaria de aproveitar esse momento para falar um pouco sobre essa fanfic. Life Goes On é uma fanfic bem antiga minha, postada entre 2011 e 2012 em outro site. Como eu era bem nova quando escrevi a fic original, minha escrita mudou muito e evoluiu muito também, por isso esse ano eu tirei um tempo para rescrevê-la. Sim, a fanfic já está terminada, apesar de não estar completamente rescrita. Digamos que eu tenho um bom número de capítulos prontos, mas ainda nem estou na metade. HAHAHAHHAHA Sim, essa fanfic é bastante grande e eu espero que vocês fiquem comigo durante a jornada completa. ♥
Como eu falei, ainda estou rescrevendo os capítulos, por isso as atualizações dessa fic serão feitas de 15 em 15 dias. Sei que para muita gente isso é bastante tempo, mas o trabalho e a vida adulta não me deixam muito tempo para dedicar às fics, por isso o lapso entre os updates precisa ser um pouco grande.
Outro aviso que eu gostaria de dar é o seguinte: Essa fic é incrivelmente cliché. Tem bastante coisa legal sim, tem umas tretas e partes cômicas, mas a maior parte dela é aquele romancezinho cliché que toda fangirl gosta. UASHUSHSAU Por isso, estejam preparados para momentos melosos e tudo mais, porque essa fic é assim. <2
Avisos dados, espero que vocês gostem do capítulo novo. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715423/chapter/2

1º de Setembro chegou mais rápido do que Draco esperava.

Na noite anterior à sua partida, ele passou bastante tempo se preparando psicologicamente para enfrentar os olhares de julgamento que certamente receberia quando aparecesse na Plataforma 9¾. Tinha sido julgado como Comensal da Morte, no fim das contas, e tinha quase certeza de que as pessoas continuariam a julgá-lo por tal crime, mesmo tendo recebido absolvição do Décimo Tribunal.

Suas suspeitas foram confirmadas no instante em que chegou à Estação King's Cross.

Inúmeros alunos já se encontravam na Plataforma 9¾ quando Draco chegou acompanhado de sua mãe e, inevitavelmente, todos aqueles incontáveis pares de olhos se voltaram para sua direção. Desconfiança, desprezo, indiferença; Eram muitos os sentimentos estampados em cada olhar, em cada rosto daqueles presentes na Estação, e, se Draco fosse sincero consigo mesmo, tinha que admitir que aqueles olhares eram um tanto intimidadores.

— Não se deixe abalar por tão pouco, não temos mais nada a explicar a essas pessoas, – Narcisa disse amavelmente ao filho, ao notar seu enorme desconforto.

— Eles não me incomodam, – Draco afirmou.

Narcisa sorriu, mas não rebateu a afirmativa do filho. Draco podia esconder suas emoções de qualquer um, mas ele jamais conseguiria enganar sua mãe. Mesmo assim, optou por apenas permanecer em silêncio ao lado do filho, esperando pacientemente pelo Expresso de Hogwarts, enquanto grande parte dos que ocupavam a plataforma continuava a cochichar entre si e lançava olhares desconfiados na direção dos dois.

Foi difícil para Draco ignorar todas aquelas pessoas falando deles. Aquela situação toda era bem irritante e ele já começava a se perguntar se aquele pessoal não teria algo melhor para fazer, em vez de ficar falando mal dele e de sua mãe.

Em dado momento, porém, o sonserino percebeu que a agitação na plataforma parecia não ser mais por sua causa. Os outros bruxos lá presentes não prestavam mais atenção nele ou em sua mãe. Continuavam contudo a cochichar sem parar e apontavam para uma direção bem diferente de onde Draco se encontrava. Ele seguiu os olhares dos demais e avistou Harry Potter e seus amiguinhos tentando alcançar um ponto menos lotado da plataforma e os semblantes que antes expressavam desprezo e indiferença, agora transbordavam admiração.

Draco suspirou aliviado. Nunca antes se sentira tão feliz por ver o Santo Potter e seus amiguinhos. Pelo menos agora, aquela gente teria algo melhor em que prestar atenção.

~ DHr ~

Quando o Expresso de Hogwarts parou na plataforma, Draco puxou a mãe para um abraço apertado, bem atípico dele, e despediu-se de Narcisa em meio à confusão generalizada que a Estação se tornava. A mulher retribuiu o abraço e depositou um beijo discreto no rosto do filho.

— Não se esqueça de quem você é, meu amor, – ela disse, lhe afagando o rosto com afeto. – Não tenha medo de expressar seus sentimentos ou demonstrar quem você realmente é, Draco. Os outros podem achar que você não se importa com nada, mas eu sei que isso não é verdade. A guerra acabou, querido, e nós estamos livres.

Draco sorriu genuinamente para Narcisa e segurou-lhe as mãos. Era impressionante o quanto sua mãe realmente o conhecia.

— Pode deixar, Sra. Malfoy, vou tentar me lembrar disso, – ele disse, dando um beijo estalado na bochecha da mãe.

~ DHr ~

O sonserino pegou seu malão e entrou no comboio momentos antes deste sair. Lá dentro, os alunos corriam de um lado para o outro, conversavam alto e faziam brincadeiras, preenchendo a atmosfera com os sons que Draco considerava tão característicos daquele lugar.

Ele andou pelos corredores trazendo sua bagagem consigo e procurando por uma cabine vazia, sempre tentando chamar o mínimo de atenção possível. A última coisa que queria era ter todos falando dele pelas costas.

Foi praticamente impossível escapar de todos os olhares tortos durante o percurso pelos vagões e, quando chegou ao quarto vagão, Draco também já estava considerando praticamente impossível encontrar uma cabine vazia onde pudesse se acomodar. Sentia uma pontinha de irritação começar a crescer em seu peito, à medida que sua busca mostrava-se infrutífera.

Já se dirigia à porta que dava acesso ao quinto vagão do trem, quando ouviu alguém falar demasiadamente alto atrás de si.

— Olha só se não é o Malfoy.

Draco girou nos calcanhares para ver quem lhe falara e deu de cara com Harry Potter. O grifinório o olhava com um certo ar de divertimento e um sorrisinho estampado nos lábios. Atrás dele, a Granger observava os dois garotos atentamente e parecia pronta para detê-los, caso começassem a brigar.

— E então Malfoy, como está seu pai? – Potter perguntou casualmente e, então, a expressão em seu rosto se tornou falsamente arrependida. – Ooh, me desculpe, eu esqueci que ele está em Azkaban, não é mesmo?

Draco franziu o cenho imediatamente, qualquer traço de bom-humor presente em seu corpo se esvaindo completamente. Como queria socar a cara daquele testa rachada! Queria soca-lo como nunca quisera em toda sua vida, mas mesmo assim não o fez.

Draco lançou um olhar rápido na direção da Granger, que parecia demasiado surpresa com a atitude de seu amigo para sequer reagir, mas logo voltou sua atenção para Harry outra vez. Empinando o nariz e adotando sua melhor pose de superioridade, Draco praticamente fuzilou o rival com um olhar de puro desprezo.

— Admito que meu pai já teve dias melhores, mas minha mãe está ótima, obrigado por perguntar, – o sonserino respondeu de forma arrogante. – E os seus pais, como estão? Ah, me desculpe, eu esqueci que eles estão mortos, não é mesmo?!

E virando-se bruscamente, Draco saiu num rompante, deixando para trás uma Granger perplexa e um Potter espumando de raiva.

~ DHr ~

Hermione ficou alguns segundos observando a porta pela qual Malfoy desaparecera, ainda boquiaberta com a atitude dele e, principalmente, com a de Harry para esboçar uma reação. Na verdade, a grifinória só voltou a si, quando Harry deu meia volta e partiu a passos duros em direção a cabine onde Ginny, Ron e Luna os esperavam.

A garota seguiu-o no mesmo instante e, assim que eles entraram na cabine, todos os seus ocupantes notaram a expressão assassina no rosto de Harry. Seria difícil não notar a careta de ódio que o garoto fazia.

— Cara, o que aconteceu? Parece que você está prestes a lançar uma maldição imperdoável em alguém, – Ron comentou, enquanto o amigo jogava-se no assento ao lado de Ginny. Harry bufava. – Essa irritação toda é por não ter achado o carrinho de doces?

— Aquela fuinha albina fez caçoada da morte dos meus pais! – Harry praticamente cuspiu as palavras, o ódio mais que evidente em sua voz.

Revirando os olhos diante de tamanha injustiça, Hermione lançou um olhar de censura a Harry. Ela cruzou os braços e sacudiu a cabeça, decepcionada.

— Harry, não seja injusto, Malfoy nem tinha visto a gente, – ela respondeu. – Foi você quem provocou primeiro e fez piada com a prisão do pai dele. Malfoy só estava se defendendo.

— Vai ficar do lado do Malfoy agora, é? – Harry retrucou já alterado. – Não sabia que vocês eram amigos a esse ponto.

As mãos de Hermione se fecharam instintivamente, as unhas enterrando-se nas palmas de suas mãos, enquanto ela controlava-se para não azarar o amigo.

— Não estou do lado do Malfoy e muito menos sou amiga dele, só estou contando os fatos do modo como eles aconteceram, – ela respondeu e sua voz era fria como gelo. – E quanto a você, Sr. Harry Potter, devia se envergonhar desta atitude estúpida. Ter o pai preso em Azkaban já é ruim o suficiente, o Malfoy não precisa que ninguém pise ainda mais nele. Ele já deve estar sofrendo o suficiente.

Sem dizer mais uma palavra, Hermione deu as costas ao amigo e deixou a cabine sem olhar para trás.

Harry piscou algumas vezes, um tanto atordoado pelo rompante repentino da melhor amiga. Quando voltou sua atenção para Ginny, percebeu que esta tinha uma expressão fechada no rosto.

— Por que está me olhando assim? – Harry perguntou, sem entender nada.

— Eu não acredito que você acabou de fazer uma estupidez dessas com a Mione! – ela esbravejou, indignada. – Você por um acaso perdeu a noção?

— Mas...

A resposta morreu nos lábios de Harry e ele calou-se, assim que percebeu o olhar mortal que recebia da namorada.

— É cara, desta vez você meio que exagerou, – Ron concordou, para surpresa geral. – A Mione tem razão nessa. Também não sou muito fã daquela fuinha, mas o Malfoy já está passando por um mal pedaço com o pai em Azkaban.

— Coitado do Malfoy, – Luna comentou daquele jeito avoado que tanto lhe era característico, ao que Ron fez uma careta.

— Também não vamos exagerar, Luna. Que o Malfoy está sofrendo, isso não há o que se discutir. Mas sentir pena dele já é pedir um pouco demais.

~ DHr ~

Draco só foi encontrar uma cabine desocupada no fim do trem. Ele acomodou sua bagagem no compartimento e trocou suas roupas pelas vestes de Hogwarts, o distintivo dourado da monitoria seguro em suas mãos, enquanto sentava-se no banco de couro.

Quando recebera sua carta de Hogwarts e, juntamente com esta, recebera também sua nomeação para Monitor-Chefe, Draco mal conseguiu acreditar que aquilo fosse realmente verdade. Passara por um julgamento, fora acusado de ajudar Você-Sabe-Quem, e ainda assim McGonagall o nomeou Monitor-Chefe. Sinceramente, não sabia o que a Diretora esperava dele, realmente não tinha ideia, mas sentia uma estranha necessidade de honrar aquele voto de confiança. Levantando a manga esquerda de sua veste, Draco ficou alguns instantes a fitar a Marca-Negra que lhe maculava o braço. A tinta negra fazia um contraste impressionante contra a pele extremamente pálida do local, um contraste horrível e doloroso de olhar. Draco Malfoy tinha poucos arrependimentos em sua vida e, infelizmente, adquirir aquela marca era um dos maiores.

O sonserino sacudiu a cabeça para espantar aqueles pensamentos e guardou o distintivo no bolso, endireitando a manga de sua roupa. Pensando pelo lado positivo, pelo menos naquele ano teria um dormitório separado dos outros alunos de sua casa, o que era definitivamente uma boa notícia. Não tinha a menor vontade de aturar os olhares reprovadores dos outros sonserinos.

Seus 'amigos' se afastaram rapidamente após a prisão se seu pai e os poucos que ainda mantinham algum contato com Draco também sumiram de repente depois que souberam que a Família Malfoy passava por um momento econômico bastante delicado. Era uma mudança enorme na vida de Draco, já que se acostumara desde bem novo a ter sempre um grupo de amigos ao seu redor, mas talvez aquela mudança não fosse algo tão ruim. Preferia permanecer sozinho a ter um bando de bajuladores inúteis ao seu lado.

Draco suspirou, cansado, ao reconhecer o local por onde o trem passava. Ainda levaria um bom tempo até chegarem a estação e o fato de estar sozinho só tornaria a viagem mais longa ainda.

— Antes só do que mal acompanhado, – ele resmungou, deitando-se no banco da cabine.

Já que a viagem seria longa e ele estava sozinho, tiraria um cochilo; qualquer coisa era melhor do que ficar olhando as paredes sem ter nada o que fazer.

Ajeitando-se melhor na poltrona, o garoto fechou os olhos e mergulhou num sono tranquilo em meros segundos.

~ DHr ~

Já era fim de tarde quando Draco finalmente acordou e o interior da cabine já estava parcialmente mergulhado na escuridão, à medida que a noite se aproximava. Ele sentou-se no banco, ajeitando o uniforme, numa tentativa de desamarrotá-lo o melhor possível, e tentou espantar o sono que ainda anuviava seus pensamentos. E foi com uma grande satisfação que, ao olhar pela janela, Draco percebeu que a visão monótona da parte rural da Inglaterra começava a dar lugar a uma paisagem mais urbana e o mínimo de civilização já podia ser visto. Graças a Merlin estavam quase chegando!

Meia hora depois, o trem parava na estação.

E Draco acabou passando por outra situação a qual não estava acostumado. Aquela foi a primeira vez que o sonserino teve que carregar sua bagagem por conta própria. Desde que começara a escola, Draco sempre teve Crabbe, Goyle ou qualquer outro 'amigo' para carregar as pesadas malas para ele; Draco nunca teve que se preocupar com coisas tão bobas quanto aquela. Agora, contudo, as coisas estavam diferentes. Ele não tinha mais ninguém ao seu lado e teria que fazer tudo por conta própria. Era algo incômodo, mas ele sobreviveria.

Ele deixou a cabine e caminhou altivamente pelos corredores, ignorando completamente os olhares nada amistosos de todos os alunos.

Do lado de fora, as carruagens já estavam à espera dos alunos. Malfoy enfiou-se no primeiro veículo desocupado que encontrou e jogou suas coisas lá dentro sem cerimônias. Não arriscaria tomar um 'não' de alguém caso pedisse para compartilhar a carruagem; um Malfoy nunca recebe um 'não'!

A viagem de carruagem foi bem curta se comparada à de trem e Draco ficou bastante agradecido por isso. Nunca pensou que ficaria tão feliz em ver aquele castelo outra vez, apesar daquela felicidade não ter absolutamente nada a ver com a perspectiva de começar a estudar num futuro próximo. Sentia era fome. Muita fome. Perdera tanto tempo procurando por uma cabine e, depois, adormecera tão profundamente, que nem ouviu quando a mulher do carrinho de comida passou e, agora, seu estômago doía terrivelmente.

Assim que a carruagem parou, Draco desceu e encaminhou-se para a entrada, onde avistou Horácio Slughorn esperando para recepcionar os alunos. Com todos os alunos reunidos, Slughorn conduziu-os até o Grande Salão e Malfoy logo encontrou um bom lugar à mesa da Sonserina.

E mais uma vez ele se viu sozinho.

Nem mesmo Blaise, a quem Draco sempre considerou seu melhor amigo, seu único amigo verdadeiro... Nem mesmo Blaise dignou-se a lhe dirigir a palavra e Draco bufou, de frustração e fome, enquanto encarava as travessas vazias à sua frente, esperando ansiosamente que elas se enchessem de comida.

Elas permaneceram vazias.

O olhar de Draco recaiu sobre a figura da Diretora, que até então permanecia sentada à mesa dos professores, e o garoto teve que reprimir um grunhido de frustração. McGonagall levantava-se de seu lugar e foi com muito pesar que Draco percebeu que ela preparava-se para mais um discurso entediante. Ele apoiou o queixo em uma das mãos e ficou olhando para a Diretora um tanto aborrecido. McGonagall não tardou a falar.

— Caros alunos, – ela começou, projetando a voz com a varinha. – O ano que passou foi um ano muito difícil para todos e a maioria dos aqui presentes não conseguiram passar ilesos por ele. Perdemos amigos, familiares e entes queridos nesta guerra...

Por alguns momentos, Draco perdeu-se em pensamentos; sua mente perdeu qualquer interesse no discurso que McGonagall fazia, enquanto o garoto olhava fixamente a mesa onde estavam os professores.

Era tão estranho não ver a figura silenciosa e carrancuda de Snape por ali. O antigo professor de poções acompanhara praticamente toda a vida escolar de Draco e a ideia de não o ter mais por perto era demasiado estranha para o sonserino. Olhar aquela mesa e não ver Snape passava a Draco a sensação de que algo não estava certo; para Draco, parecia que algo estava faltando.

— E é com grande satisfação que eu os recebo aqui hoje, – McGonagall falou com emoção, tirando o garoto de seus devaneios e trazendo-o de volta à realidade. – Espero que este possa ser um ano tranquilo e proveitoso para todos. Sendo assim, quero dar-lhes as boas-vindas em nome de todo o corpo docente.

Uma rodada de aplausos dos alunos se seguiu, ao que a Diretora agradeceu brevemente antes de prosseguir.

— Dadas as boas-vindas, vamos dar início ao processo de seleção das casas. Traga o Chapéu Seletor, Hagrid.

~ DHr ~

Draco esperou todo aquele processo chato acabar, o que demorou uns bons trinta minutos. Ele batia os dedos impacientemente na mesa, sem ter o menor interesse em saber para qual casa aqueles monstrinhos do 1º ano seriam mandados. Tudo o que ele queria era que as bandejas à sua frente se enchessem de comida; a fome já o estava corroendo!

Depois que todos já haviam sido colocados em suas respectivas casas e Hagrid levara o Chapéu Seletor embora, McGonagall colocou-se de pé outra vez, ao que Draco apenas revirou os olhos; quando aquela tortura acabaria?

— Bem, tendo feito a seleção, daremos início ao banquete de boas-vindas. Mas antes, um pequeno aviso. Gostaria de pedir aos alunos nomeados Monitores-Chefes que comparecessem à minha sala após o jantar. Agora, vamos ao banquete!

Draco mal acreditou quando a Diretora finalmente se calou e as travessas se encheram de comida. Sua boca encheu-se de água e foi com muito esforço que ele conseguiu segurar a vontade de atacar a comida feito um morto de fome.

Quando se deu por satisfeito, o garoto deu uma espiada na mesa dos professores, apenas para notar que McGonagall já não estava mais ali presente.

Draco, então, levantou-se da mesa e saiu do Salão, sempre acompanhado por alguns olhares tortos. Tomou o caminho até o escritório da Diretora e encontrou-a esperando-o ao lado da gárgula onde ficava a entrada.

— Fico feliz por vê-lo aqui, Sr. Malfoy, – ela disse. – Faça a bondade de entrar. A outra Monitora-Chefe ainda não chegou e eu preciso esperá-la aqui.

Draco apenas assentiu em resposta, colocando as mãos nos bolsos. A Diretora falou a senha e a gárgula logo pulou, deixando o espaço livre para Draco passar. Ele subiu a escada até o escritório, onde dirigiu-se até uma das cadeiras em frente à larga mesa de madeira da Diretora.

— Boa noite, Sr. Malfoy, – Dumbledore disse, de dentro de seu quadro. – É muito bom vê-lo aqui.

O sonserino virou-se para encarar o quadro propriamente.

— Boa noite, Professor Dumbledore, – Malfoy respondeu educadamente. – É bom vê-lo também.

Trocaram mais algumas palavras, antes do ex-Diretor se retirar para visitar um de seus amigos em outro quadro.

Sem ter mais com quem conversar, Draco tornou a ficar de frente para a mesa, encarando o nada em completo tédio. Só esperava que a outra monitora não demorasse muito, não queria passar a noite inteira naquele escritório.

~ DHr ~

Depois que deixou a cabine que dividia com os amigos, Hermione não retornou mais. Ela caminhou a esmo pelos corredores do trem, procurando algum de seus colegas de escola e ficou bastante feliz quando encontrou Neville e Dino Thomas, que dividiam uma cabine com as irmãs Patil. Hermione não era a maior das fãs das gêmeas, mas no momento estava chateada demais com a estupidez de Harry para se importar com aquele detalhe. A garota bateu delicadamente na porta, para anunciar sua presença e abriu-a parcialmente.

— Oi! Será que posso ficar aqui com vocês? – ela perguntou educadamente.

— Claro, Hermione. Entra. – Neville respondeu.

A grifinória permaneceu com eles até chegarem à estação e depois também seguiu com o pequeno grupo para as carruagens, antes que Harry tivesse a chance para tentar se aproximar.

Quando chegaram a Hogwarts, Professor Slughorn os recepcionou e conduziu-os até o Grande Salão. Hermione dirigiu-se à mesa da Grifinória, mas antes que pudesse sentar-se, Harry correu até ela.

— Espera Mione! – ele disse, completamente sem fôlego por conta da corrida. – Espera.

Hermione virou-se lentamente e encarou o amigo, que tentava recuperar o fôlego.

— O que foi Harry? Veio continuar o show? – ela perguntou secamente, ao que Harry sacudiu a cabeça em negativa.

— Me desculpe, Mione, – ele falou timidamente. – Eu agi como um trasgo lá no trem. Descontei em você a raiva que estava sentindo do Malfoy. Me desculpe mesmo, prometo que isso não vai se repetir.

Um suspiro escapou dos lábios da garota, enquanto ela cruzava os braços.

— Você está mesmo arrependido ou Ginny te obrigou a vir até aqui pedir desculpas? – ela perguntou, desconfiada.

— Ginny está uma fera comigo, – Harry admitiu, sem graça. – Mas eu vim por vontade própria. Não quero ficar brigado com você, Mione. Você é minha melhor amiga.

Hermione sabia que não devia ser tão sentimental, que tinha todo o direito de ficar zangada com Harry por algum tempo, mas não conseguiu evitar o sorrisinho que surgiu em seus lábios ao escutar as palavras do amigo.

— Por que eu não consigo ficar brigada com você? – ela disse, puxando o amigo para um abraço breve. – Mas da próxima vez, se controle! O Malfoy pode não ser a melhor pessoa do mundo, mas o que você fez com ele foi completamente desnecessário.

Harry revirou os olhos, fazendo uma careta de desagrado.

— Okay, prometo que vou me controlar, – ela disse por fim.

Desculpas aceitas, os dois amigos seguiram até a mesa da Grifinória num clima agradável e sentaram-se junto de Ginny e Ron. O banquete foi servido após o discurso de McGonagall e a seleção de Casas dos novos alunos.

Hermione sentia-se tão bem por estar de volta! Principalmente depois da guerra terrível pela qual a maioria dos presentes tinha passado. Estar ali em Hogwarts, sentada à mesa, comendo e conversando com seus amigos fazia Hermione quase esquecer os horrores pelo qual passara no último ano. Era uma sensação extremamente reconfortante. Pela primeira vez em muito tempo, a grifinória sentia-se verdadeiramente segura.

Ela estava tão entretida na conversa que, quando se deu conta, boa parte dos alunos já havia se retirado do Grande Salão e os outros Monitores já estavam reunindo os alunos do 1º ano para levá-los a seus respectivos salões comunais.

Hermione olhou rapidamente em direção a mesa dos professores e sentiu um certo desespero ao ver que McGonagall já não se encontrava mais lá.

— Merlin! Eu preciso ir! – ela exclamou, levantando-se num salto.

— Calma Mione, a McGonagall não vai te punir se você chegar alguns minutos atrasada, – Ginny disse rindo. – Tecnicamente, o jantar está acabando agora.

— Eu sei, – Hermione respondeu, já se afastando dos amigos. – Mas sou Monitora-Chefe, não posso começar o ano já me atrasando para compromissos assim. Vejo vocês depois!

A garota disparou pelos corredores do castelo, desviando dos outros alunos pelo caminho, e não parou até avistar McGonagall esperando-a ao lado da gárgula.

— Está um pouco atrasada, Srta. Granger. Devo admitir que isso não é uma coisa comum vindo da senhorita. – a Diretora comentou, assim que viu a grifinória se aproximar.

Um rubor espalhou-se pelas bochechas de Hermione quase que instantaneamente.

— Me desculpe, Prof.ª McGonagall, eu perdi a noção do tempo, – ela se desculpou.

— Não há problema algum, mas espero que isso não se torne um hábito, – a bruxa disse calmamente, – Agora venha, Srta. Granger, seu parceiro de Monitoria já está nos esperando.

Hermione seguiu a Diretora assim que esta começou a se afastar.

Apesar do imprevisto, a garota estava louca para saber quem era o outro Monitor-Chefe. Esperava realmente que fosse alguém da Corvinal ou da Lufa-Lufa, pois não estava nem um pouco a fim de ter que lidar com algum sonserino metido a besta.

Mas assim que entrou na sala, para choque de Hermione, a garota se viu encarando um garoto de cabelos loiro-platinados bem conhecidos. Só uma pessoa naquela escola possuía aquele tom raríssimo de loiro e ela sabia muito bem quem era. Merlin, aquilo só podia ser alguma brincadeira, e de muito mau gosto, diga-se de passagem.

— Obrigada por nos esperar Sr. Malfoy, – McGonagall disse, interrompendo os pensamentos de Hermione e indo em direção à sua cadeira. – Por favor, sente-se Srta. Granger.

Foi então, que o garoto se virou abruptamente e Hermione encarou os peculiares olhos cinza-prateado de Draco Malfoy pela primeira vez desde o incidente no trem.

Ela engoliu em seco; aquela história não ia dar certo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, já deu pra sentir como vai ser a fic? Vem falar comigo nos comentários!
Eu adoro receber comentários e eles me ajudam tanto a melhorar. Não tenham vergonha de falar comigo, eu sou super boazinha. :3
Por enquanto, isso é tudo. Muito obrigado por lerem, viu!?
Até a próxima.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Life Goes On" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.