Um Novo Despertar escrita por João Pedro
Notas iniciais do capítulo
Apresento-lhes a outra face de Eso
— Não! - A mulher segurou a cabeça que estava a ponto de explodir. - Não! Não!
Ela se levantou, derrubando as coisas da mesa de centro.
— Isso é mal! Eles não sabem...
Ela retirou um livro da estante, derrubando vários outros. Começou a folhear freneticamente. Verúdio '''O` era o nome, se ele estivesse relatado naquele grimório, era perigo. Creuzodete sabia que estaria.
— Eso... - Exclamou a mulher. - O que ele quer?
— Ajudar, pelo que parece. - A voz era grave.
— Cebola. - Crezoudete exclamou.
— Tente novamente. - o Homem caminhou pela tenda.
— Poupe-me de suas mentiras. Eu sei quem você é.
— Meu nome não importa. - Ele fez uma reverência - Sou o Fantasma Vigilante.
Creuzodete sentou-se na cadeira e apoiou a cabeça na mão.
— As pessoas procuram um alter ego quando é doloroso demais serem elas mesmas. O que aconteceu com você, Cebolinha?
O Fantasma suspirou.
— Nada. Ainda. Você sabe o porque estou aqui?
— Eso. - sua expressão era séria. - O que está acontecendo de fato?
— Depois do inferno, vem o purgatório. Não antes, depois.
— Entendo... - Creuzodete afirmou. - O que trouxe para mim?
— Chegarão em alguns segundos. - O fantasma deu as costas para a mulher. - Mais uma coisa, bruxa: Não me chame de Cebolinha.
Enquanto ele saía, barulhos de passos foram oividos.
— Aqui é a... - Disse uma voz conhecida.
— A tenda da Madame Crezoudete. - Confirmou outra. - Por que aqui?
— AI! - Um grito de dor. - Ele me arranhou!
Um gato preto entrou correndo e sentou-se na mesa da Madame Creuzodete.
— Entrem, meninas. - A dama acariciou o gato.
Magali entrou, apertando o machucado causado pelo arranhão do gato, que por sorte não sangrava muito.
— Madame... - Mônica começou.
— Não, o gato não é meu. - Creuzodete interrompeu. - Sim, sua amiga vai ficar bem. Ela se voltou para Magali
— E não, não vou cobrar para conversarmos. Estamos sem tempo, venham comigo, e não toquem em nada.
As garotas se entreolharam, deram de ombros e a seguiram.
~"-"~
— Não me olha! - Carmen empurrou Cebola.
— Ah criatura, qual é? Já te vi de biquíni, lembra?
— Eu estava linda, diva e bronzeada, agora tô parecendo um zumbi!
Cebola revirou os olhos.
— Então esse é o problema? Não importa se eu ver seu corpo enquanto está linda?
Carmen levou a mão ao peito, surpresa com a pergunta.
— Mas é claro que não... O que é bonito deve ser admirado não é? E eu sou a coisa mais bonita por aqui.
— Bem que podia ser a mais humilde também. - Cebola comentou. - A gente precisa achar o resto da galera.
— Eu não vou sair daqui vestida assim!
Cebola tirou o blazer e o entregou para Carmen.
— Tá de brincadeira né? - Ela reclamou.
— Ou é isso ou você sai com um vestido rasgado e sutiã.
Carmen suspirou.
— Me ajuda a rasgar a barra do vestido? Essa porcaria já está toda estragada mesmo...
Demorou um tempo, mas logo terminaram. Carmen estava usando a camisa do Cebola e uma saia improvisada feita com o vestido. Ela estava bonita como uma colegial japonesa, mas Cebola jamais admitiria para alimentar ainda mais seu ego.
- O Fantasma disse que eles estão nessa sala...
— Achei eles. - Carmen apontou para uma estrutura estranha, uma espécie de mesa redonda com sete lugares, Denise, Cascão e Sofia estavam deitados em três divisões distintas com um capacete estranho na cabeça, cheio de fios e canos.
— O que está acontecendo aqui?
— Um cientista maluco deve ter sequestrado eles e...
— Não tô falando disso - Ela revirou os olhos. - Olha a roupa deles, mais ultrapassado que isso impossível.
Eles estavam com as roupas de quando chegaram ali.
— Diz a garota que está usando blazer masculino Vitoriano e um protótipo de vestido mais velho que a minha avó.
— Pelo menos é bonito. É esse chapéu fora de moda do século passado? - Carmen segurou o capacete de Denise.
— Carmen, não faz isso! - Cebola alertou. - A gente nem sabe o que isso é!
— É um chapéu feio na vibe Halloween que tá super fora de moda. Relaxa, tô fazendo um favor para ela.
Carmen retirou o capacete antes que Cebola pudesse impedir.
— Você não tem jeito mesmo! Podia ter MATADO ela!
— Não grita comigo. - Ela colocou o dedo em seus lábios. -Não me lembro de ter te dado essa liberdade.
— COF COF! - Era Denise, se levantando da tal mesa. - Cebola, eu te mato!
— Você está bem? - Ele perguntou.
— SE EU TÔ BEM??? Você me fez virar um zumbi sem rosto!
— Dá para se acalmar? - Disse Carmen. - Esses gritos estão acabando com meus ouvidinhos...
Os olhos de Denise brilharam, como se tivesse visto Carmen pela primeira vez na vida.
— Cacá! - Ela exclamou. - Meu Deus que roupa é essa?? Tá fazendo a linha japinha trevosa? Tipo a Hell Girl... Aiii eu adorava esse desenho! Bem que a Sarah podia aprender com você...
— Quem é Sara? - Ela perguntou.
— Não importa agora. - Cebola interviu. - Que história é essa de eu transformar vocês em zumbi?
— Ah sim, tem isso... - Denise cruzou os braços. - Eu tava toda linda arrasando naquele vestido marafantastico todo trabalhado na elegância e...
— Me poupe dos detalhes. - Cebola revirou os olhos.
— Tá, tá... Mas então, eu estava controlando meu corpo, podia fazer o que quisesse com ele, aí você disse aquelas coisas e meu rostinho lindo começou a cair! Depois daquilo, eu não podia fazer nada! Eu via tudo, sentia tudo, mas era como se meu corpo não fosse mais meu...
— Sinistro. - Comentou Carmen.
— Não era você. - Cebola estava retirando o capacete dos outros dois. - Nunca foi. Vocês todos estavam sonhando e só eu e a Carmen estávamos vivos lá.
— O que você...
— Você era descartável, Denise! - Cebola disse. - Vocês não se machucariam nem morreriam lá, eu e a Carmen sim.
— Como pode ter certeza? Quem é Cebola na fila do pão?
— Fácil fácil... Porque se você se machucasse estaria só meia zangada comigo.
— "Meio". - Ela Corrigiu.
— Não, meia mesmo. - Ele apontou para a metade do corpo da Denise zumbi do outro lado da sala.
Denise soltou um grito agudo.
~^-^~
— O que foi isso? - Perguntou Magali. - Alguém está morrendo?
— Está funcionando! - Creuzodete apertou mais forte a peça de madeira. O gato estava sentado calmamente no meio do tabuleiro de Ouija, Mônica, Creuzodete e Magali formavam um círculo ao redor da mesa.
"Miau" O gato começou a miar do nada. "MIAAUAAHAHHAHAHAHAHHHHH"
O miado se mesclou a um grito agudo, Denise.
— O que está acontecendo? - Perguntou Mônica.
"Mô?" A voz de Cascão se fez ouvir.
— Cascão! - Mônica exclamou. - Vocês estão vivos?
"É a Mô?" A voz de Cebola soou mais baixa, estava distante.
"Ah, só podia ser, aquelazinha não perde a chance de pagar de protagonista."
— Denise! - Mônica exclamou. - Se o jacaré do mal não te matar, eu te mato!
— Não há tempo. - Creuzodete fez um gesto por cima do gato. Ele abriu a boca e uma Luz verde saiu de lá, formando uma espécie de círculo no ar, onde estava o grupo formado por Cebola, Cascão, Denise, Sofia e... Carmen? O que diabos ela estava vestindo?
— Que negócio loko! - Cascão colocou a mão na tela.
— Não há tempo. - Magali entrou na frente do gato. - A Madame Creuzodete contou tudo, vocês estão em perigo!
— Sussa. - Cebola disse. - A lagartixa é gente boa.
— Magá! - Denise exclamou. - Tá linda guria. Mônica, continua me decepcionando, tirou essa roupa do guarda rouoa da sua avó é?
— NÃO É HORA DE FALAR DE MODA AGORA! - Mônica gritou. - Isso é sério. Vocês estão na Umbra novamente!
A sala começou a tremer.
— Ah! - Creuzodete fazia força para manter a conexão do Gato, mas estava cada vez mais difícil.
— Não confiem no Eso, ele é... - Mônica tentava dizer tudo no menor tempo possível, mas estava cada vez mais estranho.
DOOOOOM
"O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?" Uma voz bem grave e alta se ouviu. O gato miou e se encolheu, Magali tapou os ouvidos, Mônica quase rolou no chão. Eso estava furioso.
— Você... - Creuzodete exclamou. - Eso está aqui.
"Não te ensinaram que é feio bisbilhotar?" bolhas de sabão começaram a tomar conta do lugar. Mônica viu as cores se distorcerem e praticamente tudo virar um borrão.
— Você tem permissão para esse tipo de evento! - Creuzodete fez um gesto e jogou o braço para baixo, fazendo as bolhas estourarem e o tremor parar. No canto da tenda havia um enorme crocodilo caído.
— O que é aquilo? - Magali se escondeu atrás de Mônica.
— É... A Cuca? - Sugeriu a outra.
— Affs! - O Crocodilo exclamou. - Prefiro Lagartixa.
— O que quer com eles, Espírito Maligno? - Creuzodete estava séria.
— O que eu quero? Só jogar. - Ele começou a flutuar na direção das meninas. - Se estão tão interessadas no meu jogo, deveriam jogar também!
A fera rugiu, jogando Mônica e Magali na Umbra.
Creuzodete apoiou a cabeça nas mãos.
— Você não sabe o que está fazendo! Vai matar todos nós!
Eso riu. Uma risada grave, bizarra, fria e cruel.
— Eles precisam pagar pelos seus pecados, eu preciso de companhia...
— Vamos fazer uma aposta?
O sorriso de Eso pareceu ganhar um brilho a mais. Ele flutuou sobre a mesa onde estava o gato e encarou Creuzodete bem de perto. Ela sabia que ele não resistiria.
— Quer mesmo apostar comigo? Comigo?
— Foi o que eu disse.
— Diga seus termos, Cigana. Estou a ouvir.
— Essas crianças serão meus jogadores, tenho o direito de guiá-los mais três vezes pela Umbra.
— Interessante... - O Crocodilo bateu a garra em um dente. - O que acontece se um de nós dois ganhar?
— Se você ganhar, eles são seus, para serví-lo ou alimentá-lo.
Eso salivou só de pensar no gosto que Sofia teria, ela parecia ser a mais apetitosa do grupo.
— Mas se eu ganhar, você volta para onde veio e fique longe desse tempo por cem anos, você devolve os garotos. Todos vivos.
— Tentador, mas não. Vejo muita vantagem. - Ele virou as costas, quase acertando a longa cauda no rosto de Creuzodete. - Aquele vegetal parece um jogador promissor.
— Tem outra coisa. - Creuzodete abaixou a cabeça.
— Diga.
— Se você ganhar, eu ofereço a mim. Parto com você para seu reino e sou sua por cem anos.
Os olhos de Eso brilharam. Tanto conhecimento, tanto poder acumulado por mais de um século! Ele queria aquela mente e tudo o aue havia nela, também não descartaria aquele lindo corpo. Ele precisava, todos seriam dele no final.
Ele desapareceu, deixando uma única palavra ecoando no ar:
"FEITO!"
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O que acham que vai acontecer? Teorias? Quem vocês acham que ganhará o jogo? Quando o inimigo faz as regras, e preciso ser pior do que ele para vencer.
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