Um Novo Despertar escrita por João Pedro


Capítulo 3
Paranóia - A verdade sobre o Limoeiro


Notas iniciais do capítulo

As coisas começam a ficar bizarras aqui, espero aue gostem.
Ps: Dividi esse cap em 2 porque ia ficar muito grande, no quarto já devo terminar o arco Paranóia, então não me odeiem.
Perguntinha para vocês: Já notaram que tudo tem um significado aqui né? Os sete reinos, Avril, Eso e até os protagonistas, então me digam por hoje: O que acham que os sete reinos significam? Dica: Depois do Inferno de Dante, vem o Purgatório.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715275/chapter/3

A casa de Xaveco era aconchegante, espaçosa, mas um tanto humilde. Carmen não gostou muito, mas ela não tinha muita escolha. Eles estavam na sala, sentados em frente à lareira apagada.

Cebola pediu para que ele contasse sobre a maldição e ele começou:

— Anos atrás, quando aqui ainda era uma vila medieval...

— Já começou errado, não teve idade média no Brasil. - Cebola interrompeu.

— Cala a boca Cebola. - Ordenou Carmen. - Deixa ele continuar, ninguém quer saber sobre a idade média ou geografia aqui...

— História. - Ele corrigiu.

— Não importa. Continua Xaveco.

— Como eu dizia... - Xaveco retomou a história - Eles estavam quase concluindo a grande Catedral, que levou uns 600 anos pra ficar pronta.

"Mas, a igreja foi abandonada devido à acidentes estranhos que aconteciam em torno dela. À sua volta, cresceu uma floresta, que é essa ali na frente. Acontecera uma batalha por aqui também, isso é importante. Uma mulher sobreviveu à tal batalha e usou o sofrimento das pessoas como fonte de poder. Então, começou."

Uma brisa voou pela janela, apagando as velas e deixando a lareira como uma única fonte de luz.

— Começou o que? - Perguntou Carmen. - Está é demorando pra começar a dar medinho.

— Deixa ele contar a história então, aí pode começar a ficar interessante.

Carmen mostrou a língua para Cebola.

— Quem mostra a língua pede beijo, sabia? - Ele sorriu maliciosamente.

Carmen levou a não à boca.

— Cebola... Não acredito que você pensou que ia funcionar. Se cantadas conquistassem uma garota você estaria com a Mônica agora...

Cebola revirou os olhos.

— Continua Xaveco.

— Ah cara... O draminha de vocês está mais interessante...

— Conta logo essa porcaria. - Ela estava mesmo entediada.

—- Okay, okay... Onde paramos?

—- "Foi aí que começou."

—- Okay. "Era sempre um por noite. As pessoas começaram a ser possuídas por uma coisa, um demônio. Elas acordavam gritando, rindo e vomitando e o pior vinha depois: As vítimas matavam qualquer um que se aproximasse e devorava sua carne."

—- Que nojo! - Exclamou Cebola.

—- Carne crua deve mesmo ser horrível. - A garota loira fez cara de nojo. - E com certeza não é nada saudável...

—- Continuando... "Para parar com essas doenças, a bruxa sugeriu que todos pod primogênitos deviam ser levados para a entrada da floresta quando completassem 3 anos, onde seus pais deviam cantar uma canção de ninar e a criança seguia até a igreja, onde a bruxa se encarregava de cortar seu rosto e enterrar o corpo. O demônio não atacou mais. Desde então,  aparecem crianças sem rosto de todas as idades pela cidade. Elas cantam a canção que os pais lhe cantaram no dia de sua sina e atrai desavisados com ela, a quem leva para a floresta e arrancam-lhe o rosto."

—- Bebezinhos... - Exclamou ela, derramando lágrimas. - Eles não merecem isso.

—- Que baboseira. - Cebola cruzou os braços. - Me recuso a acreditar em tudo o que...

 

Crack!

 

O barulho veio detrás deles. Algo caiu da estante.

—- O que foi isso? - Pergunta Carmen, alarmada.

—- Eu não...

TRIIIIIIIIIM. TRIIIIIIIIIIM. TRIIIIIIIIIIM.

— Que bruxaria é essa? - Perguntou Xaveco.

Cebola procurou nas suas antigas vestes, no bolso da calça jeans.

— É o meu Celular... - Ele afirmou.

— O que? - Xaveco se aproximou, curioso.

— Número desconhecido.

— Não atende. - Carmen sugeriu. - Lembra daquele filme que um fantasma liga para a vítima e...

— Você está paranóica garota. - Cebola atendeu. - Alô, quem é?

Só uma respiração foi ouvida.

— Não tem graça, estou ouvindo você respirar.

Uma melodia começou a se formar.

 

"Você está tentando ser legal, você parece um idiota para mim.Por que você tem que tornar as coisas tão complicadas? Eu vejo o jeito que você é, agindo como se fosse outra pessoa, isso me deixa frustrado"

 

Cebola traduziu.

 

— Avril Lavigne? - Disse Cebola. - Não tinha Avril Lavigne em 1800 e alguma coisa.

— Mas tinha no funeral do Dc. - Carmen comentou. - "Um brinde para nunca crescermos" acho.

— O Dc era fã dela? - Cebola coçou o queixo. - por essa não esperava.

 

TRIIIIIIIIM. TRIIIIIIM. TRIIIIIIIIIM.

 

— O que você quer Dc? - Explodiu ele. - Diz logo o que você quer.

 

" Fique frio, para que está gritando? Relaxe, tudo foi feito antes E se você apenas deixasse rolar, você iria ver"

 

A música se encaixou perfeitamente, o que causou arrepios.

— Se não parar de cantar e falar eu juro que quebro sua cara.

"Por que essa raiva?" Dessa vez ele falou, não cantou. "Eu te liguei para te fazer um convite. Venha para o baile que vocês deram se quiserem me achar. É feio deixar os convidados esperando."

— Você não podia vir aqui e pronto?

"Por que você tem que deixar as coisas tão complicadas?"

A ligação foi isso.

— O que ele queria? - Perguntou Carmen.

— Ele quer que a gente vá para o nosso baile.

— Que baile?

— Acho que Alguém se esqueceu de contar essa parte.

Ambos olharam para o Xaveco com uma expressão furiosa.

— O que foi? - Ele perguntou. - Vocês nunca viriam na minha casa se eu dissesse isso para vocês.

— Óbvio que não. - Carmen entrou na conversa. - Nem ao menos te conheço garoto.

— Isso machuca. - Ele virou o rosto. - Aqui ficou tão vazio depois que minha mulher foi levada. Ela era sua amiga, sabia?

— Como era o nome de sua mulher? - Perguntou Cebola.

— Denise. - Ele respondeu com o olhar sombrio. - Você, Carmen, me faz lembrar dela.

— A Denise daqui... Morreu?

— E dizem que vara ruim não quebra. - Carmen limpou as unhas.

O Xaveco vitoriano se levantou da cadeira.

— Pior. Ela se tornou um deles. Vocês não querem se atrasar para o baile, não é? Podem ir agora.

— Vem com a gente. - Cebola convidou.

— Posso mesmo?

— Geralmente não convido a ralé para minha casa... - Disse Carmen. - Mas posso abrir uma exceção para ti.

— Carmen! - Cebola chamou sua atenção. - Você foi gentil em nos receber, permita-me fazer o mesmo.

— Tudo bem, mas tem uma coisa.

— O que? - Carmen estava entediada. Preferia mil vezes um baile àquela casa grande e vazia.

— Levem o Paranóia com vocês.

— Quem?

— O gato. Ele vai achar vocês uma hora.

— Amo gatinhos. - revelou Carmen. - Ele será bem vindo.

— Podemos ir agora? - Cebola abriu a porta, impaciente.

 

DOOM!

 

— Não faz isso! - Gritou Xaveco.

Uma ventania começou do nada.

— O que tá acontecendo? - Ele gritou.

— Você não pediu para ele, agora estão aqui! - A voz de xaveco era desesperada.

— Quem está aqui? - A de Carmen era puro pânico.

— Ela. - Ele apontou para a porta.

Ali havia uma figura cadavérica, com o corpo semi-decomposto, sem a camisa e com as calças rasgadas. No lugar de seu rosto havia uma massa de carne retorcida.

— Denise? - Disse Carmen, que a reconheceu pelos cabelos.

"Você  não é minha amiga." A voz parecia ecoar do nada. "Patricinha fútil." "Traidora."

— Não é mais a Denise! - Xaveco disse. - Comecem a cantar, rápido!

Vruuum. O vento fazia barulho dentro da sala.

Cebola estava petrificado, não conseguia se mover, falar ou pensar, só fitou o ser que se aproximava de si.

— Cebola... - A voz de Denise era doce para com ele. O fantasma tocou lhe o rosto. Cebola fechou os olhos.

— Canta, Carmen! Canta!

— Cantar o que? - Ela gritou. - Por favor, faz parar!

Xaveco se moveu com dificuldade para perto de Carmen e passou o braço ao redor de sua cintura, demonstrando apoio.

— Fecha os olhos e cante a música.

Xaveco começou a cantar. Não era uma canção de ninar.

"Não posso parar isso agora

Isso não pode me parar agora 

Eu vou vencer. Vou sobreviver!

Quando o mundo estiver se partindo

Quando eu finalmente atingir o chão

Eu irei me virar

Não tente me parar

Não vou chorar"

"Mais Avril Lavigne" Pensou Carmen. E então ela o acompanhou.

"Eu vou vencer. Vou sobreviver!" 

— Cebola! - Gritou Carmen. - Você vai vencer. Vai sobreviver!

— Eu vo-ou... - Cebola começou a dizer.

" NÃO! " O fantasma Denise ficou violento. Ele enfiou as unhas no rosto de Cebola.

— Eu vou... Eu vou vencer. - Ele terminou a frase.

— É tarde demais! - Xaveco disse, mas Carmen não parava de cantar.

MIAU!

O gato entrou caminhando pela porta, calmamente e pulou no colo de Cebola.

O vento passou. Denise sumiu. Cebola caiu.

— Cebola! - Exclamou a garota. - Você tá bem?

Lágrimas corriam soltas por seu rosto.

— Não chora... - Ele disse se levantando. - Você fica mais bonita quando está feliz.

— Seu idiota! - Ela o abraçou. 

— Estava preocupada comigo? - Ele disse. 

Carmen o empurrou. 

— Você quase me matou e quase morreu junto. Nunca vou te perdoar por isso.

— Tá, acredito nisso. - Ele sorriu. - Qual é a do gato?

— Era Paranóia. - Xaveco disse. - Você está encrencado Cebola.

— Tô numa realidade alternativa criada pelo Dc, conta uma novidade.

— Novidade: - Exclamou Carmen. - Estou atrasada para minha própria festa. Podemos ir? 

— Agora podemos. - Disse Xaveco, sombrio. 

Cebola conseguia entender, não devia ser fácil ver sua namorada morta novamente.

Havia apenas algo o incomodando: Avril Lavigne. O Dc parecia ser louco por ela, mas muitas pessoas também eram, por que ele concordava com essas pessoas?

                          ~'*-*'~


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Contem me o que acharam e o que concluiram desse capítulo, quanto mais comentários, mais rápido saem os capítulos rsrs.

Músicas citadas: Complicated - Avril Lavigne
Alice - Avril Lavigne
Here's to never growing up - Avril Lavigne.

O Dc é mesmo fanboy hein? Quem esperava por essa? Rsrs Até mais pessoa e thanks for su review



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Novo Despertar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.