Para sempre A Usurpadora escrita por Just a Writer


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Aí está o terceiro capítulo. LEITORES FANTASMAS, APAREÇAM!



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     Depois do torturante percurso de volta à mansão Bracho, finalmente eles chegaram em casa.

     - Eu vou dar um banho no Juan, pra depois ele ir jantar. – Paulina avisou a Carlos Daniel.

     - Está bem, meu amor. Vamos te esperar. – ele respondeu, e Paulina foi dar banho no filho. Carlos Daniel também subiu, queria falar com vovó Piedade. Ela sempre sabia a coisa certa a se dizer. Depois de dar duas batidas na porta ele entrou.

     - Filho! – vovó Piedade sorriu ao ver o neto.

     - Olá, vovó. – ele se aproximou e abraçou a avó, sentando-se numa cadeira ao seu lado.

     - Como foi no hospital? – a mulher perguntou, ao ver o semblante preocupado do neto.

     - Não muito bem, vovó. – Carlos Daniel respirou fundo. – Descobrimos que Juan tem leucemia.

     - Leucemia? – vovó arregalou os olhos, preocupada. – Meu Deus, filho!

     - Sim, vovó. Mas não se preocupe muito. Faremos os exames e tentaremos encontrar alguém que seja compatível com ele.

     - Com a graça da Virgem de Guadalupe vamos encontrar!

     - Deus te ouça, vovó. O problema é que a doença está um pouco avançada.

     - Mas não há nada impossível para Deus, filho! Você tem que acreditar.

     - Sim, vovó, eu sei. – Carlos Daniel suspirou. – Bom, vou indo. Vou ligar para Rodrigo para ver se ele aceita que o filho faça o exame.

     - Eu também quero fazer, filho!

     - Vovó, vai ser inútil. Se Paulinha não for compatível, nossa última saída é o Rodriguinho. – Carlos Daniel suspirou, se referindo ao filho de Rodrigo.

     - Bom, mas também podem conseguir um doador anônimo. – Vovó Piedade o lembrou.

     - Sim, mas as chances ainda são pequenas. Bom, vovó, nos vemos no jantar. – Carlos Daniel saiu e foi para o seu quarto. De lá, telefonou para Rodrigo.

      - Alô? – Rodrigo atendeu.

      - Bom dia, Rodrigo!

      - Bom dia, irmão! Como está?

      - Não muito bem, Rodrigo. Preciso de um grande favor seu e da Patrícia, mas principalmente do Rodriguinho.

      - O que houve? – o irmão perguntou preocupado do outro lado da linha.

      - Bom, ontem Juan acordou meio mal. O levamos ao hospital e descobrimos que ele está com leucemia.

      - Meu Deus, Carlos Daniel. Vão começar a tratá-lo logo então, não é?

      - Sim, amanhã ele vai passar por uma transfusão de plaquetas e o médico vai passar um antibiótico.

      - E porque me disse que precisa de um favor?

      - Porque há uma pequena chance de que Rodriguinho seja compatível. Ele e Paulinha são os únicos na família. Se não se importarem, gostaria que ele fizesse o exame.

      - Claro! Não precisava pedir. Quando faremos então?

         - Amanhã, se não se importarem. Não queremos incomodar, podemos buscá-lo em casa e depois levar de volta.

        - Não é nenhum incômodo, Carlos Daniel. Nos encontramos no hospital que horas então?

        - Às nove, está bom?

        - Claro. Nos vemos então. – Rodrigo disse, se despedindo, e desligou o telefone.

        Carlos Daniel então foi tomar um banho para jantar, enquanto Paulina acabava de arrumar Paulinha. Juan já estava arrumado e brincava na sala de estar com os dois irmãos mais velhos. Paulina estava tomada por um peso na consciência, uma culpa sem tamanho. Não tinha percebido nada de estranho no filho, não antes de aparecerem a febre e as manchinhas vermelhas. Mas seu filho estava abaixo do peso e nem isso ela percebera. Que tipo de mãe ela era?

       - Porque tá triste, mamãe? – Paulinha perguntou, notando a mãe triste.

       - Ah, meu amor... – ela disse, puxando a menina para mais perto e abraçando-a logo em seguida. – Seu irmãozinho está um pouco doente, filha.

       - Doente? – Paulinha se assustou, como se realmente entendesse a situação. – Doente do quê?

       - Ele está fraquinho. – Paulina disse. Não queria usar as palavras “câncer” ou “leucemia”, ainda mais com Paulinha, que era ainda pequena. – Vamos ter que cuidar dele.

      - Eu ajudo, mamãe! Ele vai melhorar, a senhora vai ver. – Paulinha disse, dando um beijo na bochecha da mãe. Logo em seguida, pegou alguns brinquedos e saiu pelo corredor, deixando a mãe no quarto, pensativa. Depois, tomou um banho e se preparou para o jantar.

       Por fim, desceu para jantar. Antes de ir para a sala de jantar, porém, observou orgulhosa as crianças na sala de estar. Os quatro estavam brincando e o mais velho, Carlinhos, agora com onze anos, era o que cuidava dos menores.

       - Meu amor? – ouviu Carlos Daniel chamar. Estava tão distraída com seus filhos que nem o notara chegar.

       - Oi. – ela disse, se aproximando do marido e dando-lhe um suave beijo nos lábios.

       - Está melhor? – ele perguntou, colocando uma mecha do cabelo da esposa atrás da orelha.

       - Estou, sim. Mas essa ideia ainda me assusta. Juan é tão novo... – ela suspirou, já sentindo seus olhos marejarem. Seu marido foi mais rápido e a puxou para um abraço, de forma a consolá-la.

       - Ele vai superar, e nós também. Todos da nossa família são fortes, meu amor. Você verá que logo ele estará bem de novo.

       - Espero que sim, Carlos Daniel. – a moça disse, o abraçando mais forte. Depois se soltaram para ir jantar. Enquanto Carlos Daniel ia para a sala de jantar, Paulina foi chamar as crianças.

       - Vamos jantar, meus amores? – ela disse, tentando se manter firme em frente às crianças.

       - Depois, mamãe. Deixa a gente brincar mais um pouquinho. – Paulinha pediu.

       - Não, meu amor, depois do jantar vocês brincam mais. Todos vocês tem que comer para crescerem saudáveis e fortes. – ela disse, e as crianças foram se levantando. Carlinhos levou Juan de mãos dadas até a sala de jantar, enquanto as meninas foram mais atrás, conversando. Enfim chegaram à sala de jantar, onde já estavam Vovó Piedade e Carlos Daniel. As empregadas serviram o jantar, mas Paulina não conseguia comer. Revirou o prato, mas o apetite não vinha. A doença de Juan não saía de seus pensamentos.

     - Não estou com fome. Vou me deitar. – ela disse, se levantando da mesa.

     - Meu amor, você tem que comer. – Carlos Daniel censurou a atitude de Paulina.

     - Não estou com fome, Carlos Daniel. Se eu tiver fome à noite, eu desço para comer alguma coisa. Boa noite. – ela disse, e deu um beijo na vovó Piedade e em cada um dos filhos. Geralmente ela os colocava para dormir, mas essa noite queria colocar os pensamentos em ordem e se acalmar para o dia seguinte. – Ah, Carlinhos, quando terminar vá ao meu quarto, por favor. – ela disse, já saindo do cômodo.

     - Está bem, mamãe. – ele disse, e voltou a comer.

     De volta ao quarto, Paulina trocou de roupa, vestindo sua camisola e, por cima, um robe rosa de cetim. Ficou esperando Carlinhos, que não tardou a aparecer. Logo bateu à porta.

     - Pode entrar. – ela disse alto, para que o filho pudesse ouvir do lado de fora.

     - Queria falar comigo, mamãe? – ele disse, se aproximando da mãe, que estava sentada na cama.

     - Sim, meu amor. Sente-se aqui comigo. – ela disse, e o filho obedeceu, sentando-se ao seu lado.

     - A senhora está triste? – ele perguntou, vendo o semblante da mãe.

     - Bem, Carlinhos, não estou muito bem. – ela disse, passando a mão pelos cabelos claros do filho.

     - O que é que houve, mamãe? – ele perguntou.

     - Hoje de manhã seu irmão acordou um pouco esquisito, com umas manchinhas na pele... Por isso tivemos que levá-lo ao médico.

     - O que ele tem? – Carlinhos perguntou, mais preocupado.

     - Juan está doente, meu amor. – ela disse, sentindo os olhos marejarem novamente. Isso estava virando rotina agora.

     - Doente do quê?

     - Bom, ele está fraco. – Paulina suspirou. – Está abaixo do peso e vamos ter que levá-lo ao hospital quase todos os dias para tratar. Além disso, ele vai precisar de um doador de medula. Carlinhos, Juan tem leucemia.

     - Leucemia? Ele vai se curar?

     - Com a graça de Deus sim, meu amor. Mas agora temos que cuidar dele, todos nós. Ele não pode se machucar, qualquer machucadinho pode piorar a doença. – Paulina explicou. – E tem que comer direito. Preciso da sua ajuda, Carlinhos.

     - Eu vou cuidar dele, mamãe, eu prometo! Todos vão ver que logo o meu irmão vai estar bem de novo.

     - Espero que sim, meu amor. – ela suspirou, beijando o topo de sua cabeça. – Agora você deve ir dormir, porque já está tarde. Durma bem.

     - A senhora também, mamãe. – ele disse, abraçando forte a mãe, e logo em seguida foi dormir. Assim que Carlinhos saiu, Carlos Daniel entrou.

     - Contou para o Carlinhos? – ele perguntou, sentando-se ao lado da esposa.

     - Sim, Carlos Daniel. Achei que ele deveria saber. Como ele é o mais velho, pode nos ajudar ficando atento aos sinais que a saúde de Juan der.

     - Tem razão, meu amor. Quanto mais ajuda, melhor. Agora você precisa descansar. Amanhã vai ser um dia muito complicado.

     - Sim, eu sei. – ela suspirou. – Boa noite. – ela disse, beijando o marido, que correspondeu. No fim do beijo, eles se deitaram. Carlos Daniel demorou a pegar no sono. Paulina nem isso conseguiu. Chorou silenciosamente por horas. De madrugada, se levantou e foi ver os filhos. Primeiro foi ao quarto de Lizete, que dormia serena. Paulinha também estava dormindo tranquila. Depois, foi ao quarto de Carlinhos. Encontrou o menino inquieto, se remexendo na cama.

     - Carlinhos? – ela chamou, se aproximando da cama.

     - Oi, mamãe.

     - Não consegue dormir? – ela se sentou na beirada da cama.

     - Não... Estou com medo do que pode acontecer com o Juan.

     - Não se preocupe, meu filho. Amanhã começam os tratamentos. Se tudo correr bem, ele vai se curar.

     - Mesmo assim...

     - Quer tomar um leite quente para ver se consegue pegar no sono? – ela ofereceu.

     - Sim, mamãe. Eu vou com a senhora. – Carlinhos se levantou, calçou os chinelos e foi com a mãe até a cozinha. A casa estava silenciosa, todos já dormiam, inclusive os empregados. Na cozinha, Paulina esquentou um pouco de leite para o filho, com um pouquinho de açúcar, como sabia que Carlinhos gostava.

     - Não está com fome, mamãe? – ele pegou a caneca de leite quente que a mãe estendeu.

     - Não, filho.

     - Mas a senhora não comeu nada no jantar.

     - É que eu não consegui. Mas no café da manhã espero estar melhor. Já terminou?

     - Sim, mamãe. – ele disse, e a mãe pegou a caneca para lavar, junto com o resto da louça que tinha sujado.

     - Bom, então agora tente dormir. Amo você.

     - Também te amo, mamãe. – ele deu um beijo na bochecha da mãe e foi se deitar.

     Antes de voltar para o quarto, Paulina passou no quarto de Juan, que também dormia normalmente. Checou a temperatura: estava normal, mas manchinhas na pele ainda estavam lá.

     - Ah, filho... Tão pequeno. – ela acariciou a cabeça do menino, com cuidado para não acordá-lo. – Você não merece isso. Ninguém merece essa dor. – ela disse, se lembrando da vez em que fora diagnosticada com câncer. Daquela vez era apenas um erro, dessa vez era verdade. E isso parecia doer mais do que ela podia suportar.


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Notas finais do capítulo

Gente, é sério. As sugestões são MUITO importantes para mim, eu realmente preciso saber a opinião de vocês, porque assim posso trabalhar para melhorar a fic. É bem mais difícil achar falhas no nosso próprio trabalho, não acham? Por isso, POR FAVOR OPINEM E SUGIRAM! Beijos!



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