Neko to Hono escrita por MittyBlur


Capítulo 2
O melhor bolo de chocolate do mundo


Notas iniciais do capítulo

Koninchwnya, unicórnios e unicórnias ninjas! Feliz ano novo!

Nos encontramos novamente, haha. Desculpa por toda a demora, depois de novembro tudo começou a correr numa velocidade mega alta, e agora estamos em 2017.
Mas consegui escrever um capítulo (que já estava pronto fazia um tempinho, Selena, podes me chutar :v) e publicar aqui.
Já tenho ideia do que vai acontecer, e quero dessa vez conseguir voltar aqui mais cedo.

Obrigada para a @Shironeko por ter comentado! Mesmo com a demora, respondi teu comentário!

Enfim, parei de falar, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/715120/chapter/2

Era uma escola grande, cheia de escadas e árvores. Todas as crianças saiam da sala para brincar durante seu intervalo do segundo ano.

A aluna tida como “garota-revelação” do ano saía com suas amigas para o pátio da escola, sua calma era assustadora, e seu olhar de indiferença era triste. Ela conversava com suas amigas e seu cabelo loiro brilhava no sol. Todos os estudantes vivam rodeados de demônios invisíveis, mas dela, saía uma aura cor-de-rosa claro.

Ela quase nunca olhava para mim, o esperado, pensando na minha reputação. Mas quando me olhava, via um olhar de pena. O que me dava vontade de chorar, sem motivo nenhum.

Lembro-me até hoje do dia, ela caminhando dentro da sala de aula, em busca de algo, andando em minha direção, um sorriso leve no rosto. Era incrível sua calma, falta de medo, felicidade?

O inesperado foi quando ela se abaixou para me ver e estendeu sua mão:

— Olá, Yukio! Você não quer brincar lá fora?

Corei na hora e respondi extremamente assustado:

— Ma-ma-mas e você? Não tem medo de mim? M-mesmo com o meu irmão? E-e o que vão achar disso?

— Ah, eu não ligo para o que os outros dizem. Vem cá, o Rin tá nos esperando lá fora!

Corremos para fora da sala de aula, para brincar como estudantes de segundo ano. Tive que bater nas minhas bochechas por alguns segundos para ver se aquilo era realidade ou um sonho.

—---//----

~Neko

Acordei olhando para o teto rosa-claro com estrelas brancas. Esse seria meu último dia vendo esse teto. Por algum motivo estava feliz por isso, e a casa já estava toda limpa. Só me restava esperar até o carro do diretor da escola, Mephisto Pheles, buscar a mim e minha mãe.

Me dei o luxo de desligar o despertador, virar de lado, e voltar a dormir. Como uma descendente de nekorin, as horas de sono necessárias para um humano normal era nem a metade para mim.

Quando acordei, já era uma da tarde, peguei o celular e fui atualizar minhas redes sociais, entrar no site da escola, ler mais sobre o curso de exorcismo de Vera Cruz. Era tão bom passar uma quarta-feira sem fazer nada.

Encarei mais um pouco para o teto e decidi sair da cama. Estava chovendo, o céu estava cinza. Fui até a cozinha e preparei um chá, ao voltar para o meu quarto com a xícara cheia, vi a minha mãe sentada na minha cama. Ela estava olhando para um retrato meu, com um olhar feliz.

— Essa foto era de quando você tinha oito anos, lembra Neko-chan?

— Sim, foi no dia em que ele me deu o amuleto, e as coisas começaram a dar errado. – Dei um gole do chá fazendo uma expressão séria.

— Mesmo assim, acho uma foto bonita. Me pergunto onde esses seus amigos estão hoje...

— Realmente, a foto é muito bonita. – Disse e olhei para o relógio – Mãe, já são três horas, as quatro eles vêm nos buscar. Acho melhor nos arrumarmos. Precisa de ajuda com os aparelhos?

— Não obrigada, você tem razão. Vou me arrumar.

Assim que ela saiu do meu quarto, peguei a muda de roupa que estava em cima da escrivaninha. Não era nada exagerado; uma camisa social branca e uma saia rosa claro. Tomei banho, me vesti e me encarei no espelho.

Realmente, aquilo não era a melhor visão de todos os tempos: uma garota com a pele clara, cabelo rosa claro quase branco, olhos rosa claros... Ah, precisava adicionar o fator magricela e com orelhas e rabo de gato. Parecia que estava pronta para uma festa de halloween.

A chuva começou a cair, a casa ficou fria e em poucos minutos ouvi a buzina de um carro na frente de casa.

Fomos até a porta e uma limusine cor de rosa choque estava nos esperando. De dentro dela saiu um homem alto com roupas roxas com um sorriso assustador. Ele se apresentou como Mephisto Pheles e disse que arrumaria as coisas da mudança, quando chegarmos em Vera Cruz tudo já estaria em seu devido lugar.

Entrei na limusine e o homem começou a falar, e pior: minha mãe respondia. Ainda pior: ele levava a conversa a sério.

Respirei fundo, coloquei meus fones e encostei minha cabeça no banco do carro rosa. Acredito que devo ter dormido, e só acordei quando os raios de sol me acordaram.

Não estava mais na cidade que conhecia, estava em um lugar muito distante, estudantes andavam alegremente pelas calçadas, cafés e lojas cobriam a rua, parecia uma bagunça aquilo, mas era o tipo de bagunça que eu gostaria – e iria – participar.

Mephisto deixou minha mãe em uma casa bonita perto de um bosque. Nos despedimos e a limusine seguiu até o centro da bagunça. Ao estacionarmos o homem alto me disse:

— Mitsune-san, peço minhas sinceras desculpas, mas as suas malas ainda não chegaram. Vá á minha sala mais tarde e elas vão provavelmente estar lá.

— Certo, muito obrigada. – respondi com meu tom de voz normal.

— Ótimo, cuide-se na cidade. Normalmente as pessoas encontram coisas bem... inesperadas aqui.

Saí do automóvel e comecei a passear na cidade. Minhas orelhas estavam tomadas pelo sol. O céu azul, a felicidade dos estudantes, mesmo não aparente, me deixavam mais forte e confiante.

Caminhei cerca de cinquenta metros até chegar perto de uma cafeteria, onde fui invadida pelo cheiro de café e pão quente e um cheiro familiar.

Parecia ser tão real, aquele que eu nunca mais queria sentir, que se eu pudesse bateria até matar. Que me obrigaram a me separar daquele cheiro e daqueles dias. São nesses momentos que ter olfato aguçado não presta pra nada.

— Neko? – E era. Me virei e confirmei a suspeita.

— Yukio. – Disse com um tom grosso na voz. Dessa vez eu não vou ser trouxa, não para acontecer o que aconteceu. 

— Erm, quer entrar no café? – Okay, talvez ele tenha dado um golpe baixo. Nunca se recusa um convite desses, é até educado não recusar.

—---//----

Aquele era provavelmente o café com a melhor energia que eu entrei nos últimos anos.

Dentro daquele lugar pequeno, com uma varanda coberta por lonas listradas nos sentamos em uma mesa alta de madeira escura.

Pedi um café e um bolo de chocolate. O café era amargo e bom ao mesmo tempo. O bolo... era aquela nega maluca que só gente como os avôs sabem fazer; com cobertura cobrindo o bolo todo, cheia de chocolate e com uma massa molhada que não enjoa. Dentro de mim estava fazendo quase um santuário para aquele lanche mas isso não vem ao caso.

— Então... tudo bem? O que tem feito nos últimos anos? – Yukio perguntou.

— Meu lado demoníaco despertou, minha mãe ficou com sequelas disso, fui obrigada a entrar em uma escola com estudantes de me batiam e agora minha mãe está doente e eu estou aqui. – Falei sem emoção, cabisbaixa.

— Oh, me desculpe. – Ele abaixou a cabeça em respeito a tudo que aconteceu. – Nossa, como tudo mudou desde os nossos oito anos. Espero que possamos voltar a ser amigos... – Disse sem graça

— Espero que não esteja achando coisas erradas, Okumura. – não, ser trouxa ou não ser trouxa, qual opção você escolhe, jogador? – Estamos estudando na mesma escola e lecionando no mesmo curso, mas isso não significa que vamos voltar a ser o que era assim tão rápido. – Para de fazer isso agora, Neko Mitsune.

— Sim, você tem razão. – Ele responde no mesmo tom e depois joga uma risada forçada. – Engraçado pensar em como a gente era, não?

— Não. Confesso que gostava de você. Mas isso ficou abandonado no segundo ano. Me desculpe, mas nós podemos ser apenas amigos agora. – Não acredito no que eu mesma estou falando, onde será a ponte mais próxima?

— Nossa, também gostava muito de você. Mephisto me pediu para te mostrar a escola, quer? – Que. Diabos. De. Tiro. Foi. Esse? Hoje é o dia das revelações do passado e ninguém me contou?

— Sim, por favor.

Saímos do café e caminhamos pela cidade estudantil e a escola. Seria fácil me acostumar com isso tudo. Minhas bochechas vermelhas eram notórias cada vez que, por conta do tamanho do corredor e da quantidade de alunos transitando-o, precisávamos nos espremer para passar.

No final do dia, Mephisto me ligou e disse onde eu iria ficar.

— Então, já sabe qual vai ser seu dormitório?

— Pelo visto vai ser o “Dormitório Masculino mais velho da cidade. Quarto 881.” Ele me assegurou que só mais duas pessoas moram nele.

Ouvi um riso.

— É o nosso dormitório, o Rin também mora lá. Deixa que eu te mostro ele.

Nossa que legal, vou passar o resto do meu ensino médio tendo que conviver com as pessoas que menos queria conviver por causa de um diretor com roupas roxas. Falando sério, onde é a ponte mais próxima e alguém me diz que esse prédio é alto o bastante para alguém se jogar de lá e desaparecer?

Mas, de qualquer maneira, as coisas já estavam decididas, e eu não podia perder tempo com isso.

É isso aí, Neko, sem ressentimentos, apenas se concentre no que vai acontecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por terem lido até aqui! ^^

Agora, é onde a nossa história realmente começa! (não que antes não tinha história, é que nesses dois primeiros capítulos ainda era tudo meio novo pra mim)

Espero que vocês gostem, e se encontrarem qualquer erro, por favor, me avisem.
Também se alguém notar qualquer problema com a fanfic, ou coisa assim, me avisem e tentarei consertar tudo!

Novamente, vou continuar a me esforçar para conseguir ser mais rápida, e até mais! o/

~ps: o que estão achando da segunda temporada de Blue Exorcist?~