For You, Atlanta | TWD | escrita por AlascaMalfoy


Capítulo 2
Capítulo 1 - When everything is gone.


Notas iniciais do capítulo

trailer: https://www.youtube.com/watch?v=JUuH_R-BNNI



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trailer
     O ranger do portão me fez arrepiar e a claridade de Alexandria invadiu meus olhos.

— Ela voltou! — Entrei de cabeça baixa evitando qualquer contato visual.

— Boas notícias Atlanta? — Vicent um dos responsáveis pelo portão perguntou e eu passei direto. Eles sabiam o que isso significava.

— Lamento. — ele murmurou.

      Havia crianças brincando na rua, elas riam e pulavam como se tudo em suas vidas estivesse perfeito, mas não estava. O mal ainda existe nesse mundo e ele se encontra atrás desses grandes muros.
     
— Atlanta? Quando voltou? — Um homem baixo e sorridente veio correndo ao meu encontro.

— Aaron, agora não.

— Eu sinto muito. — Já estava acostumada com as pessoas me falando palavras de consolo toda vez que retornava de uma "busca", com o passar do tempo aprendi a ignorar, pois nada me consolava mais.

— Vai ficar tudo...

— Por favor, não diga. — eu o interrompi e sentir minha voz falhar.

— Eu estou saindo para uma nova busca, se quiser ir...

— Não Aaron...desculpa. — Meus olhos estavam marejados, meu corpo estava acabado, e meus pensamentos borbulhando.

— Eu sei que isso não vai ajudar. — Ele me abraçou e lutei para as lágrimas não caírem.

— Eu só quero descansar um pouco. — Disse e depois dei um longo suspiro.

— Trish está ansiosa pelo seu retorno. — Ele falou sorrindo e eu tentei retribuir com um sorriso amigável. Aaron me libertou do abraço e foi em direção ao grande portão, mais uma busca se inicia, Aaron iria buscar mais pessoas que perderam a esperança de um mundo melhor.

    Eu caminhava em passos lentos e sentia olhares tristes em mim a cada segundo que me aproximava de casa, logo já podia se enxergar a frente branca, o pequeno jardim de orquídeas e Trish olhando atentamente para o céu.

— Você voltou! — ela correu para me abraçar, o abraço de Trish fez minhas pernas tremerem e soluços escaparem dos meus lábios. — Não, não chora.

— Eu não consegui... — Trish me puxava para dentro de casa e sussurra palavras de conforto em meu ouvido.

— Não chora querida, tenho certeza que eles estão bem. — me sentei no sofá assim que o avistei.

— Mas até quando? Até quando eles estarão bem? Faz dois anos que os procuro.

— E eles estão te procurando também. — ela sorriu revelando as pequenas rugas debaixo dos olhos.

— Eu irei retornar as buscas amanhã. — Me levantei secando as lágrimas e Trish me olhou com reprovação.

— Você passou um mês fora Atlanta, não pode voltar lá para fora agora.

— Trish não é você que decidi isso. — Ela cruzou os braços e voltou a me encarar séria.

— Ruby precisa de você. — apertei meus lábios um contra o outro, como podia ter a deixado de lado? Uma lágrima escapou novamente, mas eu a limpei rapidamente.

— Quero vê-la. — Trish assentiu e me guiou até uma porta branca com uma decoração formal. Ela abriu devagar para que não fizesse barulho, o meu quarto estava do jeito que deixei, a única coisa que mudara foi a presença de uma pequena bebê que dormia calmamente no berço.

— Pode me deixar sozinha?

— Claro. — escutei o "clique" da porta e me aproximei calmamente do berço.

— Oi Querida. — Me agachei recebendo uma visão privilegiada, Ruby abria os olhos lentamente exibindo o azul deles — Olha como você cresceu.

      Em uma das minhas falhas buscas, escutei um choro distante, mas não um choro comum, era o choro de um bebê. Ela estava agarrada a uma mulher morta por um tiro na cabeça, logo ao seu lado tinha um homem com o mesmo ferimento. Os dois se suicidaram. Logo o choro se misturava a gemidos, os andantes se aproximavam cada vez mais. Foi uma surpresa para todos quando retornei com uma bebê de 3 meses nos braços.

— Sentiu a minha falta? — perguntei e recebi como resposta um barulhinho fofo. — Eu também sentir.

— Eu queria te pegar no colo, mas estou suja demais, sabe? Os Walkers não cansam. — sorrir e ela apertou o meu dedo. — Não se preocupa, não irei deixa-la.

— Atlanta? — escutei a voz de Trish por trás da porta. —  Deanna quer falar com você.

— Ela não pode esperar? A Ruby acabou de acordar.

— Desculpa, mas não posso. — a mulher de cabelos caramelados entrou no quarto e fechou a porta atrás de si.

— Deanna.

— Está péssima. — ela falou me avaliando. Tinha sangue de Walker nas minhas roupas, eu havia emagrecido pelo menos 4 kilos e meus cabelos estavam sem brilho nenhum.

— Obrigado. — rir sem jeito.

— Fico feliz que tenha voltado. — ela sorriu e depois mudou a feição rapidamente. — Novidade sobre depois dos muros?

— Sim, lá só existe morte. — ela suspirou e sentou-se em uma poltrona próxima.

— Sinto muito por não encontra-los.

— Não quero tocar no assunto. — disse cortando o olhar.

— Tudo bem. — respondeu compreensiva e cruzou as pernas.

— Pretende voltar?

— Sim. — Respondi sem ao menos pensar. — Mas não por agora. — Olhei para Ruby que brincava com a coberta.

— Desculpe Atlanta, mas não pretendo mais deixa-la ir. — um olhar incrédulo surgiu, eu não estava digerindo as palavras da maneira correta.

— O que quer dizer com isso Deanna?

— Você não vai mais sair de Alexandria sem a minha autorização.

— Você não pode! Estava tudo no acordo!

— Não temos um acordo Atlanta. É para sua segurança, você é apenas uma criança! — diferente do seu tom de voz, Deanna tinha uma expressão calma no rosto.

— Eu tenho dezoito anos! - exclamei.

— Sim, você tem dezoito anos! Você está se tornando uma mãe maravilhosa de uma garotinha linda, você tem a Trish que te ama como uma filha. - ela pausou. — Não jogue sua família fora Atlanta.

— Deanna, por favor, você não pode...

— A minha palavra é a mais alta de Alexandria, e até a minha segunda ordem, você está proibida de continuar as buscas. — ela se levantou e se aproximou tentando colocar uma mecha do meu cabelo para trás, mas eu desviei. — É para o seu bem...

— É para o meu bem ou o seu? — semicerrei o olhar. Deanna concertou a postura e desviou o olhar para Ruby.

— Tenha uma boa noite Atlanta. — desejou se retirando do quarto. Joguei minha cabeça para trás e tentei controlar minha respiração, eu estava sem reação.

— Estou entrando! — Trish anunciou. Provavelmente ela tinha escutado toda a conversa.

— Pode levar a Ruby para baixo? Irei tomar um banho... — perguntei e ela sorriu como resposta. Enquanto Trish tirava Ruby do berço, ela tentou agarra uma mecha do meu cabelo com as mãozinhas pequenas, como se pedisse colo.

— Está com fome? — Trish perguntou.

— Muita. — sorrir e ela saiu do quarto prometendo preparar a minha comida favorita.

     Tentei afastar todos os pensamentos que me perseguiram durante o dia, mas foi impossível. Me despir e fui até o banheiro, encarei o chuveiro me preparando para o impacto da água que a muito tempo não sentia. A água morna me fez arrepiar, observei a água levar embora tudo que acumulei durante a busca, inclusive a minha esperança em encontrar algo que se foi perdido há tempos.


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Notas finais do capítulo

ello Hello! Espero que tenham gostado, não se esqueçam de votar e comentar! Beijos Xuxus ♥



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