Central da WOOHP, Rio de Janeiro. 14:58.

    Juntos de Jeniffer em seu escritório particular, Blake e Wade se punham a observar o bizarro comportamento de Cristian, que tinha dado um enorme trabalho para seus colegas o trazerem de volta à WOOHP, visto que cada televisão que passavam no caminho, atraía forçadamente a atenção do loiro.

     Na ocasião, ele ia de um lado para o outro andando semelhantemente a um zumbi, repetindo incessantemente a mesma frase: Ver TV!

— “Ver TV”... Isso é a única coisa que ele fala desde que saímos da Celulares Demais! — contou Blake.

— Estranho... — a moça reparava no tom anormal de seus globos oculares. — Parece que algo está o manipulando... Usem os óculos rastreadores e vejam se há algum sinal hipersônico chegando até ele!

— Boa, Jeniffer. — Wade concordou, pegando o apetrecho e colocando no rosto. Ao pressionar um botão perante as lentes, os óculos começaram a rastrear um forte sinal que vinha de algum lugar distante e ia diretamente para o cérebro de Cristian. — Bingo! Ele está sendo hipnotizado!

— Resta saber pelo o quê... — Blake disse.

— Talvez eu possa ajudar... — Jeniffer falou, tomando gentilmente os óculos do ruivo e indo até sua mesa. Lá, ela colocou o objeto sobre um escâner de alta tecnologia e comparou os sinais existentes no mundo com o que chegava para Cristian. — Só existe um lugar que poderia enviar esse sinal... A fábrica dos celulares C5-Y, em Manaus!

— Como não tinha pensado nisso antes... — Wade estalara os dedos. — São os celulares, eles estão controlando as pessoas!

— Verdade! O Cristian ficou desse jeito depois que ele viu algo naquele C5-Y lá da loja... — lembrou o moreno.

— Então acho bom que vocês dois façam uma visitinha a fábrica desses celulares e busquem por um método de interromper esse controle e descobrir quem está por trás disso!

— Tá, Jeniffer. Mas e quanto ao Cris? — perguntou o ruivo.

— Deixem ele comigo. — Jeniffer apertou um botão em sua mesa e automaticamente uma grande televisão suspensa surgiu de uma das paredes. Ao vê-la, o loiro a fitou como uma estátua.

***

Zona Industrial de Manaus, Fábrica dos celulares C5-Y. 17:02.

      Preferindo descer em um local que não chamasse muito a atenção, os espiões pousaram ao fundo de uma pilha de caixas de mercadorias, lateralmente à entrada principal da fábrica. Wade tocou o chão suavemente, enquanto Blake só conseguiu desligar os tênis malucos ao bater contra o empilhado de caixas, derrubando uma boa parcela delas sobre si.

— É por essas e outras que eu prefiro chinelo! — reclamou o moreno, saindo dentre as caixas.

    Ele chegou perto de Wade, que posicionava-se no canto das caixas e observava a movimentação na parte externa da indústria. Uma mulher com roupas bem chamativas passava um tanto apressada, sendo seguida por vários de seus guardas. Os dois agentes logo notaram que até mesmo os guardas estavam sendo escravizados por pequenos televisores pendurados em suas cabeças.

— Aquela deve ser a pessoa por trás do celular... — interpretou Wade.

— Que mal! Ela controlou os próprios guardas! — Blake analisou.

— Preparem já o meu tevêdificador! — Ordenou a mulher e os guardas assentiram, se afastando. — Agora que sei que o meu super celular controlador de mentes é um sucesso, será questão de tempo para que todas as pessoas do mundo voltem a ver televisão!

— Então esse é o plano dela... — Wade juntou as peças do quebra-cabeça e desvendou os planos da vilã. — Ela pretende fazer todos abandonarem o celular e voltarem ao velho costume de ver televisão... Mas por quê?

— Hã... Wade... Acho que poderemos perguntar diretamente a ela! — falou Blake, amostrando estarem completamente cercados por guardas da mulher.