As Aventuras de Alvo Potter escrita por Bernardo Potter


Capítulo 19
St. Mungus




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St. Mungus

Já tinham se passado cinco semanas desde o acidente e o feriado de pascoa já estava próximo, mas Alvo e Scorpius não iriam, eles não queriam enfrentar o que tiveram que enfrentar no Natal, e preferiram dividir suas presenças um com o outro, além de Rose, que continuava internada na sede do St. Mungus que ficava em Hogsmeade, em cada segundo dos dias que se passaram longe da presença de Rose, Alvo sentiu uma grande falta da prima, até mesmo das brigas e dos beijos roubados ele sentiu saudade, mais do que ele já estava sentindo há algum tempo, porque antes ele poderia ter a presença dela, era só fazer alguma burrada e Rose estava lá, o martirizando pelos seus erros, mas agora nem isso chamava sua atenção, aliais, nada ultimamente chamava sua atenção e vê-la com os olhos fechados por todos esses dias que ele ia a visitar, era difícil, era como se ela não fosse mais acordar e que ele não poderia mais contemplar o seu sorriso, ou seus cabelos ruivos esvoaçando ao toque do vento, ou então suas sardas brilhando a luz do luar, tudo aquilo fazia falta a Alvo e ele se culpava, deveria ter abaixado seu ego quando podia, assim o feitiço de Isabella não a teria acertado, e ele não podia fazer nada, absolutamente nada para reverter aquela situação, e a única coisa que melhorava o que ele sentia, era tocar e ver que a mão de sua prima continuava quente.

Há alguns dias Rony tinha aparecido por lá, e mesmo sabendo que seu tio nunca admitiria, ele chorou por ver a filha ali com os olhos fechados, a apertou em seus braços até que uma enfermeira chegou o empurrando com a desculpa que ele estava a asfixiando, a partir daí tudo foi tranquilo, a não ser na hora que Scorpius adentrou o mesmo recinto dos Weasley, ele segurava um buque de rosas vermelhas e sempre que a visitava levava um, o quarto já estava cheio dessas flores e até as comadas de outros pacientes exibiam elas já que na de Rose não cabia mais nenhuma, mas Rony não aceitou a presença de um Malfoy no quarto, ele parecia um leão indo para cima do menino, se não fosse toda a família para impedi-lo talvez Ron tivesse o estapeado ali mesmo, mas em vez de tapas ele distribuiu ofensas, o xingou de todos os nomes possíveis e impossíveis, variáveis e invariáveis, as pessoas podiam ver os olhos marejados de Scorpius, mas não fizeram nada, nem ao menos impediram que Rony continuasse a expelir ofensas pela boca, uma cena realmente deplorável, o loiro estava paralisado aceitando tudo que lhe era dito e a raiva tomou conta do corpo de Alvo, ele olhou para o pai pedindo ajuda, mas Harry olhou para ele com satisfação, como se aquilo fosse o certo, como se aqueles xingamentos fossem colocar um Malfoy em seu lugar, Alvo saiu puxando Scorpius pelo braço e o levou de volta para Hogwarts, tendo que ouvir o amigo chorando pelo resto  da noite, na manhã seguinte, quando Alvo fora até o hospital não achara mais as flores por lá, elas deveriam ter sido retiradas no dia anterior, e tudo parecia mais triste, como se Rose não fosse acordar de novo para ver o que fora preparado especialmente para ela.

— O pessoal já está indo, vamos ter o dormitório só para nós. – Scorpius disse se deitando na cama, já era dia 31 de março e os alunos pegavam o expresso para passarem o feriado da pascoa em suas casas, Alvo estendeu um caldeirão de chocolate para Scorpius e ele aceitou de bom grado, sua cara estava horrível e ultimamente ele já não dormia mais, de hora em hora ele queria visitar Rose no hospital, mas sua visita estava proibida no recinto, foi algo que Rony providenciou em fazer antes de sair do hospital naquele dia fatídico, às vezes Alvo pegava ele esfregando o rosto, tentando descontar sua aflição naquele ato, e em quase todos os dias o menino moreno fingia estar dormindo e o ouvia chorar, Scorpius se sentia culpado, mas não era, julgava ele mesmo por não ter impedido que aquele feitiço atingisse Rose, mas estava errado, ele começava a acreditar que era um estorvo sem ter nenhum motivo para isso, mas acreditava, e Alvo se sentia mal por aquilo, cada vez mais culpado, já não bastava ter feito Isabella acertar o feitiço em Rose, ele tinha deixado o amigo sofrer, e ainda por cima tinha que conviver com as pessoas falando pelas costas sempre que Bella passava no corredor, a fofoca que se espalhou por Hogwarts era que Bella tinha jogado o feitiço em direção a ela de proposito, por ciúmes de Alvo, e até os alunos que estavam na sala confirmaram essa história, mas ele sabia da verdade, sabia que Isabella era incapaz de fazer aquilo, por isso já nem dava bola para que os outros falavam, pois sabia que era mentira, e mentiras não mudariam sua vida, nem o estado em que Rose se encontrava, nem os choros descontrolados que Scorpius enfrentava e muito menos a culpa que ele mesmo sentia.

— Que bom! Assim poderemos ficar fora até tarde. – Alvo falou abrindo um sorriso maroto para o amigo.

— Do que você está falando, Alvo? Não podemos ficar depois da meia noite rondando pelo castelo, esqueceu? – Scorpius perguntou sem nenhuma emoção, era como se ele já tivesse se dado por vencido sem ao menos tentar.

— Exato, não podemos perambular dentro da escola depois da meia-noite, mas nunca disseram nada de perambular fora dos terrenos de Hogwarts depois da meia-noite. – Os olhos de Alvo brilharam na imensidão escura que o quarto se encontrava, e ele recebeu um olhar intenso de Scorpius, mesmo no escuro era possível sentir a imensidão de sentimentos que se encontrava no olhar do loiro.

— Mesmo que conseguíssemos sair daqui, para onde iriamos? E como faríamos para voltar sem que notassem? – Scorpius perguntou como se tivesse ganhado a segunda guerra bruxa, ele sabia como colocar Alvo na parede e traze-lo de volta a realidade.

— Você tem certeza que não sabe para onde iriamos? – Alvo falou andando até a janela e sendo seguido pelo olhar de Scorpius, que viu quando o amigo moreno olhou para Hogsmeade, a surpresa se abateu sobre Scorpius e ele se sentou na cama com a boca entreaberta.

— Você acha mesmo que os médicos, enfermeiras ou qualquer um que seja responsável pela segurança do St. Mungus me deixaria entrar? Está completamente louco, Alvo Potter. - Ele disse quase gritando e sua voz saiu mais fina do que o normal, no fundo Scorpius queria acreditar que aquilo era possível, mas sua razão não deixava que isso acontecesse.

—E quem disse que eles vão deixar você entrar? – Alvo perguntou o olhando de lado, estreitando os olhos e o jogando uma cara maliciosa, de que sabia mais do que demonstrava.

— No que você esta pensando, Al? - Scorpius se levantou dando passadas leves e pequenas em direção ao amigo de olhos verdes.

— Eu tenho um plano, pode ficar tranquilo, só precisamos esperar que os alunos cheguem desse feriado, enquanto isso, vamos aprontar tudo. – Por fim, Alvo deu uma risadinha gostosa e leve.

 

 

O feriado tinha se passado lentamente, os alunos iriam começar a chegar e o castelo já ficaria cheio outra vez, a Inglaterra ainda não tinha superado os efeitos do inverno, e a brisa suave acabava soando forte demais para alguns, deixando o ambiente gelado, o nariz de Scorpius começava a escorrer e ele já não aguentava mais andar por suas articulações estarem doloridas, a grama estava fofa e ao mesmo tempo lamacenta, ficando assim escorregadia para quem estava despreparado, e esse era o caso do menino loiro, ele pisou em falso e acabou escorregando, se enchendo de lama, Alvo virou para trás assustado com o barulho e parou de andar a pequena trilha que dava na casa do velho gigante, ele riu assim que viu o amigo se levantar e tentar limpar a sujeira de suas vestes em vão, o moreno continuou andando segurando a risada que agora já era contida, e vendo a cabana de madeira um pouco pequena para quem a habitava, começou a dar passadas rápidas e grandes, passou pela pequena horta e bateu insistentemente na porta que ecoava o som para dentro do recinto.

— Já sabe qual é o plano, não é? – O moreno perguntou antes da porta ser aberta brutalmente, recebendo um maneio rápido demais do loiro, um homem de dois metros que se escondia de baixo de seus pelos faceais extremamente grandes, com suas bochechas rosadas ao toque do ar gelado, com lábios finos abertos em um sorriso e uma lanterna iluminando sua face se encontrava na frente dos dois garotos.

— Entrem logo, está frio aí fora. - Hagrid disse com a voz grossa que sempre tinha, os meninos andaram apressados para dentro da cabana e se acomodaram, Alvo se sentou desajeitadamente no sofá e Scorpius ficou em pé acariciando Canino, Hagrid o olhou confuso e apontou seu guarda-chuva para ele, absorvendo toda a lama de suas vestes, Scorpius se sentou e foi seguido por um Canino que lambia compulsivamente seu rosto, logo em seguida os dois garotos já estavam bebendo um chá horrível e comendo biscoitos duros e pouco comestíveis, Alvo deu um chute por de baixo da mesa na canela de Scorpius, que deu um pulo com a dor, mas começou a falar:

— Seu chá está muito bom, Hagrid. Acho que nunca bebi um chá tão gostoso assim. – Scorpius mentiu, dando um sorriso sem ao menos mostrar os dentes, e recebendo outro bem mais alegre do que o dele. – Do que é feito? – Scorpius perguntou já sabendo a resposta, três dias antes, Alvo tinha descido até lá sozinho e puxara assunto com Hagrid, passou o olho por toda a cabana e encontrara o que tanto procurava, além de descobrir a forma perfeita dele sair enquanto, como ele dizia, pegava emprestado algumas coisinhas.

— Abóbora com pelo de Grifo, é ótimo para aquecer os dias frios. – Hagrid falou dando um risinho no final.

— Você tem uma plantação, não é?- Scorpius perguntou fingido.

— Sim, é um dos meus maiores orgulhos.

— Porque você não mostra suas abóboras gigantes para Scorpius, Hagrid? Fiquei sabendo que elas podem até ser premiadas, mais uma vez. - Alvo se pronunciou, o gigante concordou com o que ele disse e conduziu Scorpius para fora da cabana até a horta, o plano estava dando certo, o menino moreno andou na direção de alguns pelos que estavam pendurados no teto e pulou para alcança-los, em vão, era muito baixinho e não conseguiria mesmo se esticasse seus braços, ele empurrou a cadeira e subiu em cima dela, arrancou os pelos de lá e devolveu o assento ao seu lugar de origem, escondeu o material de baixo do suéter e acenou para Scorpius quando saiu da cabana.

— Já é tarde Hagrid, precisamos voltar se não ganharemos uma detenção, tchau. – Scorpius falou e os dois amigos subiram correndo se escondendo da noite e dando risinhos constrangedores. – Conseguiu? – Scorpius perguntou quando já estavam longe o suficiente.

— Sim.


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Notas finais do capítulo

Depois de muito tempo eu voltei, bem, desculpe, é que as aulas começaram e faculdade é fogo, acho que vou demorar pra postar os próximos capítulos, mas espero que vocês continuem comigo, comentem, mostre que estão aí, espero por vocês e até o próximo capitulo. bjs...



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