The mine word: Blue roses. escrita por gurozu


Capítulo 33
Capítulo 32: Apostando alto.


Notas iniciais do capítulo

Eai pessoal, tudo bem? Sei que não postei na semana passada, mas pra quem ficou quase dois meses sem postar isso não deve ser quase nada, não é? (Não que isso seja certo ;-;). Bora lê?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714921/chapter/33

Visão da Pheal:

O sangue era espesso e grudento, ainda quente e escorrendo pelo meu rosto. O corpo ainda se contorcia no chão, em espasmos. Alex deu um passo à frente, pisando em uma poça de sangue que vazava do pescoço destroçado de Henhy:

—Tudo bem, Pheal? —Perguntou ela, inocente.

—Alex... Eu... O que você fez...?! —Não conseguia acreditar no que via. As peças ainda se juntavam em minha mente.

—Ela era uma pessoa malvada. Ela ia matar você. Eu salvei você. —Ela sorria. Era assustador.

Corri até ela, lhe dando um abraço e afagando sua cabeça. Minha voz ficara fraca e minhas pernas bambas. —Alex... Não pode fazer isso, querida. O que eu diria ao seu pai e a sua mãe se algo acontecesse? Essas pessoas são... São...

—Eles mataram o vovô. —Sussurrou ela. Foi bem alto naquele silêncio. —Essas pessoas mataram o vovô. Ele não fez nada pra elas.

—Alex...

—NÃO! —Ela me empurrou. Lagrimas ameaçavam sair. —Eu salvei você! EU! Não foi culpa minha! Cala a boca! —Ela saiu correndo, batendo nas paredes e derrubando quadros.

—Alex, volte aqui! —Encolhi minhas asas e me teleportei atrás dela.

Foi uma perseguição pela casa. Ela se escondia em cantos, passava por baixo de mesas e atrás de cadeiras e sofás, me despistando. Parecia impossível pega-la. De repente alguém a agarrou, levando um tapa na cara, mas ainda segurando o pulso dela.

—Me solta, Rheal! Me solta! —Gritava ela.

—Calma, doidinha. Fica quieta aí. —Disse ele, descalço, vestido com seu pijama de cor preta. —Já causou muitos problemas e muito barulho.

—Obrigada, Rheal. —Disse, respirando pesado por conta da correria. —Você está encrencada, mocinha.

—Eu não fiz nada! Eu vou explodir vocês!

—QUIETA! —Rheal gritou. Era raro ver ele bravo com alguém ou alguma coisa.

Alex se calou, chorando baixinho, sem dar satisfações ao Rheal. Ele a soltou, a deixando ajoelhada no chão. Steve chegou um pouco depois, ainda sem saber o que havia acontecido exatamente.

—Tem um corpo no corredor! Estão todos bem? O que foi aquela gritaria toda?

—Pergunte a ela. —Disse Rheal. —Você sabe, não sabe, doidinha?

—Não me chame assim... —Disse ela, com voz de choro. Não parecia mais com raiva.

—O que aconteceu, Alex? —Perguntou Steve, se agachando na frente dela.

—Aquela mulher queria machucar a Pheal... Machucaram o vovô e iam machucar ela... E-Eu... Eu tive que fazer...

—Tudo bem, filha. —Steve a abraçou. —Você não fez por mal. O papai sabe disso. Mas o que você fez foi perigoso e idiota. Poderia ter se machucado se ela pegasse você. A Pheal não estava com raiva de você. Ela apenas queria proteger você.

Ela não disse nada. Seu rosto estava vermelho e inchado do choro. Steve continuou:

—Sabe quem faz coisas assim? Sua mãe. Vocês duas são farinha do mesmo saco. —Ele afagou os cabelos dela, rindo baixo. —São meus tesouros. Eu faria qualquer coisa pelas duas. Você sabe disso, não sabe? Agora peça desculpa a Pheal e ao Rheal.

Alex se virou para nós, se curvando de leve. —Desculpa. Me desculpa. Fiz besteira e foi errado. Desculpa. —Sua voz de choro continuava.

Steve a levou para o quarto deles, ao lado de onde a Pompo estava trancada. Rheal ficou comigo, me ajudando a limpar o corredor.

—Pedi que minhas irmãs ficassem no quarto. Não queria que, seja lá o que fosse, pegasse elas. —Disse ele, segurando uma das pernas e me ajudando a puxar o corpo.

—Fez bem. Parecia o seu pai falando.

—Era o que eu queria. O papai tem um jeito de falar que deixa todo mundo quieto. Achei que poderia funcionar.

—Funcionou. Pode apostas. Ela vai se lembrar dessas palavras durante um bom tempo. É experiência própria.

Limpamos o corredor e deixamos o corpo em um dos quartos vazios, no final do corredor, enrolado e lençóis. Ver a Henhy daquele jeito me lembrou dos velhos tempos no quartel.

Não consegui mais dormir naquela noite. A imagem da cabeça da Henhy explodindo continuava vindo na minha mente. Nem mesmo consegui ler um livro na biblioteca.

Decidi pensar no que ela havia falado: “Temos alguém que é capaz de detectar elas. Antes só havia um, mas agora há duas, e estão aqui dentro...”. Ela se referia as bruxas. Como poderia haver bruxas dentro desta casa? Isso me ocupou a mente durante um bom tempo.

—Steve, Pompo, Alex, Pokko, Cidia, Sekka, Rheal, Linna, Gisele, Hakke e eu. Somos somente nós aqui. Como poderia haver duas bruxas aqui? A menos que... —Parecia impossível, mas... Dois de nós são bruxas...? Aquilo parecia impossível mesmo. —Nenhuma das crianças ou de nós, tirando o Steve, mas ele é exceção, despertou algum craft diferente da raça, ou de uma delas. Será que foi um erro dessa seita? —Era algo para se pensar.

Dormi sem chegar a uma conclusão satisfatória.

Visão do Skel:

A viagem de navio foi estressante, porém rápida. Chegamos ao território Lenfre ao cair da noite. Uma noite sem luar.

Desembarcamos e seguimos o caminho até a fortaleza com carruagens. Era uma bela paisagem, sem dúvida. Não havia muita neve pelos cantos.

Firinda desceu primeiro, oferecendo as boas vindas em nome de seu pai, que não poderia comparecer. O pátio era grande e limpo, mas com poucas carruagens e cavalos. Realmente não faria sentido ter um bom exército terrestre se você está cercado por água.

A fortaleza, por outro lado, era linda. Magnífica, nas palavras da Henne. Parecia ter sido esculpida totalmente em uma grande rocha, com um acabamento impecável e muito bem limpo e cuidado. Fomos levados para o terceiro andar, onde, em um dos corredores, ficavam os quartos de hóspedes. Foram preparados dois quartos: Meu e da Hedyps e outro para o Lhelt. Fui obrigado a perguntar:

—E onde minha filha dormirá?

—Providenciamos uma cama no quarto de meu irmão. Ela ficará confortável lá. —Firinda abaixou-se em frente à Henne. —Tem uma lareira e vários brinquedos. Posso emprestar umas bonecas minhas, se quiser. —Ela sorriu. Era estranho vê-la sorrir.

Henne estava séria. Apenas balançou a cabeça. —Tudo bem. Não tem problema.

—Suas coisas serão trazidas até os quartos. Enquanto isso, vamos comer algo que não tenha ficado dias dentro de um navio, sendo salgado até ficar seco como pedra. —Ela não era sutil quando não queria.

Firinda nos levou até a sala de jantar. Ela era adornada com troncos de pinheiro e cabeças empalhadas de javalis, gatos selvagens, lobos, ursos e, bem acima da cadeira do general, uma de mamute. Um senhor de idade estava sentado nela, conversando com uma pequena criança sentada à sua direita. Firinda se aproximou dos dois, segurando nos ombros da criança.

—Este é o meu irmão Linfi Lenfre. Este ao lado é o General Intrigh Lenfre, nosso pai. —Ela se virou para os dois. —Estes são os membros da família Witywolve. Este é o General Skel, sua esposa Hedyps e seus filhos Lhelt Witywolve, e Henne Witywolve. Podem se sentar onde bem preferirem.

Ela se dirigiu até a cadeira à esquerda do pai. Henne sentou-se ao lado de Linfi, a pedido da Firinda. Sentei-me ao lado dela, Hedyps ao meu lado e Lhelt ficou ao outro lado da mesa, ao lado da Firinda.

—Vejo que a família Witywolve voltou a crescer. —Comentou o General. Ele tinha uma barba tão branca quanto à neve. —Conheci seu avô há muito tempo. Lembro que ainda éramos jovens. Muito jovens. Sim, éramos jovens...

—Pai, foco. Sabemos que o senhor foi jovem em seus dias de ouro. —Interveio Firinda.

—Sim, sim, filha. Perdão. Como disse, a família Witywolve é uma família muito importante. Não pude recusar as propostas de minha filha quando ela as apresentou para mim. Sem dúvidas seria uma honra ter o sangue de tão nobre família correndo nas veias de vossos primogênitos junto ao nosso. —Ele desviou o olhar para a Henne. —O senhor tem uma bela filha, sem duvidas. Ela se parece com o senhor, Skel.

—Certas coisas podem ser ditas com maiores certezas. Sua filha também se parece muito com o senhor. Tenho certeza de que esta será uma longa aliança e que, certamente, nossos filhos serão felizes um ao lado do outro.

—Sim, sim. Os pequenos se darão bem, sim. Meu filho pode ser um pouco mais novo, mas tenho certeza de que não será problema para a senhorita Henne. Estou certo?

Henne continuava séria. Chegava a ficar vermelha. —Sim. Digo, sim. Resolveremos essa questão.

Aqueles seriam dias decisivos. Um deslize e tudo poderia ruir. Não podia deixar isso acontecer, afinal é a honra de nossa família que está para ser testada. Estava apostando alto, sem dúvida. Mas será que viria a valer a pena?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Deixem um comentário. Não gostaram? Deixem um comentário também. Um comentário, especialmente agora, é fundamental para o andamento da estória. Prioridades são prioridades e a minha foi essa fic durante muito tempo, mas ultimamente não está mais podendo ser. Adoro todos os personagens e esse mundo que eu consegui criar a partir da ideia do jogo Minecraft, assim como gosto de vocês que leem o que escrevo. Odiaria perder tudo isso.
Até o próximo capítulo.