Never be alone escrita por Raah Vilela


Capítulo 13
Ligths on - Part 1


Notas iniciais do capítulo

Os próximos 3 capítulos vão ser uma fofura

Preparem a glicose ♥ hahahah

Xoxo



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Acordei primeiro que todos e fui embora antes mesmo que percebessem. Shawn se remexeu assim que tentei me desvencilhar dele, mas nem sequer notou quando me soltei. Para não parecer muito rude, deixei um recadinho para ele. Nada demais.

Cheguei em casa destruída. Toda vez que chorava em um dia, no outro, parecia que um caminhão havia passado por cima de mim. Fora que sentia que meus olhos estavam lotados de areia e ardiam o tempo todo. Me espreitei pelas escadas, querendo fazer o mínimo de barulho possível e me joguei na cama. Morgana logo veio para o meu lado. Esfregou seu nariz gelado em minha cara e enquanto não levei a mão para acariciar seus pelos, não parou. Ela se deitou ao meu lado e eu me abracei a ela.

Lembrei de como Shawn estava ontem à noite. Às vezes ele parecia tenso, sempre parecia preocupado com alguma coisa, apesar de ser o maior bobo alegre nas horas vagas. Mas eu sabia que o cargo que ele carregava era grande demais. E mesmo com o peso do mundo nas costas, ele ainda conseguia, além de profissional, ser o Shawn. O Shawn que sempre conheci, só que agora, mais maduro. Nesse tempo que venho passado com ele, tenho percebido como Shawn age como um adulto as vezes. Ele havia perdido a cabeça com Ethan, mas isso não parecia ser frequente. Afinal, apesar de tudo, nunca vi um site de fofoca sequer, falar algo de Shawn. Ele não dava motivos, nunca.

Mas isso não importava para mim. O que realmente me importava, era seu sorriso. Aqueles lábios perfeitos tocando os meus, aqueles braços fortes me abraçando e me protegendo de todo o mal que pudesse me atingir... E aquela voz, cantando só para mim. Ah...!

Esse garoto, ele mexe comigo. Ele me tem nas mãos. E ele sabe disso.

Me peguei sorrindo, agarrada a Morgana e aqueles pelos que eu não sabia decifrar se eram laranja ou amarelo. Morgana pareceu sentir minha feição e num instante se soltou de mim, e juro que pude escuta-la resmungar um "carinho demais, carinho demais". Tanto que ela logo lambeu aonde eu estava com a cabeça encostada nela, o que me fez rir.

Não consegui voltar a dormir.

Fui até a cozinha e comecei a preparar panquecas. Meus pais adoravam. E bem, era uma das coisas que eu sabia cozinhar e devia me orgulhar disso. Quando fui para o lado da cafeteira, pude ver uma carta, e no meio do símbolo, a sigla UBC.

Quase perdi a cabeça.

Meus dedos tremeram e senti as pernas vacilarem, incapazes de segurar o peso de meu corpo. Respirei fundo e tentei segurar as risadas que já subiam por minha garganta. Não queria fazer barulho, não queria acordar ninguém, mas estava quase impossível. Peguei a carta e me sentei na cadeira, me preparando para o que viria. Dei umas batidinhas na mesa antes de abrir a carta e começar a ler.

" Abril, 2016

Para efeitos de obtenção, declaramos que, Leah Collins, foi aceita na faculdade de Jornalismo da Universidade British Columbia, como estudante de mobilidade, para efetuar um período de estudos e terá como morada oficial na Universidade.

The University of British Columbia."

Não podia ser verdade. Era um sonho. Era a única explicação pra tudo isso.

Me belisquei.

Doeu.

AI.MEU.DEUS— Falei, segurando o grito. — FUI ACEITA NA FACULDADE, PUTA MERDA – Gritei, sem consegui me conter. – MÃE, PAI – Me levantei, correndo até a ponta da escada. — MANHÊÊ, PAIIIIIIIII – Gritei mais vezes, eufórica. — EU ENTREI PRA BRITISH COLUMBIA, EU ENTREI. – Repeti, não acreditando.

Eu já nem sabia mais o que é que eu estava fazendo. Só sei que eu subia e descia as escadas como se isso de alguma forma pudesse conter a alegria que explodia dentro de mim. A felicidade era tanta que nem percebi meus pais parados ao meu lado.

— Chegou ontem – Minha mãe falou, esfregando os olhos.

— Mas achamos melhor deixar você abrir – Meu pai sorriu, terminando a frase que minha mãe pareceu incapaz.

Abracei os dois, enquanto dava uns pulinhos frenéticos.

— Não consigo acreditar! – Olhei para os dois e pude sentir meus olhos brilharem com tanta força que vi meu pai gargalhar.

— Tudo mérito seu! – Falaram, em uníssono.

Mérito meu, pensei cheia de orgulho. Meu!

— Fiz panquecas! Vamos comemorar, comer panquecas! – Fui pulando até a cozinha.

Os dois me seguiram, automáticos. Pareciam ainda nem ter acordado. Servi ambos e me sentei, incapaz de comer qualquer coisa. Se eu começasse a comer, não iria parar, tinha certeza disso. Minhas bochechas estavam doendo de tanto que eu sorria. Não conseguia controlar e estava começando a me sentir uma idiota.

Me sentei no sofá e peguei o celular. Mandei um áudio super animado para Shawn de bom dia e nem mesmo consegui esperar que ele acordasse para responder, simplesmente mandei mais uns 4 contando da faculdade e uns 5 gritando e falando bobagens eufóricas. Depois de um tempo, comecei a me arrepender de ter mandando e deixei o celular de lado, não querendo ver as respostas.

Estava começando a ficar inquieta com a demora de Shawn para responder, quando o celular tocou, avisando mensagem. E então, não parou. Comecei a rir quando vi Shawn mandando várias carinhas e alguns áudios cantando algo que não consegui definir. Quando ia responde-lo, ele ligou.

— Oi! – Atendi, segurando minha alegria, dando uns tremeliques com os ombros.

Shawn riu e aquela risada me deu uma vontade enorme de ir lá e pular nos braços dele. "Isso merece uma comemoração. Te pego hoje as 20h", falou e desligou, antes que eu pudesse responder. O sorriso em meu rosto se tornou tão grande, que teve de pedir espaço para as orelhas. Eu estava feliz, como nunca estive a muito tempo. Na verdade, nunca pensei que a felicidade fosse chegar na minha porta dessa maneira. Mas eu sabia que a diferença era que eu mesma tinha mudado a rota da minha vida. Às vezes, a felicidade estava batendo na minha porta e meu medo era tanto que eu não a abria. Agora eu dei uma oportunidade, eu acreditei em mim. E agora estou aqui, não me aguentando. Meu corpo chegava a formigar e era uma sensação tão boa que eu desejei nunca mais deixar de senti-la.

E o melhor disso tudo, era apenas uma coisa:

Shawn fazia parte.

Ele era não só o motivo, como o pontapé inicial de toda essa minha alegria.

E esse momento, ninguém poderia tirar de mim. Ninguém.

Fiquei a tarde inteirinha deitada no sofá, mexendo nas redes sociais e por vezes, acabava vendo alguns vídeos de entrevistas de Shawn. O que de certo, me fez sentir um pouco culpada, porque cada vídeo eu sentia que estava xeretando na vida dele. Então, passei a assistir um pouco escondido e toda vez que minha mãe passava perto de mim, eu acabava por tirar correndo e fingir que estava vendo outra coisa. Estava parecendo esses adolescentes tarados que assistem pornô e não queriam ser pegos.

Shawn sempre deixou claro para todo mundo que nunca havia tido seu primeiro amor. Pelo menos, na maior parte das entrevistas ele dizia isso, ou algo parecido. E não vou dizer que isso não me magoava, porque magoava sim. Só que não iria mexer muito nessa ferida. O que importava pra mim naquele momento era o que nós estávamos vivendo ali e isso não precisava ser dito para o mundo inteiro –apesar de eu querer muito isso. E eu sei que é tudo uma questão de marketing. No mundo dos famosos tem muito disso, ne?! Não podia ficar me remoendo o tempo todo.

Não posso acreditar em tudo que eu leio na internet, pensei.

Bom, pelo menos, eu repetiria isso para mim, até que fosse verdade o suficiente para me reconfortar.

Fiquei tanto tempo futricando na internet sobre Shawn que nem me dei conta da hora. Sei que li cada absurdo que me dava vontade de rir e responder algumas coisas, mas fiquei quietinha na minha. Se eu fosse famosa, seria revoltada pra caramba. Ou então, seria preguiçosa o suficiente para acabar não lendo nada do que falavam para mim, o que provavelmente, era o caso do Shawn.

Pulei do sofá e sem querer dei uma pesada em Morgana. Nem tinha visto a bichinha chegar. Ela miou, descontente e eu logo me joguei em cima dela, enfiando meu rosto em seus pelos e balbuciando várias vezes um "Desculpa". Morgana lutou em meus braços até finalmente conseguir sair. Fui correndo tomar banho e me arrumar.

Não sei quanto tempo demorei. Só sei que sentia minha mãe ficando brava comigo toda vez que eu a gritava para ver se a roupa estava boa o suficiente. Mas nada que eu colocava parecia atender os meus requisitos. Quase chorei. Bati os pés no chão, igualzinho uma criança mimada faz e minha mãe se pôs ao meu lado, impaciente. Remexeu no guarda-roupa e fora jogando apenas um vestido em cima da cama.

Ele era num preto básico, todo liso, com as mangas longas e no final, era rodado discretamente. Para os pés, ela pegou uma sandália de salto médio e não muito grosso.

— Nada muito chamativo, mas também não é simples – Minha mãe falou, saindo do quarto. — O seu estilo. – Eu a olhava, meio em choque pela rapidez em que ela agiu. — Agora não me enche mais o saco – Falou, balançando a destra demonstrando desinteresse. — Te amo – E riu.

Acho que não tinha, no mundo, uma pessoa mais bipolar como a minha mãe. Ela nunca tinha certeza de nada, mas ao mesmo tempo, parecia saber tudo. Nunca era carinhosa, mas em um momento, ela te agarrava e te enchia de beijos. Talvez, eu tivesse puxado um pouco a ela. Mas bem pouco, quase nada.

Acabei por passar um batom vermelho, não tão escuro, não queria que ficasse pesado demais. Nos olhos, o famoso lápis e a máscara de cílios. Tratei de jogar perfume até me sufocar com meu próprio cheiro. Os cabelos negros soltos em cachos que se desmanchavam pelos fios serem lisos demais. Escutei a campainha tocar e conti o nervosismo. Fiquei lá em cima, apenas escutando a voz de meu pai cumprimentando Shawn e em seguida, eles conversando. Meu estomago se revirou em mil borboletas.

Esperei uns segundos antes de sair.

Senti que ia vomitar.

Minhas pernas tremiam de uma maneira que a cada passo, era como se fosse um abismo. Poderia jurar que cairia a qualquer momento naquelas escadas. Firmei meu olhar em Shawn, que já se punha próximo a escada, com um sorriso enorme no rosto. Posso jurar que vi seus olhos brilharem enquanto me olhava. Meu coração estava desesperado. Sentia ele pular de um lado para o outro dentro do meu peito tão euforicamente que quase me tirava o ar. Shawn estava lindo. Ele era sempre lindo. Com a roupa clichê de sempre: a calça preta torneava as coxas malhadas, uma camisa azul escuro e a jaqueta preta, que dava um charme incomum. Eu amava o modo como ele se vestia. Apesar de sempre usar tons mais escuros, Shawn ficava a coisa mais linda com camisetas de cores claras. Pelo menos, eu achava.

Uma vergonha enorme tomava conta de mim e eu nem mesmo sabia o porquê. Estava parecendo uma completa imbecil, parecia que eu sairia com Shawn a primeira vez e o medo de não ter assunto ou não saber como reagir fora tanto que quase voltei correndo para o quarto. Era estupido. Não era nossa primeira vez, em nada. Mas sentia como se fosse.

Como se fosse a primeira vez, era assim que eu o amava todos os dias.


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Notas finais do capítulo

Awnnnnnnnnnnnnn
Quero também!

Não esqueçam de favoritar, e o mais importante: conversem comigoooo!

Playlist: https://open.spotify.com/user/22lqcwp5kkb2daqi46b5qlioi/playlist/4Lps7X8DqNxNUg8qyKS2iT
Fic no wattpad: http://my.w.tt/UiNb/4gWVnb0bey
Fic no Spirit: spiritfanfics.com/historia/never-be-alone-7168820
Book Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=yZezQir9w6o&feature=youtu.be



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