Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 42
Capítulo 42




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Quadragésimo Segundo Capítulo ❣️

Eram quase duas horas da manhã quando Felipe sentiu um vazio em seus braços. Ainda com os olhos fechados, tateou a cama com as mãos a procura de sua princesa. Nada. Nenhum sinal dela. Seu coração disparou. Então de imediato, abriu os olhos e percebeu que o quarto se encontrava em um breu total. Esticou o braço para acender o abajur que ficava do lado. E começou a esfregar os olhos enquanto os mesmos se adaptavam a claridade que se fez no quarto.

– Princesa? - Chamou uma vez com o súbito medo de que ela houvesse ido embora ou mesmo nunca houvesse estado ali. Afinal, tudo aquilo podia muito bem não ter passado de um sonho como inúmeras vezes naquele mês sozinho acontecera com ele. - Princesa? - Chamou outra vez, já perdendo a esperança, olhando para cada canto daquele quarto, tentando encontrar qualquer resquício que provasse pra ele de que era real; de que ele havia encontrado sua princesa de novo; de que ela esteve outra vez em seus braços e de que, se dependesse dele, de lá nunca mais sairia.

Até que em meio a penumbra do quarto, a porta do banheiro se abriu e de lá, ela saiu... Mais linda do que ele jamais havia visto. Vestida com uma camiseta sua e um bermudão também seu, que não a deixaram em nada masculina, muito pelo contrário, deram até um charme a mais em sua belas pernas torneadas. Para completar, seus cabelos estavam presos no alto em um coque desgrenhado que davam a ela um ar ao mesmo tempo sexy e pueril. Como ela conseguia? Ele se perguntou, olhos fixos nela, repletos de um desejo febril.

– Que foi? - Ela perguntou, ruborizando. - Por que tá me olhando assim?

Ele engoliu a seco, a saliva descendo queimando.

– Porque você é linda, Princesa. E eu nunca vou me cansar de dizer isso. - Felipe falou e seus lábios se inclinaram em um sorrisinho de lado. - Vem cá. - Ele esticou a mão, chamando-a, com voz sedutora, para que ela se sentasse em seu colo.

Obediente, Shirlei segurou a mão dele, e se sentou em seu colo se posicionando de lado. Felipe então enlaçou sua cintura, enquanto ela segurou seu pescoço mergulhando seus dedos, entre os fios dos cabelos de sua nuca, causando uma carícia deliciosa em Felipe, que contorcia a cabeça de um lado para o outro, tal qual um cachorrinho. Ela sorriu feliz por saber que conseguia proporcionar esse tipo de reação no namorado.

– Por que acordou tão cedo? - Felipe questionou. - Quando não te vi na cama, fiquei tão assustado... Achei que tivesse ido embora.

Antes de responder, Shirlei aproveitou que já estava segurando a nuca do namorado para trazer seus lábios de encontro aos seus e tascar um beijinho demorado e profundo. Lábios fechados.

– Eu jamais faria isso, príncipe. Você nem imagina a saudade que eu tava do teu beijo... - Shirlei ronronava, enquanto roçava os lábios por todo o rosto dele, olhos fechados. - Do teu toque... Do teu cheiro...

– Não mais do que eu, princesa. - Felipe respondeu, também ronronando, mexendo o rosto por onde os lábios de Shirlei deslizavam, as mãos adentrando a camisa dela e passeando por suas costas nuas. - Mas me responde, o que é que a mocinha tava fazendo acordada esse tempo todo, posso saber?

Essa era a pergunta que Shirlei estava tentando evitar desde que começará a sessão carícias, mas pelo jeito, Felipe não estava disposto a ceder. Droga!

Shirlei levantou a cabeça para encara-lo.

– Promete que não vai ficar zangado comigo? - Shirlei perguntou, assumindo em seu rosto uma expressão sapeca, típico de seu lado menina que ele tanto aprendera a amar com todas as suas forças.

Felipe Franziu a testa, sorrindo de lado.

– E por que eu ficaria? - Felipe respondeu com outra pergunta, provocando-a.

– Só promete. - Shirlei pediu, olhos bem abertos.

Felipe estreitou o olhar, desconfiado.

– Tá bom. Eu prometo. Fala.

Shirlei deu um suspiro profundo, tentando reunir coragem para o que ia dizer.

– É que... Eu comi todos os chocolates que tinham no frigobar. Tudinho. Num sobrou nenhum. É que eu acordei com uma vontade louca de comer chocolate. - Justificou ela, pedindo a Deus que ele não se zangasse, pois na cabeça dela, aquilo era inconcebível.

Entretanto, em vez disso, Felipe deu uma gargalhada asmática tão forte que jogou a cabeça pra trás. Shirlei piscou os olhos sem entender aquela reação e ficou esperando ele parar de rir para que ele pudesse explicá-la o porquê daquele gesto tão inesperado.

– Princesa, é sério isso? - Felipe questionou, ainda tentando conter o riso. - Eu aqui achando que você ia falar alguma coisa que ia me deixar extremamente abalado e você me vem com uma dessa. - Shirlei ruborizou e ele se sentiu mal por não ter levado a sério o que ela disse, então resolveu tentar dar um crédito aquela conversa que pra ele era completamente absurda. Mal sabia ele que aquilo tinha um grande sentido. Talvez o maior deles. E que quando ele viesse a descobrir, se arrependeria daquela gargalhada amargamente. - Tá, desculpa, princesa. Vai, me fala, quantos chocolates, cê comeu?

– Eu não sei exatamente, mas... Acho que uns oito ou nove.

Felipe arregalou o olhar.

– Minha nossa. Acho que eu não conhecia esse seu lado chocólatra.

Shirlei olhou para o lado, desconfiada.

– Sabe que nem eu.

– Mas, só pra você saber o quanto eu te amo, eu prometo que amanhã mesmo, eu vou comprar uma barra de chocolate bem grande só pra minha princesa.

Shirlei fez uma careta e colocando a mão sob a boca, fez menção de que a qualquer momento pudesse vomitar. Felipe Franziu a testa sem compreender absolutamente nada.

– Não, príncipe. Pelo amor de Deus, não faz isso. Eu juro pra você que não quero ver chocolate tão cedo na minha frente. Fiquei até meio enjoada só de pensar. - Shirlei falou, passando a mão no ventre e fazendo uma careta de náusea.

Felipe encarou a namorada completamente confuso. Mas resolveu deixar pra lá, afinal se ele tivesse comido oito chocolates também estaria querendo vomitar. Ao contrário de muitos, ele não era muito fã do tal doce.

– Princesa, será que agora a gente pode conversar? - Felipe questionou, mudando de assunto.

– Claro, príncipe. Acho que a gente tem muita coisa pra esclarecer. E quanto antes melhor. Evita mal entendidos.

– É sim. Como o fato do Adônis ter me afirmado com todas as letras que vocês voltaram o noivado.

Shirlei Franziu a testa, incrédula.

– O Adônis fez isso? Mas como...? Quando?

– Quando eu te encontrei desmaiada no shopping. Bem quando ele arrancou você dos meus braços. - Felipe disse essa última frase com pesar, expressão triste pela lembrança dolorosa.

Shirlei permaneceu alguns segundos em silêncio tentando processar aquela informação, até que...

– Então foi você quem me segurou quando eu cai...? Eu nunca imaginei... Você estava mesmo lá! - Concluiu, sorrindo com o olhar.

Felipe fez um carinho de leve no rosto de Shirlei com os dedos.

– Claro que eu estava, meu amor. E você nem imagina a Felicidade que eu fiquei quando eu te encontrei... Mas aí... - Felipe pausou, engolindo a seco, olhos marejados - Eu acabei descobrindo da pior maneira possível que você tá... - Felipe parou de falar, pois Shirlei pousou dois dedos sob os lábios dele, silenciando-o, antes que ele pudesse completar a frase com a palavra "noiva".

– Sssshhh! Num fala isso, príncipe! O Adônis mentiu pra você. Eu juro que ele mentiu. E eu nem sei porque já que eu sempre deixei muito claro pra ele o único tipo de relação que eu poderia ter com ele.

– Então por que você tá aqui? - Felipe questionou, com uma pontinha de indignação sua voz. - Hein, princesa? O que você tá fazendo aqui? Com ele? Será que dá pra você me explicar isso? Porque eu, sinceramente, não consigo entender.

Shirlei franziu o cenho sem compreender o porquê daquela pergunta, afinal, pra ela, aquilo era tão óbvio e ela tinha certeza de que Felipe sabia e a compreendia perfeitamente.

– Príncipe, achei que você tivesse compreendido o meu motivo.

– Que motivo? Se você não me deu nenhum.

– Como não? E a carta? Nela eu expliquei tudo com detalhes.

Felipe a encarou, incrédulo.

– Que carta? Do que você tá falando?

Shirlei se levantou do colo dele e cruzando os braços, encarou-o.

– Como que carta, príncipe? A carta que eu pedi pra Carmela te entregar antes que eu viajasse.

O mundo de repente parou de girar para Felipe e só agora ele conseguiu compreender o que estava acontecendo. Bateu as mãos nos joelhos e se levantou, a irritação estampada em seu olhar.

– Claro. A Carmela. - Foi só o que ele disse e Shirlei o encarou sem entender aonde ele queria chegar - Princesa, só pra que você saiba, a Carmela não me entregou porcaria de carta nenhuma, então eu estou há um mês sem notícia nenhuma sua e sem saber porque cargas d'Água você veio pra cá graças a sua irmãzinha. Desculpa, mas... Eu tinha que dizer isso senão eu ia explodir!

Shirlei arregalou o olhar. Nunca em sua vida tinha visto seu príncipe tão irritado.

– Ah, príncipe, vai ver, a Carmela não te encontrou e...

Sem paciência, Felipe passou a mão no rosto, levando a parar a frase no meio.

– Princesa, a Carmela teve apenas um mês pra me encontrar. Ela sabe onde eu moro. Sabe onde eu trabalho. E o que é ainda mais estranho... Eu fui lá três vezes e eu não me lembro dela ter mencionado carta nenhuma, então... Princesa, por favor - Felipe uniu as mãos em posição de Oração na altura dos lábios - Me escuta. Toma cuidado com a Carmela. Eu tenho medo do que ela pode fazer com você. Do que ela pode fazer com a gente. Se é que ela já não fez...

Shirlei piscou os olhos, incrédula. Então o mundo começou a rodar e ela só não caiu com a tontura porque se apoiou em uma das cadeiras do quarto.

– Príncipe, a Carmela, ela não... Ela não seria capaz de fazer nenhuma maldade comigo. Ela pode ser um pouco difícil, mas ela é minha irmã!

Preocupado, Felipe pegou a mão de Shirlei e puxou-a para si, abraçando-a com carinho e beijando o alto de sua cabeça.

– Princesa, eu sei que é doloroso ouvir esse tipo de coisa, mas pensa comigo... Se a Carmela quisesse mesmo me entregar essa carta, ela teria dado um jeito ou na melhor das hipóteses teria dito pelo menos que essa carta existia ou... - Felipe pausou e segurou os ombros de Shirlei, fixando os olhos nos dela. - Princesa, me responde uma coisa. A Carmela sabe o motivo porque você tá aqui?

Shirlei assentiu com a cabeça, os olhos marejados. Em seguida, enlaçou a cintura de Felipe, escondendo o rosto no tórax dele pra chorar.

– Viu, princesa? - Felipe disse, após tascar outro beijo em sua cabeça. - É como se a Carmela quisesse de alguma forma separar a gente, sei lá...

Shirlei levantou o rosto, banhado em lágrimas para encara-lo, Ainda com o queixo encostado em seu tórax.

– Mas por que, príncipe? Por que a minha própria irmã faria uma coisa assim?

Antes de responder, Felipe segurou o rosto da namorada entre as mãos e enxugou seu rosto com os polegares.

– Princesa, eu não queria te falar essas coisas, mas... A Carmela já se insinuou diversas vezes pra mim. Isso com a gente namorando.

Shirlei ficou enojada e se afastou de Felipe como se houvesse acabado de levar um choque.

– Para, príncipe! Para! Eu não quero mais escutar isso! - Shirlei tapou os ouvidos com as mãos. - Chega! A minha irmã não! Ela não pode ser tão cruel assim! Ela não!

Felipe se compadeceu da dor da namorada. Ele imaginava o quanto estava sendo difícil pra ela descobrir aquilo.

– Princesa, eu sinto muito... Mas eu precisava te dizer. Eu não aguentava mais te ver tão perspicaz pra algumas pessoas e tão ingênua pra outras.

Shirlei olhava de um lado para o outro como que tentando assimilar aquilo tudo.

– Você me disse que... Foi a minha casa três vezes pra saber notícias minhas. O que ela dizia? - Shirlei quis saber, e Felipe imaginou que agora talvez ela já estivesse tentando aceitar que Carmela fosse a cobra que ele concluirá que ela era.

– Nas duas primeiras vezes em que fui te procurar, ela tinha viajado para Paris. - Shirlei arregalou o olhar. - E na última vez, ela fez o favor de me dá o seu endereço, que era... - O olhar de Shirlei expressou um pouco de esperança que logo morreu quando Felipe concluiu seu raciocínio: - Obviamente, falso.

– Falso? Paris? Mas... Aonde ela conseguiu dinheiro pra... Meu Deus!

Felipe queria tanto não ter que dizer aquilo. Queria tanto não machuca-lá; não ter de vê-la chorar daquela forma, mas... Aquilo era necessário para que sua princesa não se enganasse mais. Nunca mais! Era um preço alto, mas tinha de ser pago.

– E..Eu preciso ir. - Shirlei gaguejou, olhos e nariz vermelho.

Felipe arregalou o olhar.

– O quê??? Não! Princesa, você não precisa ir. - Segurou a mão dela e puxou-a de volta para os seus braços e antes que ela pudesse fugir, aninhou seu rosto entre as mãos e olhou fixo em seus olhos. - Eu vou cuidar de você, meu amor.

– Então cuida. - Pediu Shirlei só que a voz saiu com uma pitadinha de malícia.

Foi aí que Felipe sorriu, e entendendo muito bem o recado, segurou a mão de Shirlei e os dois se dirigiram até a cama. Chegando lá, ela se sentou no colo dele, um joelho de cada lado de suas coxas, enquanto ele segurava suas nádegas. Então ela inclinou o rosto e pressionou os lábios contra os dele.

No início o beijo foi do tipo preguiçoso, com as línguas explorando os recônditos das bocas de ambos, mas a medida que o tempo passava o beijo foi se tornando mais voraz, mais ansioso, mais molhado com ambos querendo mais um do outro. E quanto mais o beijo se aprofundava, mais Felipe apertava as nádegas de Shirlei e mais ela rebolava, provocando-o.

Entre um beijo e outro, Shirlei levantou os braços para que Felipe pudesse retirar sua camiseta e quando ele o fez, pôde segurar seus seios, massageia-los, abocanha-los e suga-los, um de cada vez, dando especial atenção e arrancando gritinhos agudos de sua amada que arqueava a coluna para trás em resposta.

Depois disso foi a vez dela proporcionar a ele esse tipo de prazer, e ela não estava para brincadeira naquela noite. Ou será que estava? Pousando as mãos no tórax dele, Shirlei o empurrou para que ele se deitasse e se inclinando sobre ele, começou a beija-lo ali e lamber, além de arranha-lo com os dentes, torturando-o. Felipe entreabriu os lábios quando uma onda de prazer percorreu seu corpo inteiro e tornou seu membro rijo. Felipe pensou mais uma vez no quanto sua princesa estava se mostrando fogosa ultimamente.

Então Shirlei voltou os lábios de volta para os dele que a beijou de volta com uma agressão quase fora de controle. Foi aí que antes que ela se desse conta, Felipe já tinha retirado o bermudão que ela usava e se encontrava com os lábios dando voltas ao redor de seu ventre que, devido a gravidez, se encontrava redondinho. Felipe levantou a cabeça ao perceber aquele pequeno detalhe apesar de não compreender. Shirlei sorriu e imaginou a carinha dele ao descobrir. Segurou os cabelos dele, fazendo um carinho e incentivando-o a continuar seja lá o que estivesse fazendo. Após alguns segundos, Felipe voltou a beijar seu ventre e descendo os beijos, chegou em seu recôndito mais profundo, degustando de sua feminilidade e preparando o corpo de sua namorada para recebê-lo. Shirlei mordeu o dedo indicador diante das investidas da língua de seu namorado. Então, por fim, Felipe, Sem mais aguentar e com o membro já explodindo, investiu dentro dela com força, beijando-a para calar os gritos de dor e prazer que ambos sentiram. Para em seguida vir com outra estocada, ainda mais forte, deixando mais claro o quanto estavam desesperados um pelo outro, o quanto estavam ansiosos por essa união de corpos. A partir daí veio outra e outra e outra e o ritmo se tornou frenético e incrivelmente excitante até que o clímax veio com uma força arrebatadora, intensa... então o ritmo foi diminuindo e diminuindo e diminuindo até que ambos ficaram imóveis por alguns segundos, tremendo, o suor descendo, fazendo-os quase escorregar um no outro, os sorrisos se misturando com as respirações ofegantes e com os beijos trocados com dificuldade.

Então mais uma vez exausta, Shirlei dormiu com o corpo encaixado perfeitamente no dele.

***************************************

No dia seguinte, Shirlei acordou bem cedo e disse para Felipe que precisava ir pra casa, pois seu irmão ficara preocupado com sua fugidinha da noite anterior. Mas aquilo tudo não passava de uma mentira para a bela surpresa que estava preparando para o seu príncipe enquanto ele tomava banho.

Tinha de ser rápida já que como bem conhecia Felipe, ele não demorava mais do que vinte minutos no banheiro. Tudo bem, como ela conhecia Santiago como a palma da mão, pelas vezes em que vinha visitar o ex noivo, sabia que ali perto tinha uma lojinha onde poderia encontrar tudo de que precisava para surpreender seu amor.

Como esperado, e com tudo preparado, vinte minutos depois, Felipe saiu do banho, toalha branca amarrada na cintura.

A primeira coisa com que Felipe se deparou foi com um cartão colado na porta do banheiro com os seguintes dizeres:

"Bom dia, príncipe! Há um mês atras, você me proporcionou os melhores quinze dias da minha vida, agora é a minha vez de te surpreender. Por isso... O primeiro passo é seguir o caminho das flores! Beijos, sua eterna princesa, Shirlei!"

Felipe sorriu diante da surpresa, mal sabendo ele o que viria a seguir.

Saiu do banheiro a procura do tal caminho das flores e se deparou com umas pétalas jogadas no chão. Seguiu-as, com um sorriso bobo no rosto até chegar na cama onde havia mais pétalas só que no formato de um coração bem grande. E no centro dele, uma pequena caixinha azul amarrada com um laço vermelho junto a um envelope amarelo onde estava escrito: "Para Felipe".

Felipe olhou de um lado para o outro a procura de Shirlei, mas ela não estava em lugar nenhum. Pensou que talvez não fosse Ainda a hora dela aparecer. Respeitaria isso. Então se sentou na cama e pegou o envelope com curiosidade, retirando de lá um bilhete, onde estava escrito:

" Ainda nem te conheço, mas tenho certeza absoluta que irei te amar muito." P.s: Para entender, abra a caixa."

Felipe Franziu a testa. Não conseguiu compreender uma só palavra do que estava escrito. Entretanto, algo em seu íntimo fez seu coração disparar.

Então, com as mãos trêmulas, pelo impacto que aquela frase lhe causou, Felipe puxou o laço devagar e ao abrir a caixa, seus olhos mal puderam acreditar no que estavam vendo. Tratava-se de dois sapatinhos brancos. De bebê. Foi aí que lágrimas de uma Felicidade inexplicável se formou nos olhos de Felipe.

– Príncipe? - Shirlei o chamou, a voz embargada pelo choro que também derramava por vê-lo ali tão emocionado quanto ela.

Ele levantou a cabeça e se deparou com ela segurando o ventre como que acariciando-o.

– É sério, princesa? - Ele perguntou, a voz quase falhando. As lágrimas se derramando no rosto e um sorriso querendo se formar a todo custo.

– É, príncipe. Você vai ser papai e eu vou ser mamãe. Eu tô grávida.

Felipe abriu um sorriso tão largo que mal cabia em seu rosto, então ele pegou os sapatinhos e chegou perto de sua namorada e segurando o rosto dela entre as mãos, beijou-a diversas vezes.

– Brigado, brigado, brigado, brigado, meu amor. Brigado por me fazer o homem mais feliz do mundo!

Então ele caiu ajoelhado, e abraçou o ventre dela, arrancando tanto lágrimas como sorrisos dela. Depois ele subiu a blusinha dela e vendo o ventre dela bem redondinho, ele deu um beijo beeeeem demorado ali. Depois ele levantou o olhar pra ela, que segurou os cabelos dele, fazendo cafuné.

– Princesa, tem um pedacinho da gente aqui dentro.

Shirlei soltou um todinho, enxugando um lágrima furtiva.

– Tem sim, meu amor. Um principezinho ou uma princesinha.

Felipe voltou a beijar o ventre dela.

– Oi você aí dentro, eu sou o seu papai. Sabia que eu amo muito a sua mamãe? E que a gente já te ama muito? Vem logo, viu? A gente tá te esperando e vai preparar um quarto bem bonito pra quando você chegar e...

Shirlei escutava aquilo, sorrindo e imaginando que se Felicidade existia, ela acabara de encontrar junto ao seu amor.

***************************************

– Como assim, a Shirloca não apareceu hoje aí Ainda? - Carmela perguntou para Adônis ao telefone. - Droga, seu energúmeno, você tem de descobrir aonde ela se enfiou e com quem. Será que sou eu que tenho que fazer tudo sozinha. Que amigo gay? Do que você tá falando? Deu em cima de você? Não. Eu não conheço nenhum amigo gay dela! Qual o nome dele! Mas é um incompetente mesmo! Esqueceu o nome dele! Mas nem uma informação como essa sabe guardar! Mas que droga, Adônis! Não! Fica na tua e segue com o plano! Claro! Já sabe como fazer. Todas as vezes que a mosca morta inventar de voltar para o Brasil você inventa uma recaída e vai parar no Hospital. Três dias no mínimo. Sim, Adônis. Três dias. Como você quer que ela acredite em um câncer se você só passa um dia? Sai três dias e acabou. Eu mando dinheiro pra aquele falso médico pra isso ora!!!! Três dias e se chiar, vai ser quatro! Não. Fui lá casa dele e a tal da Cris disse que ele viajou mas a tonta não quis me dizer pra onde, mas ainda vou descobrir. Mas fica de olho e vê se descobre onde ela se enfiou. Logo mais à noite eu te ligo, e vou logo avisando que quero o paradeiro da Shirlei senão... Já sabe! Outro pra você! Até mais tarde!

E desligou, desconfiada.

– Mas onde será que a songa monga tá? Eu só espero que esse sumiço do gogoboy seja apenas uma bela coincidência. Amanhã investigar isso porque se for contar com a competência de uns... - Falou para si mesma. - Mais meia hora, por favor, depois desse telefonema, acho que preciso de mais uma sessão. - Disse para a massagista já se deitando, enquanto a profissional tentava encontrar os pontos de tensão da megera.


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