Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 37
Capítulo 37




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714874/chapter/37

Trigésimo Sétimo Capítulo ❣️

Logo após assinarem o contrato, Tarcisio deu a Felipe um molho de chaves e explicou para ele a qual porta e portão cada uma pertencia. Também fez questão de dar uma volta com o casal para mostrar o resto do lugar, seus problemas e soluções, que agora pertenciam a eles, bem como todos os animais e plantações. Quando tudo estava terminado já era tarde e Tarcisio, apesar de já ter cancelado o jantar com sua mãe, teve de ir embora mesmo assim. Enquanto o casal, exausto, resolveu ficar mais um pouco, deitado em uma rede confortável que ficava na varanda do casarão principal e dava vista para quase toda a imensidão do sítio.

– Huuum - gemeu Shirlei, que estava deitada por cima de Felipe, abraçada por ele, cabeça em seu peito desnudo, pés se enroscando nos dele, enquanto seu indicador desenhava algo em seu abdome. - Tá tão bom aqui. Com você. Nessa rede. Mas já tá ficando tarde e a Dona Francesca a essa hora já deve tá ficando preocupada.

– Duvido. - Felipe falou, enquanto puxava com carinho alguns fios de cabelo da namorada. O outro braço apoiando a cabeça. - Sabendo que cê tá comigo, garanto que a sogrinha deve tá super tranquila. - Diante daquela resposta, Shirlei beliscou o abdome do namorado, causando nele uma leve dor, levando-o a dar risada. - Ai, princesa! Que violência é essa? Falei alguma coisa de errado?

Shirlei levantou o rosto para encara-lo, expressão sapeca no olhar.

– Tá todo convencido, né? Se achando...

– Eu tenho culpa se a sua mãe me adora e confia em mim? Hein? Hein? - Felipe questionou a namorada, apertando-a em seus braços e enchendo-a de beijos por todos os lados do pescoço, rosto, ombros, provocando-lhe cócegas e arrepios.

– Para, príncipe! Para! A gente vai acabar caindo dessa rede! Paraaaaa! - Pedia Shirlei se contorcendo toda dentro da rede que se balançava de um lado para o outro.

– Tá bom, parei. - Felipe disse, com o nariz enfiado no pescoço de Shirlei e rindo da própria brincadeira. - Mas... sabe que eu acabei de ter uma ideia muito boa aqui...

– Ai meu Deus, que tipo de ideia? - Shirlei questionou, segurando o rosto dele entre as mãos, olhos fixos nos dele.

– Bom, pensa comigo... você não pode dormir lá no meu apartamento por causa da Dona Vitória e eu não posso dormir na sua casa por causa da Carmela, então que tal se a gente dormisse aqui... No sítio, hein? Sem ninguém pra atrapalhar... Só nós dois... sozinhos... Nesse silêncio e friozinho... - Felipe arqueou as sobrancelhas, sorriso malicioso.

Shirlei sorriu, tentada com a proposta.

– Mas, príncipe, a gente não trouxe nada pra cá. Nenhuma roupa, nada...

Felipe se aproximou do ouvido dela e com os lábios roçando sua orelha, sussurrou:

– É, mas que eu saiba, roupa é o que a gente anda menos precisando ultimamente, princesa... - Shirlei ruborizou e Felipe mordiscou o lóbulo de sua orelha, sorrindo pela sua reação. - Então... Qual a sua resposta?

Shirlei, que também sabia seduzir quando lhe convinha, mordiscou o queixo do namorado.

– Consegue adivinhar...?

Felipe sorriu, satisfeito, e se ajeitando, posicionou Shirlei em seus braços de maneira que carregou-a no colo até a suíte principal do casarão que ainda era desconhecida para o casal.

Chegando lá, Shirlei teve de descer do seu colo para que ele pudesse pegar a chave que dava acesso à suíte. Quando Felipe abriu a porta, o casal ficou encantado, tamanho era o quarto, que tinha até uma cama de encosto ornamental e provinciano, e uma salinha com sofás de estofado antigo que davam vista para uma linda lareira.

– Nossa, que quarto lindo, príncipe! - Exclamou Shirlei, com um sorriso aberto e os olhos brilhando ao percorrerem todo o local. - Tem até uma lareira. Que incrível!

Felipe se aproximou da namorada e abraçando sua cintura por trás, beijou seu pescoço demoradamente.

– Também achei, princesa. É lindo mesmo. E essa lareira veio bem a calhar porque esse friozinho tá de matar. Você me espera aqui enquanto eu vou lá fora vê se encontro lenha pra acender ela?

Shirlei concordou com a cabeça e virando o rosto na direção do namorado, recebeu dele um beijo nos lábios antes de vê-lo sair do quarto em busca de lenha.

Quinze minutos depois, ele voltou e acendeu a lareira com alguns pedaços de lenha que encontrou, então os dois para ficarem bem aquecidos permaneceram sentados no tapete em frente à lareira. Shirlei estava posicionada no meio das pernas de Felipe, costas encostadas em seu tórax, cabeça deitada em seu ombro, enquanto os braços dele abraçavam sua cintura e seus lábios brincavam com seu pescoço.

– Príncipe, posso dizer uma coisa? - Shirlei quebrou o silêncio, pois tudo que se ouvia ali era o crepitar das chamas do fogo da lareira.

– Tudo que quiser, princesa. Sabe disso.

– Tá tudo tão perfeito... tão maravilhoso, que... - Shirlei começou a falar, mas foi interrompida bruscamente por Felipe que virou sua namorada de frente para ele e segurou seu rosto entre as mãos. Então percebeu que havia lágrimas em seus olhos.

– Ei, cê tá chorando, princesa? Quê que foi? Foi alguma coisa que eu fiz? Ou disse? - Felipe questionou extremamente preocupado.

– Não. Claro que não. Você é sempre maravilhoso comigo. Mas é que... Não sei, príncipe... De repente, me bateu uma angústia que... eu não sei explicar...

Felipe olhava nos olhos dela, tentando decifrar o que a afligia daquela maneira. Então ele a puxou para dentro de um abraço bem aconchegante e beijou o alto de sua cabeça, enquanto suas mãos massageavam as costas dela.

– Princesa, fica tranquila... Eu tô aqui. E nunca vou te deixar. Nunca. Ouviu bem?

Shirlei levantou o rosto para encara-lo.

– Num deixa. - Ela implorou por meio do olhar e lábios entreabertos.

Ele sorriu e segurando o queixo dela entre o polegar e o indicador, capturou os lábios dela com os seus em um beijo suave, porém avassalador.

Depois disso, Felipe deslizou o casaquinho pelos ombros dela, retirando-o bem devagarinho e descendo os beijos pelo pescoço dela, começou a baixar a alça de seu vestido. Ao mesmo tempo, Shirlei, já com os dedos trêmulos pelo desejo começava a desabotoar a camisa dele. Felipe soltou o ar várias vezes, deixando-a se livrar de sua camisa. Logo após, ela espalmou as mãos no peito largo, sentindo os músculos que sua pele já reconhecia muito bem e descendo, desabotoou o botão da calça dele. Felipe por sua vez, puxou Shirlei para si e com as mãos, levantou o vestido por cima da cabeça dela, deixando-a apenas com suas peças íntimas. E que peças! Pensou ele, extasiado, ao se deparar com o conjunto vermelho que ela usava naquela noite.

Shirlei então deitou sobre o tapete sob o olhar atento e faminto do namorado que se posicionou estrategicamente ajoelhado à frente dela. Foi aí que ele colocou o pé direito dela apoiado em seu ombro e foi beijando-a a partir do tornozelo, passando pela perna até a parte interna da coxa, chegando a arrepia-la, principalmente pelo olhar voraz dele que não desviava do dela nem por um segundo. Depois ele se apoiou nos cotovelos, pairando por cima dela e a beijou com sofreguidão. Em resposta, Shirlei massageou as costas dele com as mãos, fazendo pressão ali, ao mesmo tempo que suas unhas também cravavam, deixando marcas e arrancando dele gemidos que só ela conseguia produzir nele.

Depois disso, os beijos quentes e úmidos dele começaram a descer pela linha do pescoço, busto, abdome, fazendo Shirlei arquear as costas na direção dele, deixando o seu corpo todo incendiado e ela completamente molhada pelo desejo incontrolável. Mas algo inesperado aconteceu ali em meio aquele momento mágico... Enquanto Felipe lhe proporcionava ondas inexplicáveis de prazer, ela não pôde deixar de sentir que algo a incomodava e uma lágrima furtiva desceu rolando por sua face, sendo imediatamente enxugada por ela antes que seu namorado visse e aquilo pudesse estragar aquela noite tão perfeita.

***************************************

– Cara, pensei que você não viesse hoje! Sabe que hoje é um dia importante pra gente, né? - Henrique comentou ao entrar no escritório de Felipe, encontrando-o concentrado em seu notebook.

Felipe levantou o olhar para o amigo.

– Foi mal, cara! Sei que tô atrasado. Mas é que o sítio fica a quilômetros daqui e a Shirlei acordou hoje insaciável, sabe como é, né?

– De que sítio, cê tá falando, cara?

– Longa história. - Felipe resumiu ao se levantar da cadeira. - Depois eu te conto. Vamos começar logo com a Campanha dos Perfumes? Porque hoje, não sei se você se lembra, mas... eu completo o décimo quinto dia com a Shirlei, portanto, terei de sair cedo.

– Cara, fala sério! Décimo quinto dia... já? E aí? Vai mesmo continuar com aquela ideia maluca?

– De maluca essa ideia não tem nada. Pelo contrário, eu nunca tive tanta certeza de uma coisa como eu tenho do que eu vou fazer hoje!

– Ok. Cê quem sabe. Conta comigo então. - Henrique segurou o ombro do amigo - Porque de uma coisa, eu tenho certeza... Vocês se amam. - Ele constatou e puxou-o para um abraço fraterno e apertado. - Mas... olha só, desculpa, mas isso fica comigo. - Henrique tomou o celular da mão de Felipe, que resmungou.

– Ei, cara, me dá meu celular! Tá maluco?! - Felipe tentava pegar o celular, mas Henrique o escondia atras dele.

– Nada disso. Hoje precisamos de você totalmente concentrado na Campanha, portanto, nada de Shirlei até que tudo tenha terminado. E isso é uma ordem!

Felipe fechou a cara, mas sem remédio, e sabendo que Henrique em certa parte estava certo, deixou que o amigo confiscasse seu celular.

– Tá certo. Vamos então. Porque agora mesmo é que eu quero terminar o mais rápido possível essa droga de Campanha.

Henrique riu do amigo ao mesmo tempo que enfiava o celular dentro da gaveta da mesa do escritório, então os dois saíram para trabalhar.

Três horas depois, Felipe e Henrique já estavam quase finalizando a Campanha quando Marina entrou no estúdio sobressaltada.

– Seu Felipe, Seu Felipe! - A secretaria chamou, fazendo gesto com a mão.

Imediatamente, Felipe deu uma desculpa qualquer e umas instruções para o fotógrafo e rumou até onde ela estava.

– Que foi, Marina? Aconteceu alguma coisa? Que cara é essa?

– É a Shirlei. - Felipe arregalou o olhar. - Ela disse que já ligou umas dez vezes no seu celular e você não atende, então ela resolveu ligar aqui para Peripécia.

– Mas o que aconteceu? Ela disse alguma coisa? - Felipe questionou, a voz exprimido preocupação.

– Não, mas... - Marina pausou, olhando para os lados como que criando coragem para o que ia dizer.

Impaciente, Felipe segurou os braços de Marina, balançando-os.

– Mas o quê? Fala, Marina! - Esbravejou Felipe, agoniado.

Henrique chegou e estranhou a cena.

– Felipe, qual foi cara?! Por que tá segurando a Marina desse jeito?

– Mas... - Marina voltou a falar. - Acho que a Shirlei tava chorando. Não sei. Foi o que me pareceu.

– Chorando? A Shirlei tava chorando? - Felipe agora se encontrava extremamente preocupado. Encarou Henrique. - Viu? Que ideia idiota essa sua de confiscar meu celular. Agora a Shirlei tá com problemas e eu não tô lá pra ajudar ela!

Henrique arregalou o olhar.

– Hey, cara, relaxa aí! Porque agora não adianta encontrar o culpado pra isso ou aquilo... Vem! Pega a chave do carro! Eu dirijo. Porque você, irmão, não tá em condições pra isso.

– E a Campanha como fica? - Perguntou Felipe, expressão irônica no olhar.

– Que se dane! O importante agora é saber o que aconteceu com a sua namorada. - Felipe ficou de cara com a atitude do amigo. - Vambora, cara?! Tá aí parado, por quê?

E eles foram o mais rápido possível. Por sorte o trânsito estava bem tranquilo, mas mesmo assim, Henrique quis mostrar eficiência, cortando todos os carros que via na sua frente.

A intenção de Felipe e Henrique era ir até a casa de Shirlei, mas ao atravessarem a rua da Cantina, perceberam algo estranho, não condizente com o normal, por isso, resolveram primeiramente averiguar o que estava havendo ali antes de seguirem para o seu destino.

– A Cantina fechada em dia de semana? Tá sabendo de alguma coisa, Felipe? - Henrique questionou, segurando um dos cadeados que trancava o portão da Cantina.

– Nada. - Respondeu Felipe, mãos apoiadas na cintura. - Tô tão surpreso quanto você.

– Príncipe! - Gritou Shirlei de algum lugar, chamando a atenção de Felipe, que se virou em direção a voz quase de imediato. E abriu os braços para recebê-la em um abraço apertado, pois a mesma vinha em sua direção correndo, olhos e nariz vermelho de tanto chorar.

– Tô aqui, princesa... Ssshhh... Num chora... tô aqui... - Felipe falava, embalando-a e beijando o alto de sua cabeça repetidamente.

Henrique ficou compadecido, mas não sabia o que fazer nem como agir, por isso permaneceu parado onde estava, mãos enfiadas nos bolsos.

– Princesa - Felipe segurou o rosto dela entre as mãos, enxugando suas lágrimas com os polegares. - O que aconteceu?

Antes de responder, Shirlei se virou em direção à Henrique.

– Henrique, a Tancinha... Ela... Tá lá em casa e...

– Entendi. Ela tá precisando de mim... Felipe, tô pegando o carro emprestado, e... daqui a pouco venho te pegar. - Henrique disse já se dirigindo ao automóvel estacionado bem perto dali.

Felipe segurou as mãos da namorada e puxou-a até um banquinho, então posicionando-a em seu colo, abraçou sua cintura com carinho.

– Então, princesa, será que agora você pode me contar o que aconteceu?

Shirlei então começou a explicar, a voz fanhosa pelo choro.

– É que... Você não sabe, mas quem deu essa Cantina pra Tancinha foi o nosso pai. - Fungou antes de continuar. E Felipe beijou o ombro dela, dando força. - O que eu não sabia e o que a Tancinha escondeu da gente é que o pai antes de morrer contraiu um monte de dívidas, então pra poder saldar elas, ela teve que hipotecar a Cantina.

– Pra quem ela hipotecou? - Felipe quis saber já na intenção de resgatar a Cantina.

– Aí é que tá o problema. A Tancinha falou que antes o credor era um tal de Lorival e que ele era amigo do pai, então ele nunca ia ter coragem de cobrar a dívida. Só que parece que alguém pagou todas as dívidas para o tal Lorival e... Agora a gente tá devendo pra essa pessoa que tá exigindo que a gente pague a dívida imediatamente ou... essa pessoa vai tomar a Cantina da gente. Só que, príncipe, a gente num tem esse dinheiro todo. E... A Cantina é a única lembrança que ainda resta do pai, entende?

– Claro que eu entendo, princesa. - Felipe deu mais um beijo no ombro dela. - Mas... Alguém sabe quem foi essa pessoa que saldou as dívidas? Ou seja, o novo credor de vocês?

– Pior que não. A única pista que a gente tem é que se trata de uma mulher... o que não é lá grande coisa.

Felipe ficou pensativo.

– Princesa, fica tranquila. Eu prometo pra você que eu vou dar um jeito nisso, pra você e sua família não perderem a Cantina. Mas por favor não chora, isso acaba comigo. - Pediu ele, fazendo um carinho de leve no rosto dela.

Ela forçou um sorrisinho triste.

– Você me ama mesmo, né, príncipe? A minha mãe sempre diz que é nos momentos difíceis que a gente vê quem tá do nosso lado... Quem sofre a nossa dor.

Felipe sorriu com ternura e segurando o rosto dela entre as mãos, selou os lábios dela com um beijo bem demorado para em seguida afirmar com todas as letras:

– A sua dor é a minha dor, princesa. Tudo que você sente, eu sinto. A gente é um só, meu amor. Nunca se esqueça disso, tá?

Shirlei sorriu, chorando, só que dessa vez, as lágrimas eram de emoção. E os dois se abraçaram forte, selando aquele momento de íntima e profunda cumplicidade.

Logo depois disso, Henrique chegou com o carro e os levou para casa de Shirlei onde Felipe pôde conversar com Dona Francesca e Tancinha a respeito da Cantina. Tanto Felipe quanto Henrique prometeram que iriam contratar os melhores advogados do país para não só descobrir de quem se tratava o novo credor bem como uma maneira de saber a dívida para que a família Rigoni de Miranda não pudesse perder seu estabelecimento. Com tudo resolvido, as mulheres Rigoni ficaram bem mais aliviadas e Shirlei pôde enfim aproveitar do décimo quinto dia como havia pedido seu namorado com todo carinho. Então o início dele se deu com a chegada de um grande pacote as dezoito horas a casa de Shirlei.

– Madona mia, ma esse é dos grandes hein filha?! Ma o que será que tem dentro? Que até eu tô curiosa. - Comentou Dona Francesca ao entregar o pacote para Shirlei que estava no quarto sentada em sua cama.

Shirlei abriu um sorriso de canto a canto da orelha e segurando o pacote, pegou o envelope que estava fixado no canto superior dele. Abriu-o e começou a ler o bilhete que havia dentro dele.

" O príncipe Felipe convida a princesa Shirlei a participar de um baile que será dado em seu majestoso castelo. A carruagem real chegará às vinte horas. Não se atrase!"

Shirlei sorriu, encantada. Mais uma vez seu príncipe conseguia surpreendê-la. Curiosa, abriu o pacote e seus olhos brilharam ao se depararem com um esplendoroso vestido de princesa, uma tiara de pérolas e sapatos que mais pareciam terem sido feitos de cristal.

– Madona mia! - Exclamou Francesca com a mão no peito, olhos arregalados. - Vem, eu vou te ajudar a se arrumar porque esse seu príncipe merece que hoje você esteja deslumbrante, filha!

– Merece mesmo, mãe. - Shirlei concordou, já correndo para o banheiro a Fim de tomar um banho para logo começar a se arrumar.

***************************************

Como de costume, pontualmente, Shirlei já trajada em seu vestido e acessórios estava esperando na calçada quando de repente uma limusine branca apareceu a sua frente e lá mal pôde acreditar que aquela se tratava de sua carruagem até que o motorista desceu dela e abrindo a porta, estendeu a mão para ela e disse:

– Princesa Shirlei, seu príncipe a aguarda, ansioso, então queira entrar, por favor.

Shirlei ruborizou e engoliu a seco, mas segurando com uma mão o vestido, pousou a outra mão na dele que segurou e a ajudou a entrar na limusine.

Lá dentro, Shirlei sorriu extasiada, pois nunca em sua vida havia entrado em um carro luxuoso como aquele. Olhou para frente e lá estava um lindo buquê de orquídeas. Pegou-o e depois de se inebriar com o cheiro que elas exalavam, pôs-se a ler o bilhete que havia em meio a elas.

"Só pra te lembrar de como tudo começou... Te amo!"

Shirlei sorriu com ternura se lembrando do primeiro buquê que ele havia mandado para ela como pedido de desculpas. E da mensagem que deixou no IG dele. E só agora se deu conta do quanto foi bom tê-lo respondido e de como não se arrependia de nenhum detalhe do que havia acontecido entre os dois.

De repente, em meio aos pensamentos dela, a limusine parou e o motorista abriu a porta estendendo outra vez a mão para que ela pudesse descer do carro. Sem nem mesmo prestar atenção, Shirlei segurou a mão dele... Ops! Mas aquela mão... Não. Não era a do motorista. Aquela mão Shirlei conhecia muito bem, pois ela já havia sentido aquele toque suave em todas as partes de seu corpo. Aquela mão era irreconhecível para ela...

Era a mão de seu príncipe.

Sorriu para ele, que retribuiu com a mesma intensidade enquanto a ajudava a descer do veículo com toda delicadeza.

– Princesa, cê tá muito linda... Tá deslumbrante! - Felipe disse e beijou a mão dela tal qual um cavalheiro com os olhos cravados nos dela.

– Você também tá tão lindo... Um príncipe moderno. Amei. - Shirlei disse, olhar apaixonado para a vestimenta dele: calça jeans surrada, camisa branca, colete preto e chapéu preto combinando.

– Pronta para o nosso baile? - Ele questionou, oferecendo o braço dobrado dele para que ela passasse o braço por dentro.

Ela sorriu com os olhos.

– Pronta.

Então os dois de braços dados seguiram por um jardim lindíssimo, todo decorado com flores até um salão que mais parecia um daqueles salões de castelo mesmo.

Lá Felipe soltou o braço dela por alguns segundos apenas, tempo suficiente para retirar o chapéu e fazendo uma pequena mesura, propor:

– Princesa Shirlei, me concede o prazer dessa contra dança?

Shirlei sorriu com o gesto e já ia protestar o fato de que ali não havia música até que, de repente, uma música suave e linda começou a tocar. Então Shirlei segurou o vestido mas duas pontas e se baixou como as princesas faziam antigamente ao aceitarem dançar com alguém.

– Claro. - Respondeu, encarando-o com um sorriso apaixonado.

Foi aí que Felipe com uma mão segurou a mão de Shirlei e com a outra segurou sua cintura e puxou-a para si, colando seus corpos. Shirlei por sua vez segurou sua nuca, fazendo carinho, enquanto os dois dançavam embalados pela música.

Os corações em um mesmo compasso, as respirações ofegantes pelo simples fato de estarem próximos. Incrível como seus corpos reagiam na fricção de uma inocente dança.

– Quando eu penso que você não vai conseguir mais me surpreender... - Comentou Shirlei no ouvido de Felipe.

– Você ainda não viu nada. - Felipe respondeu, então de repente do alto começaram a cair pétalas de rosas amarelas sob a cabeça dos dois. Shirlei levantou a cabeça sorrindo como uma criança, tentando pegar as pétalas, extasiada, e começou a rodopiar pelo salão sob o olhar atento do namorado que guardava aquela imagem dela no coração.

Depois disso, Felipe chegou perto dela e segurando sua mão, entrelaçou seus dedos, e puxou-a.

– Vem comigo, princesa.

Então os dois saíram correndo dali até uma ponte bem iluminada onde Felipe parou de frente para ela. O coração de Shirlei disparou. Algo dizia para ela que aquele momento era importante. O mais importante de todos. Por quê? Ela não sabia, mas sentia.

Felipe retirou o chapéu e encostou no peito e com a outra mão, segurou a mão dela, mais precisamente os dedos, então os olhos de Felipe ficaram marejados e com um meio sorriso trêmulo, ele começou a falar:

– Princesa, eu posso te dar mais que beijos apaixonados e... fazer tantas juras de amor eterno forem necessárias para que você acredite no quanto eu te amo. Mas... O que eu quero te propor a partir de agora, além de todo esse amor que não cabe mais no meu peito é uma vida inteira de sonhos realizados, aventuras, companheirismo e cumplicidade... Felipe engoliu a seco. - Então pra você entender o que eu estou querendo dizer, princesa, o berloque do décimo quinto dia é esse aqui...

Shirlei piscou várias vezes, contendo as lágrimas que começavam a se formar diante da declaração tão linda e um pouco misteriosa de seu príncipe.

Foi então que ele jogou o chapéu longe e enfiou a mão no bolso a procura do berloque que levou Shirlei a franzir a testa com curiosidade, mas quando Felipe ia retirando o objeto misterioso de dentro do bolso, algo muito estranho aconteceu... Tudo naquele lugar se apagou.

Um verdadeiro blecaute ocorreu. Não se via um palmo diante do nariz. Shirlei ficou assustada. Quis abraçar seu namorado, mas não o encontrou de imediato. Segurou as barras da ponte, assustada.

– Príncipe? - Chamou. Mas não houve resposta. - Príncipe, que brincadeira é essa? - Shirlei achou que aquilo fazia parte da surpresa, apesar de não ter gostado nenhum pouco daquela parte. - Príncipe!

Entretanto, aquilo não fazia parte da surpresa coisa nenhuma. Antes fosse, pois assim Felipe agora não estaria amarrado a uma cadeira, desacordado. E uma mulher louca não estaria gargalhando às custas do casal que nem imaginava o que estaria prestes a acontecer a partir dali.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quando o Amor acontece" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.