Quando o Amor acontece escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 21
Capítulo 21




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Vigésimo Primeiro Capítulo ❣️

A dor de Felipe foi sentida no fundo da alma de Shirlei. E aquele silêncio que caiu entre os dois foi torturante para ela, principalmente pelo fato de que Felipe não a encarava nem por um segundo. Tudo que se escutava ali naquela noite era o barulho do barco navegando contra o mar e o fungado intermitente do nariz vermelho de Felipe.

– Felipe, se você me deixar explicar... - Pediu Shirlei, quase implorando, a voz embargada por tentar engolir o choro. - Tenho certeza que cê vai entender.

Demorou um pouco, mas Felipe enfim levantou a cabeça e encarou-a. Um olhar frio, distante, indiferente... Como ele nunca havia olhado para ela antes. Então antes de responder, com a mão direita, ele enxugou uma lágrima furtiva que escapou de seu olho esquerdo.

– Vai. Fala. Eu tô ouvindo, Shirlei.

Ouvir o próprio nome através dos lábios dele em vez do apelido carinhoso como ele sempre costumava chamá-la foi como uma espada rasgando seu coração. Ainda mais quando a voz dele saiu dura e fria como um cubo de gelo.

– Felipe... - Engoliu a seco - É verdade que eu falo com o Adônis todos os dias. A Tancinha não mentiu. - Felipe trincou os dentes - Mas não é como você tá pensando...

– Não? E como é, Shirlei?

– A gente se fala como amigo. - Respondeu Shirlei, imaginando e se iludindo que aquilo pudesse explicar tudo. Mas para sua inteira decepção, a coisa não era bem assim.

Felipe a encarou como que analisando aquela frase. A expressão em seu rosto era enigmática. Depois ele virou o rosto de lado e quando voltou a olhar em seus olhos, uma risada sarcástica saiu de seus lábios.

– Claro! Como eu num pensei nisso antes? Você tá segurando ele, Shirlei. - Shirlei franziu a testa - Porque se esses quinze dias num derem certo, você volta pra ele como se nada tivesse acontecido. - Shirlei franziu ainda mais a testa e Felipe começou a bater palmas. - Parabéns! Uma jogada de mestre essa! E o idiota aqui caiu como um patinho.

A respiração de Shirlei se tornou ofegante. Ela ficou indignada diante daquelas palavras ferinas de Felipe.

– Felipe, pelo amor de Deus, não é nada disso! Você tá sendo grosseiro comigo e você não é assim. Então, por favor, pensa direito no que você tá dizendo.

Felipe molhou os lábios com a língua.

– Desculpa, Shirlei, mas é que tá doendo tanto, mas tanto... - engoliu a seco - que eu num tô conseguindo raciocinar direito.

Shirlei tentou se aproximar dele para tocar em seu rosto, mas ele recuou.

– Me deixa pelo menos continuar o que eu tava dizendo...? - Shirlei pediu, mais uma vez implorando.

Felipe deu um suspiro profundo.

– Continua. - Sussurrou.

– Felipe, você não sabia, mas... além da Tancinha e da Carmela, eu tenho um outro irmão. - Felipe franziu a testa - O nome dele é Giovanni e, por incrível que pareça, de todos os meus irmãos, ele é o que eu mais sou apegada. A gente se fala praticamente todos os dias por telefone porque ele mora no Chile... - Felipe começava a compreender aonde ela queria chegar - Ele faz direito lá junto com o Adônis, então eles dividem apartamento e... São grandes amigos, quase irmãos. Quando eu terminei com o Adônis, o Giovanni me ligou no outro dia. Ele me entendeu e me deu a maior força como sempre fez, mas... ele acabou dizendo que o Adônis tava destruído e que tava pensando até em largar o curso por minha causa, afinal foram cinco anos de noivado, né? Foi aí que eu resolvi ligar pra ele pra conversar, então ele me disse que queria pelo menos que a gente se falasse como amigos até que ele se acostumasse com o nosso término... - Shirlei pausou para tomar fôlego - Felipe, você sabe que no momento em que eu mais precisei, ele me estendeu a mão, não seria justo eu virar as costas assim pra ele. Se eu fizesse isso, não estaria sendo eu. Você mesmo disse hoje quando me entregou o Tito que me conhecia bem, então com certeza, você já devia imaginar que eu teria uma atitude como essa, né?

Felipe a encarou, compreensivo. Sabia que Shirlei estava dizendo a verdade, mas aquele tal ciúme bobo que corrói por dentro não deixou que ele a perdoasse assim tão fácil.

– Então você tá com os dois ao mesmo tempo. Comigo e com o Adônis?

Shirlei fez uma careta. Como assim? Será que o que ela disse entrou por um ouvido e saiu pelo outro? Cadê o príncipe Dela? Foi abduzido? Porque esse na sua frente não era ele.

– Claro que não, Felipe! Como você pode pensar isso de mim?

– Sei lá, Shirlei. De repente, eu descubro que a minha namorada tem um irmão que eu nem sabia que existia. O que você quer que eu pense?

– Felipe, eu só não falei do Giovanni porque a gente nunca entrou nesse assunto, mas eu nunca quis esconder ele de você.

Felipe ficou pensativo por alguns segundos, depois veio com uma pergunta que deixou Shirlei em maus lençóis.

– Você disse que o Giovanni, de todos os seus irmãos, é o que você é mais apegada, né? - Shirlei assentiu com a cabeça. - Então ele sabe da gente?

Shirlei engoliu a seco e desviou o olhar.

– Não. - Respondeu e apertou os olhos, já imaginando que tipo de reação Felipe teria diante daquela resposta.

Felipe deu um suspiro profundo de decepção.

– Eu já devia imaginar... É por causa do Adônis, né? Pra que ele não saiba.

Shirlei deu um suspiro profundo.

– Não, Felipe. Não tem nada a ver. O Adônis não significa nada pra mim. Não nesse sentido que você tá imaginando.

– Mas mesmo assim, você pretende continuar falando com ele todos os dias ao telefone? - Shirlei ficou sem saber o que responder, então Felipe acrescentou: - Shirlei, eu queria saber se fosse o contrário, se fosse eu a receber uma ligação todos os dias da Jéssica ou da Helô...?

Shirlei olhou de um lado para o outro. A simples menção daqueles nomes já a irritava por completo.

– É diferente, Felipe. Aquelas ali tem sempre segundas intenções com você.

Felipe cruzou os braços e estreitou os olhos para Shirlei.

– Ah, e o Adônis num tem não? Cê acha que ele quer pagar de amiguinho porque é um anjinho de asas quebradas agora?

– Não, mas... - Shirlei não tinha argumentos. Sabia que no fundo, Felipe tinha razão.

Felipe deu outro suspiro. Só que dessa vez, esse pareceu doer.

– Shirlei, eu fui um bobo quando achei que isso ia dá certo. - Quando Felipe começou a falar isso, o coração de Shirlei disparou, pois ela sentiu dentro Dela que o rumo do que ele diria ali não tinha um desfecho feliz - Eu nunca deveria ter achado que poderia competir com um noivado de cinco anos. Desculpa, se eu fui inconveniente, se eu invadi ou atrapalhei a sua vida... Não era a minha intenção. - Shirlei arregalou os olhos - Eu achava que tá apaixonado bastaria pra seguir com uma relação, mas... Já vi que não.

– O que você quer dizer com isso? - Os olhos de Shirlei ficaram marejados, e a voz já começava a embargar - Felipe, você tá terminando comigo?

Felipe engoliu a seco e não conseguiu mais encara-la, pois seus olhos também começaram a brilhar pelas lágrimas que começavam a se formar.

– Num sei... - Respondeu com a voz fanhosa - Porque, Shirlei, eu não quero ficar com uma pessoa que vai atender o telefone de outro. E se a gente tiver conversando, ou se beijando? Você vai pedir licença pra mim e vai atender como você fazia quando era noiva dele? - Shirlei deu como resposta o silêncio, então Felipe continuou - Shirlei, eu nunca chorei por mulher nenhuma na vida. E olha o meu estado! - Ele mostrou o rosto banhado em lágrimas - Então, me desculpa, e eu nem sei como te falar isso, mas depois de tudo que aconteceu aqui, eu pensei muito e... Eu e você... A gente num pode mais continuar. - Concluiu e dando as costas pra ela, fez menção de ir embora, mas desesperada, Shirlei o impediu, segurando seu braço.

– Espera, Felipe! Pra onde você tá indo? - Shirlei perguntou, já não conseguindo mais conter as lágrimas que se derramavam em seu rosto. O tórax subindo e descendo com a respiração entrecortada.

Felipe virou o rosto na direção Dela.

– Eu tô indo na Cabine de comando. Vou pedir pro Henrique dá a volta no barco pra gente voltar. A viagem acabou!

Os lábios de Shirlei começaram a tremer, então o choro contido extravazou de vez. Vendo aquilo, o coração de Felipe se apertou. Ainda mais quando ela, ao soltar o braço dele, agarrou a camisa dele com os dedos, quase rasgando-a, desesperada, como se aquilo significasse sua última tábua de salvação.

– Não, Felipe! Não faz isso! Por favor! Não faz isso... - Ela soluçava em meio ao choro. Olhos fixos nos olhos dele, que também lacrimejavam muito. - Você quer que eu deixe de falar com o Adônis? Eu deixo! Deixo agora, se você quiser. Eu sou apaixonada por você. Eu sou muito apaixonada. Num vira esse barco, por favor, Felipe! Viaja comigo. Viaja comigo, príncipe! Mas não termina nosso namoro... Por favor, príncipe, por favor! - Shirlei implorava, puxando a blusa dele e trincando os dentes, os ombros tremendo com violência como que tomados por espasmos.

Então, diante disso, sem mais aguentar, o olhar de Felipe que antes parecia seco, sem vida, aos pouquinhos, foi voltando a brilhar... E um sorriso meio que tímido começou a surgir em seus lábios.

Shirlei piscou os olhos repetidamente mal acreditando no que via. Então um sorriso involuntário também começou a ganhar os seus lábios, no início amedrontado, mas quando Felipe segurou o rosto Dela entre as mãos e passou a enxugar as lágrimas Dela com os polegares, o sorriso se abriu ainda mais, cheio de esperança.

– Cê acha que eu sou bobo de terminar assim, o namoro com você, princesa? - Felipe indagou, a voz fanhosa.

– Mas você acabou de dizer que... - Shirlei começou a falar, mas logo foi interrompida por ele.

– Eu disse. Mas é porque você não faz ideia do quanto eu tava precisando ouvir isso que você disse agora. Desculpa, se eu pareci egoísta, mas... Eu achava que tava sozinho nessa. Ainda mais depois de ouvir que você anda falando todos os dias com o seu ex noivo. Você não sabe o quanto eu tive medo de você me deixar virar o barco. De você me deixar terminar o nosso namoro. De perder você, princesa...

Só aí Shirlei conseguiu compreender o que Felipe queria com toda aquela discussão. Ele queria uma prova de que ela também nutria o mesmo sentimento que ele. E, claro, era justo com ele, afinal, era só olhar para tudo que ele já tinha feito por ela e para o nada que ela tinha feito por ele. Por isso, resolveu tomar uma atitude naquele momento que talvez mudaria tudo. Felipe agora saberia que ele não estava sozinho nessa, como ele bem pensou.

Repentinamente, segurou o rosto dele entre as mãos, atraindo os olhos dele para os Dela, repletos de carinho, paixão, desejo... Amor.

– Príncipe, entende uma coisa de uma vez por todas, você nunca vai tá sozinho nessa, sabe por quê? Porque eu tô aqui, AQUI! - Enfatizou a palavra, sorrindo - Bem do seu lado.

Então sem pensar duas vezes, as mãos de Shirlei passaram do rosto de Felipe para a nuca dele, e ela o puxou com violência para si, seus lábios tomando posse dos lábios de Felipe num beijo sôfrego. E ele não esboçou nenhuma resistência, pelo contrário, cedeu prontamente, deixando que a língua Dela, doce e quente, invadisse a sua boca e se entrelaçasse com a sua.

Felipe sentiu a cabeça girar naquele momento. Ter Shirlei de novo em seus braços e poder beijá-la o tirou de órbita. Então, sentindo aquele velho medo de perdê-la, ele enlaçou a sua cintura com um dos braços e com a outra mão, ele segurou a nuca Dela, aprofundando ainda mais o beijo, fazendo-a gemer com a volúpia da pressão e da completa falta de ar. As mãos de Shirlei agora estavam nas costas dele, subindo e descendo, fazendo fricção, ao mesmo tempo que puxavam a camiseta dele como que querendo retirá-la, as unhas cravando algumas vezes, quando Felipe sugava sua língua e lhe provocava um frenesi.

Naquele barco, tudo que se via eram dois corpos completamente grudados onde não se sabia onde se começava um e terminava outro. E tudo que se ouvia eram as respirações ofegantes, e o estalar do beijo molhado com um leve gosto Salgado pelas lágrimas que ainda se derramavam.

Pela larga experiência que tinha, Felipe sentia que Shirlei estava ali completamente entregue. Então, após morder - com um pouco mais de força do que de costume - o lábio inferior de Shirlei, Felipe começou a descer os lábios pelo queixo, e pescoço de Shirlei, deixando uma linha de fogo por onde ele passava. Shirlei arqueava o pescoço, dando espaço e permitindo cada passo e ação que ele julgasse necessário. Sabendo disso, Felipe escolheu um certo ponto do pescoço de Shirlei e sugou-o, deixando ali a sua marca, ao mesmo tempo, que levou uma de suas mãos até uma das coxas de Shirlei e apertando-a, puxou-a para que se enroscasse em seu quadril. Seus sexos ficaram ainda mais próximos, fazendo com que uma inegável ereção surgisse e tocasse o ventre Dela.

Foi aí que, ofegante, Shirlei separou os lábios dos dele apenas por uma fração de segundos, tempo suficiente para sussurrar uma única frase: - Príncipe, eu quero ser sua.

Abrindo os olhos, Felipe a viu completamente imersa em desejo, lábios intumescidos pelo beijo trocado, entreabertos, a respiração tão dificultosa quanto a dele. Seu coração quase saiu pelo peito e se sentiu mais encantado e apaixonado do que já estava.

– Tem certeza, princesa?

Ela sorriu. As bochechas ficando rosadas.

– Nunca tive tanta certeza de uma coisa em toda minha vida.

Felipe sorriu, então olhando de um lado para o outro, ele procurou um lugar no barco para que eles pudessem ficar confortáveis. Encontrou um colchonete que ficava na lateral do barco. Branco e limpo. Então, com todo carinho e devoção, ele colocou Shirlei nos braços e a levou até lá. No caminho, para deixá-la mais a vontade, voltou a beijá-la, um beijo singelo, mordiscando os lábios e sorrindo em meio a alguns selinhos.

Chegando lá, Shirlei e ele ficaram sentados, um de frente para o outro, olhos nos olhos. O desejo e a ansiedade estampada em suas pupilas dilatadas. Os corpos estão quase grudados, mas sem se tocar. Ainda. Até que Felipe toca o rosto de Shirlei com uma das mãos, acariciando-a com o polegar, levando-a a fechar os olhos.

– Você é linda, princesa. - Ele sussurrou, e engoliu a seco.

Ela sorriu e abrindo os olhos, resolveu tomar a iniciativa. Por isso, segurando as pontas da camiseta dele, começou a levantá-la. Ele ergueu os braços em colaboração. Surpreso, Felipe gostou de ver cada passo que ela dava, cada gesto Dela e até mesmo a mudança em suas expressões que ia da timidez a sensualidade e da sensualidade a timidez em questão de segundos. Depois disso, Shirlei ficou parada, apenas observando o tórax musculoso e extremamente sexy de seu namorado, subindo e descendo pela respiração entrecortada. Então foi aí que, sorrindo de lado, ele segurou a mão pequena de Shirlei e levou-a até o seu peito para que ela o pudesse tocar ali.

O problema foi que o contato da pele Dela sob a pele dele foi tão deliciosa que ele mesmo fechou os olhos e entreabriu os lábios, ainda mais quando ela começou a acaricia-lo com timidez. Que poder de atração e desejo era aquele que ela exercia sobre ele? Felipe não conseguia se lembrar de nenhuma mulher que havia conseguido fazer isso com ele.

Em resposta, ele desatou o lacinho do vestido Dela, que ficava no alto dos seus seios. Bem devagar. Então ela se deitou. E ele se deitou por cima Dela, se apoiando no cotovelo esquerdo, enquanto com o dedo indicador da mão direita, ele ia desamarrando a parte da frente do vestido Dela que aos poucos ia revelando um lindo sutiã de renda vermelha.

Shirlei fechou os olhos, um vinco se formando no meio de sua testa. O corpo tremendo com o nervosismo da primeira vez, os braços rente ao corpo com os dedos das mãos, tentando segurar o colchonete sem conseguir. Um dos joelhos levantados, balançando mais do que o normal.

Não. Algo estava errado ali.

Percebendo isso, Felipe parou no meio o que estava fazendo, sorrindo com ternura.

Estranhando, Shirlei abriu os olhos, piscando-os repetidamente.

– O que foi, príncipe? Você não me quer? - Shirlei questionou, o medo da rejeição estampada em seu rosto.

Antes de responder, Felipe pressionou os lábios contra os Dela em um beijo extremamente amoroso.

– Claro que eu quero. Princesa, você é a coisa que eu mais quero na vida. Mais até do que o ar. E olhe que eu não tô exagerando.

– Então...

– Mas não assim. Não desse jeito. Não pra me provar alguma coisa como você tava fazendo...

– Mas eu não... - Shirlei tentou argumentar, mas Felipe foi mais rápido, colocando dois dedos nos lábios Dela, calando-a.

– Sssshhh! Tava sim. Deu pra notar pelo seu jeito. Você ainda num tá preparada, princesa. E não precisa se entregar pra mim só pra provar que é apaixonada por mim. Eu não sou como seu ex namorado. Eu posso esperar e vou esperar o tempo que for necessário por você. E quem sabe ainda num é nessa viagem. Ela ainda num terminou, né?

Shirlei sorriu, ficando ainda mais fascinada por ele.

– Não. Ela ainda não terminou. - Shirlei confirmou e levou os lábios até os dele, beijando-o para selar aquele pacto.

Depois disso, Felipe começou a amarrar o vestido Dela até chegar a fazer o lacinho com toda segurança.

– Pronto. Toda embrulhadinha de novo. Mas digo logo que um dia ainda volto a desembrulhar esse presentinho aí. - Felipe falou, a voz rouca, os olhos desejosos para uma pequena parte do sutiã vermelho que ainda aparecia.

– Pode desembrulhar, príncipe, porque ele é todo seu... só seu. - Shirlei sussurrou, a voz e o sorriso extremamente sexy.

– Princesa, não fala assim que eu não sou de aço! - Felipe repreendeu, agoniado, já se sentando e vestindo a camiseta.

Rindo um pouco da reação que provocava nele, Shirlei se sentou também.

– Príncipe, eu não quero dormir agora. - Shirlei falou, manhosa.

Felipe olhou pra ela de esguelha.

– Princesa, princesa, não provoca...

– Mas eu não tô com sono.

Felipe deus uma risadinha marota.

– Tá certo, então vem aqui. - Ele a puxou para que ela se acomodasse em seu colo. - Vamos ficar conversando um pouco até o sono chegar. - Shirlei concordou, ficando entre as pernas dele, pousando sua cabeça no ombro de Felipe, as costas encostada em seu tórax e sua cintura envolvida por seus braços musculosos. - Você me disse que tem um irmão, mas você nunca me falou sobre o seu pai...

– É que eu não sei muito sobre ele... Ele morreu quando eu tinha dois anos. - Arrependido de ter tocado naquele assunto, Felipe a apertou nos braços e deu um beijinho carinhoso em seu rosto, confortando-a. Shirlei recebeu o carinho de bom grado, e voltou a pergunta: - E o seu? Você também nunca me falou sobre ele.

Felipe de um suspiro profundo.

– O meu pai biológico, eu não conheço. Mas eu tenho um padrasto que é mais do que um pai pra mim. Eu o amo muito. Mais até do que se ele fosse meu pai de verdade. Ele costuma dizer que a nossa relação vai além dos laços de sangue, sabe?

Shirlei sorriu, feliz pelo namorado.

– Que lindo ouvir você dizer isso. Foi ele quem te fez sonhar em ser publicitário? - Shirlei perguntou, os dedos acarinhando o braço dele.

– Foi ele quem me ensinou a sonhar, mas... Ser publicitário não é bem meu sonho. Meu sonho, princesa, é terminar minha vida numa fazenda.

Shirlei franziu a testa, espantada e virou pra ele, levando-o a dar uma risada gostosa.

– Que foi? Vai me dizer que não consegue me enxergar todo suado, de barba grande pra fazer, com as calças levantadas até o joelho e os pés sujos de terra?

– Não mesmo. - Shirlei foi sincera.

Felipe deu outra risada.

– Pois é, Princesa, esse é um lado meu que pouca gente conhece. Eu quero sim terminar minha vida numa fazenda, criando todo tipo de animal porque eu adoro animais e cultivando produtos orgânicos. Além disso, eu quero uma casa bem grande pra poder caber a família gigante que eu pretendo ter com minha futura esposa.

– Família gigante?! - Shirlei quis saber, já assustada com o que ele queria dizer com aquilo.

– É. Sete filhos no mínimo.

Shirlei arregalou o olhar.

– Sete filhos?!

– É, mas daqui pra lá a gente pode negociar. - Felipe falou, mas se tocando do rumo da conversa, ele coçou a nuca e fez uma expressão envergonhada - Iiiiiiihhhh, olha eu aqui fazendo planos, desculpa, princesa, num vai pensar que eu tava querendo te pressionar, nem nada...

Shirlei sorriu com ternura.

– Não. Eu num tava pensando isso. Achei até bonitinho você fazer planos de ter família, casar... Nem todo homem pensa assim.

– Já te falei que eu sou diferente. E eu não começo nada se eu não achar que é pra sempre. E o que tá acontecendo entre a gente pra mim é muito sério.

Shirlei se emocionou com aquelas palavras. E sorrindo entre lagrimas, ela concordou com a cabeça.

– Pra mim também. Nunca duvide disso.

Felipe retribuiu o sorriso, então segurando o queixo Dela entre os dedos polegar e indicador, trouxe os lábios Dela até os seus e a beijou com todo amor, engolindo em sua garganta três palavras mágicas que estava louco para pronunciar naquele momento, mas que achou melhor deixar para depois. Talvez Shirlei ainda não estivesse tão preparada ainda para ouvi-las.

Depois disso, os dois ainda permaneceram mais um tempo conversando sobre coisas aleatórias e sobre tudo que dizia respeito a suas vidas, passado, presente e futuro. Até que o sono ganhou as forças de Shirlei e ela acabou adormecendo no colo de Felipe, sendo levada por ele até sua cama em seu braços como faz um verdadeiro príncipe.

De madrugada, sentindo falta de alguma coisa, Shirlei se mexeu e piscando os olhos repetidamente, despertou. Procurou por Felipe e percebeu que já não estava com ele, mas em sua cama. Sorriu, imaginando que havia sido carregada até lá por ele, entretanto, sentiu a sua falta. Por isso, silenciosamente, se sentou na cama, se desfez do lençol e na ponta dos pés para não acordar a irmã, que dormia na cama ao lado, ela saiu de sua Cabine para procurá-lo. Encontrou-o dormindo, obviamente, na Cabine masculina, o ronco alto de Henrique ganhando o espaço. Ela não sabia como Felipe estava conseguindo dormir, mas enfim, chegou perto da cama dele, e se ajoelhando ao lado dela, sorrindo, começou a fazer carinho no rosto dele, que dormia profundamente.

Sentindo o carinho, Felipe começou a se mexer, gemendo e piscando os olhos, claramente despertando de seu sono.

– Princesa?! - Falou ele com voz rouca de sono.

– Posso dormir aqui com você? - Shirlei pediu.

Ele sorriu com dificuldade, pelo sono.

– Pode. Claro. - Respondeu, e levantando o lençol, deu espaço pra que ela se aconchegasse no pequeno espaço da cama de solteiro. Ela se deitou de costas pra ele, que passou o braço em volta da cintura Dela, o rosto em seu pescoço, aspirando seu perfume. Os dois em conchinha.

– Boa noite, príncipe. - Ela disse, dando um beijo na mão dele, que estava debaixo de sua cabeça.

– Boa noite, princesa. - Ele respondeu, retribuindo o beijo, só que no pescoço, causando-lhe um arrepio bem gostoso.

E os dois, enfim, dormiram. Felizes, por estarem, um nos braços do outro.

**************************************

No dia seguinte, já eram quase dez horas da manhã quando Shirlei começou a piscar os olhos, se adaptando à luz do sol que banhava a Cabine masculina através das janelas de vidro redondas. Espreguiçou-se, gemendo e começou a procurar por seu príncipe, que aquela altura do dia não estava mais ali. Se sentou, esticando as costas e os braços e colocou os pés no chão, quando avistou um bandeira com um café da manhã preparado com todo carinho junto a uma garrafa com um pergaminho dentro. Ótimo, o jogo dos quinze dias continuava, pensou Shirlei, sorrindo feliz. Antes de comer as guloseimas, pegou a garrafa e tirando o pergaminho de dentro, leu o que estava escrito.

"Bom dia, princesa. Apesar de ter amanhecido todo quebrado, dormir com você ontem foi maravilhoso. Pronta para o quarto dia? Pois então, tome o seu café e vista um biquíni bem bonito porque daqui a pouco deveremos estar desembarcando em um lugar que faz parte de sua surpresa. Isso se já não tivermos chegado, dorminhoca. Beijos, seu eterno príncipe, Felipe!"

Shirlei deu uma risada por ter sido chamada de dorminhoca. Mas riu ainda mais quando percebeu que o barco estava parado, sinal de que eles já tinham chegado, então Felipe tinha razão de chamá-la assim. Resolveu ser mais rápida em comer seu café e se arrumar para que seu príncipe não se aborrecesse.

Nesse entremeio, Tito a encontrou finalmente, pois tinha passado a manhã procurando por ela. Latiu feliz. Ela o pegou, fazendo cafuné em seu pelo, enquanto se alimentava e conversava com ele com voz infantil.

Meia hora depois, Felipe estava parado olhando para o nada, quando Shirlei o abraçou por trás, beijando suas costas. Ele sorriu e se virando a abraçou forte.

– Bom dia, princesa dorminhoca.

– Bom dia, príncipe. - Ela cumprimentou, recebendo dele um beijo nos lábios.

Ele vestia uma bermuda preta e estava de óculos escuros. Um verdadeiro gato. Ela estava uma deusa. Com uma biquíni branco tomara que caia, de calcinhas larga, por cima uma saída de mangas longas altamente charmosa.

– Aqui. Seu berloque de hoje. - Abriu a mão e Shirlei viu um berloque em forma de ilha que ele a ajudou a prender em sua pulseira. - Agora vem comigo pra eu te mostrar a ilha. - Ele pegou na mão Dela, entrelaçando seus dedos aos Dela e puxou-a, descendo do barco.

A ilha era paradisíaca, daquelas de tirar o fôlego. Estava repleta de turistas. Mulheres lindíssimas e homens muito gatos passando para cima e para baixo.

Os olhos de Shirlei brilharam diante da visão das águas cristalinas do mar e da beleza deslumbrante da Ilha em si.

– Que lugar lindo, príncipe.

– Pra combinar com minha princesa. - Felipe respondeu, galanteador, recebendo Dela um beijo nos lábios em troca.

– Cadê a Tancinha?

– Tá bem ali, se bronzeando. - Felipe respondeu, apontando para um lugar em específico da ilha, onde havia muitos turistas.

– Eu vou lá falar com ela. Já volto, príncipe. - Shirlei avisou.

– Tá certo. Então eu vou ali falar com o Henrique pra ver o que tem de bom pra fazer aqui na Ilha e já te encontro. - Ele disse e depois de trocar um beijo com ela bem demorado, os dois se separaram, indo cada um para o seu destino.

*************************************^^

– Aí, cara, tá fazendo o quê? - Felipe perguntou para Henrique ao se aproximar dele. Henrique estava sentado a uma mesa embaixo de um coqueiro, bebendo uma cerveja. Felipe se sentou a sua frente e chamou o garçom.

– Adivinha? Azarando, né? Cara, tem gata demais aqui! Literalmente eu tô no paraíso! - Henrique exclamou e deu um gole na cerveja dele. - Agora... com todo respeito a sua senhora, mas hoje ela tá gata, hein?!

Felipe sorriu, orgulhoso e lançando seu olhar até onde Shirlei estava com Tancinha, suspirou. Shirlei estava deitada só de biquíni, pegando sol.

– Ela não tá gata, cara. Ela é gata. E é minha. Toda minha. - Felipe disse, possessivo.

– Ah, é?! Então acho bom cê dizer isso pros carinhas que tão lá azarando ela oh - apontou com o dedo indicador que segurava a garrafa de cerveja - Acho que eles também perceberam a beleza da sua senhora.

Felipe franziu a testa e imediatamente virou na direção de Shirlei e viu quando dois caras se aproximaram Dela. Seu sangue ferveu.

– Vai passar bronzeador na sua senhora, vai! - Henrique aconselhou.

E furioso, Felipe se levantou, e andando a passos largos, ele foi na direção da namorada.

– Ih, acho melhor ir atras desse maluco! - Henrique disse quase para si mesmo. - Tá com cara de quem vai arrumar confusão. - Então colado no amigo, Henrique também chegou onde Shirlei estava.

– Posso saber o que tá acontecendo aqui? - Felipe perguntou, os braços. Rixador, a expressão furiosa é ciumenta no olhar. Henrique também cruzou os braços.

Shirlei, que agora já se encontrava sentada e altamente sem graça, virou o rosto na direção do namorado.

– Ah, oi príncipe!

Os dois caras também viraram na direção de Felipe e Henrique. E eles estavam com cara de quem estava com vontade de brigar.

Shirlei e Tancinha se entreolharam, os olhos arregalados, já imaginando o que poderia acontecer...


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