Todos já imaginavam o que aconteceria. Eles poderiam dizer que esperavam. Mas não da maneira que aconteceu. Não.

Varinha na mão, como era de se esperar, pois a batalha era intensa. Cabelos fora do penteado usual, caindo em fios bagunçados e balançando ferozmente ao vento. Um arranhão se mostrava presente em seu rosto, e estava sujo, sujo de terra. Suas roupas também estavam assim, rasgadas e sujas. Mas não era isso que importava naquele momento, nunca importou na verdade.

Deveriam ter visto o que aconteceria. Deveriam ter feito algo para evitar, para salvar, mas não houve chance. Não houve aviso e, em meio a multidão, uma raio verde brilhou da ponta da varinha de um seguidor do Lord das Trevas, dando tempo apenas para a mulher virar o rosto na direção da luz.

Minerva McGonagall era esperta. Muito esperta. Assustadoramente inteligente, como dizia seu melhor amigo, Albus Dumbledore. Quando percebeu o que vinha, lançou seu último feitiço, seu próprio corpo na frente do grupo, tentando proteger suas crianças e conseguiu.

Sorrindo tristemente, mas aliviada por ter conseguido salvar seus alunos, aceitou a luz verde direto em seu peito.

Ela nunca havia sido somente uma professora, não. Podiam chamá-la de severa, antiquada, mas era inegável que Minerva protegeria cada aluno, cada criança de Hogwarts como sua própria família. Como os filhos que nunca teve. E ela foi a mãe que alguns nunca tiveram.

Os gritos foram altos. O desespero encheu os corações de todos, e com ele veio a raiva, o ódio. O desejo de vingança chegou tão rápido aos olhos das crianças que a essa altura, já não eram mais crianças.

O lançador do feitiço fora derrotado antes mesmo que pudesse comemorar ou atacar outro bruxo. E sua vítima jazia deitada, inerte, no chão coberto de poeira e destroços. Não havia o que fazer para ajudar; havia acabado para ela. Foi rápido, muito rápido. O brilho perspicaz dos olhos verde esmeralda havia apagado. Para sempre.

Podia-se dizer que havia sido indolor, a maldição. Pelo menos, depois de tantas perdas - sua família, seu amor, seu amigo - a sua própria havia sido indolor.