Miranda escrita por Emilia Gabriel


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bem Vindos, a história se passa na mente de nossa querida princesa Mikaela, então se algo parecer confuso me mande perguntas vou tentar explicar. É a primeira vez que tento escrver algo assim então é um pouco dificil.

Espero que você goste boa leitura



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País de Miranda, 18:50:00.

A noite finalmente começou, e a rainha estava correndo pelos corredores, suas mãos estavam brancas pela falta de sangue já que ela agarrava com força seu vestido para impedi-lo de tocar no chão enquanto se movia. Ela virava entre as paredes, sabendo exatamente onde ela tinha que ir, sua mente vagava a mil por horas, ela cometeu um erro? Deveria ter dito que o amava? Deveria ter implorado ao seu marido para que perdoasse o seu amado?

Ou deveria se manter calada como o fez? Bem não havia mais tempo para decidir, ela corria entre os aposentos do palácio de pedra, a única coisa que iluminava o caminho escuro eram as lamparinas nas paredes. O cansaço era evidente, mas ela precisava continuar, respirou fundo e continuou, finalmente chegou no quarto ali estão seu esposo, ao seu lado seu salvador e no ultimo o seu amante.

Seu esposo na olhou como se estivesse louca, ela não tinha permissão de simplesmente entrar em seu aposento, seu salvador acenou com a cabeça “não faça isso” ele disse sem abrir a boca e seu amado suplicou por ajuda, foi ai que a imagem fechou e a propaganda começou.

Irritada eu rolei os olhos e peguei o controle de cima do sofá mirei ele para a TV e desliguei o áudio, essa serie sempre terminava nos melhores e piores momentos, peguei o pote de pipoca, enchi minha mão e por fim joguei para dentro da minha boca, o barulho das mastigadas se espalhou na minha sala de TV e eu suspirei fundo, dali 2 min a serie voltaria e eu não vejo a hora de descobrir o que iria acontecer.

— Você? Em casa num sábado a noite assistindo um filme?

Ouvi a voz de meu pai vindo da porta a minha direita, ele teve uma reunião com o congresso então não o esperava em casa antes das 00:00 h, mas eu estava feliz em vê-lo, sorri para ele e me arrastei até o outro lado do sofá dando bastante espaço para ele sentar, ele sentou e eu o vi quando ele tirou o celular do bolso o silenciou e jogou em cima da mesinha de centro.

— 5 Temporadas e você ainda chama minha serie de filme

— Pra mim é tudo a mesma coisa – Ele disse suspirando

— Cansado? – Perguntei realmente curiosa

— Aliviado por estar em casa, o que está acontecendo?

— Hmm, A rainha está tentando salvar o amante da forca.

— Achei que ela tinha concordado com a execução

— Por que ela não queria que eles suspeitassem que ela o protege

— Por que assiste isso? - Ele disse pegando um pouco da minha pipoca

— Era uma época mais simples, eu entendo o coração da Rainha.

A porta a minha esquerda que da para a cozinha abriu e minha criada apareceu um pouco correndo.  Ela abriu a boca e me chamou, mas quando viu meu pai parou no meio do caminho e ficou assustada, toda a cor pareceu sumir de seu rosto e ela rapidamente se curvou.

— Princesa Mikaela? Majestade, peço perdão – Ela disse olhando para baixo

— Boa noite Clara como vai?  - Meu pai disse sorrindo

— Muito bem Majestade, obrigada por perguntar.

— O que foi Clara? – Eu perguntei

— O senhor Willian está no telefone

— Diga que eu não quero falar com ele – Respondi secamente.

Clara se curvou e fez seu caminho para a cozinha obviamente para passar meu recado para Will, Clara nem dirigiu o olhar para meu pai, é comum, sempre foi assim comigo, minhas migas, primas, e equipe nunca agiam como pessoas normais diante do meu pai, o que me é estranho já que para mim ele não era o rei de Miranda, ela era apenas meu pai.

Que a propósito estava olhando para mim com um sorriso de meia boca, queria saber qual era o problema entre mim e Willian, eu continuei a olhar para a TV apesar dessa estar sem som e agora estar passando a propaganda de bebês e fraldas eu mantive meu olhar como se fosse a coisa mais interessante que eu já assisti, meu pai conseguia encher através de mim e não desviou o olhar para mim, eu me recusei a devolver, parecia um jogo de encarar, ele me encarava e eu encarava a TV, eu não seria a primeira a perder.

— Qual é o problema com o Will?

— Ele quer adiar o casamento por 1 ano – Eu respondi

— Por que? – Ele disse lentamente, mas o sorriso ainda estava ali

— Vai saber, assim que ele disse isso eu desliguei.

Na primeira vez que Will adiou o casamento por seis - longos - meses ele me pediu para ter paciência e que se eu o amasse eu acreditaria nele quando ele dissesse que eu não precisava saber por que precisávamos adiar a cerimônia, e eu o amava, eu confiava nele, então eu não precisava saber o motivo, mas dessa vez era diferente, eu não quero saber o motivo, já fui enrolada uma vez, foi o suficiente.

Clara entrou outra vez, desta vez ela estava com um telefone sem fio branco na mão, mão esquerda o segurando por trás mão direita tapando o local onde falava para que Will, é claro, não ouvisse seja lá o que ela tinha para me falar.

— Ele está insistindo – Ela sussurrou e me disse.

Rolei os olhos e estiquei meu braço pegando o telefone da mão dela, olhei para a tela e o teclado a conversa já estava acontecendo a 5 min e alguns segundos, desliguei o telefone e o devolvi para Clara, ela pareceu um pouco incomodada e abriu a boca como se não acreditasse que eu fiz aquilo, talvez Will pensasse que foi ela quem desligou.

— Pronto – Eu disse sorrindo para a criada que ainda parecia assustada

— É só isso Clara, pode ir descansar – Meu pai falou

— Meu Rei – Ela se curvou – Alteza

— Boa noite Clara – Meu pai disse por cima do ombro

Eu ouvi a porta fechar.

Talvez desligar na cara de meu noivo não foi a atitude mais madura, mas eu estou cansada de viver no oblivio, eu estou pronta para me casar, eu estou pronta para casar faz meses e ele nada, eu tive que quase empurrá-lo para me pedir em casamento e agora já estamos noivos a 1 ano e ele quer adicionar mais 1, aparentemente 20 anos de relacionamento não foram o bastante para ele,  ele quer me conhecer melhor.

Meu pai ainda me encara, a conversa não terminou, e para piorar as propagandas terminaram e eu vi a vinheta da minha serie começar, liguei o áudio e olhei para meu pai, ele levantou as sobrancelhas, suspirei e olhei para ele.

— Que foi? – Perguntei irritada, ele riu

— Devia falar com ele – Meu pai respondeu

— Típico – Eu disse e mastiguei um pouco de pipoca

— Como assim? – Ele me perguntou

— Você escolheu o lado dele – Eu disse

— Tem lado pra escolher-

— Majestade – Alguém gritou

Nós dois nos viramos para trás e vimos Clara, atrás dela um homem encapuzado que parecia ter saído da serie que eu estava assistindo, Clara abriu a boca, com se estivesse berrando, mas eu não ouvi nada ela não conseguia falar, parecia estar com dor, foi quando eu vi a lamina que saia de sua blusa, era uma faca, um facão, o homem esfaqueou minha criada, eu gritei e me vira em direção ao atacante.

Mais pessoas entraram na sala, no meu instinto corri para meu pai, nos braços dele eu me sentiria segura, mas ele me empurrou, só depois de bater a cabeça eu vi, ele estava lutando com um dos caras armados, minha cabeça doía, eu vi algo vermelho sangue escorria em minha testa. Pai. Olhei para cima, ele estava virado olhando para mim, arregalei os olhos o homem o fez ajoelhar, o segurou pelo cabelo e passou a lamina em seu pescoço, meu pai caiu o corpo dele cedeu.

Ele caiu na minha frente eu estava caída no chão, estávamos olhando olhos nos olhos, ele estava morrendo eu estiquei o braço e toquei seu rosto. Pai. Seus olhos permaneceram abertos e eu vi a vida se afastando deles, tentei gritar, mas o sangue da minha cabeça descia por meus olhos e encheram minha boca.

Tudo ficou escuro, meu ultimo pensamento. Pai.

***

Abri meus olhos, eu estava em movimento, na verdade eu estava em um carro que estava em movimento, primeiro eu temi meu pai foi morto e eu fui seqüestrada, mas então vi as costas de Ângelo o meu guarda costas e relaxei eu estou segura. Já era noite, olhei para cima o relógio no painel: 23:00. Eu permaneci inconsciente por 4 horas, mexi minha cabeça e senti uma dor no local onde eu bati, não era muito na verdade era muito mais um incomodo, ela tentou levantar a mão e tocar sua cabeça, mas ainda estava um pouco fraca.

Ângelo estava dirigindo e tinha mais um homem ao seu lado eles estavam conversando.  Espera, não, eles não estavam conversando, o homem no banco do passageiro não estava falando, mas mesmo assim eu ouço duas vozes. Sim, claro, Ângelo estava conversando com alguém pelo sistema de telefone dentro do carro, como um walk talk cripitonizado, tirando a minha casa aquele carro era o lugar mais seguro de Miranda, mesmo assim meu pai está morto e era sobre isso que Ângelo conversava com alguém.

— O Falcão está morto – Alguém disse do outro lado.

— Estou levando o Beija-Flor para uma localização segura – Ângelo falou

— Acha que a ameaça veio de fora? Seja lá quem matou o Falcão sabe sobre os esconderijos, ninguém é exceção

— Ta bem novato, tem uma ideia melhor?

Aparentemente seja lá quem estava do outro lado da linha tinha uma ideia melhor, um motel, ninguém imaginaria em colocar a princesa de Miranda em uma espelunca como aquela, eu olhei pela janela do carro o local estava em decadência, era um prédio pequeno de 3 andares, algumas luzes estavam acessas entre elas o primeiro andar que era o lobby aparentemente, uma placa em neon na frente “Mote  Santa Mir nda” em baixo “Te os Vagas” varias letras estavam apagadas por que a luz queimou.

Eu nunca vi um lugar tão sujo, mas era por aquilo que eu estava grata por enquanto, Angelo entrou na minha frente e me mandou ficar no carro até ele voltar junto com seu parceiro que eu ainda não decorei o nome, meu guarda-costas foi até a mulher da recepção mostrou seu distintivo, ele teve uma breve conversa com a mulher e então eu vi ele acenando para o carro, seu parceiro saiu e abriu a porta para mim, eu sai também passei apressada até a porta do motel, ao entrar eu vi que a mulher estava de costas para nós e Angelo estava atrás dela, provavelmente impedindo que ela me visse.

Subimos um andar e entramos em um quarto, um quarto pequeno e escuro tinha apenas uma mesa, uma tv, uma cômoda e uma cama de casal queen, era quase do tamanho do closet do meu pai, tudo parecia em miniatura, era tão interessante e cativante chegava perto do perfeito.

Ângelo se aproximou de mim me entregando uma bolsa, talvez ele tenha tido algo eu não ouvi apenas segui arrastando meus pés para uma porta que eu acredito seja o banheiro, entrei e fechei a porta atrás de mim trancando-a, eu corri para a pia e abri a agua ela escorria pela torneira fazendo barulho ao bater no ralo, eu assisti a agua por alguns segundos antes de levantar o rosto e olhar para o espelho.

Eu tinha um péssimo corte na minha testa, mas ele estava costurado com uma sutura de emergência, meus lábios estão inchados e meus olhos vermelhos, e o pior de tudo, eu oficialmente sou uma órfã. O ar começou a desaparecer de meus pulmões, eu arranhei minha garganta eu queria extravasar o que eu estava sentindo, as lagrimas começaram a subir em meus olhos, então fiz a primeira coisa que eu pensei corri para a banheira e liguei a torneira dela liguei também o chuveiro em cima dela e esperei uns 6 min ainda com dificuldade de segurar e chorando em silencio.

Quando a banheira estava cheia entrei, fiquei sentada por um minuto antes de encher meu pulmão com o máximo de ar que consegui suportar e lentamente comecei a me deitar em baixo da agua que ficou um pouquinho rosa por causa do sangue seco em meu rosto, abri e boca e soltando todo o ar em meu pulmão eu gritei.

Fiquei no meu banho por alguns minutos, talvez mais que alguns minutos, mas quando eu finalmente sai meus dedos estavam enrugados, me levantei e me enrolei em uma toalha e sai do banheiro, assim que abri a porta me deparei com um relógio de parede.

23:59:30 meu pai morreu, 23:59:39 Miranda perdeu seu rei, 23:59:45 eu estou sozinha, 23:59:52 todos contam comigo, talvez tenha sido um ataque a coroa, ou algo pessoal de qualquer jeito eu posso ser a próxima vitima. 23:59:59, tudo por mudar em um segundo, 00:00:00, mal reconheci minha voz quando eu abri a boca e disse:

— Feliz aniversario Mikaela.


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Notas finais do capítulo

Ah mande nos comentarios o que você achou do começo e me de dicas vou adorar ouvir sua opinião.

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