Ed e Al estavam na estação, já esperando o trem chegar. Assim que o trem chegou, eles correram para pegar bons lugares, sentaram, e Ed disse:

-Ah, maravilha! Eu já não estou com tempo nem pra ir ao banheiro, e agora isso...- Ele estava nervoso.

-Calma Nii-san. Não tem porquê ficar reclamando. Vamos fazer um joguinho para passar o tempo, certo? Talvez melhore o seu humor.- Alphonse disse, e Ed assentiu com a cabeça. Quem sabe um jogo não melhorasse o seu humor?

-Tá, mas vamos brincar de outra coisa agora. Eu conto as pessoas com camisa laranja e você conta as pessoas com camisa amarela. Certo?- Disse Ed, perguntando a Al, e Al concordou. Mais um motivo para ele adorar lugares na janela.

Eles ficaram um bom tempo olhando atentamente para fora, quando Ed disse:

-Ali! Ali! Camisa laranja! Um a zero!- Ele comemorou, mas Al disse:

-A estampa daquela camisa é laranja. Tem que ser a camisa toda!- Mas Ed disse:

-Nananinanão! Não vem com essa! É laranja e ponto final! Um a zero!- Al olhou pra ele.

-Ah, então o jogo é assim, né? Tá certo, tá certo.- E olhou a janela de novo, mais atento. Enfim Al anunciou:

-Há! Camisa amarela! Bem ali! Um a um!- Al disse apontando para um operário. Ed riu e disse:

-Ele está com chapéu laranja, Dois a um!- Al riu e disse:

-Nananinanão seu trapaceiro. É ca-mi-sa e não chapéu! E não tente me enrolar.- E eles riram e brincaram disso até que Edward ficou com sono, e adormeceu encostado em Al.

Não foi uma viagem muito longa, e uma hora depois eles já haviam chegado. Então Al acordou Ed, que franziu a testa enquanto abria os olhos, por causa da claridade. Eles desembarcaram e estavam procurando um lugar para passar a noite. Winry estava fazendo compras, e quando viu os dois, mal podia acreditar em seus olhos. À quanto tempo eles não se viam? Ela já havia até perdido a conta. Ela foi até eles e os abraçou.

-Ed! Al! Que bom ver vocês!- Al ficou feliz, mas Ed ficou vermelho igual a um tomate, e disse:

-Winry! Meu Deus, que susto! Avise antes de fazer algo assim!- Ed colocou a mão no peito e suspirou, e Winry riu da sua reação.

-Mas porque vocês estão aqui?- Winry perguntou, confusa.

-O coronel Mustang deu uma missão pro Nii-san, e...- Ed interrompeu Al por um momento.

-Vamos conversar isso em um lugar mais apropriado. Nunca se sabe quem está ouvindo.- Ed disse, e olhou para Winry.

-Você sabe onde tem um bom hotel por aqui?- Ed perguntou-a, e ela sorriu e disse:

-Conheço um ótimo hotel, fica até perto da oficina! E acho que ainda tem vagas. Também tem uma linda vista!- Ela parecia contente. Al disse:

-Isso seria perfeito! Obrigado, Winry!- Ed desviou o olhar. Estava corado de novo. “Droga, porque não consigo parar de corar? Pareço um idiota...” Ed pensou, e deu um suspiro. Winry olhou para ele e perguntou:

-Ed, algum problema?- Ele corou de novo.

-Não, não! Tudo bem! Tudo ÓÓTIMO!- E deu ênfase no “ótimo”, o que o fez parecer um bobo. Isso fez ela rir, e o deixou encabulado.

Ela levou eles até o tal hotel, e Ed logo se animou com a ideia de uma piscina aquecida. Eles fizeram a reserva e então foram ao quarto, para conversar sobre a missão de Ed.

-O Ed foi chamado para fazer uma missão por aqui- explicou Al. –Ele não veio a passeio. O coronel Mustang chamou ele porque disse que tinha umas pessoas por aqui interessadas pela pedra filosofal, e ele quer que o Nii-san pesquise isso mais a fundo. Você soube de algo assim, Winry?- Al perguntou, e ele e Ed agora encaravam a garota. Ela ficou meio sem graça com toda a atenção voltada pra ela, e disse:

-Eu não sei muito, mas ouvi outro dia na oficina uma mulher e dois homens conversando, e ouvi a palavra “pedra filosofal” no meio, e me lembrei de vocês. Um dos homens usava Auto-mail e estava na oficina para fazer reparos, e o outro tinha uma tatuagem no braço e era bem musculoso...-Winry suspirou, o que fez Ed pirar de raiva. –Enfim, a tatuagem tinha uma lua e uma estrela e a mulher tinha longos cabelos ruivos e usava um lindo casaco de couro, o que achei estranho pois estava fazendo sol. Quando analisei o Auto-mail do homem, parecia ter sido quebrado violentamente por golpes, e até encontrei uma bala. Eu me lembrei de você Ed, sempre metido em treta...- Ela olhou pra Ed e ele ficou sem graça. –E isso é tudo o que eu sei. Não sei os nomes das pessoas, mas elas foram à um bar perto da oficina assim que saíram.- Al ficou espantado com a quantidade de informação que ela sabia e disse:

-Nossa! Winry, acho que pra descobrir tudo isso, a gente ia ter um trabalhão! Que bom que você está aqui!- Al sorriu. Winry ficou feliz. –Fala alguma coisa, Nii-san!- Al cutucou Ed com o cotovelo, e ele ficou sem graça de novo e disse:

-Hum... Obrigado, mesmo! Você foi incrível, Winry!- Ela ficou radiante com o elogio, o que fez Ed sorrir.

-Porque vocês não vem até a oficina? Eu preparei um café que está uma maravilha! Vocês podem tomar uma xícara e depois ir até o bar do qual eu falei! Fica bem do lado!- Ela sorriu, e eles retribuíram esse sorriso.

Ed, Al e Winry foram até a oficina, e Winry ofereceu a Ed o café que ela havia preparado, junto com um pedaço de bolo que ela também tinha feito. Ele comeu o bolo até a última migalha, e tomou o café, e para a surpresa de todos, colocou leite e açúcar. Al e Winry começaram a encará-lo como se ele fosse um estranho.

-Que é? Eu não gosto de leite puro, mas café com leite é bom, pô!- Ele tomou um gole do café e soltou um gemido de prazer. -O café está maravilhoso, Winry! Como você fez?- Ed perguntou e Winry ficou sem graça.

-Ora, como qualquer outra pessoa! Com café em pó, água quente e uma pitadinha de amor!- Winry sorriu. Ele olhou para a xícara, sem graça.

-Não, tem algo mais, eu tenho certeza! Qual a marca de café que você usa? Onde você côa? TEM que ter algo mais!- Ela sorriu e disse:

-É a receita de café especial da Winry! É segredooo!- Ela e Al riram, e Ed ficou ainda mais curioso.

-Ah, vai ficar de segredinho comigo agora, é?- Ela riu e disse:

-Quando você começar a me contar os SEUS segredos, eu conto os meus!- Ed sorriu e disse:

-Meus segredos ninguém pode saber!- Al riu e disse:

-Mas eu sei uma boa parte, não é, Nii-san?- Ed olhou para ele e colocou o dedo na frente dos lábios, como quem pede silêncio. Winry ficou irada.

-Não é justo! Vocês sempre ficam de segredinhos! Eu também sou confiável, sabiam disso?- Ed olhou pra ela e disse:

-Não tem nada a ver com você, Winry! Al, vamos lá no tal bar. Ah, e obrigado pelo café! Poderia guardar um pedaço desse bolo pra mim? Estava realmente delicioso!- Winry sorriu e disse:

-Claro, Ed!- E levou os pratos até a pia. –Fica bem aqui do lado, e se chama Dragon’s Egg.- Disse Winry, apontando para o bar.

-Obrigado, Winry!- Disse Al.