Innocent escrita por Ragnar
Um rosto cheio de marcas, o roxo com o verde escuro, a pele marcada pela guerra e morte. Um tiro, uma morte. Era a realidade e nossa, a porra da realidade era uma merda que Frank tinha nojo de lidar, mas encarava, não por gostar e sim porque ela foi até um último momento o que lhe segurava para se prender a sua família. Afinal, qual é o melhor tipo de justiça? A que se faz com as próprias mãos?
Frank Castle nunca viu uma pessoa tão insistente e com um senso fantasioso de justiça além do Red, a mulher insistia e isso ecoava na cabeça danificada de Frank, como estilhaços em sua pele que eram difíceis de serem tiradas ou como o zumbido de tiroteio que demorava para passar. As ideias dela eram e a faziam ser inocente. Frank poderia apenas sentir pena dela, mas sentia mais.
"Se você continuar só vai provar ser o monstro que ele acham que é"
Ele já era um monstro, um vingativo e que não usava as cores do país ou uma armadura vermelha, Frank conseguiu com uma raiva que o cegou descobrir o que aconteceu a sua família, a raiz de tudo e a merda continuava, o ciclo não acabava e Frank se cansava mais e mais.
Às vezes investigando os carteis restantes, ele a via pelo telhado a noite, a luz do poste a iluminava ao sair do prédio onde trabalhava no jornal, o único lugar a qual permanecia com tanta frequência, não chegando nem perto de seu apartamento, o lugar parecia um queijo suíço, mas deprimente.
"Frank, pare!"
A faca na bainha, as munições guardadas na bolsa e apenas uma pistola em sua mão. Seu olhar melancólico que olhava perdido o caminho que antes Karen tinha feito, desaparecido na noite e acobertada do barulho de seu salto com o transito da cidade grande. Por que a voz dela ecoava em sua mente? Parecia que ela era sua consciência pesando, isso se existisse uma consciência restante.
Era um monstro e ele provou ser, foram chances ignoradas e esperanças dela perdidas. Era uma decepção, uma carcaça vazia com um objetivo nítido.
Deveria arrumar outra "toca" para guardar suas coisas, a tralha e a bagunça da sua mente. Deixando o telhado, deixando a vista escura da noite de lado, seguindo pelo breu da noite para se esconder.
— Frank?
Fraca e receosa, ela notou sua presença e o seguiu. Ele não a notou, se tivesse, ignorou por achar que ela desistiria por confundi-lo com alguém, mas era determinada e pela própria experiência, Frank sabia o que alguém determinado era capaz de fazer, o Rei do Crime e o Red eram exemplos.
Num suspiro cansado, ele a olhou de soslaio e viu a decepção e com a determinação, aquele mesmo olhar de quando mostrou a foto da família Castle e lhe fez lembrar, o fez remoer e sorrir com memórias que estavam danificadas.
— Você não desiste, não é moça? — Zombou, negando.
Notava ela se aproximando mais e ele recuava, olhando para o chão e seguindo caminho, mas não conseguindo por ela se manter a sua frente. Ela apertava a alça da bolsa, mordia o lábio e timidamente, a outra mão tocou a face de Frank.
Ele era sujo, a marca do olho roxo era a prova, mas ela era inocente demais para toca-lo, não deveria.
— É perigoso, estamos expostos aqui — Finalmente falou.
— Estou acostumada — O leve declinar de sua boca numa tentativa falha de sorriso, desmanchando e deixando de tocar Frank — Você teve uma chance e a jogou fora... Declarando tudo o que todos pensam de você — Balançou a cabeça, confusa.
— Ele não devem pensar nada, mas se for assim, eles estejam certos — Respondeu, desviando e saindo da frente de Karen.
Ela não o viu seguir caminho, fez o contrário. As palavras de meses voltavam como memórias, não apagadas pelo que ela causou nele.
"Você é sincero comigo"
Ela iria fazer perguntas, seria inocente em ainda achar que um monstro como ele poderia ser amenizado pelo que era, que conseguiria perdão. Karen não sabia o mundo que vivia, se soubesse, não estaria ali.
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Eu postei essa oneshot... finalmente... tava guardada desde abril e nada, só agora finalizei e deu esse pouquinho, mas eu espero que tenham gostado. Não foquei muito neles como casal, acho que deveria ter um plot maior ou ser uma long-fic mesmo.