— Minha garotinha favorita está pronta para comer uns biscoitos quentinhos? – sorriu o albino, pondo a cabeça para fora da porta da cozinha.

A pequena garota bufou sentada no sofá da sala, cruzando os braços.

— "Garotinha"? Qual é a sua, Ciel?

— Ué, o que foi, Lu? Eu sempre te chamei assim e você nunca reclamou.

O lorde das trevas caminhou com a bandeja de biscoitos recém preparados e sentou-se ao lado da quiliarca. Pegou um dos doces e tentou dar na boca da pequena, mas se não tivesse recuado a mão, teria os dedos mordidos.

— Uou, uou! – riu Ciel. – Está brava hoje, minha diabinha? Não quer biscoitos?

— Aaaahhh! Você não me entende, seu branquelo!

Furiosa por razões que o homem desconhecia, Lu começou a socar seu peito e quase o fez derrubar os biscoitos no chão. A princípio ele achou uma gracinha, e quis pegá-la no colo para fazer carícias, até ouvi-la dizendo palavras desconexas sobre algum tipo de problema pelo qual estava passando.

— Eu sou uma lorde demoníaca, líder de milhões de demônios inferiores! Eu sou uma rainha, seu otário! Qual é a sua de ficar me tratando como se eu fosse sua irmãzinha?!

O rosto de Ciel então ficou sério, e não hesitou em pegá-la nos braços e puxá-la para um beijo carinhoso e demorado nos lábios. As bochechas da garota, que ficara estagnada no mesmo instante, coraram de imediato. Quando seu parceiro separou as bocas, ela não sabia o que dizer.

— Então é isso, Lu? Está sentindo falta dos dias em que era uma rainha poderosa na sociedade demoníaca?

— Nah... – virou o rosto. – Só por causa do meu tamanho você fica me tratando como se eu fosse uma criança, não uma mulher. Assim nem parece que me ama "daquele jeito" que diz amar.

Apesar de no momento ter ficado irritado por sua quiliarca falar como se não a amasse, ele podia entender. Lu continuava pequena, mas isso nunca o impediu de ver a grandiosa mulher que ela era. Talvez não tenha demonstrado isso como deveria.

Quando sentiu um beijo na coxa, a albina virou o rosto para o parceiro novamente, suas bochechas parecendo explodir de tão vermelhas.

— O-O que está fazendo, Ciel?!

— Não me culpe se você é fofa e me faz querer cobri-la de mimos e gracinhas... – falava ele baixinho, num tom sedutor. – Mas compensarei isso sempre que se sentir irritada, minha rainha.

E ao ver Ciel abrindo o próprio casaco, Lu sorriu maliciosa e esticou a perna.

— Então teremos uma noite muito longa, mocinho.

— Como queira, milady.