Seguindo em Frente escrita por liamara234


Capítulo 8
Casualmente


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! As atualizações estão demoradas, eu sei, mas o tempo não coopera.
Aconselho ler o capítulo escutando música: Stay Whit Me (Sam Smith)
Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714397/chapter/8

Estava sendo uma experiencia fora do comum, ele já tinha notado. O tempo passava em um piscar de olhos. Quando menos contava, já havia se passado dias, assim, transformando em semanas e, para o seu contentamento - ou era isso o que ele pensava -, em meses. A um tempo, depois de um guerra mental de prós e contras, Rony decidiu deixar o tempo passar. Simplesmente isso. Ele sabia que não adiantava voltar atrás na decisão que havia tomado e, se um dia viesse fazer aquilo, não conseguiria pelo simples fato de se achar um tremendo covarde. 

O ruivo sabia que tinha magoado sua família mudando-se para outro país, mas o que ele poderia fazer? Voltar para escola que havia sido o senário de uma recente guerra, voltar para convivência de sua família, mesmo sabendo a tristeza que cada um carregava no peito? 

Não. Era demais para suportar. 

Continuava a mandar cartas para a família, mesmo não recebendo notícias novas. Se contentava em pelo menos saber que estavam bem. De alguma maneira, ele suponha. 

 

Acho que é verdade

Não sou bom em casos de uma noite só 

Mas eu ainda preciso de amor

Pois sou apenas um homem

 

Em seu apartamento, que conseguira com a ajuda de Lorena, Rony preparava um sanduíche para comer na cozinha. O local era bem aconchegante. Era situado em um bom bairro; Podia escultar a barulheira que eram os carros passando apressados na rua ou a música em um volume médio que tocava no pub mais próximo. Terminando o sanduíche - coisa que nem se comparava com as gostosuras que a sra. Weasley preparava -, ele fechou a tampa do pote de maionese e devolveu, assim como os outros ingredientes usados, a geladeira. 

Estava dando a primeira mordida quando, da porta da frente, o barulho da fechadura escultou. Sentou no sofá, admirando o céu estrelado. A noite estava linda, assim como as outras. Não demorou muito para sua boca ser desviada de mais uma mordida no sanduíche, para os lábios ferozes de Lorena. 

— Hum... - ela refletiu depois do beijo. - Como você pode gostar de tomates?

Lorena sentou ao seu lado no sofá, olhando para a mesma direção que o ruivo. A morena tinha uma cópia das chaves do apartamento de Rony, assim, entrava e saía quando queria.

— Não é questão apenas de gosto - Rony falou. - É saudável também.

Com os constantes treinamentos de auror, fora as missões que participava,  ele tinha que manter uma boa alimentação para bater com os exercícios. Em pouco tempo os músculos já se destacavam. 

— Que seja - Lorena tirou os sapatos e avançou para o ruivo, tirando o sanduíche de suas mãos e colocando na mesinha ao lado. Com as pernas uma de cada lado da cintura dele, começou a beijá-lo com urgência, puxando-o pela nuca para mais perto de si. Já puxava para cima a camisa que Rony usava, quando o mesmo segurou seus pulsos junto ao peito, estranhando tamanha pressa. Não que nunca fosse daquele jeito, rápido e direto, mas eles costumavam esperar um pouco, assistir um filme talvez.

— O que aconteceu? - Lorena franziu o cenho.

— Que pressa toda é essa?

Ela rolou os olhos e bufou em resposta.

— Quer dizer que você não quer também? - seu sorriso era malicioso.

— Eu quero - o ruivo já não se envergonhava mais em dizer quando queria - Mas, normalmente, você não tem toda essa pressa.

— Eu só quero esquecer um pouco o trabalho, ok? - Lorena retrucou, controlando a impaciência. - Estou tendo alguns problemas e quero esquecer todo estresse que isso está me causando. 

Sem esperar por resposta, ela avançou de novo para sua boca, o beijando com volúpia. Rony não disse nada, apenas a ajudou a se livrar da camisa. Desabotoou um botão que o impedia de tirar a blusa dela e, depois de Lorena erguer os braços, a frágil blusa de ceda foi jogada para o lado. Rony ergueu-se do sofá, segurando Lorena pela cintura enquanto a mesma cruzava as pernas no em seu quadril. Caminhou tentando não tropeçar até o quarto.

 

Parece que essas noites 

Nunca vão de acordo com os planos 

Eu não quero que você vá embora

Pode pegar minha mão?

 

Não tinham um relacionamento sério. Era apenas um pouco de sexo casual de vez em quando. Um dava o que o outro queria quando necessitavam. Concordaram em não envolverem quaisquer tipo de sentimento. Nada de afeto - apenas o da amizade -, nada de preocupações bobas e inconvenientes, nada de declarações melosas e, acima de tudo, nada de se apaixonarem. Eram regras que concordaram logo de cara. 

Já cansados, após atingirem o ápice do prazer, ficaram deitados olhando para o teto, escutando apenas o zumbido baixo do ar condicionado. Estava mais quente que o normal. Já menos estressada e relaxada, Lorena ergueu-se da cama e começou a procurar as peças de roupas deixadas pelo caminho. Rony apenas a observava.

— Você não sente falta? - perguntou.

A morena não disse nada enquanto tentava pôr o sutiã. O ruivo virou na cama e a encarou.

— Não senti que as vezes falta uma pessoa na sua vida para chamá-la de... sua - Rony falava sério. Lorena parou o que fazia, depois de concluir o ato e deixou os braços caírem ao lado do corpo.

— Concordamos que seria casual... - ela começou em tom de tédio.

— Não... - o ruivo a interrompeu. - Eu sei disso. Eu até gosto da nossa relação. Seja ela totalmente maluca - eles riram. - Mas é diferente. Não é que sejamos namorados, mas também não é como se não acontecesse nada! Eu concordo quando você quer e você concorda quando eu também quero...

Lorena respirou fundo e caminhou até ele, puxando a mão do ruivo, cobrindo-a com as suas. Sabia muito bem o que Rony sentia. Era confuso mesmo o que eles tinham, mas não seriam os únicos nem os últimos amigos que teriam aquele tipo de relação. 

 

Oh, poque você não fica comigo?

Pois você é tudo que eu preciso

Isso não é amor, está bem claro

Mas amor, fique comigo

 

— É por causa dela, não é? - seu tom de voz estava mais baixo. Rony franziu a testa em resposta. - Por causa da tal Hermione?

Ouvir o nome de Hermione foi como ser torturado por uma cruciatus. Apenas por escutar aquele lindo nome, seu coração batia mais forte. Mas, espera. Como ela sabe sobre Hermione? ele assustou-se, o QUÊ ela sabe sobre Hermione?

— Como...

— Você fala quando dormi - Lorena apressou-se a explicar. - Naquela noite que eu fiquei por conta de está muito tarde, lembra? Acho que você estava sonhando porque não parava de sussurrar esse nome.

Rony continuava estático.

— Quem é ela? - a morena se interessou. 

— Ninguém importante... - o ruivo puxou bruscamente sua mão. Mentira, sua consciência gritou, ela é mais importante do que você imagina!

— Ninguém importante? - Lorena riu, mesmo sem vontade. - Não se sonha e murmura o nome de uma pessoa que não é importante.

Rony passou as mãos nos cabelos. Aquele assunto já estava passando dos limites. Lembrar era doloroso e estava sendo competente o suficiente em afastar a imagem da garota de cabelos armados de sua mente. Ainda podia sentir o calor que era ter os dedos entrelaçados aos de Hermione. Balançou a cabeça evitando que sua mente se desviasse do momento em que vivia. 

— Você gosta dela - Lorena conclui com o silêncio dele. - E muito...

— Chega! - estava com as orelhas vermelhas. - Eu gosto dela sim, tudo bem? Fomos amigos durantes anos e a deixei DUAS vezes para ser mais exato! Hermione salvou minha vida várias vezes, nem posso falar quantas e quantas vezes! Minha vinda para o Brasil foi pela causa de não conseguir ao menos tê-la ao meu lado, não suportaria não ser suficiente para ela! 

As lágrimas ameaçavam cair dos olhos do ruivo, mas não choraria na frente de Lorena. Ela, tinha algumas lágrimas no rosto.

— Eu sinto muito... - foi o que conseguiu dizer.

— Eu também - concordou o ruivo com um sorriso forçado.

 

Por que estou tão emotivo?

Não, não dá para ficar assim

Preciso de auto-controle

E lá no fundo eu sei que isso nunca funciona

Mas você pode deitar aqui comigo para que não doa

 

Lorena o pegou gentilmente pela mão e o deitou na cama. Rony escondeu o rosto no peito dela e deixou-se chorar o que tinha suportado por tanto tempo. Chorou bem baixo.

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que vocês ficaram com um pouco de raiva do Rony, mas entendam o que ele passou, ok?
Comentários, por favor!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seguindo em Frente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.