Seguindo em Frente escrita por liamara234


Capítulo 32
Descobertas Concretas


Notas iniciais do capítulo

Cheguei depois de tantos meses já com medo de aparecer por aqui.
Nos vemos lá em baixo:D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714397/chapter/32

O som e a correria da cidade notados daquele ponto de onde estava misturava uma série de sentimentos confusos que, analisados de forma correta, cronológica e com fiel certeza fazia  Hermione achar-se uma estúpida. Mais do que já era, mais do as outras pessoas podiam julgá-la por está desperdiçando um momento provavelmente crucial em sua vida por meros acontecimento do passado – acontecimentos esse que amadureceram questões de uma outra pessoa com pontos importantes em sua vida. Talvez em toda ela, ou, como gostava de pensar, nas contribuições que haviam somado para a mulher que era.

Londres estava barulhenta como sempre com os carros e ônibus de dois andares percorrendo as ruas cheias com suas calçadas indo e voltando gente de todo tipo. Eram encontros e desencontros todos os dias, assim como fora a vida dela e de Rony, com brigas e conciliações, um zangado no seu canto, mas pronto para salvar um ao outro quando fosse preciso. Era desse jeito que funcionava com eles então porque seria diferente? A resposta estava em cima dela a muito tempo e apenas o seu orgulho e medo de se machucar que a impedia de dar um passo a frente sem se importar com as consequências.

Era hora de usar como exemplo tudo o que estava acontecendo como mais uma prova de estar perdendo tempo demais balanceando coisas inúteis.

— Se não a conhecesse bem poderia pensar em um motivo bem ruim para estar aí.

Gina estava parada perto de grossas barras de ferro que sustentavam uma caixa de água azul. O treco parecia ranger a cada vento forte que batia contra ele porém demoraria algum tempo para tal proeza da mãe natureza. A ruiva guardou sua varinha e caminhou lentamente onde Hermione estava – em cima da mureta de proteção – e estendeu uma mão, firme. A morena revirou os olhos para o medo da outra – como se já não tivessem enfrentado situações de maior medo – e puxou a amiga para baixo, agachando e convidando ela para sentar. Suas pernas bateram confortavelmente para baixo e a adrenalina foi boa. 

— Certeza que é seguro? – Gina murmurou, acompanhando a amiga e quando o fez, suspirou. – Olha o que você me faz fazer, Hermione.

— Prometo que fica me devendo essa.

— Não diga isso. Você já está me devendo muito.

— Desde quando? – Hermione ergueu as sobrancelhas.

— Desde que eu decidi.

Ficaram em silêncio, o vento batendo ora suave e ora forte. O prédio não era alto – comparado aos outros ao redor ele era considerado muito pequeno mas era perfeito para organizar os pensamento de Hermione. Após acordar sozinha no sofá da sala na Toca, com apenas um bilhete que “pedia” que não fosse trabalhar e descansasse pelo resto do dia, ela ainda estava pensando sobre o próximo passo.

— Quer saber porque o Harry e eu voltamos a namorar?

Hermione erguer os olhos para a ruiva, não entendo.

— Creio que vai me contar mesmo assim – após um empurrão de brincadeira em seu ombro, a morena escutou com atenção Gina.

— A gente já tinha passado por tanta coisa – ela fez um movimento com as mãos, sinalizando o “ a gente. – Que esconder o que sentíamos não valia mais a pena. Que tentar sufocar e fingir ser quem não é as vezes é puro egoísmo com o outro.

— Mas não sou egoísta! – Hermione exclamou.

— Você, minha cara Mione, é maior egoísta e covarde quando se trata de seus sentimentos. Reprimir tudo não vai mudar os fatos.

— Hm. Você tem razão – disse, sentindo o papel do bilhete pesar dez quilos em seu bolso da calça jeans.

Gina balançou a cabeça.

— Tenho mesmo – e após um segundo, olhou incrédula para a morena. – Pera, você disse que eu tinha razão?

— Disse.

— Com todas as palavras.

— Com todas.

A ruiva gargalhou.

— Merlim, o que meu irmão fez com você?

Hermione teve que rir também.

 

 

Molly estava cozinhando algum coisa quando aparatou na sala da casa Weasley – pode perceber pelo cheiro doce e extremamente agradável que enchia o ar. Não havia tomado café da manhã – havia saído após encontrar o bilhete e trocar de roupa, por isso, achou melhor conferir uma refeição. Foi o momento de escutar uma gargalhada grossa que outro estralo foi escutado e Harry surgiu suado pelo corredor. Ele caminhou até ela quando a viu.

— Cadê o Rony? – antes que pudesse responder o ruivo surgiu as costas dela. O moreno não esperou e alcançou o braço dos dois, sumindo de lá em seguida. A viagem foi desconfortável para Hermione, seu estômago vazio a deixou enjoada e vacilando no pouso e Rony a segurou. Ele ia perguntar algo mas alguém chamou sua atenção.

Kingsley gesticulada no meio da roda de aurores. Sobre a mesa os mesmos pergaminhos – com vários outros pedaços grudados com colas de cada passo da investigação. Peter tinha se separado da conversa no centro da mesa e aproximou-se de Hermione – não passando despercebido que ela passara várias vezes a mão no rosto desde que chegaram. Ela deveria está descansando.

— Junho, Maio, Outubro – Neville murmurava, o cenho contraído. – Meses do ano... cada criança... – foi como um sino em sua cabeça. – Harry, quais são os meses de nascimento de cada criança?

Harry abaixou os olhos para os pergaminhos e ditou em voz alta:

— Janeiro, abril, julho, agosto, novembro, maio, junho, fevereiro, março.

— Coloque em ordem – pediu e os mais próximos ajudaram o Potter. Rony se aproximou dos amigos, passando os olhos por cada ficha.

— É uma sequência dos meses do ano. Temos quase todos, só faltam...

— Setembro, outubro e dezembro – Hermione completou o ruivo.

— Apenas outubro e dezembro – Ralpe ergueu outro pergaminho escondido na montanha no extremo da mesa. – Lisa Stark é de setembro. Faltam apenas dois meses.

— Então quem quer que seja está sequestrando crianças de cada mês.

Hermione olhava as fotos pesando. Já havia escutado aquilo em algum lugar.

Adoravam crianças inocentes da aldeia.

Um rastro azul dançou em volta deles e o espectro de um gato pulou em cima das folhas.

— Houve uma invasão – a voz de Minerva falou e o patrono sumiu.

 

 

Os corredores estavam vazios. O eco de seus pés era alto e seus passos mais apressados que a da diretora.

Neville e Peter foram mandados pelo ministro a escola com o chamado da diretora e Hermione se assustou quando soube da informação completa: um dormitório tinha sido destruído naquela manhã e uma aluna estava na enfermaria desacordada. Teria confiado na responsabilidade dos dois colegas para cuidarem de tudo se a garota machucada não fosse Agnes ou que no estado que o lugar estava não parecia nada se tratar apenas de uma brincadeira digna dos gêmeos Weasley. Agnes estava acordada quando entrou na enorme sala. Estava com o olhar cansado e uma grossa faixa em volta de seu tórax começava a manchar de sangue pelo o que Hermione cogitou ser outra vez pelo sinal de cabeça da curandeira-chefe.

A menina sorriu quando a viu e ainda balançou fracamente a mão.

— Ganhei uma boa atenção agora – disse.

— Como ela está? – Hermione dirigiu um olhar confuso a curandeira, pedindo um relato completo do caso dela. Mesmo a conhecendo a pouco tempo a garota parecia uma ótima pessoa – mesmo com seu gênio sagaz e atrevido – particularmente parecida com a auror.

— Vamos ganhar um pouco de cor, garota – e madame Pomfrey a entregou um copo prateado. Agnes pareceu não se importar com Hermione do seu lado e bebeu o líquido na hora.

— Eita! – exclamou, fazendo cara feia. A bebida era muito ruim mas foi instantâneo a cor que suas bochechas pálidas ganharam.

— Agnes, pode me falar exatamente o que aconteceu?

— Eu não lembro de muita coisa – ela suspirou devagar. – Minha turma tinha sido dispensada de uma aula e fui pegar meu livro no dormitório para passar o tempo... só que quando eu cheguei lá...

Hermione se inclinou em expectativa enquanto a garota pensava.

— Tinha alguma coisa lá dentro... como uma sombra negra revirando tudo. Eu ia gritar só que ela me atingiu e só me lembro de acordar aqui.

— Por que ela estaria lá dentro?

Agnes a olhou e um rastro de irritação brilhou em seus olhos.

— Porque eu iria saber? – disse ríspida.

— Não sei, me responda você – a auror se aproximou mais. – Tinha alguma coisa em sua posse que era perigoso? Perigoso o bastante para provocar esse estrago?

Agnes tinha o rosto mais vermelho ainda – só não tinha nada a respeito do remédio. Ela olhou para faixa em seu peito e deu as costas a Hermione, afundando no travesseiro macio.

— Pode ir embora, por favor? Preciso descansar.

Demorou um pouco até ela escutar o ranger da cadeira e os passos da bruxa se distanciando. Quando tudo ficou silencioso de novo e com seu coração batendo descontroladamente, jurou que não cometeria o mesmo erro de confiar em alguém de novo. Expectativas demais cega as pessoas então Agnes ia seguir o conselho da mãe e ficaria quieta.

 

 

Os aurores naquele dia quase não paravam em seus escritórios. Os elevadores estavam sempre lotados e as pessoas falavam um acima da voz da outra.

Harry olhava preguiçoso as folhas na mesa, seu estômago tão cheio que numa determinada hora abriu o botão da calça. Molly tinha exigido que ele repetisse o almoço – assim como o Neville, Gina e mais outros dois aurores que comeram na Toca. Os coitados não tiveram escolha e a comida estava deliciosa de qualquer jeito.

O relógio em seu pulso marcou duas e meia da tarde quando Rony entrou em sua sala.

— Você sabe onde a Hermione está?

— Não. Por quê?

O ruivo passou a mão nos cabelos.

— Não a vejo desde a reunião de manhã.

— Vai ver ela está na casa dos pais.

— No meio do trabalho?

Harry deu de ombros. A amiga era adulta e sabia se cuidar ou, se precisasse de qualquer coisa, eles seriam as primeiras pessoas com quem falaria.

Mas Hermione não estava na casa dos pais.

Parada em frente ao prédio onde morava a auror hesitava um pouco. Kingsley tinha dito que uma esquipe de investigação já teria feito uma análise completa no lugar e outra equipe refeito os móveis e arrumado tudo que fora bagunçado ou quebrado. Mais um ponto positivo para o mundo bruxo.

Quando empurrou a porta de ferro para entrar no saguão o mesmo porteiro que tinha atingido na noite passada lhe sorriu abertamente – confirmando que sua memória estava limpa de qualquer coisa sobre ela. Seu jeito simpático fez ela gostar mais dele ainda, como se fosse a primeira vez que se vissem.

Pegou o elevador vazio e os minutos que ficou jugando se era uma coisa boa ou ruim ter voltado tão cedo foi o tempo que chegou ao seu apartamento. Destrancou a porta devagar e lá estava ele: com as luzes apagadas, o sofá do jeito que havia comprado – se não contasse com as manchas de suco ou leite que Teddy deixava derramar – a mesinha de centro sem nenhuma rachadura, a TV aparentemente mais limpa, os aparelhos da cozinha organizados ao seu gosto e sem nenhum defeito no apartamento.

Estava tudo perfeito até demais.

O ministro não sabia que estava em casa então se apressou a tomar um banho, trocar de roupa e comer alguma coisa saldável – tudo isso com os olhos atentos a cada ação que fazia, pronta para qualquer ruído que não fosse ela. A borda do livro em sua bolsa atraiu sua curiosidade e o recomeçou a lê-lo de onde tinha parado enquanto mordia seu sanduíche de peito de perú. Estava na última história – uma boa continuação da penúltima e a palavra lua de sangue já tinha sido repetida mais de dez vezes.

Sacrifício a cada século.

A adaga de ferro.

As irmãs-bruxas.

A campainha tocou na mesma velocidade que batia a mão no copo de suco. Desorientada sem saber o que fazer primeiro optou em abrir a porta.

— Onde você se meteu?

Ela ergueu as sobrancelhas para Rony. Ele tinha o rosto furioso – uma linha minúscula acima de seu nariz marcava a preocupação que ele deveria estar sentindo. Ah, coração fraco. Não era hora de admirar seu belo rosto.

— Estava trabalhando, Ronald. Assunto em Hogwarts.

— Ah.

Ela inclinou a cabeça, tentando não rir da expressão fofa dele.

— Vem, entra, estou quase terminando aqui. Podemos voltar juntos ao ministério.

Rony pareceu contentar-se com isso e tirou a jaqueta assim que entrou. Observou-a correr até a mesa onde um prato com migalhas estava repousado, erguer um livro e fazer uma careta quando gotas de suco pingaram das páginas.

— Ah, que ótimo – ela disse e a seguiu até o quarto. Quando ela ia começar a secar o livro com um secador uma sombra chamou atenção dele. Hermione não entendeu mais o deixou examinar as capas e assim que ele ergueu na altura da luz do dia, alguns contornos ficaram visíveis. Olhos delicados, cabelos longos e expressões belas tinham sido desenhadas nos interiores das capas, duas mulheres em cada uma. Revirando as páginas brancas demais, agora manchadas de laranja, viram que as palavras lua de sangue pareciam contornadas de vermelho vívido. Ou sangue. Rony fechou o livro com força.

— A invasão – murmurou, erguendo os olhos para Hermione. – Acho que tem alguma coisa com esse livro.

— Talvez o alvo não tenha sido eu. Mas sim esse livro.

O auror pareceu não escutá-la, voltando a sala em busca de sua varinha. Deixou o livro na mesinha de centro e murmurou um feitiço. O objeto levitou e pontos negros exalaram dele. A bruxa tinha pegado a sua varinha também e juntos eles fizeram uma bolha em volta do livro e partiram para o trabalho.

Entraram na sala de reuniões e Hermione estancou, olhando para a garota sentada perto de alguns colegas seus de trabalho. Agnes negou com a cabeça para Neville e bebeu mais um pouco de algo no copo que segurava com as duas mãos nervosa até sua atenção cair em Hermione.

— Já disse tudo o que sei – falou, levantando depressa. Infelizmente ela parecia não se lembrar do machucado e gemeu cansada.

— Não deveria estar aqui! – Hermione olhou brava para Neville. - Quem a trouxe?

— E você a conhece?

— Sim. Conversei com ela essa manhã.

— Então sabe o que ela veio nos reportar já que você não fez.

A morena não sabia e por isso se virou para Agnes. A garota se contraiu um pouco.

— Não me deu tempo de falar, senhorita, por isso falei com a diretora e ela achou melhor me trazer aqui.

— Agnes? –  ela desviou da mão da bruxa calmamente, sorrindo.

— Vamos? – Minerva, que estava conversando com o ministro, chamou a garota e juntas foram embora.

A Granger olhou elas irem sem entender tanta formalidade quando a menina ficava tão eufórica quando a via.

— Então tudo se encaixa.

Um aperto em seu ombro a fez voltar.

— O que a Agnes veio dizer?

— Que um livro dela que estava no dormitório sumiu – o moreno ergueu um pergaminho do que seria o formato do livro. – Disse também que era apenas a forma simplificada de um que ela recomendou a você.

Rony deixou o livro cair na mesa e os outro o olharam.

— Quebraram meu apartamento ontem e hoje o dormitório de uma aluna – ela murmurou. – Era do livro que estão atrás. Tem que ter alguma coisa nele que os interessam.

— O quê? Histórias para crianças? – uma auror loira propôs passando as folha com sua varinha.

— Histórias interligadas... que acaba com o sacrifício de crianças em uma lua de sangue.

Todos os olhos na sala pararam para olhar a folha que Rony erguia – a última do livro e uma parte que tinha descolado da capa com apenas um pequeno puxão, estampando um desenho mal feito que simbolizava o que tinha falado. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu nem sabia a última vez que eu tinha atualizado e quando eu vi que foi no mês quatro quase entrei em colapso. Comecei a escrever era mais de meia noite e segui até duas da manhã com quase mil palavras mas cansada demais pra continuar - mesmo que as ideias borbulhando. Terminei agorinha e já postei. Obrigado pela paciência e o xingamento está livre, eu mereço. A escola tá me sugando tudo, principalmente agora no final do ano com provas pra estudar, trabalhos pra enviar, seminários pra treinar... eita que vida de estudante não é fácil, imagina quem estuda e faz curso! (TIPO EU!)
Até!
PS: estamos nos últimos capítulos, no máximo três ou dois até o final então comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Seguindo em Frente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.