Seguindo em Frente escrita por liamara234


Capítulo 10
Flerte


Notas iniciais do capítulo

Oiê!
Começo de ano bom, não é? Sei que demoro muito mas é que o tempo não ajuda. Normalmente eu faço um rascunho no caderno, mas quando eu vejo, já se passou uma semana e eu não escrevi nada. Estou sentindo falta dos comentários, mesmo já tendo recebido dois (maravilhosos) quero saber o que você, leitor fantasma, está achando.
Boa Leitura!



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O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontece. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis. 

                                                                 - Maria Julia Paes de Silva

 

 

Dizem que o tempo supera tudo. Nunca vamos saber a lógica ou o sentido real dessa frase se não tivermos algum momento difícil. São incontáveis momentos de sufoco na nossa vida, mas, como o tão conhecido ditado: damos "tempo ao tempo".

Saber lidar com a perda, dor ou falta de alguém ou de alguma coisa leva tempo. Sempre achamos que nunca vamos superar mas, no fim das contas, superamos. 

São tantas coisas que queremos e desejamos. Conseguir parar o tempo é o sonho de muitos, seja para adiar ou mudar algo. Aparentemente o mundo não é uma fábrica de realização de desejos. 

O dia naquele manhã estava radiante. O sol de Londres estava baixo, o ar estava agradável e se podia ouvir o canto dos pássaros ecoando por todo lugar. Hermione Granger se mexeu debaixo das cobertas e suspirou, ainda de olhos fechados. Derrotada pela falta de sono, afastou o edredom um pouco dos olhos e mirou o relógio digital em cima de seu criado-mudo. 

06h55.

Sorriu triunfante ao ver que acordara cinco minutos antes do despertador. Ao se sentar na cama, desativou o mesmo e ficou a observar a poeira se agitar a luz do sol que passava por sua janela. Não demorou muito para escutar a barulheira no andar debaixo. O barulho da frigideira de sua mãe raspar no fogão, o cheirinho de leite esquentando. Mônica estaria a preparar um delicioso café da manhã.

Rumou para o banheiro a fim de tomar um rápido banho. Despiu-se e entrou debaixo do chuveiro, sentindo a água lhe descer pelo rosto. Enrolada em uma toalha, parou em frente ao guarda-roupa e puxou de lá um vestido azul. Era o seu preferido. Com um pequeno decote, ele tinha toda a sua extensão coberto com uma camada quase imperceptível de renda. Hermione finalizou o vestuário com um fino cinto dourado marcando seu quadril e calçou uma sapatilha. 

Depois de uma luta com o cabelo, o prendeu com um elástico e tentou não se importar com os fios teimosos que lhe caíam nos olhos. 

Recolheu sua varinha e desceu para a cozinha.

— Bom dia!

— Teddy, querido, não faça isso! - foi ignorada pela mãe enquanto repreendia o garotinho de cabelos de um tom berrante de azul. Teddy olhava e sorria para os talheres que fazia levitar sobre a mesa. Mesmo sendo uma criança órfã, Teddy não parava na casa da avó que cuidava do menino desde a morte dos pais. Fora a casa do padrinho, Harry, ele ficava com Hermione - que durante esse tempo preferia ficar com ele na casa dos pais -, Gui e na Toca.

Assim que escutou a voz de Hermione, o menino pulou da cadeira e se jogou nos braços da morena, a recebendo com um beijo na bochecha.

— Usando magia de novo, Teddy? - ela disse enquanto caminhava com o garotinho de três anos nos braços. Os cabelos que antes eram azuis, ficaram vermelhos.

— Foi poquinho! - ele gesticulou com as mãos. Teddy tinha tido seu primeiro sinal de magia a poucas semanas. Arrancara várias lágrimas, principalmente de Molly e Andrômeda e um sorriso orgulhoso de Harry. 

— Sei que está empolgado - Hermione disse e Teddy a olhou com os olhinhos atentos. - Mas é muito perigoso usar magia quando não se tem controle. 

Diculpa, tia Mione - ele abaixou a cabeça. 

— Tudo bem, querido - ela sorriu e afagou seus cabelos. - Agora tome seu café que hoje você vai ficar com o seu padrinho. 

— Quem vai ficar com o padrinho de quem? - Wendel, o pai de Hermione, entrou na cozinha pela porta que dava acesso ao jardim e sentou-se ao lado da filha. 

— O Teddy. Hoje o Harry vai levá-lo para a casa de Andrômeda - Hermione explicou enquanto se servia com panquecas e suco.

— Mas já? - perguntaram Teddy e Wendel juntos fazendo as outras duas rirem.

— Não quer ver seu padrinho? 

Num é isso - o menino disse com uma careta fofa. - É que eu goto de ficar aqui.

— Não diga isso na frente do Harry - Hermione o alertou e Teddy riu. - Mas você volta quando quiser. Agora chega de papo e coma. 

Depois de comerem, Hermione o ajudou a arrumar a mochila e se despedir dos "avós postiços". como ele gostava de falar. Aparataram no ministério e logo Teddy estava com o padrinho. 

 ***

 Após mais um dia de intenso trabalho, Hermione estava cansada e se preparava para ir embora. Com o dia cheio, alternando entre reuniões com duendes e relendo pergaminhos e mais pergaminho com leis, ela ainda ficara duas horas treinado aurores novatos. 

Respirou fundo e começou a guardar o tinteiro que usara. Antes que conseguisse levantar da cadeira, pela porta, uma Gina alegre e corada entrara de supetão. 

— Oi, Mione! - ela pulou e abraçou a morena.

— Que animação é essa? - Hermione riu.

— Minha animação de sempre. Saberia disso se saíssemos mais - Gina fingiu chateação e a mulher a sua frente cruzou os braços tentando adivinhar até onde aquilo iria. 

— Ok, então. Acho que te devo desculpas. 

— Tudo bem, sua irritante sabe-tudo - Hermione riu e revirou os olhos diante do apelido de escola. Mas seu sorriso logo morreu ao lembrar de quem sempre a chamava assim. Abaixou a cabeça e remexeu meio a esmo nos pergaminhos em cima de sua mesa. Aquilo não doía mais tanto, só era uma reação idiota que ela não conseguia deixar de lado.

— Desculpe - Gina viu sua mudança facial. - Não queria...

— Não tem problema - Hermione lhe cortou e mudou de assunto. - Voltando ao outro assunto... Por que entrou aqui toda alegre?

— Ah, isso - Gina bateu palmas empolgada. - Vamos sair. Para algum lugar. Um bar, talvez. Não sei bem ainda, mas você vai.

— Não sei não, Gina. Estou cansada e a única coisa que eu quero essa noite é ir para o meu apartamento e me enfiar dentro de uma banheira com espumas. 

— Nada disso - Gina a puxou para fora da sala. Lado a lado, caminharam pelo corredor do ministério quase vazio. - Você quase não sai com a gente. Precisa sair, conversar com gente, beber um pouco, flertar... - a ruiva a cutucou no braço.

— Não quero flertar com ninguém - contradisse a morena.

— Vai sim, senhora. Tem que arrumar um namorado. Uma garota linda, empregada, dona de si e sem ninguém? Juro que se você for a um bar com a gente, nenhum homem vai desperdiçar a chance que o Rony perdeu.

Nesse momento, Hermione parou e a encarou enquanto, do outro lado do corredor, Harry, Nevile e Luna caminhavam de encontro as duas. 

— Não meta seu irmão no meio disso - disse entredentes. Gina apenas revirou os olhos dando a Hermione uma enorme vontade de enforcá-la. Logo os outros três chegaram e, depois de algumas insistências, Hermione concordou em sair com eles.

Foram para um pub bruxo e sentaram-se em uma mesa mais para o fundo. Pediram algumas bebidas e logo estavam rindo e jogando piadas. Hermione não notava, mas outros bruxos que frequentavam o local não paravam de lhe lançar olhares maliciosos. Quando Gina e Harry foram para a pista de dança, acompanhados por Nevile e Luna, Hermione finalmente se sentiu só. 

Talvez arrumar um namorado não seja má ideia...

Não. Ela balançou a cabeça e colocou a culpa de tal pensamento em Gina e nos drinks que tomara. 

— Com licença - uma voz surgiu ao seu lado. - Posso sentar aqui?

Já ia enxotar o dono da voz quando o reconheceu.

— Peter! - ela sorriu. - Pode sentar, sim.

Assim ele fez. Peter Jones era um ótimo auror que, muitas vezes, trabalhava com Hermione no treinamento dos aurores novos. Ele tinha nas mãos uma taça de uísque de fogo.

— Não sabia que frequentava esse tipo de lugar - ele perguntou sorrindo. Hermione notou que ele vestia roupas diferentes de como o tinha visto naquela manhã de trabalho. Estava mais casual. 

Hãm... na verdade, não frequento - ela deu de ombros e fingiu não notar quando ele colocou o braço ao seu redor por cima do banco único. - Eles que me arrastaram para cá. 

Ela gesticulou com a cabeça para os amigos na pista de dança. Tomou um pouco de seu rum e olhou de novo para Peter que ria.

— Estou começando a achar que não foi uma boa ideia. 

— Bom, - ele a olhou nos olhos. - Da minha parte, vou agradecer a eles por isso depois.

Assim que ele respondeu, Hermione quase engasgou com sua bebida. Era sério aquilo? Peter estava flertando na cara dura com ela? Decidiu se fazer de burra. 

— Então... veio acompanhado? - ela teve que ficar mais perto dele para falar por causa da música. Peter acompanhou o olhar da morena para o balcão de bebidas e lá tinham várias outras belas bruxas de riso fácil.

— Digamos que sim - ele sorriu galanteador e Hermione suspirou. Por que ele estava tão diferente assim fora de uma sala de treinamento? - Mas esqueci de chamá-la para sair. 

E de novo, lá estava ele flertando. Por que estava com tanto medo? Era solteira, desimpedida. Não devia nada a ninguém. Era novo e diferente aquela situação. Mas, mesmo assim... 

— Acho que ela se sentiria honrada.

— É - Peter concordou. - Tenho certeza que sim.

A medida que o papo foi fluindo mais facilmente, foram ficando mais leves e mais bebidas foram pedidas. Ao fim da noite, Hermione e Peter gargalhavam e o auror a puxou para a pista de dança agora cheia. Não soube se foi a bebida ou a estranha boa companhia, Hermione, pela primeira vez em anos, se divertiu. 


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Notas finais do capítulo

Pedradas? Crucius? Avadas?
Esse capítulo espero comentários. Vamos lá! Segunda parte da fic e não temos nem dez comentários! Está tão ruim assim?
Até a próxima!



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