Pokémon - Reverse Gracidea escrita por Golden Boy


Capítulo 4
4 - Homens de Máscara


Notas iniciais do capítulo

Depois de uma mudança brusca em todo o rumo da história, espero que essa pequena passagem de tempo não confunda vocês xD



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Capítulo 4
Homens de Máscara

 

 

 

   O inverno chegou do nada no leste de Sinnoh. Ventos frios fizeram as ruas se encherem de neve e até mesmo as cidades praianas, como Sunyshore, tinham seus habitantes congelados pelo frio repentino. Glazier morava com Aaron já fazia um mês, e este segundo já parecia estar extremamente bem. Quase não se lembrava dos incidentes ocorridos em Pastoria, que fizeram sua jornada se encerrar por hora. Pelo menos era isso que esperava. Tudo o que não queria era passar mais alguns anos em casa, esperar para ter idade para começar uma faculdade.

    Mas hoje esses pensamentos não lhe afligiam. Era um dia especial, não só por ser o primeiro dia na semana a não nevar pela manhã, mas sim porque ele enfrentaria Volkner. Queria mostrar para ele que os treinamentos que fizera com Glazier, que fora presenteado com o Piplup que Aaron conseguira em Pastoria, tiveram algum resultado. Rumava para o ginásio, agasalhado e com uma touca com protetor de orelhas. O que cobria sua cabeça era de sua cor preferida, cinza. Glazier não se importava com o frio, visto sua vida toda ter sido em uma cidade ao Norte, no meio do MT.Coronet, mas mesmo assim vestia um casaco fino e trajava calças jeans. Ainda não tinha contado sua descendência real para Aaron. Volkner esperava do lado de fora do ginásio, falava no celular com um tom sério. Sua moto estava parada mais a frente, e ele a fitava com ansiedade. Quando chegaram mais perto, o líder de ginásio desligou o celular e o colocou no bolso.

   — Desculpe Aaron. Me chamaram na Liga, preciso ir urgentemente. Discutirão o que aconteceu em Pastoria. — quando ouviu este nome, Aaron teve um calafrio, e ficou encarando a moto de Volkner, pensando no que acontecera, até que ouviu seu nome sendo chamado. Assentiu para qualquer coisa, e viu o tio subir na moto e seguir caminho para a grande ponte que ligava Sunyshore à sede da Liga Pokémon de Sinnoh: O Planalto Cristal.


   — Bem, a gente pode voltar e ficar jogando alguma coisa — disse Glazier, tentando animar o amigo que parecia sem rumo. — Ou podíamos treinar mais um pouco, o que acha? — Aaron começou a andar para o outro lado da rua, desviando dos carros parados no semáforo. Glazier o seguia, tentando mudar sua direção. Tinha medo de que ele os atraísse para alguma confusão. Quando pulou a cancela do estacionamento, o garoto ruivo tinha certeza de que este seria um dia agitado. Fez um sinal para o guarda que cuidava do local, pedindo um pouco de paciência, e voltou a seguir Aaron, que olhava dentro de cada carro dentro dali. — O que diabos está fazendo?!

   — Procurando um pokémon. — Glazier ficou parado por dois instantes, tentando raciocinar. "Por que um pokémon estaria ali, num estacionamento?"

   — Que tal fazer isso num lugar aonde você não pode ser atropelado? Vamos sair daqui logo, por favor. 


   — É um pokémon específico, que eu vi vindo para cá. - mentiu. Algo o atraía para lá. Os olhos vermelhos que falaram com ele em Pastoria. 


   — E como EU não vi esse pokémon?


   — Não sei. Talvez você... achei. — Aaron olhava dentro de uma van branca. Se dirigiu a parte traseira e olhou pela vidraça. Então, ficou estupefato. Glazier fez o mesmo, e agarrou o antebraço de Aaron, para tirá-lo dali. O chão estava escorregadio, provavelmente algo fora derramado ali. Um cheiro forte de gasolina, e do lado de dentro do carro, uma bomba. Um pequeno dispositivo com vários fios, e um contador que indicava oito segundos.


   — Se não sairmos daqui agora vamos morrer! Aaron, olhe para mim. Nós não temos tempo!  — gritou, quando percebeu que toda a van e os arredores estavam infestados de gasolina. Não seria uma explosão pequena, definitivamente. Faltavam quatro segundos. Aaron deu mais uma olhads rápida, e então cedeu. Glazier o puxou com tanta força que seu braço ficara marcado. Correram, ou tentaram correr, por que três segundos depois de se afastarem dali, uma grande explosão aconteceu, levantando fogo a mais de três metros de altura. A onda de choque tirou Aaron do chão, e o jogou em cima de um carro vermelho, que quebrou com o impacto. Glazier foi apenas empurrado, e caiu de bruços no chão ao lado do carro vermelho. 

 

 

+++++

 

 

 

   A reunião tinha começado há menos de dez minutos. Uma mulher loira falava ainda de pé para todas as pessoas que faziam parte da Liga. Dizia diversas coisas, e Volkner apenas fingia prestar atenção. Um candelabro iluminava a sala naquele dia sombrio e nublado. O castelo tinha um ar nostálgico para Volkner, que passara a infância ali. 

   — A única testemunha sobrevivente do assassinato de Gordon Lewis, conhecido como Crasher Wake, é Aaron Ellisworth, sobrinho de Volkner, que está presente. — disse um homem de terno, que estava sentado ao lado de Cynthia.

   — Sim? — disse Volkner, com a voz longe.

   — Precisamos de um depoimento de seu sobrinho para documentos oficiais.

   — Peguem com a polícia. Ele já deu um depoimento, não virá até aqui só para isso. 

   — É um caso de homicídio, Volkner. — o homem loiro tomou aquilo como uma grande ofensa.

   — Não me chame de Volkner. Meu sobrinho não virá até aqui. E eu também não voltarei. Você acha que tem controle sobre tudo, mas não tem. É só uma figura fraca, que se esconde atrás de seu título. — Cynthia ia falar algo, mas Volkner não deu chance. — poupe-me de seus argumentos. Eu sei que você perdeu a batalha para Leonard. Eu sei que é a mais fraca nessa sala. Todos sabemos. Ouça bem. Ninguém sai impune de um crime, Cynthia. Espero que saiba disso. Não vai conseguir culpar meu sobrinho por algo que você causou. — pegou sua insignia-mestra e a jogou na mesa. Já de pé, saiu da sala e bateu a porta atrás de si. Cynthia estava estupefata, e indignada pelo modo que foi tratada. Cerrou os olhos, bufou e disse:
 
   — Mais alguém tem algo a dizer? — ouviu um murmúrio de risada entre os líderes de ginásio. O ex líder de ginásio já estava longe quando outra voz foi ouvida.

   — Tudo isso é muito recente, e também perigoso. Não é seguro para ninguém continuar em suas funções. — disse Bertha, membra da Elite Four. Sua voz era rouca e baixa, mas firme. Ela se levantou, e jogou sua insígnia-mestre na mesa, ao lado da de Volkner, e saiu em seguida. Foi seguida por Gardenia, líder da cidade de Eterna, e Fantina, de Hearthome.

    Assim que Fantina fechou a porta, as velas do candelabro se apagaram numa lufada de vento, e uma bomba de fumaça foi ativada. Um homem magro com máscara branca, que vestia uma camisa negra com um G amarelo bordado apareceu, e pulou na mesa para atacar Fantina. Dois guardas tentaram puxar suas armas, mas duas kunais foram jogadas em suas gargantas. Maylene segurou o punho do assassino, e entrou em luta corporal. Era uma exímia lutadora, mas o assassino também era. Quando Maylene achava que tinha-no imobilizado, ele se soltou e a chutou para a parede. Todos estavam tentando sair da sala, que tinha sido trancada. Maylene puxou um cordão de dentro da camisa, e uma pokébola se abriu, libertando seu pokémon mais poderoso: Um Lucario chamado Luke. Maylene tinha quebrado uma costela, mas Luke estava bem até ali.

 

   — Luke, ataque. — O Lucario ativou um Bone Rush e derrubou o assassino de máscara rapidamente. O imobilizou colocando o osso em seu pescoço, pronto para atacar. Outra bomba de fumaça foi ativada, esta, atrás de Cynthia. Outro assassino de máscara, que colocou a lâmina acoplada a sua luva no pescoço da mulher loira. Puxou sua cabeça para cima, e olhou nos olhos aterrorizados de Cynthia. — Aura Sphere! — Maylene comandou. O homem de preto saiu da direção da esfera azulada, que atingiu o peitoral de Cynthia e a atirou pela vidraça. Quando se deram conta do que tinha acontecido, os dois assassinos já tinham fugido pela janela quebrada. Toda a ação não durou mais do que dois minutos, e nenhum deles deixou pistas sobre quem eram.

+++++ 

   Aaron estava internado. Sofrera concussões em várias partes do corpo, e quebrara o braço esquerdo na queda. Estava em coma induzido, por ter sofrido um traumatismo craniano. Isso impedia que o edema aumentasse, e aumentava suas chances de voltar sem sequelas. Seus pais estavam em Hoenn, passando as férias, por isso Aaron e Glazier estavam morando apenas com a Volkner, que fora avisado de imediato, e estava chegando lá. As notícias do assassinato de Cynthia correram rápido, mas nao o suficiente para Volkner saber. 

   
   Glazier, que passara a manhã ao lado de Aaron, percebeu que estava com fome, e se levantou para comprar algo numa máquina automática. Pip estava ao seu lado, seu Piplup. Se lembrou de quando Aaron lhe dera; na primeira noite em que ele dormiu em sua casa.


   Pip agora sempre andava com ele, um pokémon muito dócil, que apreciava a companhia de seu treinador, e vice-versa.  Alcançou a máquina, colocou dinheiro e apertou um botão. Uma barra de chocolate caiu, e Pip a pegou. Glazier apertou outro botão, e uma segunda caiu, esta, Pip pegou e jogou para cima. Tinha uma mira muito boa, ao contrário de seu treinador.

   Comeu, se sentindo culpado por não ter puxado Aaron algum tempo antes.

Volkner não demorou a chegar depois daquilo.

 

 


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