Você é uma vergonha, Rose Weasley ! escrita por pureblackgalaxy


Capítulo 5
Capítulo 4 - Preciso me acostumar, pelo bem da minha sanidade


Notas iniciais do capítulo

UAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAL, 1 favorito e 7 novas pessoas acompanhando, vocês são demais, sério ! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/714336/chapter/5

Acordei com meus braços e cabeça latejando. Ainda um pouco grogue por conta do sono, me surpreendi ao olhar pela pequena janela de meu quarto, e ver que estava tudo escuro.

— Droga – Murmurei e me levantei da cama, deixando a mostra a enorme mancha de sangue que havia ficado na colcha branca com detalhes coloridos. Suspirei, me sentindo pior do que nunca e peguei minha varinha, fazendo com que a mancha sumisse, como sempre acontecia, afinal, se minha própria família fingia que eu não existia,  porque o ministério faria diferente ? Suspirei fundo e olhei para meus pulsos cortados, que estavam simplesmente horríveis, devido a grande quantidade de sangue seco,

Fui até o banheiro e abri a torneira, começando a retirar todo o sangue seco com a água morna que saia da torneira. Abri a primeira gaveta e peguei um pequeno frasco de perfume, onde eu tinha substituído o líquido por uma poção curativa, e espirrei em meus dois pulsos, fazendo uma careta de dor , com a ardência que a substância provocava. Ouvi passos no corredor e me apressei em esconder o frasco e em jogar água gelada em meu rosto, no mesmo instante em que a porta de meu quarto se abriu, revelando Hugo.

— Você vem jantar ? – Ele perguntou, seco e indiferente, sem me dirigir o olhar. Balancei a cabeça negativamente, já que , provavelmente, teria que fazer os exames no dia seguinte. Meu irmão fechou a porta, sem nem simplesmente olhar na minha cara. Suspirei, chateada. Nós costumávamos nos dar muito bem na infância, eu, Hugo, Alvo e Lily éramos inseparáveis, alias, no geral, todos na família Weasley costumavam ser assim. Na verdade, ainda eram, só me excluíram, definitivamente, de tudo.

— Marquei seus exames para amanhã. Acho bom você segurar a boca e fazer tudo o que tiver que fazer, direito – Minha mãe despejou, abrindo a porta com força e me fazendo ter um sobressalto. Só via raiva em seus olhos, e a certeza de que sua vontade era de me dar muito mais do que um simples tapa na cara. -  Não quero problemas com a justiça trouxa por sua causa ! – Completou, batendo a porta com força.

Segurei as lágrimas que estavam ameaçando vir. Eu não ia chorar, nem por causa de minha mãe, e nem por mais ninguém. Eu sabia que, se eu realmente quisesse passar desapercebida pelas pessoas e que elas simplesmente parassem de me ofender gratuitamente, eu teria que parar de demonstrar mágoa ou ressentimento pelas palavras, pois eram exatamente isso que elas queriam : me destruir , me fragilizar. Pensar que sua própria família quer te destruir emocionalmente é horrível, mas é uma realidade que eu precisava encarar, e aceitar.

Resolvi que queria pensar o menos possível, então resolvi  fazer uma das coisas que eu mais gostava : estudar idiomas.  Fui até meu armário e peguei os livros de latim , alemão e francês que achei na casa dos meus avós maternos. Eu tinha ficado um fim de semana inteiro grudado neles, então minha avó acabou me dando de presente, e foi com esses livros que acabei aprendendo a ler e a me comunicar, em nível intermediário, nos três idiomas. Comecei a ler e fazer anotações, tão entretida, que tive um sobressalto quando Sírius, a coruja de Alvo, começou a bicar a janela, insistentemente.

Me levantei e abri a janela para a coruja negra entrar e retirei a carta de suas patas, dei-lhe um petisco e coloquei um pouco de água para ela, em um pequeno pote. Ele piou agradecido, mas não saiu do lugar, indicando que esperaria pela resposta . Eu tinha mandado uma carta para Alvo e Lily, contando tudo o que havia acontecido na desastrosa consulta da Dra Carrow, já tinha até me esquecido que enviara a carta, a menos de vinte e quatro horas atrás. Suspirei pela enésima vez e abri a carta, identificando logo de primeira a caprichosa e redonda letra de Lily Luna:

Oi Rose ! Eu que vou escrever a carta hoje, pois o Alvo está com preguiça ( como se isso fosse uma novidade )

  Lily começou, e eu não pude evitar um sorriso. Alvo era o ser mais preguiçoso da face da terra.

Você deveria ter me avisado disso antes, se eu soubesse disso teria ido ai na hora para pelo menos por ter oferecer meu ombro pra chorar. Eu sinto muito que você tenha passado por isso sozinha, você sabe que a minha vontade é sair jogando Avada em todas essas pessoas por serem tão escrotas e repugnantes com você, prima.  Quero que me avise quando sair desse maldito laboratório, pois amanhã eu vou passar o dia inteiro com você, e é bom você nem , pois só saio dai quando seus pais me expulsarem.

Quanto a isso do seu peso, eu sei que isso é assustador, mas acho que esse é o tipo de coisa que devemos conversar pessoalmente, mas independente de tudo, nós sempre vamos estar ao seu lado Rose, seja com você pesando 150 ou 60. Jamais se esqueça disso.

Me avise quando você voltar do laboratório amanhã, por favor.

Dos seus primos que te amam

Alvo e Lily

Mal terminei de ler a carta, e já senti meus olhos marejarem. O que eu mais amava em Alvo e Lily é que, mesmo não sentindo na pele o que eu passava, eles sempre eram extremamente compreensivos comigo, mesmo quando eu fazia coisas que eles não gostavam, como me cortar. Eu sabia que não tinha surtado e tentado acabar com a minha própria vida por conta deles. Fui tirada de meus devaneios por um pio furioso de Sírius, que sem dúvidas já devia estar cansado de esperar por uma resposta.

Peguei pergaminho, pena e tinta em cima da mesa e comecei a escrever:

Agradeceria imensamente a sua visita, preciso disso mais do que nunca. Mando um recado pela Lia assim que chegar em casa. Muito obrigada por me ouvirem e estarem ao meu lado, mais uma vez.

Com amor, Rose

Terminei de escrever e coloquei a carta em um envelope, fechando-o e coloquei com cuidado nas patas de Sírius, que voou imediatamente de volta para a casa dos Potter.  Após ver a coruja sumir em meio a noite escura, fechei as janelas , coloquei meu pijama e me deitei na cama, olhando para o teto irritantemente branco do meu quarto.  Eu sabia que precisava me mexer , sabia que era muito nova para me entregar para a morte, quando eu sabia que poderia ter uma vida toda pela frente.

Mas será que eu realmente conseguiria me livrar de tudo isso ? O apoio de Al e Lily eram extremamente importantes para mim, mas será que bastava, em meio a toda a família Granger-Weasley-Potter- Delacour e companhia me colocando para baixo ? Ou melhor, será que eu sobreviveria a mais um ano em Hogwarts dessa forma ? Cobri meu rosto com as mãos e abafei um grito, só de pensar em Hogwarts. Por um lado era maravilhoso ficar lá , pois além de ficar longe dos meus pais , eu ficava mais próxima de Lily e Alvo, mas por outro lado...bom, tinha praticamente a escola inteira me zoando e fazendo chacota ao meu respeito.

A verdade é que eu não sabia se eu teria estrutura emocional para mais um ano em Hogwarts, mas também não queria ficar em casa e ter que assistir , diariamente, a infelicidade de Hermione Perfeita Jean Granger Weasley em me ter como filha.  Ela e Ron poderiam ser os heróis do mundo bruxo, mas a verdade é que não sabiam absolutamente nada sobre a própria filha. De que adiantava defender tanto a liberdade dos elfos domésticos, se repudiava e humilhava a própria filha por ser diferente ? Aquilo doía , mas como eu já disse antes : eu teria que me acostumar, se quisesse manter minha sanidade mental.

No dia seguinte fui com minha mãe no laboratório trouxa, onde fiz todos os exames que ela havia me pedido. Dessa vez eu não podia reclamar, pois eu e minha mãe não trocamos uma única palavra durante todo o caminho, e nem na volta. Ela parecia absorta e chateada demais com alguma coisa, que com certeza não me dizia respeito, mas era melhor do que levar outro tapa e mais gritos, então não falei absolutamente nada também. Resolvi que me desesperaria com os resultados do exame apenas no dia seguinte, que seria a minha consulta de retorno.

Entrei em casa e ela foi para seu trabalho no Ministério da Magia, sem margens para despedidas. Me surpreendi ao ver Hugo já acordado, tomando seu café na mesa da cozinha. Ele levantou  o olhar quando eu cheguei mas não disse nenhuma palavra, e eu também não estava com a menor vontade de conversar com ele. Escrevi um bilhete para Lily, avisando que já estava em casa, que ela poderia vir a hora que quisesse e coloquei o bilhete nas patas de Lia, minha coruja, e instrui-a a levar a carta para a casa dos Potter e que deveria ser entregue para Lily.

—  A Lily vem daqui a pouco – Anunciei para meu irmão enquanto ia em direção ao sofá, notando que ele tinha corado quando eu mencionei o nome de Lily. Ele se recompôs rapidamente e deu de ombros, como se a informação não tivesse nenhuma importância, e voltou a comer. Me sentei no sofá, esperando Lily chegar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Você é uma vergonha, Rose Weasley !" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.