Mensagem aleatória escrita por Anna Hiddleston


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!
Desculpem por quaisquer erros de ortografia.



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Ela se preocupou quando não recebeu nenhuma mensagem de Stiles.

Desde os infortúnios com Theo, Dread Doctors e Eichen House eles combinaram silenciosamente que trocariam mensagens ocasionais.

Tudo começou com uma mensagem aleatória da ruiva, assim que Lydia chegou em casa depois de um dia exaustivo de Física Aplicada, ela o mandou uma mensagem.

 "Prada roeu minha escova de cabelo."

No outro dia, quase no mesmo horário, o moreno pálido retrucou com uma mensagem singular.

 "Acho que vou tentar fazer hambúrguer vegetarianos."

Era o método sutil deles de se apaziguarem, de dizer "Estou bem, estou vivo   (a), estou em casa, estou seguro (a)."

Depois de meses seguindo regularmente o acordo, Lydia se sentiu desconfortável com a ausência da notificação calmante.

— E então, Isaac chegou enquanto eu estava conversando com Scott e eu tenho a nada leve impressão de que eu acabei criando algum tipo de empecilho entre a amizade deles e eu não... Lydia? - Alisson esfregou suas costas, chamando a atenção da amiga. - Está tudo bem?

— Não.

A morena se moveu rapidamente, jogando um leve olhar para Kira e Malia que estavam no outro lado da sala, se ajoelhou na frente da amiga, a expressão preocupada.

— O que houve? Você não quer gritar, não é?

— É Stiles, ele não mandou nenhuma mensagem. E não, eu não estou sentindo vontade de gritar... Ainda não. - Ela mordeu o lábio e agarrou o celular com mais força.

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Ele se contorceu contra as amarras, sentindo o coração bater, uma corrida maluca vibrando em seus ouvidos, o lugar era escuro e extremamente frio, ele queria chorar somente com a lembrança de seu primeiro encontro com o Nogitsune.

Mas não era a mesma coisa, mesmo que ele não pudesse sentir as amarras direito porque seus membros estavam adormecidos, e que ele não conseguisse contar seus dedos nem se ele quisesse por causa do escuro, era diferente.

O lugar que ele estava não era desconhecido, algo no ar e em seu intestino gritavam que ele já tinha estado lá antes. Mas não era o maldito sanatório, nem algum lugar distante na reserva. Era úmido, e de uma forma bizarra, era seguro.

Um carro passou por perto, iluminando seus arredores, Stiles sentiu o frio em sua barriga relaxar levemente quando pôde ver as caixas no canto da sala e expirou alto.

Ele estava amarrado de baixo de sua casa.

— Stiles...- Ele engoliu seco, sentindo o pânico voltar com toda força, seus ossos tremiam ao ponto de dor. - Olhe para mim, Stiles...

— De novo não, por favor de novo não, Deus, por favor... - Ele choramingou, sentindo algo arrastar em suas pernas, enquanto a coisa que estava se movimentando continuava a sussurrar, implorando para ele abrir os olhos.

— Stiles, por favor, abra esses lindos olhos para mim... - A coisa pediu, uma voz melódica e arrastada.

O rapaz sentiu uma névoa intensa tomar seu corpo, uma lentidão, como um cansaço pesado que se arrasta pelos seus músculos, fazendo-os relaxar, e ele largou a cabeça no chão empoeirado, respirando pesadamente.

Ele não estava com sono, somente cansado demais para fazer muito esforço e então ele abriu os olhos.

O Nogitsune o encarava, o que fez seu corpo começar a produzir um pouco mais do superpoder humano chamado adrenalina, sangue bombeava no mesmo ritmo que seu coração em seus ouvidos, mas não por muito tempo, já que a inércia e a exaustão misteriosa arrastavam-se por seu corpo.

—Ó, que dó, eu sei exatamente quem você vê agora, mas não tenha medo, seus olhos te enganam, Stiles. Eu posso ser outra pessoa para você...

Em um piscar de olhos sua mãe estava em na sua frente com um sorriso amável, acariciando seu cabelo. Mas Stiles não se deixou levar pelo sentimento e tentou se afastar.

—Shhh... Não se assuste, eu sei que você está cansado, e se você relaxasse um pouco? Eu só quero ajudar,...

— O que... você...? - Ele tentou perguntar, mas o peso da criatura o esmagava.

— Eu sou uma das criaturas mais antigas, e é quase divertido mesmo, por que quase ninguém acredita que eu existo, por mais que as crianças gritem, e chorem por causa da minha real aparência. - A criatura diz, seu rosto é um fantasma de Cláudia, que se contorce em um bico magoado, porém sua voz ainda é diferente da de sua mãe, e é inquietante ver os lábios se movendo com um tom de voz nada parecido. - Eu sou aquele que se esconde debaixo das camas, aquele que abre a porta do seu armário enquanto você dorme, Stiles.... Você costumava a ter medo de mim.

— Bicho-papão? - O cérebro de Stiles está lento, tentar acompanhar a voz suave é muito difícil.

—Muito bem! E agora que eu finalmente peguei você e agora já sabe da minha muito real existência, eu posso contar o que nós fazemos.... Perseguimos os desolados, indignados e o que acreditam que foram deixados de lado.... Os verdadeiros lobos solitários.

— Eu sinto um pouco de sarcasmo? - O garoto sente sua língua um pouco mais pesada.

— Shh... E então, nós o pegamos e nós fazemos manter contato com os olhos, isso faz com que suguemos sua força vital, Stiles... E sabe qual é o melhor de tudo? Você não liga, você só vai se sentir com cada vez mais sonolento, cada vez mais cansado. É ótima, não é? A sensação?

Stiles assente levemente, não processando tanto as palavras mais.

— É claro que, não podemos machucar as crianças, elas não têm tantos sentimentos complexos, aqueles dos quais nós nos alimentamos, quase como aquele velho espírito malandro, mas, ainda diferente. – O bicho-papão sorri, seu rosto mudando em algumas características em alguns momentos, quase oscilando. – Mas eu vou te contar um segredo, coisinha fofa, você não é tão solitário, mas, quando eu senti a sua raiva e todos seus sentimentos relacionados ao seu amiguinho Scott, eu não pude resistir!

Quando o monstro menciona o nome de Scott soa um sino em sua cabeça, mas como um terror noturno inquietante, ele não pode fazer nada.

— Mas não me ouça, só se concentre em descansar.... Caindo, e caindo.... Lentamente, lentamente, lentamente. Caindo na toca do coelho, como Alice!

Enquanto o Bicho-papão sorri calmamente, acariciando o cabelo de Stiles, um grito alto ecoa não muito longe.

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— Scott, por favor, mais rápido! Estamos perdendo ele! - Lydia chorou enquanto via o esforço do lobisomem para quebrar a barreira de cinzas.

Ela tinha a sensação de que Stiles não duraria até Mason ou Alisson chegarem lá com Chris Argent.

— Tente usar seu novo... Poder? - Derek sugeriu enquanto ligava para Deaton para pedir conselhos de como lidar com o Bicho-papão.

A rápida ação do grupo foi graças à Peter que incrivelmente estava passando por perto da casa dos Stilinski's quando sentiu o cheiro conhecido do monstro dos pesadelos infantis.

—Seria útil, pelo pouco que sei sobre eles. – Peter respondeu, encostado em uma árvore como se fosse um belo dia de sol.

Quando Derek desligou a ligação ele confirmou a teoria de Peter e correu para o carro, em busca de uma mochila com uma cruz vermelha estampada na frente.

— Deaton também disse para fazer barulho, isso vai tirar a concentração do monstro, e quando prendermos ele o bicho papão só morre totalmente se for incinerado. – Ele se aproximou de Lydia e Erica com a bolsa de pronto socorros. - Ele disse que Stiles vai estar, hm, fraco. Use todos as poções e cremes com utilidades restauradoras e curativas.

E então Isaac e Boyd começaram a quebrar janelas com pedras leves, e Lydia gritou.

Dentro da casa Bicho-papão quase perdeu o controle de sua ilusão várias vezes devido ao barulho, lançando um olhar irritado para o lado de fora quando janelas se quebraram.

Stiles mesmo se agitou uma vez, abrindo os olhos completamente, e até se assustando com a aparência verdadeira do bicho, era algo perdido entre uma ave e uma cobra, mas com mãos e olhos brilhantes e bem répteis, poderia lembrar um Kanima, se não tivesse penas por todo o rosto.

Gritos altos foram ouvidos mais de uma vez entre rosnados e uivos.

Até que tudo parou.

A luz se acendeu enquanto o bicho-papão tentava roubar a atenção de Stiles novamente, este que já estava com os olhos meio fechados, mas sua atenção foi puxada de volta para a claridade.

A correria que seguiu, garras para lá, sangue para cá, tudo isso foi mal registrado por Stiles que com sua tez pálida, agora com a luz acesa, parecia quase cinza; nem os lábios conseguiram segurar a cor usual.

Lydia ajudou Erica a arrastar Stiles para fora de todo caos e tentaram utilizar todo o tipo de magia natural indicada por Deaton para reavivar Stiles e quebrar o elo com o bicho-papão.

Tentaram um dos frascos com um tipo de liquido verde azulado, sua cor de suas bochechas voltou um pouco, depois de alguns vários frascos ele estava com ritmo cardíaco em seu compasse acelerado normal, a cor estava de volta em seus lábios, e o elo estava quebrado.

Quando Alisson chegou com Mason e seu pai, Stiles estava meio adormecido nos braços de Lydia, acariciava o cabelo do moreno com lágrimas nos olhos.

— Oh meu deus, por favor, me diga que ele está bem! – A menina de cabelos curtos correu para o lado da amiga, e suspirou aliviada quando viu que o rapaz estava aparentemente sem machucados ou sequelas.

— Vá e ajude eles a matar essa coisa!

Alisson assentiu e correu para o porão com seu pai logo atrás.

Enquanto isso Mason ficou parado perto do carro com os olhos arregalados para a movimentação na casa. E enquanto observava Lydia segurar e apertar Stiles como se estivesse impedindo a alma do rapaz de fugir, ele sussurrou;

— Intenso.

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— Me lembre de nunca mais deixar a porta do armário aberta. – Stiles resmungou enquanto estava sentado na mesa fria de alumínio no escritório de Deaton.

— Se todo esse mau humor é por causa do chá, eu acho que vou fazer você comer essa maldita xícara. – Derek resmungou.

Quatro horas depois do “Grande Susto”, como Mason amavelmente nomeou, toda a alcateia estava se espremendo na sala de exame. Alguns sentados no chão e outros fazendo uso do colo de alguém como cadeira.

— Tem gosto de xixi. – Stiles reclamou.

— Só bebe esse treco logo. -Malia bufou. – O cheiro é pior do que o gosto, então acaba com isso.

— Para quê isso serve mesmo? – Alguma voz aleatória pediu no canto da sala, provavelmente Liam, que estava sendo esmagado contra a parede.

— Hidratar e alguma coisa sobrenatural para variar... – Lydia respondeu com desinteresse, mas sem sair do lado de Stiles.

O rapaz acidentado suspirou resignado e fez de tudo para beber o chá sem vomitar.

Quando todos passaram por um belo check-up e conseguiram voltar para casa todos se aliviaram na sala de estar da casa Stilinski, somente Lydia e Scott acompanharam Stiles para o quarto, e somente Lydia entrou com ele.

— Você não precisa me seguir o tempo todo, sabia? – O rapaz sorriu, sentando na cama.

— Eu queria ter certeza de que você ficaria bem.

—Bem, eu fui escoltado por vários lobos, metamorfos, dois caçadores e um policial.

— Eu queria ter certeza.

— Me seguir até o quarto era parte desse plano? – Seu sorriso estava tão grande quanto o do gato que comeu o creme.

— Eu, ahm... ah, seu merdinha! – Ela riu e o empurrou de costas na cama.

— Você pode perguntar o que quiser Lydia, não preciso ficar fazendo referências...

O clima de brincadeira se esvaiu e ela o encarou, séria.

— Por que você continua mexendo os dedos, e olhando para eles?

— Eu quero saber se estou sonhando, será a primeira coisa que vai me alertar se eu estiver... se eu estiver possuí-

— Não, eu sei que não está, e mesmo se estivesse, nós vamos te ajudar, como na última vez. – Ela segurou suas mãos. – Nós quase te perdemos hoje, novamente. Eu quase te perdi hoje... não pense nisso ainda, por favor.

— Eu não quero passar por isso novamente, Lydia. – Stiles respirou fundo e fechou os olhos. – Eu não pude entender nas primeiras semanas o que estava acontecendo comigo quando o nogitsune entrou, mas eu lembro dos sonhos, e da sensação de estar sendo vigiado.

—Você está tendo essa sensação agora?

— Sim.

Lydia engoliu seco quando Stiles abriu os olhos cheios d’água e o abraçou.

— TEPT, transtorno de stress pós-traumático, Stiles. Deaton disse que você poderia apresentar sinais...

— E se não for? E se eu estiver com algo em mim novamente?! – Sua respiração se acelerou e Lydia pôde ouvir uma movimentação no andar de baixo.

— E então todos nós vamos te ajudar, de novo e de novo, quantas vezes for necessário. – Ela olhou em seus olhos chorosos e acariciou o cabelo do rapaz. – Só não se desespere. Tudo vai ficar bem.

Ela se esticou, beijando seus lábios levemente.

E ambos dormiram juntos de mãos entrelaçadas.

O acordo de mensagens se seguiu nos próximos dias, mas eles não estavam tão separados, não mais.

É estranho dizer que eles começaram um namoro, por que nada começou, apenas algumas mudanças no relacionamento foram feitas.

Com eles, não era necessária uma mudança de título, somente uma mudança de estado e de localização de roupas.

Por exemplo, as meninas repararam as roupas masculinas e ligeiramente pequenas escondidas no fundo de uma gaveta de Lydia que misteriosamente se multiplicaram no mês seguinte.

E o xerife não deixou de notar o eventual sapato alto rosa, ou azul que ele viu de relance em uma brecha da porta do quarto de Stiles.

Nada aconteceu no final, o moreno pálido permaneceu bem, apesar de ainda contar os dedos todos os dias de manhã.

E agora as mensagens que eles trocavam ainda eram com quase o mesmo intuito.

Era algo como:

Hoje,

 minha casa,

 00:00

Te vejo em breve.

PS: Vamos ter que repor o estoque em breve.

L-.”

Como eu disse, quase o mesmo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Comentar é sempre bom.
Um beijo grande.



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