No Olho da Tempestade Reboot! escrita por P r i s c a


Capítulo 10
Melão, Café e Alho-poró


Notas iniciais do capítulo

Nao me responsabilizo pelo nonsesnse deste capitulo.



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Vida de casado só tem disso pra pior.” Comentou sem olhar pra eles. Desgosto e frieza transbordavam suas palavras “Acostumem-se.” E bateu a porta do quarto.

...

Haru levantou, apagou a luz do quarto, voltou e entrou debaixo da coberta. Gokudera pegou seu saco de gelo, pôs metade em uma toalhinha e estendeu pra morena ao lado e se cobriu também…

E com esse alegre comentário, encerravam o dia dessa forma: ambos choramingando até dormir.


***

Era mais ou menos umas seis da manhã quando Shizuki-senpai ligou. Queria saber se Haru ia à escola. Haru hesitou, perguntando a si mesma o que valia a pena e o que não àquela altura da confusão que estava sua vida enquanto sentia o corpo reclamar das duas noites que fora obrigado a dormir no chão…

Do outro lado da linha, a senpai ri.

“Não parece estar planejando ir… Nesse caso… quer tomar café comigo?” E depois de um suspiro curto, baixinho “Tem algo que preciso te contar…”

Antes de desligar, Haru ainda dá uma breve olhada no ser capotado em sua cama, no mais perfeito exemplo de “como não ser um cavalheiro”.

“Hm. Haru… meio que também tem coisas pra dizer-desu…”

Encontraram-se na mesma cafeteria da última vez, mas Shizuki, mesmo em sua postura refinada, tinha um ar muito mais desconfiado.

Quando primeiro recebeu o convite, a morena sentiu-se genuinamente contente de poder esclarecer algumas coisas com a nova amiga, mas… conforme caminhava, já ensaiando o que dizer, procurando buscar o melhor ponto por onde começar… foi batendo um desespero.

A fim de evitar problemas ela havia se mantido em modo automático, só seguindo o fluxo, sem questionar muita coisa... Agora que se propusera a explicar tudo a alguém de fora da familia, ela se dava conta da gravidade da situação…

Estava, tecnicamente, noiva de Hayato Gokudera.

Gokudera. Noiva.

Seus pais (e, por um instante, seus amigos) achavam que estava grávida…

Grávida.
Noiva.
Gokudera.

Ba-ka-de-ra.

E simplesmente… Haru não conseguia convencer nem sequer a si própria de como fira capaz de chegar a esse ponto!

Que bizarro-desu!!

Sentaram-se longe da janela e fizeram seus pedidos. A mais velha pagou tudo adiantado.

Antes que ela pudesse dizer um “A” sobre o que queria…

“H-Haru tem algo pra contar-desu!” soltou a morena, ambas as mãos na frente da senpai, como se pudesse barrar a continuidade conversa fisicamente.

Shizuki consentiu a palavra.

E assim a garota despejou tudo o que podia sobre sua atual situação (e suposto estado civil). Fora a coisa… mais esquisita que já sentira. Quanto mais procurava se explicar, mas ela se atrapalhava, mas sua colega ouvia a tudo sem interromper, somente consentindo-a a prosseguir, com seu fino movimento de pulso e erguer do rosto.

Por fim, Haru estava exausta e resgatando o fôlego.

“Eu sei.” respondeu a mais velha, simplesmente.

…!

“Hagi-!” Agora quem impediu que continuasse foi Shizuki, com um leve erguer de mão.

“Eu puxei a ficha dele depois do ataque de ontem…” enquanto falava, abria seu celular, sacudindo a cabeça devagar, como que inconformada “A família dele é… complicada.”

Mas onde é que essa gente consegue essas fichas tão rápido?! Haru demorara cerca de três meses pra reunir tudo o que descobrir de suas senpais e não rendeu mais que uma página de informações de cada uma! Será que só Haru não sabia do passado de Gokudera?! Hagi, ela devia tomar mais cuidado com quem se permitia fingir se casar. Francamente!

“Hai… Haru soube-desu…” agora sentia-se constrangida…

Com a graça da garça e a precisão do faisão, a elegante menina lhe estende o precioso polegar da aprovação dizendo

“Eu shippo.”

“Hein?”

“Huhuhuhu…” novamente, aquela aira de quem sente orgulho em causar surpresa ou espanto abundou ao redor da menina “É uma coisa que eu faço quando caio em amor platônico ou não correspondido... Eu shippo!”

“Oh!” E por um momento perguntou-se porque nunca pensara em algo assim antes…

“É genial-desu!” Mas então, quando pensou um pouco mais… “N-nã… não, não, não, pera…!”

Mas era tarde.

“Na hora do perigo, um recorre ao outro pra se defender, feito herói e ajudante… ou heroína e ajudante…!” Ai, não.

A morena estivera tão preocupada com a desaprovação da mais velha que demorou um pouco pra perceber o que significava te-la não só aprovando como também torcendo para aquela loucura continuar…

“Admito que me incomodou um pouco a princípio, mas vocês foram tão incríveis lutando juntos ontem que, ahhhh… Num dá pra resistir, eu dou minha benção pra vocês!”

Ah, que ótimo! Agora até uma princesa da máfia japonesa dava moral para aquela loucura.

Gokudera ia adorar saber disso.

“Mas voltando ao assunto...” disse a mais velha, saindo do modo fangirl e retomando a postura sofisticada “Eu te chamei por outro motivo… Eu preciso te pedir um favor…”

***

Saindo da cafeteria, um paciente Uri esta la aguardando.

“Hagi, vem cá!” E pega o felino nos braços. Ele não recusa, mas pula pros ombros e se acomoda ali assim que ela tenta carregá-lo. “Me pergunto se eu deveria ter avisado Bakadera que vinha pra cá…”

Mas logo esqueceu esse pensamento. Enquanto voltava pra casa, ela refletia sobre as novas informações que sua senpai passara.

“Sabia que a Yakuza tem uma hierarquia, Uri?”

E começou a conversar com o felino pra organizar os pensamentos.

Falou da familia principal, a do pai de Shizuki, a as subordinadas, dos pais das duas amigas.

“Parece que quem atacou a gente ontem foram as colegas da Shizuki-senpai..,”

Uri miou.

“Ora, você sabe-desu! Aquela Rena e a Lebre da Chuva!”

E o pequeno soltou um grunhido seguido do típico “hisss” felino.

“Hagi! Não seja assim-desu, não foi culpa deles! As meninas roubaram e as ativaram, oras! Eles não sabiam que estavam atacando aliados!”

Mesmo assim, Uri grunhiu.

“Bom, então nós dois teremos que fazer as pazes, porque a família dela quer devolver as boxes e me pediu pra falar com Tsuna-san a respeito disso… Aí Haru faz as pazes com Tsuna e você com as duas boxes roubadas, combinado?”

Uri voltou a miar, repetidamente dessa vez. Quando parou e começou a lamber a pata e limpar a cabeça a menina prossegue:

“Uma armadilha…? Haru não tinha pensado nisso ainda-desu…” e fez um carinho no queixo dele “Você é desconfiado que nem o dono, né?”

Uri deu-lhe uma mordidinha na mão, ofendido.

E falando em ofendido… Chegavam em casa, última curva, a morena repara uma silhueta cada vez mais conhecida, parada, de pé, esperando chegarem e ficando cada vez mais carrancudo a medida que se aproximavam.

“Ah! Gokude-rAH!” recebeu umas três ou quatro alho-porózadas seguidas na cabeça antes de sequer terminar a frase. Uri, que já estava se acostumando com aquilo, pulou pro chão e dali pra janela, entrando na casa sem se importar com o resto. “PRA QUÊ ISSO-DESU?!”

“FAZ QUANTO TEMPO QUE FOMOS ATACADOS? HEIN? HEIN?!”

“Hagi!” Ah, sim… era daí que vinha aquela sensação de ter feito besteira ao sair sem avisar o rapaz. Achou que fosse só por ter aceitado essa história de fingir estarem noivos no automático. “U-um dia…”

“Um… UM...” e voltou a bater. Não doía, porque só batia com a parte verdinha, mas dava uns sustos cada vez que o vegetal quebrava e ele pegava outro, o que parecia acontecer a cada três palavras... “UM. ÚNICO. DIA….” pegou outro “...E VOCÊ JÁ TÁ SUMINDO…” mais um “...E NÃO. LEVOU. OS. ANÉIS!” Tentou pegar outro, mas acabaram. Então soltou um resmungo alto e entrou na casa. “INACREDITÁVEL, Mulher! É inacreditável! Parece que não sabe que se te acontecer algo a bronca vem pra mim, droga!”

“Ok…” choramingou fechando a porta de casa atrás de si e limpando a cabeça com a única certeza de que o rapaz vinha passando tempo demais com seus pais (e que agora cheirava a shanpoo de melancia e alho.) “Desculpa… Haru vai tomar mais cuidado-desu.”

Foi quando lembrou que ia perguntar das sacolas que carregava. Decidiu dar uma de Namahage e desviar o assunto como quem não quer nada antes que ele perguntasse o de fora e com quem estava...

“Hagi! O que é isso?”

O rapaz deu uma olhada onde ela apontava e, pro seu alívio, resolveu responder.

“Roupas. E meus óculo! O maníaco do baseball acabou de passar aqui pra deixar.”

Verdade. Ela mesmo havia pedido… pena que não deu pra dar um “oi” pra Yamamoto… ter o Guardião da Chuva por perto certamente a impediria de levar alguma verduradas na cabeça.

“Yamamoto-san disse alguma coisa?”

“Eu realmente não quero falar sobre isso.”

ALERTA! ALERTA!

DANGEROUS~!

“Ah…!” Sentiu que pegara uma curva errada. Melhor tentar de novo. “E a outra sacola?...”

Essa ele hesitou um pouco pra responder. Quando achou que deveria trocar de novo, ele responde:

“Sua mãe ligou e mandou mandou ir adiantando o almoço.”

Ah sim, fazia sentido.

Ei...

Espera…

“HAGI! É assim que Gokudera se preocupa com a segurança de Haru?! Fazendo compras!” Agora quem pegou o algo foi ela, mas como baita fraco, durava mais palavras “NEM. PRA. ME TRAZER. OS ANÉIS. DESU!”

“Eu saí pra levar! Até mandei Uri atrás de você, não foi?!” Pegou o alho restante e o jogou pra fora da janela antes que a garota Namahage o alcançasse. “Eu lá tenho culpa que o telefone tocou na hora que eu ia atrás dele?!”

“Gokudera podia ter ido no mercado depois de entregar os anéis pra Haru…”

“Che. Sua mãe é mais problemática que boxes roubadas”

Teria reclamado do desaforo, não fosse por também achar que sua mãe era um perigo maior do que as boxes…

“Hagi… Mas e o alho que estragamos na cabeça?”

“...”

...

Depois de sumir com as evidências do crime e voltar da segunda ida à loja de conveniência, prepararam o almoço às pressas, deixando tudo pronto no momento que a Sra. Miura chegou em casa pra almoçar.

Quando ela saiu, não antes de dar uma olhada geral na casa como quem procura algo errado, talvez por causa do cheiro estranho que permeiava a sala toda, respirar aliviados.

Gokudera se levantou e foi tomar um banho. Agora tinha algo decente pra usar.

A menina tinha uns seis ou sete conjuntos de shampoo e condicionador de cores diferentes, todos com cheiros de frutas… achava aquilo uma tolice, até precisar de uns três de cada pra tirar o cheiro de alho.

Pensou em usar todos, só de implicância… havia algo de prazeroso em provocar a morena, tinha que admitir…

Gokudera só mudou de ideia e deixou metade, porque dividir o quarto com Haru ainda cheirando à represália seria um baita de um tiro no pé.

Saiu do banheiro sentindo-se quase renovado e com uma estranha vontade de consumir uma tigela de salada de frutas.

Haru entrou em seguida.

O prateado só lembrou que pretendia perguntar o que a mulher fora fazer quando esta já havia ligado o chuveiro e começado a cantarolar loucamente.

Desde que passaram a conviver, vinha descobrindo muitas coisas… a primeira era que Haru era realmente muito, muito temática.

Tipo, demais. Do modo como organiza livros, a comida que prepara a roupas que usava. Ela sempre tinha um tema do dia. Era consideravelmente divertido ficar adivinhando que tema a garota Hahi escolhera (porque tinha que ser premeditado, não era possível).

Outra, que percebera agora… era que Haru não seria capaz de cantar bem pra salvar a própria vida.

Depois de ir pro quarto… uh… “deles”... e de se acomodar naquela cama do capiroto que não te deixa sair sem querer voltar (pensava seriamente em levar aquele colchão para a Itália, nem que tivesse que pagar) Gokudera permitiu-se respirar fundo de breve, breve alívio (afinal, tanto Haru quanto o almoço encontravam-se fora de perigo) e então retomar a ansiedade que o imbecil do beisebolista vomitara em cima dele há pouco:

...

“Então… vocês ainda não estão juntos de verdade?”

“Que conversa é essa agora?” Perguntou, checando as roupas da sacola.

“Ah, não sei… Haru desmentiu essa história pelo celular, mas justamente você parece não estar tão preocupado com isso”

Tirou o dia pra apanhar. Era isso! Os céus o estavam dando a oportunidade de retribuir a encheção de saco de quando ficara hospedado na casa dele, só podia…!

“Ch. Diferente de um cabeça de vento de você eu tenho coisas piores na cabeça pra me preocupar do que com um mal entendido desses…”

“Hmm… entendo” e o infeliz sorri. Sorri, mas aquele sorriso de dar vontade de matar em Hayato..,

Aquele sorriso paciente e genuinamente amigável do colega.

“Maa maa… Se eu me lembro bem, essa história toda não havia começado porque você queria se desculpar com a Haru?”

Imbecil…

“Já me desculpei, não foi nada de mais.” Queria dar na cara dele, ao mesmo tempo, estava se segurando pra não entrar na casa e fugir daquela discussão dos infernos”

E o maldito riu. RIU. Na sua cara!

“Sei não… eu não sou Tsuna nem tenho hyper intuição… mas algo me diz que você andou se enrolando muito antes… tipo antes de Tsuna se declarar pra Kyoko.”


Gokudera não percebeu quanto tempo ficou olhando pro teto, nem ouviu Haru chegando… só saiu de seus devaneios por causa do cheiro de frutas que invadiu o quarto quando a morena entrou e a primeira coisa que dissera depois de um minuto inteiro quieto foi:

“Melão.”

Haru parou de enxugar o cabelo e esfregou os ouvidos.

“Oi?”

Seu jeito principal de identificar a morena na casa era aquele cheiro. Ficara gravado desde as primeiras vezes que travara briga com ela e, depois que fora parar ali dentro da casa, morando com eles, descobrira que tinha leves alterações.

O pijama rosa que ele usara na primeira noite tinha cheiro de tuti-fruit. O de Namahage, o moleton amarelo e outras peças geralmente vinham com aroma de maracujá, banana e até limão.

Nesse momento estava difícil de identificar porque ela provavelmente usara shampoos diferente (que nem ele).

Mas usava um blusão verde clarinho com um gatinho amarelo provavelmente costurado ali na noite anterior, enquanto ele chiava de desgosto…

Então o cheiro predominante era…

“Você usou mais shampoo de melão do que o resto, não foi?”

“Foi sim…” a princípio surpresa, ela logo lembra que devia estar irritada “Hagi, achei que Gokudera tinha acabado com todos!”

“O tema hoje é o Uri, não é?”

Silêncio.

“Hai…”

“Sabia.”

E, por algum motivo, aquilo fizera com que parassem de discutir. Ou que nem começassem, dependia do ponto de vista.

Haru não entendeu o motivo daquele comentário, tão de repente… nem o porque de ter ficado inquieta em seguida… então decidiu abrir a pauta de um assunto importante que ainda não haviam discutido…

“Gokudera, eu queria perguntar… O-o que…” tinha que ter calma. Tinha que colocar as palavras do jeito certo. “O que Haru deveria esperar… o seu pai… desu?”

Silêncio. E dos longos… daqueles que faziam a morena reconsiderar o que dizia, pois na tentativa de se livrar de um tipo de nervoso ela tinha a habilidade de cair em outro.

Por fim, Gokudera se pôs sentado num solavanco e enfiou as duas mãos no cabelo prata ainda úmido, bagunçando-o bem antes de puxar tudo para trás e revelar uma expressão que a morena jamais imaginara o rapaz fazendo.

“Eu… não sei!” E levanta os ombros. Os lábio sempre prontos pra mostrar os dentes entre gritos e resmungos agora pareciam colados, formando uma unica linha de pura impotência diante da situação. “Aquele cara… é esquisito. Sinceramente eu não tenho ideia do que esperar dele. Acho que é isso que me assusta tanto…”

Aquela era a primeira vez que o via usar o termo. Era de se esperar do guardião uma raiva, magoa, ressentimento…

Não medo.

“S-será que Bianchi… talvez...” começou a dizer, mas foi falando nais baixinho a medida que desistia da frase.

Gokudera a encarou. Só isso. Não dissera uma palavra sequer por um tempo que pareceu horas.

Por fim, ele respira fundo e, pro alívio da morena, retoma pelo menos parte da carranca de sempre.

“Acho que vai acabar sendo necessário.” E bufou. “E pensar que passei dez anos da minha vida achando que havia fugido dele…” e sorriu. Aquele sorriso involuntário que nos acomete quando estamos terrivelmente desiludidos.

“Hagi, como não? Gokudera viveu por conta própria desde os oito!”

“Eu achava isso… até receber esse último contato.”

Voltaram ao silêncio.

Haru agora entendeu. O pai recebera p susto do tal noivado ao mesmo tempo que os outros amigos.

E Hayato estalou a língua, soltando um murmuro em italiano que certamente ofendia alguém.

“O filho da mãe esteve me observando esse tempo todo… isso até explica algumas coisas…”

Quando o silêncio ameaçou voltar outra vez, Haru se levantou. Rápido. Nem que tivesse que retomar o assunto de seu shampoo, ela tinha que encerrar aquele assunto rapido.

“Gokudera não quer…” se oferecia pra sair e deixá-lo pensar? Pra falar com Bianchi pra ver o que ela sabia…?

“... não quer… café?”

Haru acabou oferecendo lanche.

Ele demorou um pouco, mas acenou com a cabeça

“Quero.”

...

Haru preparou um café e uns sanduíches.

Quase pulou de susto quando o percebeu já na cozinha, sentando pra lanchar. Ela pretendia servir no quarto mesmo, mas parecia que o hábito da família de sentar a mesa já o havia atingido.

Haru serviu o lanche e comeram em… em quê?

Sim, naquele maldito silêncio,

Algo na atitude atipicamente quieta a muito deixava nervosa. Começava a perceber que tê-lo por perto todo barulhento e irritadiço seria até reconfortante..

Não… não era bem isso…

O jeito normal de Gokudera… não parecia pra quem observava de fora, mas ela percebia agora... era agradável.

Confortável.

Ali, sentado, quieto, confuso, calado…

Haru o preferia bravo.

“Gokudera gosta da Haru, não é?”

O rapaz cuspiu todo o café na direção da pia.

“QUÊ?! Que papo é esse agora?!”

Haru deu de ombros, mas estava difícil conter aquele sorriso travesso crescendo nos lábios.

“Num sei… Gokudera que começou com aquele papo do cheirinho da Haru… aí ficou todo muado, meio frágil…” os olhos verdes dele já estava quase o dobro do tamanho, o verde contrastando cada vez mais com a vermelhidão do rosto “Sei não… pra mim Gokudera ta usando desse mal entendido todo de desculpa pra ficar perto da Haru… Num ta?”

O rapaz ficou congelado uns longos segundos. Depois se levantou, abriu um armário e começou a xeretar umas sacolas que haviam ali.

Haru só percebeu o que era quando o alho ja se quebrava ao atingir sua caveça pela terceira vez.

“PARA. DE. VIAGEM. SUA…!” E parou de bater só pra checar se ela não estava chorando.

Não estava. Estava rindo.

Estava chorando de rir.

Quando ja havia despedaçado o ingrediente quase até o talo (mais por errar a cabeça dela e acertar a cabeça da cadeira, o que a fazia rir mais ainda e o fazia errar de vez) Gokudera sentiu que havia cansado.

Haru ainda ria. O cheiro de melão sumira completamente.

Então, ainda de pé, diante daquele pedaço cretino de gente, ele envolveu aquela cabeça castanha e agora fedida nos braços pra um meio abraço que, pela primeira vez… talvez em sua vida… sentira que valia a reputação.

Ficaram assim por pouco tempo, até a morena parar de rir e enxugar as lágrimas nervosas na manga do moleton preto dele.

“Ano… Gokudera… vai ficar bem?”

Hayato a soltou e lhe deu um peteleco na testa.

“Deixa de ser ridícula. Você tem seus próprios problemas pra resolver, mulher!” Ah, lá estava. Rabugento e barulhento, do jeito que tinha que ser “Quando tiver chama o suficiente pra se defender sozinha eu penso se deixo você se preocupar comigo.”

E terminaram o dia assim.

Limpando a cozinha fedendo a alho poró, café e melão.

 


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Notas finais do capítulo

Pois eh, enquanto a tia puri escrevia, baixou uma inspiração pra uma one-shot aleatóeia que, ao invés de postar separado e correr o rosco de fazer virar uma outra fic quilométrica, ela ja inendou tudo aqui mesmo

ESPERO QUE GOSTEM!!!!

Ja ne!!!



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