Estilhaça-me escrita por Vicky Refach


Capítulo 3
Liberta-me


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey amoooores mil perdões pela demora.
Eu entrei de ferias e bom decidi que precisava de um tempo porque esse fim de ano foi uma loucura e eu não estava conseguindo escrever nada que preste. Mas enfim voltei espero que gostem do capitulo. muitos beijos.



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"Tudo que é bom dura pouco

Ou tempo demais pra se tornar um vicio 

                                                [insuportável

doente e ridiculo. "

—Você fez o que?! Eu não acredito que você foi embora, Regina. - A morena soltou um longo suspiro antes de encarar a loira.  

E nada lhe disse.  

Talvez estivesse desapontada consigo mesmo.  Ou a certeza de que o iria perder novamente tomasse seu corpo de uma forma tão intensa que seus lábios não eram capazes de pronunciar o desespero que dominava sua mente.  

—Ele ama você Regina, ele morreu por você. -Emma que estava do outro lado do sofá se aproximou e tocou o queixo da morena a virando pra si. -Ele jamais escolheria ela.  

O silencio permaneceu e Emma respirou fundo antes de se levantar e seguir em direção a porta, não adiantaria ficar ali e ela sabia disso.  

A porta da casa numero 108 foi aberta e os olhos verdes foram se arregalando, ele fez um gesto de silencio com a boca e ela sorriu. Talvez assim o silencio da morena tivesse fim.  

Suas mãos suavam ao encarar a enorme porta branca, e as ideias ainda pareciam confusas em sua mente. Haviam duas dela, e por menos que soubesse de toda essa história, seu coração, e pior conselheiro no momento, havia acelerado pelas duas.  

Um passo foi dado para trás e a possibilidade de desistir veio a sua cabeça, mas uma voz no fundo de sua mente sussurrava que ele não era desses que desiste ou da para trás. Havia uma explicação para tudo aquilo e ela estava atrás daquela porta.  

A porta se fechou atrás de sí e ele seguiu em direção a sala onde viu a morena sentada com a cabeça tombada no sofá de olhos fechados. Um sorriso surgiu em seus lábios...  

Como ele a amava 

Em silencio Robin foi se aproximando de onde ela estava e se posicionou em suas costas.  

Ela já havia sentido seu cheiro e sua presença, mas ainda assim deixou que ele continuasse.  

Seu rosto foi se aproximando do pescoço e com toda calma que possuía deslizou a ponta de seu nariz pela pele macia sentindo seu cheiro embriaga-lo.  

—Um beijo por seus pensamentos. -A morena suspirou.  

—Você. -o silencio foi quebrado. -Mas eu sempre estou pensando em você então... 

Os olhos foram se abrindo e o castanho fitou o azul. Haviam tantas coisas por trás daquela variação de cores que só eles eram capaz de decifrar. Robin queria poder dizer que estaria com ela. E que o medo presente, em um tom de marrom mais escuro, não precisava estar ali. Ela queria lhe pedir para ficar ter a certeza de entre mil elas ele ainda a escolheria. 

Mas nada foi dito, eles apenas se olharam por minutos incontáveis. E de certa forma aquilo era reconfortante para os dois.  

Regina largou uma das almofadas a qual estava abraçada e subiu sua mão em direção ao rosto dele, que permanecia sereno apenas a observando. Seus dedos desenharam o contorno dos lábios e suspirou.  

—Me beija. -Não era um pedido e Robin sorriu ao ouvir aquilo. -Me beija e me faz esquecer que essa manhã existiu. Me beija e prova pra mim que você ainda é meu... Só meu.  

Ainda posicionado atrás dela, Robin se aproximou e deixou que as respirações aceleradas os envolvessem  e os lábios se encontrassem cheios de desespero e desejo. Era tão bom e certo. Como reencontrar paz em meio ao furacão.  

Longos minutos se passaram até o desespero passar e sentir que aquilo era real que estavam ali nos braços um do outro.  

O tapete da sala era um velho conhecido do casal e mais uma vez se tornará palco do amor de ambos.  

A blusa dele a cobria e seus braços a envolviam. Havia tanto para ser dito mas estragar aquela troca de carinha não era o que nenhum deles queria.  

—Então você tem uma irmã gêmea? -Ela riu e bateu em seu peito quando ouviu sua gargalhada. -Era esse o enorme problema que você tinha para resolver antes de ir atrás do Roland?-Regina suspirou.  

—Também... 

—Por que não me contou? Acho que eu teria ficado mais preparado e talvez não a tivesse beijado pensando ser você... -Seus olhos se cruzaram e palavras sumiram de sua mente.  

—Não é uma outra pessoa. Sou eu, meu pior lado, minha pior face. Nua e crua de carne e osso. -Seu coração se apertou com a pergunta que vinha a sua mente mas foi incapaz de conter-se. - Você a ama também?  

—Eu amo todos as suas faces. Me apaixonei pelas suas raízes por piores que elas tenham sido. E a partir disso amo as suas flores. Então sim eu a amo. -Os olhos castanhos foram se clareando e ela sorriu. -Eu não mentir para você e fingir que meu coração não palpitou ao encontrar-te tão sexy com cabelos longos. Mas se eu não tivesse esse tipo de reação sem saber que vocês eram duas, algo estaria errado, não? 

—É... 

—Baby... -Ela o olhou. -Eu amo você. -Ela se aproximou e selou seus lábios. -Nunca, nem por um segundo duvide disso. Você é tudo. E quando a turbulência passar vamos construir a nossa familia e  você vai se tornar a minha Sra. Lockesley  

—Vou? 

—Vai. 

*** 

Faziam horas que seus dedos contornavam os lábios e seu pensamento se perdia naquele beijo. Um simples selar de bocas que se tornou um ponto de fraqueza que ela não esperava ter. Ele era sem duvidas.  

A porta foi aberta e a Rainha foi tirada de seus pensamentos e fitou a entrada intrigada.  

—Achei que não estaria disposto a me ajudar. -Ele foi se aproximando e sentou-se na frente dela.  

—E não estou.  

—O que faz aqui então Rumplestiltskin? 

—Eu vim lhe dar um conselho. -Ela o encarou com um falso sorriso e ergueu a sobrancelha o deixando continuar. -Um conselho que será util para nos dois.  

—Estou ansiosa para ouvir.  

—Você tirou muita coisa de Snow White e todo um Reino, talvez devesse deixa-los em paz e seguir seu caminho. -Ela gargalhou alto mas ele permanecia a encarando.

—Não é possível que esteja falando serio. -Ainda recuperando o ar continuou. -E o que eu ganho com isso?  

—O premio principal e a chance de destruir Regina. Robin Hood.  

—E como você acha que eu conseguirei isso?  

—Va atrás dele e conte sua versão. Diga que ele é o único que pode te salvar e salvar a cidade da destruição. -Os castanhos iam se escurecendo, a excitação tomava conta de seu corpo. -Ele ama você.  

—E se essa conversa não der certo?  

—Eu tenho certeza que você saberá o que fazer. -Rumple levantou-se e foi seguindo em direção a saída.  

—Você é um ótimo pai, não?  Tudo isso para que a fihlinha não descobrisse a verdade. Sempre me surpreende, papi. -O silencio permaneceu até a porta ser batida. 

O salto foi se chocando com o chão e ela parou em frente a grande janela da sala observando o pouco movimento da cidade. É aquelas pessoas haviam sido muito destruídas no passado, e mesmo que não se arrependesse, a conclusão de que havia sido o suficiente aos poucos chegava a sua mente junto com a ideia de Robin ao seu lado.  

*** 

O lençol branco a cobria e a morena se encostava na cabeceira da cama fitando o loiro que vestia as roupas que antes estavam espalhadas pela sala.  

—Eu preferira você aqui, comigo. Ou que deixasse eu ir até o Granny's comprar algo, seria questão de segundos. -Ele riu do bico que aparecera em seu rosto após a milésima vez que repetia tal frase.  

—Me deixe fazer isso hm. Eu quero te agradar. -Regina suspirou.  

—Ok, não vou mais insistir. Enquanto isso vou tomar um banho. Não demora amor.  

—Não vou, prometo.  

Os últimos botões da camisa foram fechados, a chave do carro guardada no bolso e assim Robin seguiu em direção a floricultura mais próxima. Ele queria surpreendê-la e iria.  

Seus olhos se iluminaram ao ver a variedade de flores e surpresas que poderiam surgir a partir de tantas cores. No carro já haviam sido colocadas rosas de inúmeras cores e em seus braços havia algumas outras variedades.  

—Eu gosto de crisântemos. -O coração acelerou quando a voz dela invadiu seus ouvidos. -Rosas azuis também me agradam muito.  

—Majestade. -Sussurrou.  

—Regina... Quero dizer, Regina soa lindo na sua voz. -Ele ainda permanecera sem reação, ela parecia surreal e incrivelmente bela. Talvez esse fosse um de seus poderes e por isso se encontrasse tão encantado.  

—Eu preciso ir. 

—É claro que precisa. -A cada passo dado, ela o seguia. -Mas não acho que a outra se importará que se atrase 5 minutos. -Seus dedos tocaram-lhe o braço e Robin suspirou. -Me de 5 minutos do seu tempo meu amor.  

—Não, Regina está me esperando e por hoje a confusão  já foi enorme.  

—Apenas 5 minutos Robin. -Não havia como recusar, ele não era forte o suficiente para isso. E como já havia dito amava ela e não se envergonhava disso.  

Passos largos foram dados até adentrarem o começo de floresta que ficava próximo ao restaurante. Ele apenas a seguia calado.  

—Apenas 5 minutos. -Repetiu ele quando ambos pararam já longe o suficiente da cidade.  

—Creio que você já saiba de toda a verdade e de como a minha estadia por StoryBrooke vem sendo caótica. -A sinceridade nunca a abandonara. Ele amava isso. -Eu queria e ainda quero destruir cada um deles com as minhas proprias mãos. Arrancar-lhes tudo que roubaram de mim... 

—Por que está me falando tudo isso? -Ela respirou fundo.  

—Porque estou disposta a renunciar. -Ele a olhou sem entender e ela se aproximou. -Eu estou disposta a esquecer essa vingança, a esquecer Snow White e toda essa cidade. Voltar para Flores Encantada... onde Roland está e voltar a construir meu reino por lá.  

—A troco de que?  

—De você, Robin. Eu quero você. Te quero comigo nessa nova jornada. -Ele foi perdendo o pouco de ar que lhe restava. -Liberta-me. Liberte-a. Liberte-nos.  

*** 

As palavras dela não saiam de sua mente. Em um primeiro momento a recusa foi inevitavel, mas depois de horas pensando talvez aquela fosse a única chance de salvar Storybrooke do furacão que a Rainha era. Ele sabia do que ela era capaz e não estava disposto a fazer com que todos sofressem uma tempestade tão violenta quanto ela.   Mas  e Regina? Quem a reconstruiria se ele decidisse partir?  

Já haviam se passado horas desde que encarara o céu a procura de uma resposta. Já havia perdido a noção do tempo e se esquecido que em casa a morena o esperava preocupada.  

Do outro lado da cidade Regina o observava calada, não sabia o que havia ocorrido mas via toda a incerteza que o rodeava. Não fazia 72 horas que Robin voltará e os minutos de paz haviam sido poucos perto da turbulência que sempre os atingia.  

Já vestida ela se tele transportou para onde ele estava.  

—Achei que tivesse ido buscar nosso jantar. -Robin tremeu ao ouvir aquela voz e prendeu a respiração sem conseguir abrir os olhos. Ela era a ultima pessoa que gostaria de ver no momento. -Por que está aqui? -Ele soltou o ar que prendia e a olhou... Tão linda.  

—Regina... -A morena foi se aproximando e sentou-se ao lado dele. Seus olhos eram transparentes demais. Ele não precisava dizer mais nada. 

—Você a encontrou. -Afirmou. -Então beijou-a e esqueceu tudo que passamos nas ultimas horas.  

—Não! Eu não a beijei. -O nervoso já a havia dominado e ela riu sem humor se afastando dele. -Regina eu não a beijei, nos apenas conversamos... 

—Eu pedi tanto que você não se aproximasse dela. -A voz dela subiu dois tons e ambos já se encontravam de pé. -Eu pedi tanto... 

—Eu não tive escolha. Por favor não torna mais difícil do que está sendo.  

—Mais difícil? O que ela queria com você? -Gritou. -Me responda Robin! 

—A mim, ela quer a mim, Regina. 

O mundo parou de girar e seus ouvidos eram incapazes de filtrar o que ele falava. Ele, ela queria ele. Era tão obvio que beirava o ridículo. Seu outro eu o amava tanto quanto ela, o conhecia tanto quanto ela. E o pior tinha seu coração tanto quanto ela.  

Suas mãos começaram a suar e o coração se tornar pequeno. Ela iria o perder outra vez 

Outra vez 

Ia sim.  

Perder seu amor para sí própria.  

Quão sujo é esse jogo que a vida faz. 

—Regina por favor me escuta. -As mãos grandes a chacoalhava,  mas ela não ouvia. Estava perdida outra vez... fodidamente perdida.  

—Você prometeu que não me deixaria. -sussurrou.  

Os olhos castanhos eram tomados por lagrimas e o céu começara a se fechar por toda a cidade.  

—Prometeu... 

—Meu amor... 

—Não me chama de meu amor! -esbravejou. -E a gente, e o nosso futuro, os nosso filhos? -As palavras saiam sem sentido e cheias de tudo que sentia. -E eu?  

—Por favor me escuta. -OS castanhos se cruzaram com os azuis e ele viu a ultima coisa que queria. Os tons de marrom estavam opacos e se perdiam na confusão de dor que ela sentia.  

—Você não precisa falar nada, eu já imagino qual tenha sido a proposta. -Um passo em sua direção foi dado e ela recoou a mesma distancia. -Mas o que me quebra é saber que mesmo por segundos cogitou a possibilidade de partir.  

—Regi... 

—Diz que é mentira. -Gritou. E o silencio veio. -Quer saber não precisa. Porque se você não  tivesse cogitado teria voltado pra casa. Teria me entregado as flores que estão no carro... Teria sentado ao meu lado e dito que acima de tudo ama a mim. Só a mim. Mas você hesitou, Robin. Pensou em escolhe-la seja lá a merda do motivo que teve. -Seu corpo foi cedendo ao desgaste e deixou-se cair ao chão enquanto a chuva chegava junto com seu desespero.   

—Eu amo você.  

—E a ama também. -cuspiu a frase com o resto de forças que lhe restava.  

—Ela vai destruir a cidade e a vida de todos aqui... 

—E você destruirá a mim. -Robin se agachou junto a ela. -Mas eu não mereço um final feliz, não é mesmo? Foda-se a ex-Rainha Má e seus sentimentos de merda.  

—Eu nunca fui indiferente ao que você sente morena. E se por algum segundo eu hesitei foi por amor a você, por pensar na vida dessas pessoas que tanto já sofreram.  

—Não negue que hesitou porque também a ama. -Os olhos novamente se cruzaram.  

—Eu não poderia negar, já disse inúmeras vezes que  amo todas as suas faces. -Uma lagrima solitária escorreu pelo rosto dela. -Eu a amo tanto quanto amo você. Eu posso muda-la, Regina. O amor transforma liberta.  

Liberta-la. Libertar-te. Liberta-los.  

—O amor também mata, aprisiona e machuca. Destrói vidas. Está destruindo agora. -A chuva engrossou e ele se aproximou. -Eu não vou mendigar o seu amor, já sofri tanto por ele. Então se a felicidade é ela... Apenas va sem dizer adeus. Só va, porque te perder pela terceira vez já vai ser destruidor o suficiente. Não mereço uma despedida.


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Notas finais do capítulo

E eeeeeeeeeeeeeentão?
Bom eu não sei se volto antes do natal então Feliz Natal. Que esse fim de ano seja iluminado na vida de vocês. Que o proximo venha cheio de coisas boas e que tudo que for planejado seja cumprido. Feliz 2017 meu amores.



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