Sorrindo para a Realidade escrita por Dreamer N


Capítulo 1
Capítulo Único - Sorrindo para a Realidade


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal lindo! *o*
Pois então, eu havia postado esses dias atrás a One "Sorriso de Cheshire" e várias pessoas me pediram para que eu continuasse ela, aí eu pensei com carinho a respeito e vi que eu poderia sim fazer uma continuação. Só que como eu não estou podendo iniciar uma long, eu decidi que transformaria essa história em uma trilogia de OneShots. A última também já está pronta e daqui uns dias eu a postarei.
Enfim, Obrigada a todos que me motivaram a continuar ♥

Up nas notas finais! ;)



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Foi aos poucos que tudo aconteceu. Emma lembrava-se claramente da última vez que havia visto Henry e Regina. Fora há muito tempo. Uns três ou quatro anos, talvez fossem cinco. Eles começaram a aparecer cada vez menos, e Emma foi sentindo morrer aos poucos, foi sentindo que sumia junto deles.

No início pensou que não iria suportar, de maneira alguma, perdê-los. Eles eram sua família, eles eram sua felicidade. Como viveria sem eles? Depois eles não apareceram durante semanas e foi quando Emma percebeu que de fato haviam ido embora. Para sempre.

Talvez fosse por causa dos remédios, pensou em parar de tomá-los, mas diziam que a ajudaria, porém a única coisa que Emma precisava era deles. Haviam prometido que jamais partiriam, haviam prometido que retornariam juntos para Storybrooke. Haviam prometido tanto e agora ela estava ali, só, vazia.

Até que de repente, isso já não lhe importava mais.

Foi quando Emma entendeu o quê acontecia consigo, entendeu sua doença, o porquê deveria tomar os remédios e continuou o fazendo.  Foi quando ela entendeu que Regina e Henry eram uma alucinação, uma criação de sua mente, que eles não existiam de verdade e apesar de tudo, isso doeu.

Não que Emma tivesse uma vida infeliz, ela amava seus pais e sabia que o amor que eles tinham por ela era verdadeiro, mas ela sentia falta de mais, de outro tipo de amor, de sua própria família. De Regina e Henry. Sentia falta de ter alguém como eles, já que os próprios de fato não existiam.

Mas Emma tentou não pensar nisso, apenas em seu tratamento, em sua melhora para que logo pudesse retomar sua vida. Dr. Whale havia lhe dito que teria alta na Quarta-feira e que seus pais estariam lá para buscá-la.

E assim aconteceu. Mary e David chegaram cedo a clínica e logo Emma apareceu acompanhada de Dr. Whale. Em seu rosto ainda havia certa palidez, os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo todo desajeitados e ela finalmente vestia algo que não fosse branco, sua jaqueta vermelha.

Mary e David correram abraçar a filha que os recebeu de braços abertos. Estava feliz em poder vê-los do jeito que realmente eram. Era engraçado lembrar que um dia havia pensado que eles eram Snow White e Prince Charming. De fato poderiam ser considerados um príncipe e uma princesa pela honestidade, gentileza e amor que os cercavam, mas agora Emma sabia que eram seus pais.

Agradeceram Dr. Whale, e Emma prometera se cuidar e continuar tomando os remédios. Mas antes de sair ela ainda se lembrou de algo que a pertencia e do qual ela gostaria muito de ter de volta.

— Dr. Whale, poderia me devolver meu livro Era Uma Vez?

Mary e David se entreolharam, mas o semblante de Dr. Whale lhes passava que estava tudo bem e o livro foi devolvido para Emma. Dessa maneira os três puderam partir juntos.

~~~

Emma tirou a Quarta-feira para curtir os pais, para perguntar sobre como as coisas haviam sido nos últimos anos e quais eram as melhores novidades. Mary e David sentiam-se radiantes por terem sua filha de volta em casa, e ainda por ela estar bem.

Na Quinta-feira Emma foi visitar alguns amigos que se reuniram para poderem vê-la e lhe dar as Boas-Vindas novamente. Ruby, Killian, Graham, Ashley, Neal, estavam todos lá prontos para lhe contarem tudo o que ela deveria saber e para perguntarem sobre a amiga e constatarem que de fato ela estava de volta e bem.

Sexta-feira foi o dia que Emma tirou para si, para visitar antigos lugares que ela gostava de ir e para passear, sentir-se livre, observar as pessoas, os pássaros, as árvores, tudo que parecia tão distante para ela nos últimos anos. Não que ela não tivesse contato com nada disso, afinal ela tinha, mas agora Emma via tudo real, como as coisas realmente eram.

Decidiu que iria ao parque, lá encontraria tudo o quê procurava, encontraria pessoas, ar livre, diversão, alegria. Levou consigo seu livro de Contos de Fadas, afinal sentia-se bem e gostava de ler aquelas histórias, e há anos não tocava nele.

Chegou ao parque e sentou-se em um dos bancos que estavam localizados no meio do local. Podia ver as crianças – e até alguns adultos – gritando na montanha-russa. Podia ver casais e solitários girando junto da roda gigante. E adorava ver os unicórnios presentes no carrossel, se ainda coubesse neles com certeza compraria um bilhete.

Ia abrir o livro para (re)começar sua leitura, quando olhou para o carrinho de pipoca a sua frente e o coração de um salto no peito. Deixou o livro cair aos seus pés e se segurou ao encosto do banco assustada. Ali, há apenas alguns metros de distância de si, estava uma mulher, morena, bonita, sorridente. Regina. Fazia tempo, mas lembrava-se claramente de sua feição.

Respirou fundo e fechou os olhos tentando lembrar-se se havia tomado os medicamentos na noite anterior. Sim, havia os tomado. Tornou a abri-los e a mulher ainda estava lá, comprando pipoca. Seria fruto de sua imaginação? Será que todo o tormento voltaria? Não podia ser. Estava bem.

Levantou-se, e puxou um moço que passava por ela. Ele a olhou confuso percebendo que estava atônita. Gaguejando um pouco Emma o perguntou aprontando para a mulher.

— Ali, naquele carrinho de pipoca, você está vendo alguém?

— Sim. – o moço respondeu com certo receio.

— Quem? – sentiu o nó se formar em sua garganta.

— Tem uma mulher comprando pipoca.

— E como ela é? – ele tentou se distanciar, mas ela suplicou. – Por favor, juro que não sou louca. Eu só acho que a conheço de algum lugar, mas eu não tenho certeza, não quero ir até ela sem saber se de fato é ela.

— É uma mulher morena, bonita, vestindo uma saia preta, blusa vermelha... – Emma soltou o braço do moço, o agradeceu e pediu desculpas pela maneira como estava. Ele apenas foi embora sem dizer mais nada.

Não era fruto de sua imaginação, aquela mulher de fato existia e Emma só não conseguia entender por que ela era tão parecida com a sua Regina. O nó em sua garganta se desfez e Emma sentiu-se aliviada pelos sintomas não estarem voltando, mas ainda assim sentia-se intrigada.

Recolheu o livro e caminhou até a mulher que agora se distanciava com dois saquinhos de pipoca nas mãos. Não tinha nada a perder, era apenas um ser humano e Emma podia sem problemas conhecê-la.

— Oi. – disse chamando a atenção da mulher que se virou. Ao vê-la de perto Emma percebeu a enorme semelhança, mas podia sentir nela a humanidade, o quanto era real, cada centímetro de si.

— Oi. – respondeu com um sorriso tímido.

— Desculpa, é quê eu acho que te conheço de algum lugar. – disse sem jeito trocando o peso da perna esquerda para a direita.

— Desculpa, mas acho que não me lembro de você. – a mulher sorriu e franziu o cenho envergonhada.

— Imagina, talvez eu tenha passado por você na rua, só isso. – queria desprender-se do passado, recomeçar.  – Prazer, Emma Swan. – lhe estendeu a mão e a mulher olhou para as suas, em cada uma segurava um saquinho de pipoca. As duas riram percebendo a situação. – Bom, se me permite te ajudar. – estendeu a mão para pegar um saquinho.

— Obrigada! – a mulher lhe estendeu a mão. – Regina Mills. – o coração saltou novamente, aquele nome, aquela grande coincidência.

— Acho que essa pipoca é de alguém. – devolveu o saquinho após alguns segundos de silêncio.

— Ah sim, é para o meu filho, Henry. – talvez tivesse sido uma visão do seu futuro, ou talvez fosse apenas a vida. Emma preferida acreditar na segunda opção. – Ele está no barco viking.

— Sei que vai parecer estranho, mas você se importa se eu te acompanhar? É muito chato vir ao parque sozinha.

— É claro que não. – e seguiram juntas até o brinquedo.

Pararam em frente a ele e assistiram os últimos minutos dele funcionando. Emma viu o pequeno Henry gritando feliz e em determinados momentos até com medo. Quando o brinquedo parou, ele desceu correndo e foi em direção a mãe que lhe entregou a pipoca.

— Henry, essa é a Emma, ela quer companhia para o parque. – Regina os apresentou e Emma sorriu diante da pequena e real figura do garoto a sua frente.

— Olá Emma, quer pipoca? – ele lhe estendeu o saquinho.

— Não, eu agradeço... – o saquinho permaneceu estendido. – Na verdade acho que eu quero uma.

Henry riu e perguntou se Emma gostaria de ir em algum dos brinquedos. Eles conversaram sobre o parque, e ela disse que o viu sentir medo, porém Henry negou tudo. Caminharam pelo parque conversando, se conhecendo, falando sobre a vida, sem mentiras, sem segredos, sem restrições, apenas aceitando, partilhando vivências, emoções.

Henry andou em mais alguns brinquedos e Emma em determinado momento já nem se lembrava mais do passado, do fato de que um dia tivera um Henry e uma Regina em sua vida. Mas esses eram reais, essa era sua vida e ela apenas queria aproveitar seu recomeço.

Depois de ter comprado um algodão doce para Henry e uma maçã do amor para si e Emma comprado outra, sentaram-se em um dos bancos. Já não se sentiam mais estranhos na presença um do outro.

— Que livro é esse? – Henry apontou para o livro que Emma já carregava sem perceber.

— Ah, eu ganhei da minha avó quando era adolescente. – e quando tudo começou. — Tem histórias muito bacanas. Você gosta de ler?

— Sim, eu gosto muito.

— Isso é muito legal! – Emma sorriu para o garoto que ainda observava a capa do livro. – Toma. – o estendeu para ele que o pegou e começou a folheá-lo animado. – É um presente. – ele arregalou os olhos para si.

— Emma, não. Nós não podemos aceitar. – Regina que sentava entre os dois se manifestou. – Foi um presente da sua avó, deve ter um valor emocional muito grande.

— Exatamente por ser um presente da minha avó, eu tenho total posse sobre ele e, portanto decido que quero dá-lo de presente ao Henry. Tenho certeza que ele quer o livro. – sorriu arqueando uma sobrancelha e Regina sorriu se dando por vencida.

— Tudo bem, nós agradecemos.

— Sério? Agora ele é meu? – Henry se levantou e colocou o livro no banco. – Obrigado, Emma! Eu adorei! – e foi até a loira para lhe abraçar.

— Eu tive essa mesma reação quando ganhei. Leia com moderação. – riu antes de vê-lo retornar ao banco e continuar folheando o livro ao ponto que Regina olhava para o relógio.

— Bom, acho que está na hora de irmos. – disse levantando-se e desfazendo as dobras que se formaram na saia. Henry levantou-se em seguida e se colocou ao seu lado apertando o livro contra si.

— Eu... – Emma estava na frente da morena e com as mãos nos bolsos sem saber exatamente o quê dizer. Aquilo tudo era real e Emma não queria que acabasse, não por eles parecerem com as pessoas do seu passado, mas porque eles foram seu primeiro contato com a realidade depois de tudo, e ela já não queria mais perder isso, nem eles. – Eu queria agradecer pela companhia e dizer que seria muito bom ver vocês novamente.

— Eu também gostaria muito de te ver de novo. – os olhos de Regina estavam fixos nas íris verdes de Emma. – Eu prometi que traria minha sobrinha ao parque amanhã, já que minha irmã Zelena vai trabalhar.

— Isso é um convite? Para que eu apareça por aqui de novo? – Emma sorriu de lado e Regina fez o mesmo.

— Bom, se você quiser, eu estarei aqui. – desviou o olhar por um segundo.

— E eu também. – Henry chamou a atenção delas para si.

— Tudo bem, então esse pode ser o nosso ponto de encontro. – seu interior radiava felicidade.

Ela abraçou Henry que lhe agradeceu pelo livro novamente, depois Regina veio até si para lhe beijar o rosto, mas Emma não se conteve e a puxou para um abraço. O cheiro que Regina exalava era de maças, era real. Ao se separarem se olharam mais uma vez antes dos dois partirem.

Emma observou os dois irem embora e sentiu-se feliz como não se sentia há anos. Dessa vez era real, eles não sumiriam de repente, ela não acordaria no dia seguinte e descobriria que era coisa da sua cabeça. Emma sentia-se viva e com a certeza de que sua vida estava apenas começando. Foi só quando eles sumiram no horizonte que ela se deu conta de que dessa vez estava sorrindo para a realidade.

 


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Notas finais do capítulo

Eu havia dito na primeira One que não havia sido fácil escrevê-la, mas com certeza se torna mais emocionante escrevê-la a cada palavra. *o* Me digam se a continuação foi como vocês esperavam e o quê vocês esperam do final. Obrigada gente ♥ Deixem reviews! *-*

UP: parte III já foi postada. Aqui o link para quem quiser ler: https://fanfiction.com.br/historia/714191/Quando_Sorrimos_Juntas/



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