Never Gonna Be Alone escrita por SupremeMasterOfTheUniverse


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas! Tudo bem?
Aqui estou eu postando um dia atrasada de novo, ahuahuahua. Falando nisso, de agora em diante, não vou mais postar a cada duas semanas. Agora vai ser mais liberal e aleatório: vou postar quando os capítulos estiverem prontos. Sinceramente, nem sei se vou continuar postando, só recebi um comentário até agora, tenho sinceras dúvidas quanto a se alguém realmente lê isso. De qualquer forma, Cartney chegou! Agora, começa a parte da história na qual eu realmente queria chegar. Divirtam-se!



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A nação foi abençoada pelo serviço de Mark e Jessica no programa espacial. Apesar de sua perda ser muito sentida, homens e mulheres da NASA seguirão adiante, em frente e para o alto na missão desta agência. Ao fazer isso, eles honram o legado que Mark e Jessica deixam para todos nós e garantem que o sacrifício deles não tenha sido em vão.

...

Vincent Kapoor não podia se deixar abalar. O funeral de Mark e Jessica Watney colocava, de certa forma, um ponto final no assunto da morte do casal. Perguntava-se se não era exatamente uma boa causa para levar a público que os dois astronautas eram casados. Se Carter tinha ido atrás de Watney da forma que a Comandante Lewis contara, era certo que ainda o amava. E, se o amava, não teriam empecilhos para trabalhar juntos da forma que a NASA quis esconder. De qualquer forma, decidiu não insistir no assunto.

Então de volta ao trabalho. Vida que segue. A NASA precisaria seguir em frente a partir dali.

Entrou na sala de Teddy Sanders, o diretor da NASA. Este assistia às reportagens sobre o funeral dos Watney na TV. Estava abalado, provavelmente tanto quanto ele próprio. Mas tinham de voltar ao trabalho.

— Fez um ótimo discurso, Sanders. – disse Vincent, largando a pasta e o sobretudo sobre uma cadeira na sala. – Imaginei que talvez fosse se referir aos dois como casal. Pelas famílias. – Teddy desligou a televisão. Vincent sabia que precisava ir direto ao assunto; não adiantava mais enrolar. – Preciso que me autorize a usar o satélite.

— Não vai acontecer.

— Temos verba pra cinco missões Ares! Eu consigo que o congresso financie a sexta.

— Não... – começou Teddy.

— Olha – interrompeu Vincent. –, a Ares 3 voltou depois de 18 sóis. Tem meia missão em suprimentos lá, eu posso vender por uma fração do custo de uma missão normal, eu só preciso saber o que sobrou por lá!

— Você não é o único que precisa usar o satélite – interveio Teddy, finalmente impondo-se. –, as missões de suprimentos da Ares 4 estão vindo aí, vamos nos concentrar na Cratera Schiaparelli.

— Ok, temos 12 satélites lá, podemos destinar algumas horas pra...

— Não é pelo tempo de satélite, Vince – interrompeu o diretor da NASA. –, somos uma instituição pública, nós temos que ser transparentes.

— Ok. – concordou Vincent.

— Quando apontarmos os satélites pro Hab, eu transmito as imagens do cadáver de Mark Watney e Jessica Carter pro mundo.

— Está com medo da reação do público? – indagou Vincent, indignado.

— É claro que eu estou com medo da reação do público! Outra missão? O congresso não vai nos reembolsar nem um clip se eu botar dois astronautas mortos na primeira página do Washington Post.

— Eles não vai sair de lá, Teddy, eles não vão... – Vincent hesitou. – Não vão se decompor, sabia? Vão ficar lá pra sempre!

— A meteorologia prevê que eles vão estar cobertos de areia com o clima normal da região dentro de um ano.

— Não podemos esperar um ano, nós temos...

— Ares 5 só será lançada em cinco anos, nós temos muito tempo.

Vincent suspirou, sentando-se na poltrona à frente de Teddy. Suas ideias estavam se esgotando.

— Ok – tentou. – Ok! Tá, pensa assim: no momento, o mundo está do nosso lado. Compaixão pelas famílias Carter e Watney. Ares 6 pode trazer os corpos deles pra casa, mas, não diremos que é o propósito da missão, mas deixamos claro que faria parte dela. Nós vamos vender assim. Teremos mais apoio do congresso, mas não se esperarmos um ano. Se esperarmos um ano, terão esquecido.

Teddy coçou o queixo.

— Hum...

...

Mindy Park estava olhando para o teto. Ela não tinha muito mais a fazer. O turno das três da madrugada era bem maçante. Só um fluxo constante de café a mantinha acordada.

Monitorar o estado dos satélites ao redor de Marte parecera uma proposta empolgante quando ela aceitou a transferência. Mas os satélites faziam quase tudo sozinhos. Seu trabalho acabou se tornando apenas enviar e-mails à medida que as imagens ficavam disponíveis.

— Mestrado em Engenharia Mecânica – sussurrou para si mesma. – E estou trabalhando em uma cabine fotográfica aberta a noite toda.

Tomou um gole de café.

Um brilho na tela anunciava que outro grupo de imagens estava pronto para ser liberado. Ela verificou o nome na ficha de solicitação. Vincent Kapoor.

Enviou os dados diretamente para os servidores internos e criou um e-mail para o Dr. Kapoor. Ao digitar a latitude e a longitude das imagens, reconheceu os números.

31,2ºN; 28,5ºO... Acidalia Planitia... Ares 3?

Por curiosidade, Mindy abriu a primeira das dezessete imagens.

Como ela suspeitava, era o local da Ares 3. Ela tinha ouvido falar que eles iam fotografar a área. Sentindo um pouco de vergonha, Mindy esquadrinhou a imagem em busca de um sinal do corpo de Mark Watney ou de Jessica Carter. Depois de um minuto de buscas infrutíferas, ficou ao mesmo tempo aliviada e decepcionada.

Continuou a estudar as imagens. O Hab estava intacto. Dr. Kapoor ficaria feliz ao ver aquilo.

Levou a caneca de café aos lábios e congelou.

— Hum... – murmurou. – Uhhh...

Abriu uma imagem da mesma área em Sol 17, logo um dia antes da tempestade que levou a tripulação a abortar. Abriu outra imagem em Sol 18. Observou a mesma área em comparação ao dia em questão, Sol 49.

Mindy não precisava mais do café para ficar acordada.

Pegou o telefone e discou alguns números, apressadamente.

— Oi, aqui é Mindy Park, do SatCon. Preciso dos contatos de emergência de Vincent Kapoor. É, dele. É, é uma emergência!

...

 – Cacete! – disse Annie Montrose. – Você só pode estar de sacanagem.

Teddy olhou para o outro lado da bancada onde estava sua diretora de comunicações.

— Isso não está ajudando, Annie – observou e se virou para o diretor das operações em Marte. – Tem certeza?

— 100% – respondeu Vincent.

— Cacete! – repetiu Annie.

— Eu quero provas. – disse Teddy.

— Para começo de conversa, nada de corpos – explicou Vincent. – Além disso, os painéis solares foram limpos. Os corpos poderiam ter sido enterrados durante a tempestade e uma ventania de 30 km/h algum tempo depois seria forte o bastante para limpar os painéis solares, mas não pra carregar areia. É improvável, mas possível. Então, passei as últimas horas verificando tudo o que podia. A Capitã Carter saiu duas vezes com o Rover. A segunda vez foi em Sol 17. De acordo com os registros, depois de voltar ela o acoplou ao Hab para recarregá-lo. Não foi usado outra vez e, treze horas depois, eles partiram. Olha lá. – Vincent apontou para a tela. – Ele foi movido. Está até virado para o lado oposto ao Hab. Mas ali encontramos a prova final. – Pelo teclado, Vincent avançou a tela mais para a direita. – Lá está o VDM, estão vendo? Ele foi desmontado. Tenho quase certeza de que eles não teriam feito isso sem nos comunicar. E o ponto decisivo está na parte direita da imagem – apontou. – Os suportes de pouso do VAM. Parece que a central de produção de combustível foi completamente removida, provocando avarias consideráveis aos suportes de pouso. Não é possível que isso tenha acontecido antes da decolagem. O risco para o VAM teria sido alto demais para que Carter o permitisse.

— Ué, por que não perguntamos pra Lewis? – interveio Annie. – Vamos ao Capcom e perguntamos diretamente a ela.

— Não – respondeu Teddy. – Se um dos Watney estiver mesmo vivo, não queremos que a tripulação da Ares 3 saiba.

— O quê!? – exclamou Annie. – Como podem não contar pra eles?

— Eles têm mais de dez meses de viagem pra casa, viagens espaciais são perigosas. Eles têm que estar atentos e não se distrair.

— Mas já pensam que eles estão mortos.

— E ficariam arrasados ao descobrir que os deixaram lá, vivos – retrucou Vincent, triste.

Annie riu, irônica.

— Me desculpem, mas vocês não pensaram nisso direito... O que é que a gente vai dizer? “Querida América, lembram daqueles astronautas que matamos e para os quais fizemos um lindo funeral? Pois é, um deles está vivo, o deixamos em Marte, foi mal, atenciosamente, NASA”? Afinal, qual dos dois é que está vivo?

Os olhares se voltaram para Vincent, que ainda estava inclinado com o queixo afundado nas mãos.

— De acordo com as imagens, logo antes de o VDM ser desmontado, os painéis solares estavam sujos. Foram limpos no mesmo período de tempo em que ele e o VAM foram modificados. É um trabalho para duas pessoas – explicou Vincent.

— Ah, ótimo! – disse Annie. – O que é que é isso?! Eles virão pra cima da gente com tudo, vocês sabem!

— Como vamos lidar com público? – perguntou Teddy, severo.

Annie suspirou.

— Legalmente, temos 24 horas pra liberar as fotos.

— Damos uma declaração com elas para as pessoas não tirarem as próprias conclusões. – decretou o diretor, levantando-se.

— Sim, senhor.

Teddy abriu o celular.

— Vou a Chicago. – informou. – Volto amanhã.

— Por quê? – perguntou Annie.

— Sabia que Carter e Watney foram apresentados um ao outro por um amigo em comum porque os dois eram de Chicago? – disse Teddy, explicando. – Os pais dos dois ainda moram lá. Devo uma explicação pessoal a eles antes que a notícia seja divulgada.

— Eles vão ficar felizes em saber que os filhos estão vivos. – observou Annie.

— Sim, estão, mas se meus cálculos estiverem certos, eles vão morrer de fome antes de podermos ajudá-los.

— Cacete! – disse ela, pensativa.

Vincent riu consigo mesmo.

— Você fala como ela – observou.

— Como quem?

Ele apontou para as imagens do Hab.

— Como Carter.

— Espero que nossas semelhanças parem por aí porque eu não tenho nenhuma intenção de ser deixada pra morrer em Marte.

Vincent suspirou.

— Dá pra imaginar o que eles estão passando lá? – ponderou. – Estão a 80 milhões de quilômetros de casa, acham que estão totalmente sozinhos um com o outro, se aturando pra sobreviver, tentando ignorar os problemas pessoais por uma causa maior... Acham que desistimos deles. O que isso faz psicologicamente com uma pessoa? – Passou a mão na testa. – O que será que estão pensando agora?

...

— Mark, você não tá entendendo! – gritou Carter, exaltada. – Elas estão no domínio dele! Vivem no mar, são parte do domínio dele!

— Só que o domínio dele não é o mar, é Atlantis! — especificou Watney. – E o poder dele não é controlar seres do mar...

— Claro que é!

— ... e, sim, peixes! Nunca vou aceitar que o Aquaman pode controlar baleias.

Carter cruzou os braços como uma criança birrenta. Watney também não estava satisfeito.

— Quer transar? – sugeriu.

— Quero – respondeu ela, dando de ombros e já girando a blusa.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Deveria ou não Aquaman controlar baleias? AHuahuahuahua, quero opiniões! Não esqueçam: quando comentam, vocês fazem uma autora feliz!
Até o próximo capítulo!



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