Quando olhava para o céu todas as memórias ruins tendiam a aparecer; pareciam inúmeras e extremamente traumáticas. Afinal, Max viveu tudo e, de um dia para o outro, tudo havia sido apagado. Não de sua cabeça, é claro, ela jamais esqueceria cada momento que viveu ao lado de Chloe.

Quando a noite caia e seus olhos pesavam tanto que mal conseguia ouvir o barulho da televisão, Max acordava assustada pois jurava ter escutado a voz de Chloe vindo da garagem.

E então Max caminhava até seu quarto, deitava na cama e agarrava alguma peça de roupa de sua melhor amiga, dormia agarrada sem ela, mas, pelo menos, ainda havia seu cheiro. Não era estranho. Estranho, na verdade, era não tê-la ao seu lado, em carne e osso, em cabelos azuis e danças desconexas.

Jamais esqueceu Chloe, não seria possível nem se tentasse. Mas, com o tempo, aprendeu que ela não aparecia na garagem da sua casa e que ela jamais voltaria. Também aprendeu que o céu era bonito demais para lembrar de coisas terríveis quando colocava os olhos nele.

Sua imensidão azul passou a lhe lembrar dos dias ensolarados ao lado de Chloe, lembrou-lhe da noite na piscina e também trouxe recordações de seus cabelos azuis, como um dia sem nuvens.

Por isso Max sorria. Pois Chloe não estava presente em carne e osso, mas sempre estaria em suas lembranças e nas pequenas coisas que faziam parte de seu dia. Afinal, Chloe era inesquecível.