O Destino do Amor escrita por Lilissantana1


Capítulo 26
Capítulo 26 - O Duque


Notas iniciais do capítulo

Eis que meu not deu pau. E o desespero bateu. Todavia, cá estou, com o penúltimo capítulo. Masssssssss o mais legal é que me deparei com uma recomendação. Pulei de felicidade. Juro a vcs que esta fic não tinha nenhuma pretensão. Por isso minha felicidade é ainda maior por perceber que vcs amaram Jon e Annie tanto quanto eu os amei. OBRIGADA DANI, CAPITULO DEDICO A VC! BJS a todas



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Estava perdido. Não conseguia encaixar as impressões corretamente, os lugares, as situações. Ainda com os olhos fechados respirou mais fundo, sentindo o aroma impregnado no cômodo. Aquele cheiro lhe trazia uma gostosa sensação de reconhecimento. De familiaridade. De paz.  

Annie moveu a mão sobre a dele, num gesto involuntário e se aconchegou um pouco mais. O aroma feminino era conhecido. Mais do que conhecido. Mais do que íntimo. Mais do que significativo. Ele pensou.

Olhos castanhos. Cabelos loiros. Pele macia. Corpo esbelto. Lábios com gosto de... 

Annie.

Abriu os olhos e tentou, pela segunda vez, se mexer. A cabeça latejava e parecia mais pesada do que todo o seu corpo. Mesmo assim, ele conseguiu se mover. O rosto dela estava muito perto do seu, Annie dormia pesada e serenamente, mas parecia diferente. Parecia cansada, esgotada.

Puxou a mão que estava entre as suas, aproximando-a de seu peito. Lembrando de ter ficado tão zangado, tão enciumado com o que ela lhe dizia que mal conseguia olha-la nos olhos. Que dirá desculpá-la! Mas nada, absolutamente nada. Nenhuma zanga, irritação ou ciúmes permaneceram quando viu Dickinson bêbado, a ameaçá-los com aquela pistola. 

Definitivamente não estava pronto para a possibilidade de perder a única pessoa que já amara na vida. Não mais importava o que aconteceu com Peter, o que Daisy fez, sua maior e mais forte lembrança daquela noite eram os olhos de Annie fixos nos seus, transmitindo medo por ele, o mesmo medo que ele sentia por ela.

Annie se moveu de repente, puxou a mão. Respirou mais fundo. Abriu os olhos. E sorriu para ele.

— Jon... – ela disse baixinho com voz sonolenta, se aproximando com cuidado.

— Você está bem? – ele perguntou preocupado pelas profundas olheiras estampadas sob os olhos dela.

— Agora estou... – ela respondeu com a voz embargada. 

— O que aconteceu? – ele perguntou fazendo uma careta ao tentar se mover.

— Você não lembra de sir Dickinson?

Claro que lembrava. Aquele maluco! Bêbado! Fingindo agir em nome da honra. Como se o Visconde se importasse muito com o que acontecia com Aisley. Ou com a própria reputação.

— Da pistola? Do tiro? – Annie insistiu.

— Lembro da pistola... mas não lembro do tiro...

Annie se apoiou no cotovelo erguendo levemente o corpo acima da cabeça do marido. tocando o rosto dele com a mão.

— Quando o guarda e Andrew tentaram segura-lo, a arma disparou, e acertou sua cabeça... – ela explicou de forma sucinta.

Jon ergueu a mão em direção ao local onde a dor era mais forte e Annie o impediu de chegar ao curativo.

— Não toque. – pediu carinhosa - O médico saiu daqui recomendando que você deve se cuidar o máximo que puder... e eu vou garantir que assim seja.

Jon ainda estava preocupado.

— Ele não machucou você?

Ela se aproximou mais, roçou o nariz no rosto dele, sentindo as lágrimas inundarem seus olhos mais uma vez.

— Não... fisicamente não... mas não sei como seria se ele tivesse conseguido realizar o que veio fazer aqui...

A respiração de sua esposa travou por um segundo. Como se ela precisasse colocar as emoções no lugar antes de falar.

— Eu amo você Jon...

Ele fechou os olhos saboreando as palavras. Annie já dissera aquilo por diversas vezes nas últimas horas. Mas, ele estava tão incomodado que não conseguia dar o devido valor a elas. Porém, sabia que sempre que as ouvisse, se sentiria aquecido como naquele momento.

— Você me desculpou? – ela perguntou de repente.

Tentando fazer um breve suspense, Jon a observou de lado. Annie sorriu.

— Só se você me prometer que nunca voltará a ver Peter Mitchell.  

— Essa será a promessa mais fácil de ser cumprida.

Lentamente se acomodou junto ao ombro dele e fechou os olhos, respirando com calma.

— Você não acreditou em Dickinson não é? - as palavras do Visconde poderiam ter colocado alguma dúvida na mente fantasiosa e crítica de Annie.

Ela não compreendeu de imediato o que ele queria dizer. Jon continuou:

— Há muitos meses que não vejo Aisley, nada sei dela. Se essa mulher está mesmo grávida. O filho é de outro.

— Eu sei... - ela tinha certeza disso, Jon não precisava se preocupar - mas, por que ele veio aqui? Por que acusou você? - ela estava preocupada com o motivação do Visconde. O real motivo para aquele incidente.

Jon puxou o ar com calma, evitando que a dor pulsante piorasse.

— Preciso descobrir o que houve. – ele falou firme.

Annie se assustou ao ouvir isso.

— Eu prometi que ficaria longe de Peter, você agora vai me prometer que ficará longe de sir Dickinson...

Aquela exigência não lhe parecia justa.

— Mas Annie, preciso descobrir de onde essa historia saiu.

— Não me interessa de onde essa história saiu. – ela não queria vê-lo próximo ao homem que quase o matara.

Ele se calou, a dor incômoda não permitiria que mantivesse uma discussão com Annie naquele momento, principalmente porque sabia da capacidade da esposa em retrucar suas decisões ou comentários.  

Annie suspirou e nada mais disse, de certa forma se sentia tranquila, Jon não poderia sair daquela cama por vários dias. E nesse meio tempo, ela daria um jeito de tentar descobrir como resolver a questão.

****************

A primeira noite foi bastante incômoda. As dores só aliviavam a base de remédio. E por causa dos remédios, Jon ficava sonolento. Annie dormiu pouco, sua cabeça rodava na busca por uma solução para o problema e Hilda, cria ela, era a pessoa mais adequada para ajuda-la a resolver esse impasse antes que seu marido estivesse bem o suficiente para sair da cama. No dia seguinte ela conversaria com a mulher na tentativa de descobrirem juntas como chegar a saída dessa questão. No momento, ela pensou observando Jon dormir serenamente, tudo o que queria era aproveitar a presença dele junto de si.

Entretanto, na manhã seguinte, a primeira visita que surgiu, trouxe não apenas uma surpresa, mas uma bem vinda revelação. Era o Duque. Vinha sozinho, o que Annie silenciosamente agradeceu. Suportar um era possível, mas suportar dois Hawkins arrogantes estava acima de sua capacidade.

O homem entrou rapidamente no quarto do filho. Constatou que o rapaz estava bem, apesar de dormir a maior para do tempo e antes de sair, pediu para conversar com a nora. Receosa quanto ao teor da conversa, Annie o seguiu até o escritório de Jon.

Como se fosse ainda o dono da casa, o homem grisalho se instalou na cadeira atrás da pesada mesa de carvalho, que um dia já fora sua. Estava mais velho e sabia que um dia, o que ele considerava como seu, seria de Jon, depois, dos filhos de Jon. Annie se sentou também, atraindo o olhar do homem sobre si.

Os olhos castanhos da nora o observavam com desaprovação. Aquela garota se considerava como grande conhecedora da vida para o julgar. Logo compreenderia que nada era simples na vida. Talvez já tivesse percebido. Os olhos fundos e marcados pelas olheiras. A pele pálida. Tudo indicava as horas passadas em preocupação. Jon conseguira uma mulher que se preocupava com ele e parecia amá-lo. Coisa que o Duque, no passado, considerava como improvável dado o temperamento e o comportamento de seu filho.

De qualquer forma, não fora sobre isso que viera falar.

— Dickinson está preso. - informou sem qualquer emoção na voz. - E permanecerá lá enquanto eu decidir que assim seja.

Não havia dúvidas de que seu sogro era um homem acostumado a ser obedecido. Daqueles que fazem sua opinião valer, custe o que custar.  Doa a quem doer. E naquele momento, Annie não conseguia considerar essa característica ruim. 

— A esposa dele está grávida de um tal Mortimer. Um tenente da marinha britânica. – ele continuou tranquilo.

— Como o senhor conseguiu descobrir isso? – perguntou satisfeita por ver o problema resolvido

As mãos grandes se moveram sobre a mesa tranquilamente.

— Sei de tudo o que acontece. A lealdade e o silêncio ainda são objetos a venda minha cara. - seus olhos firmes perderam rapidamente o foco, como se ele lembrasse de algo. - De qualquer forma, está resolvido, ninguém os perturbará. Evite que Jon vá em busca de esclarecimentos e a situação morrera neste ponto. Ninguém quer se indispor comigo.

Annie fechou os olhos sentindo o peito mais leve. E tudo graças ao Duque. Aquele a quem ela estava maldizendo poucas horas atrás. Agora só lhe restava levar ao marido a situação resolvida.

O Duque se ergueu, dizendo que já que estava tudo em ordem, voltaria para casa. E se despediu aconselhou a jovem nora que se cuidasse. O período de gravidez, segundo ele, deveria ser uma época de tranquilidade.

Quando a porta se fechou. Annie ficou com a sensação estranha de que aquele homem, assim como seu marido possuía muitas nuances. Talvez um dia tivesse a chance de conhecê-las, se o Duque assim permitisse é claro.

 ********************

Jon acordou no final da tarde. Ainda havia dores. O hematoma se espalhara pelo lado direito do rosto, o olho estava desinchando. E, as discussões quanto aos cuidados a serem tomados e ao repouso, começaram a acontecer.

Só que desta vez, o menino levado tinha mais do que apenas uma guardiã. Annie se uniu a Hilda nas ameaças constantes, obrigando-o a permanecer na cama, quieto, em repouso.

O medico vinha, observava, recomendava e ia embora. Sabia que seu paciente estava sendo bem cuidado. E numa dessas visitas, Annie tratou de acabar de vez com a dúvida que lhe atormentava. A possibilidade de estar realmente grávida.

Hilda saia do quarto de Jon quando elas cruzaram na porta, Annie trazia um sorriso especial no rosto. Em silêncio, as duas se comunicaram com o olhar, como dois cumplices de um crime.

— Devo contar? – Annie perguntou levemente ansiosa. - Será que não será melhor esperarmos que esteja totalmente recuperado?

— Ele está totalmente recuperado. Não se preocupe! Além do mais, ninguém fica mal com uma noticia igual a essa.

Era verdade, Annie pensou antes de finalmente girar a maçaneta e ingressar no quarto.

Jon estava acomodado entre os travesseiros, o curativo na testa era menor, porém, ainda havia aquela cor arrocheada em torno do olho. Principalmente sob a pálpebra.

Ele sorriu ao vê-la. Se todas as vezes em que estivesse doente, pudesse contar com os cuidados e atenções de Annie, não reclamaria que acontecesse mais vezes. Entretanto, não se atreveu a exteriorizar seus pensamentos, Annie o repreenderia imediatamente.

Ela sentou na beirada do colchão. Tinha um olhar maroto nos olhos espertos, e um sorriso aberto nos lábios bonitos.

— Aconteceu alguma coisa. - ele disse estreitando os lábios. - O que foi?

O som do riso escapando pelos lábios dela, indicava que era alguma coisa boa.

— Lembra que lhe falei que minhas regras estavam atrasadas?

Sim, ele lembrava. Também lembrava de ter se sentido aliviado e triste ao mesmo tempo ao saber que não passara de um alarme falso.

—Pois elas continuam atrasadas.

Ele não compreendeu. Mas, ela lhe disse que estava tudo normal? Que as regras...

— E o seu médico, acaba de confirmar as suspeitas que Hilda e eu ainda tínhamos. – ela voltou a falar interrompendo os pensamentos dele - Nós vamos ter um filho... - ela disse suavemente e logo remendou: - ou uma filha... você e eu...

Se pudesse, Jon teria agarrado a cintura de Annie e a puxado para a cama com ele, mas nessas horas, ele percebia o quanto era complicado executar movimentos mais bruscos. Por isso, apenas sorriu, segurou a mão dela e a puxou suavemente para perto. Obrigando-a a beijá-lo sentindo uma leve pontada de medo. Será que sua vida iria realmente tomar um rumo calmo e feliz?

Será que suas agruras chegaram definitivamente ao fim?

— Eu amo você. - ele disse baixinho, sem se afastar dos lábios dela. - E estou muito feliz em ter um filho... ou filha sua. 


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Notas finais do capítulo

Tentarei postar amanhã. Como disse a vcs, meu not deu pau. O que atrasou consideravelmente minha vida. Muito obg a todas vcs, amo ter vcs aqui. BJJJJJJJJ



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