Happy Halloween escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

One-shot especial de HP! Espero que gostem!



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Trinta e um de julho de 2001, Toca

Os Weasley colocavam a mesa para o jantar de aniversário de Harry. O aniversariante brincava com seu afilhado na sala de estar, mas sua cabeça estava muito longe dali. O-Menino-Que-Sobreviveu completava vinte e um anos. Para alguns, apenas mais uma festividade, mas para ele era especial. Seus pais, Lily e James Potter haviam falecido vinte anos antes, no Dia das Bruxas, com a mesma idade que ele tinha.

Padin? - chamou Teddy, arrancando-o de seus devaneios e apontando para a cozinha, de onde a senhora Weasley chamava todos para comer.

—Vamos Teddy - ele fez o garotinho acompanhar seu passo e sentar-se na cadeira a seu lado.

A família ria e conversava enquanto Harry ouvia-os, mesmo que não prestasse a mínima atenção. Estava de luto. Um luto discreto, silencioso e particular,  mas ainda assim um luto.

***

Desde a morte de Lupin e Tonks na guerra, Teddy morava com a avó materna, Andrômeda, e gostava de passar os feriados com o padrinho na Toca. Harry gostava de cuidar do afilhado e ser para Teddy o padrinho que Sirius teria sido para ele. Teddy era muito artístico e ajudara Harry a encontrar um novo hobby: escrever cartas para Lupin e Tonks, contando era o filho deles.

Caros Remus e Dora Lupin, é meu aniversário e Teddy e eu estamos na Toca, como sempre. Mas não aproveitei hoje tanto quanto ele. Estou deprimido demais para isso. Hoje completei vinte e um anos, acho que já entendeu minha tristeza, não é, Aluado? Faz vinte anos que eles se foram e agora tenho a idade que tinham quando aconteceu.  Todos me perguntaram o que queria ganhar de presente, mas ninguém pode me dar o que desejo de verdade. Só quero uma forma de mudar o passado e ter mamãe, papai, Sirius, Cedric, Dobby, Fred e vocês de volta.

—----Harry J. Potter.

—Vai enviar esta carta, padin? -ï perguntou Teddy pulando animadamente.

—Não. Esta é para a caixa.

Ele pegou em sua mala a caixa simples de madeira em que guardava todas as cartas que escrevia para Lupin e Tonks.

—Posso colocar meu desenho na caixa? - pediu o garotinho, mostrando o desenho que fizera dele com Harry.

—Claro - o padrinho sorriu para o afilhado e estendeu a caixa para que Teddy guardasse seu desenho. - Hora de dormir.

O rapaz colocou o pijama no menino e o deitou na cama, adormecendo pouco depois.

***

Harry despertou, olhando em volta. Estava em um quarto do Caldeirão Furado, sem Teddy. Procurou-o pela suíte desesperado e preocupado. Como vou saber onde ele está se me faz o favor de mudar de aparência todos os dias?, perguntava-se. Em seu bolso havia um bilhete em caligrafia pontuda que ele conhecia bem por tê-la copiado de um quadro - negro por nove meses. Era a letra de Remus. Esta é a sua chance de mudar o passado. Salve-nos. Se esta era sua chance, devia ser dia trinta e um de julho de 1981 e ele poderia salvar seus pais. Foi até o bar no andar inferior e pediu uma Cerveja Amanteigada.  Viu Sirius e Remus entrando  e baixou a cabeça. Por toda a vida, lhe disseram que era a cara de seu pai, o que pensariam os Marotos do passado quando tivesse a cara e a idade de James? Aguçou os ouvidos a fim de ouvir a conversa.

—Almofadinhas, é melhor um de nós ser o Fiel. Rabicho não é muito forte, se é que me entende.

—Faz muito sentido que seja ele - sussurrou Black. - Quem desconfiará que o menor de nós guarda nosso mais valioso segredo?

Remus assentiu, pedindo um Firewhisky para a madame Rosmerta, e Sirius fez piada sobre ser muito cedo para beber.

—Lily e James foram condecorados no Clube dos Duelos no sétimo ano. É com Harry que me preocupo. Ele é só um bebê.

—Sim -Sirius concordou. - Falando em Harry, temos que ir, ou Lily nos mata.

—Tem horas que a ruiva me assusta mais que Você-Sabe-Quem.

Eles vão para Godric’s Hollow, Harry pensou e cobriu a cabeça com o capuz e os seguiu, usando as técnicas que desenvolveu no sexto ano. Caminharam por quilômetros até o chalé, que assim como o Grimmauld Place quando encoberto pelo Fidelius, surgiu entre as casas vizinhas. Sirius e Remus entraram e antes que a casa desaparecesse, Harry pulou pela janela entreaberta e esperou.

—Hã… James? - Sirius falou na sala de estar, onde eles estavam reunidos. - Remus e eu pensamos um pouco e decidimos que é  melhor Rabicho ser o Fiel. Ele é visivelmente mais fraco, nenhum bruxo das trevas pensará que ele tem o segredo.

A mente de Harry pôs-se a funcionar. Seus pais estavam prestes a cometer o erro de suas vidas. O que ele podia fazer para impedir? A solução óbvia era aparecer e explicar que era o filho deles vindo do futuro e depois Obliviá-los, para que tomassem a decisão certa, mas não se lembrassem daquele momento. Ou poderia forjar uma carta de Dumbledore, dizendo que Pettigrew era com Comensal não declarado e que eles deviam escolher Remus como Fiel do Segredo. Lily e James Potter, escreveu com a caligrafia caprichosa do diretor, Peter Pettigrew tem a Marca Negra e não é mais confiável, obviamente. Escolham logo outro Fiel, pois o ataque será no fim de outubro.

—----Albus P.W.B Dumbledore.

Jogou por baixo da porta e conferiu o relógio de pulso. Eram oito da manhã, dava tempo de dedurar Pettigrew. Escapou pela janela e correu para o Ministério.

—Tenho uma denúncia a fazer - disse à recepcionista. - E quero que seja anônima.

—Preencha esse formulário - disse ela, sem interesse .

Em 1981 devia haver denúncias assim aos montes, pensou Harry, assistindo a bruxa parar um auror que passava por ali e lembrava um Moody mais velho para entregar-lhe o formulário que Harry preenchera. Pego esse em uma semana ou menos, garantiu o auror, sorrindo para a mulher.

Harry foi para a rua, caminhando com as mãos nos passantes dos cintos, encontrando em seu bolso outro bilhete. Muito bem, Harry. Aproveite seu dia. Harry decidiu passar seu dia observando a janela de Godric’s Hollow, onde James e Lily passavam o dia todo mimando o filho pequeno - era aniversário dele afinal.

A noite chegou e com ela, a madrugada de primeiro de novembro. Harry sabia que seu tempo acabara, mas também sabia que o futuro que o aguardava era muito melhor.

***

31 de outubro de 2001, Godric’s Hollow

—Harry!

Harry abriu os olhos devagar. erguendo as mãos na frente dos olhos e pegando seus óculos em seguida. Sentia como se tivesse despertado de um sonho bom. Suas lembranças mais recentes eram  do dia trinta e um de julho de 1981, que ele havia alterado, e queria muito que isso não fosse um sonho.

—Harry!

Eu já vou, tia Petúnia, pensou em responder, mas não era tia Petúnia quem o chamava. O rapaz se levantou, ajeitou os cabelos com as mãos e  avaliou o quarto onde estava. Não era uma suíte do Caldeirão Furado nem o quarto de Rony. E nem de longe parecia o quarto minúsculo onde Harry vivera na casa dos Dursley após conseguir se livrar do armário sob a escada. Era muito mais pessoal, com algumas bandeiras da Grifinória, um pôster do Chuddley Cannons, fotos dele com Rony e Hermione, algumas mais recentes com Ginny e Teddy. e também algumas dele com menos de onze anos com os pais, Sirius, e Remus.

Abriu o armário no canto do aposento e encontrou mudas de uniformes velhos, e algumas roupas novas. Revirou-as e não encontrou nenhuma das roupas trouxas que tinha quando morara com seus tios. Eu consegui, pensou, sorrindo orgulhoso para uma foto dele aos sete anos com Sirius em uma mini-vassoura. Eu mudei o passado. Salvei meus pais, eu aproveitei meu dia.

—Harry Potter! - insistiu a voz. - Se eu for até aí, vou arrancá-lo da cama com azarações.

Essa deve ser a mamãe, pensou ele, vestindo-se e gritando em resposta:

—Eu já vou mamãe!

—É bom que venha mesmo!

Harry sorriu para seu reflexo no espelho. Esse seria o Halloween mais feliz de sua vida.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por terem lido amores! Comentem!



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