Com o passar dos dias os ataques diminuíram. A notícia que a terceira princesa de Liones tinha derrotados alguns demônios se espalhou rapidamente. Isso fez com que os Dez Mandamentos e a Santa Trindade tomassem mais cautela e demoravam mais a atacar.

Os pecados mais velhos estavam fazendo rondas, acompanhados de soldados, tanto de Liones quanto de outros reinos aliados, como Camelot.

  Meliodas estava andando entre as florestas a procura de demônios, quando viu sua filha, sentada em meio as pedras de uma cachoeira, a mesma estava em posição de lótus, de olhos fechados, meditando. Ao redor dela ele podia ver ambas as energias, demoníaca e deusa. As forças não se misturavam, muito pelo contrário, ambas brigavam por dominação.

 O loiro resolveu, que aquela era a hora perfeita para conversar com a menina. Se aproximou e sentou, tirou as botas e colocou os pequenos pés na água. Esperaria a menina terminar, então apenas a observou por longos minutos sem falar.

A menina ainda ficou mais um tempo meditando. Quando terminou abriu os olhos, e suspirou. Já era difícil controlar um dos poderes fundamentais, os dois então era quase uma tarefa impossível. Mas Athena, estava confiante que conseguiria unir ambos os poderes. Suspirou mais uma vez e foi nesse momento que percebeu que seu pai a estava observando.

Desceu das pedras num salto e foi até ele.

— Pensei que estaria fazendo a ronda pai – fala a menina se sentando ao lado dele.

— E estava. Mas te vi aqui e resolvi conversar você – fala o loiro encarando a menina – eu fiquei sabendo porque você não revida os golpes dos outros pecados quando treinam.

— Esses linguarudos, não precisavam ter falado nada – fala a menina baixo.

— Não fique brava, o Lan e a Nike só querem te ajudar – fala o loiro fazendo carinho na cabeça dela – eu estava esperando pra conversar com você a respeito disso.

— Bem... pode começar papai.

— Você deve saber do meu passado e de tudo o que eu fiz, certo? – começa o loiro e a menina apenas assenti – então deve saber que demorei muito tempo para controlar a minha ira por completo, para não cometer os mesmos erros. O que eu quero dizer, é que pare de ter medo de usar seu poderes, eu percebo que você se contem, e não precisa fazer isso! Fazendo isso, só vai te dar mais e mais medo e pode acabar acontecendo alguma tragédia, como foi o meu caso.

— Mas pai... os meus poderes são conflituosos, eu mal consigo usa-los separados, eu medito todos os dias pra que algum dia eles se unam. Você sabe bem a sensação de ter alguma força querendo te dominar e te cegar. Eu... não quero machucar pessoas inocentes ou minha família – fala a menina cabisbaixa.

— Eu sei bem como é isso, e deve ser mais difícil pra você... mas... Athena, você teve uma criação bem diferente da minha, tem uma família que te ama, e companheiros que confiam cegamente e arriscariam suas vidas por sua causa. Deixar esse medo te dominar é quase uma ofensa a eles – fala Meliodas gentil, abraçando a filha.

— Mas... e se... – começa a menina, porém o pai a interrompe e a abraça mais forte.

— Eu sei que controle vem com o tempo, e você é só uma menina, mas não se esqueça de que estou ao seu lado e sei da sua dor. Por isso eu te falo que é melhor você ir perdendo esse medo, seus companheiros vão entender perfeitamente se saíram com um machucado ou dois – termina calmo, soltando a jovem.

— Obrigado papai – fala a jovem sorrindo ao estilo Ellie.

— Agora vamos ao treino! – fala Meliodas se levantando com tudo e colocando as botas. Sua filha apenas o olhou com os olhos arregalados – Não achou que eu ia apenas falar achou?

— Bem, conhecendo como eu o conheço devia imaginar sairíamos na mão – fala a jovem, tirando seu cachecol, e estalando os dedos – irei com tudo papai.

— Ótimo, essa é minha filha – fala o loiro tomando distancia da menina.

Eles se encaram seriamente, assumem suas posições e... atacam!

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Um pouco ao longe, Ban, Lan, Diane, King, Dur e Artêmis faziam sua ronda, acompanhados de soldados. E foi quando escutaram alguns estrondos.

— Deve ser a Capitã treinando – comenta Lan, que conhecia bem a intensidade do poder dela.

— E o outro poder deve ser do tio Meliodas – comenta Dur.

— Finalmente poderemos treinar direito com a Capitã! – fala Artêmis, feliz e saltitante.

Eles caminhavam tranquilamente, até que pararam... e sentiram uma energia demoníaca poderosa. Se posicionaram, e pegaram seus tesouros.

Foi então que na frente deles apareceram Morgan, Torrence, estes eram dois dos soldados do Apocalipse, como eram conhecidos. Era, os demônios mais poderosos, os únicos que ultrapassavam seu poder, eram a Santa Trindade.

— Encontramos alguns dos pecados Morgan, vamos nos divertir um pouco – fala Torrence, estralando os dedos e pegando sua espada.

— Sim. Ainda quero minha revanche contra aquela pirralha – fala Morgan, com seu típico olhar distante.

— Pai tome cuidado, esses dois são um pé no saco – fala Lan um tanto apreensivo.

— Deu pra perceber - fala Ban tomando a frente do grupo.

Lan e Ban se entreolham e assentem. Os pecados da raposa, avançam contra os demônios. Torrence, toma a dianteira e contra os pecados, o demônio recitou seu encantamento, e o solo começou a tremer, começando a abrir.

—  Logo vocês se juntaram a nós no inferno, pecadinhos - fala Torrence sádico.

— Imagina o quão furiosa sua líder ficará ao saber que perdeu seus preciosos amigos - comenta Morgan, achando graça vendo os pecados acuados.

— Ela ficará tão irada, que poderá soltar seu poder, causando uma destruição belíssima, imaginem que lindo essa cena - fala Torrence, lambendo os lábios.

 - Vá se ferrar! Athena é melhor que isso! - fala Lan puto, saltando agilmente e socando Torrence com tudo o que tinha.

Torrence voou alguns metros, limpou o risco de sangue que saía do canto de sua boca, sorriu animado e soca Lan tudo, a raposa jovem cambaleou, mas não abaixou a guarda, e um combate ferrenho entre os dois começou. Os golpes eram estrondosos, nenhum dos pecados ou Moran interferiu na luta.

Quando Morgan ia atacar os outros pecados, uma sombra apareceu, agarrou Torrence e o lançou contra Morgan. Todos se viraram e viram uma menina, aparentemente de 14 anos, longos cabelos e olhos dourados.

— Morgan, Torrence parem com isso! – falou a menina recolhendo sua sombra.

— Cale-se menina! Sua mãe a proibiu de sair se lembra?! Agora volte ao lado dela e nos deixe cumprir nossa missão – fala Morgan furioso com a jovem.

— Mas... isso é errado, deixe-os em paz! – grita a jovem.

— Era só o que nos faltava – resmungou Lan se levantando.

— Quem é essa menina? – pergunta King apreensivo.

— Ela é filha de um dos demônios da Santa Trindade – responde Dur, com um olhar interrogativo para a jovem.

— Ora sua... você é uma demônio! Tenha orgulho disso! Esses insetos merecem ser esmagados, nunca mais os defenda! – fala Torrence irado, este andou feroz, com a intenção de bater na menina.

No momento em que estava em frente a menina, ergueu a mão para esbofeteá-la, no entanto, uma mão segura o punho dele, em seguida o socando, fazendo-o bater contra Morgan.

— Chegaram na hora! – fala Ban, olhando pai e filha, em frente a menina.

— Quem são Athena? – pergunta Meliodas, pegando sua espada.

— Aqueles dois são os generais da Santa Trindade. São quatro, eles também são chamados de Soldados do Apocalipse – responde a menina, ficando em posição de luta.

— Torrence vamos sair por agora. Mas fiquem avisados seus insolentes, que voltaremos com todo o nosso poder e vocês serão esmagados! – fala Morgan raivoso, puxando o outro demônio desaparecendo em seguida.

Os pecados se entreolharam, receosos e interrogativos, pois não tinham entendido nada do que tinha acontecido.

— O que veio aqui Morgana? – fala Athena, um tanto surpresa.

— Eu... eu... me cansei de seguir as ordens da minha mãe. Não estou feliz machucando gente inocente – fala a garota, tremula com os olhares para si.

—  Será que podemos confiar? – fala Artêmis.

— Acho que devíamos deixa-la presa pela segurança de todos – fala Lan.

Os pecados estavam discutindo sobre o que fazer com a jovem, Meliodas e Athena, apenas observavam quietos, ora olhando os outros pecados ora para Morgana.

— Chega todo mundo! – grita Athena, cansada daquilo tudo – Morgana virá conosco e será a oitava pecado capital!

— O que? – fala King e Dur juntos.

— Athena tem certeza disso? Ela pode estar nos espionando – fala Lan desconfiado.

Os pecados iam começar a contestar a decisão da menina porém a loira interrompeu a falação.

— CHEGA! Essa é a decisão de sua Capitã – fala Athena firmemente, calando a todos. Ninguém contestaria suas ordens – Morgana venha conosco e lute ao nosso lado.

— Ficaria honrada! – fala a menina animada – Mas... que pecado eu serei, só são sete.

— Isso é o de menos, eu arrumo um pra você, agora mexa essas pernas e ande, é uma longa caminhada até o castelo.

Então os pecados em silêncio, acompanharam sua líder. Estavam um tanto receosos, mas não poderiam contrariar as ordens dela. Meliodas apenas observou a tudo, com um sorriso singelo.

Quando chegaram ao palácio, Athena disse que Morgana seria a oitava pecado capital, e quando os outros fizeram menção de contestar, a Capitã falou firme e forte, acabando assim com o falatório.

Os pecados olharam desconfiados para a ruiva, que ficou mais amuada, chegando a se encolher. Athena vendo isso continuou sua posição.

— Me escutem, até agora, todas minhas decisões foram acertadas, e vocês confiaram em mim, então se alguém duvidar de mim agora sintam-se a vontade para irem ao futuro. Não forçarei ninguém.

Os jovens pecados olharam sua Capitã e Morgana. Viam o olhar firme e forte de sua líder, e o olhar amedrontado da ruiva. Os jovens se entreolharam e apenas assentiram silenciosos.

— Bem... um pecado a mais, não será ruim – fala Aileen.

— Com ela aqui, temos uma vantagem contra a Santa Trindade – comenta Eileen.

— Ótimo. Obrigado por confiarem em mim – fala a loira singela – Aileen por que não leva Morgana no seu laboratório? Ela é bem chegada nessa parte de testes e tudo mais.

A morena indicou para que a ruiva a seguisse, a mesma, um tanto tímida, a seguiu sem dizer nada, e seu andar foi acompanhado por todos.

— Foi muito corajosa sua decisão – fala Ellie, assim que as duas se afastaram.

— Aceitar um demônio tão tranquila... espero que saiba o que faz – fala King preocupado.

— Eu acredito e nós, pecados, aceitamos de tudo, temos todas as raças, seria injusto eu não aceita-la, eu sei que ela não nos decepcionar    

 - Confio no seu julgamento Athena, caso contrário eu não passaria meu bastão pra você – fala Meliodas.

O resto dos pecados passaram o resto do dia reunidos, marcando mapas, armando táticas de guerra, e negociações com os aliados. Morgana participou da reunião, sobre os olhares avaliativos da maioria. A ruiva já esperava aquele tipo de reação, era muito grata a Capitã, e se esforçaria para conquistar a confiança e afeto de todos. E o caminho seria longo e pedroso, mas não descansaria.