Todos ficaram surpresos com tal interrupção. Os mandamentos estavam impressionados por alguém ter conseguido parar o ataque de Estarossa usando apenas um dedo.

— Quem você pensa que é? – fala Estarossa com raiva.

O recém chegado nada fala, apenas pega a mão que o demônio empunhava a espada e a aperta até quebra-la, fazendo com que a espada caísse, em seguida inflamou o outro punho, com chamas negras, e socou Estarossa tão forte que sua armadura foi destruída e uma grande ferida em seu peito foi aberta. O intruso pisou com tudo na espada do demônio quebrando-a em mil pedaços.

— Nós temos que sair daqui imediatamente. Esse ser é mais perigoso que o próprio Meliodas – fala Morgan apreensivo.

— De jeito nenhum. Ninguém ataca meu irmão e sai impune, você pagará por tal afronta – fala Zeldris, puxando sua espada da bainha.

— Já chegou mostrando em manda, não é Capi – fala Lan.

— Vocês lutaram duro, e agradeço por isso. Agora vão até os nossos pais e descansem com eles – fala o intruso – esses trastes cuido eu.

Os novos pecados foram para ao cubo com a ajuda de Aileen e como boa feiticeira que era reforçou a proteção de seu ‘’ Cubo Perfeito’’.

— Mas quem é você afinal? Que ousou se intrometer – fala Gloxinia.

— Por favor permitam-me que eu me apresente – fala o intruso, ou melhor dizendo, a intrusa, retirando sua capa, revelando uma menina da mesma altura que Meliodas, e longos cabelos loiros, lisos, presos por uma tiara de tranças e celestes olhos azuis, em suas costas portava a Lostvayne e no cinto de sua cintura, o punho do dragão, ostentava um sorriso singelo e que transmitia confiança e segurança, muito similar ao de Meliodas, diga-se de passagem – meu nome é Athena Liones, pecado da Ira do Dragão, e Capitã dos Sete Pecados Capitais.

Tirando Morgan e Raven, os dois demônios recém-chegados, todos os outros ficaram surpresos com tal revelação, principalmente o próprio Meliodas e Elizabeth, não precisava de muitas suposições pra saber que a pequena loira era filha deles.

— Morgan, estava com saudades de você. E pelo o que estou vendo gostou da cicatriz que eu fiz, quer que eu faça outra para combinar? M- perguntou Athena sorrindo.

— Não há necessidade... – falou Morgan receoso, sua última luta com ela, tinha ganhado uma cicatriz na testa, que passava pelo olho direito até o meio do pescoço.

— Bem, bem, bem... não era para eu e nem os outros pecados nos intrometeremos na luta dos nossos pais, contra vocês, no entanto... – começou, estralando os dedos e os braços – se a Santa Trindade se juntou aos Dez Mandamentos, então eu tenho obrigação de me intrometer. Se vocês quiserem sair a hora é agora – terminou firme.

Os mandamentos ficaram receosos, ainda mais vendo o estado de Estarossa que estava inconsciente, sentado no chão. Ninguém ousou se mexer, apenas Zeldris que foi em direção a menina, empunhando sua espada, porém a mesma segurou a espada do demônio da mão, deu um giro e acertou-o na nuca, fazendo-o ir ao chão.

 Athena pegou a espada dele e quebrou ao meio. Zeldris em puro ódio, avançou novamente, com o punho erguido a garota segurou o soco e deu outro para revidar, Zeldris com o impacto bateu de costas em Estarossa.

Gloxinia vendo tal cena, lançou sua lança na direção, Athena simplesmente segurou facilmente e quebrou no meio, e lançou os pedaços da direção da fada demônio.

— Que tipo de demônio é você? – perguntou Gloxinia, tremendo.

— Por isso eu disse para sairmos daqui. Ela é uma mestiça, a Trindade a chama de deusa demônio, e a pior adversária que poderíamos ter agora – fala Raven, uma demônio dominadora das sombras.

— Bem já que Estarossa fez o favor de interromper o ataque do meu pai... eu vou retribuir o continuando de onde meu pai parou – falou Athena pegando a Lostvayne.

A menina empunhou o tesouro sagrado com firmeza, e concentrou seu poder.

A energia era intensa, todos ficaram abismados com tamanho poder, para alguém tão jovem.

— Eles não têm a mínima chance – falou Lan.

— Mas Athena não tomou nenhum ataque pra usar o Revenge Counter – fala King.

— É porque esse não é exatamente como o do Capitão – explica Eileen, lembrando muito o jeito de Gowther -  o Capitão desativa sua magia, e todos os ataques ele recarrega em si e descarrega tudo na mesma hora, a Athena conseguiu desenvolver outra técnica, e ela absorve os ataques que recebe, mas não precisa solta-los na hora, ela conseguiu “guardar” esse poder e descarregar quando ela bem entender, e ainda tem o adicional que ela pode juntar esse poder guardado com o dela, apesar de que agora ela não está usando nem 20% de toda sua força.

Os pecados ficam atônitos com tal explicação. Nunca imaginaram poderem sentir tamanho poder, inclusive os mandamentos estavam assustados, se recebessem aquele ataque seria morte na certa.

— Eu repito o meu aviso, se quiserem sair agora é um bom momento – avisa Athena, seu olhar de luta era idêntico ao de seu pai, ela, vendo que nenhum dos mandamentos se mexeu, resolveu atacar – Revenge Counter!

O ataque arrasou com tudo. A destruição que o golpe tinha causado era devastadora, tanto que Aileen subiu com o cubo para não serem atingidos pelo ataque.

Quando a fumaça abaixou, puderam ver melhor o arrombo que foi feito na floresta, quilômetros e mais quilômetros de floresta foram destruídos.

Athena guardou sua espada, e esta sabia muito bem que nenhum mandamento tinha sido morto, sabia que Morgan e Raven tinham tirado todos antes que o ataque os atingisse com tudo.

— Fez um estrago e tanto em Capitã – fala Lan debochado.

— O estranho se eu não tivesse feito – fala a menina bem humorada – Aileen, por favor leve os nossos pais a Liones, meu pai precisa de cuidados assim como os outros, Artêmis, Eric e Dur vamos tirar todos esses homens que estão mortos na Death Thorn, Eileen veja nas lembranças deles onde eram suas moradias, depois todos nós vamos leva-los as suas cidades, o mínimo que podemos fazer é que tenham um enterro digno – fala firmemente.

— Athena... – Elizabeth fala, sem realmente saber o que queria.

— Mamãe relaxa, vou resolver as coisas aqui, logo estaremos reunidos com vocês, enquanto isso se cuide e cuide do papai – fala a menina cruzando os braços atrás da cabeça e dando o risinho relaxado, típico do pai – quando nos reunirmos eu explico o motivo dessa bagunça toda.

Assim sendo Aileen levou-os a Liones sem demora.

Os outros pecados, fizeram o que sua Capitã lhes tinha pedido, e demoraram o resto do dia para poderem terminar. E Athena fez questão de usar seus poderes de Discípula de Deusa, pra curar toda a maldição que os mandamentos tinham feito.

Era começo de noite, quando Athena e os outros se reuniram aos seus pais em Liones.

Chegaram ao castelo sendo recebidos por um dos soldados que já os aguardava.

Foram levados até um dos salões do castelo. Por onde passavam causavam estranhamento, por serem muito parecidos com os pais, até mesmo no jeito de andar. E para não causar nenhum alvoroço, Artêmis estava usando umas pílulas que sua tia Merlin fez para diminuir o seu tamanho.

Quando chegaram ao salão estavam todos reunidos, até mesmo Meliodas que apesar de estar muito cansado, estava sentado em uma das poltronas, tendo ao seu lado Elizabeth que temia que o mesmo passava ou coisa do gênero.

— Bem em primeiro lugar queremos nos desculpar pela forma abrupta que nos conheceram – começou Athena, que agora lembrava muito sua mãe falando – mas para início de conversa não era nem para nos encontrarmos aqui, porém... com a Santa Trindade se unindo aos mandamentos, não vejo escolha senão unirmos forças.

— Mas afinal de contas o que diabos é a Trindade? – perguntou Ban.

— A Santa Trindade, é formada pelos três demônios mais poderosos que já existiram, eram temidos por todos, eram eles que comandavam todos os demônios, há 10.000 houve a primeira grande guerra entre os cinco principais clãs, e com depois de muito sangue derramado e sacrifícios, a Trindade foi selada. Se vocês acham os mandamentos fortes, saibam que eles não chegam perto da Santa Trindade. Morgan, aquele demônio com a cicatriz, é um dos subordinados principais deles, ele veio junto com a Santa Trindade para cá, pra esse tempo, pra poder acabar com a vida dos pecados desse tempo, mas principalmente dos meus pais.

— O que? – falou Meliodas tentando se levantar, porém sendo impedido por Elizabeth.

— Sim papai. Eles querem mata-los por dois motivos: o primeiro é para que eu não nasça, o segundo é porque aqui minha mãe ainda não está poderosa como será no futuro. No meu tempo está tendo uma guerra, eu e os novos pecados atacamos a Trindade, e seus subordinados, e acabamos com boa parte deles. Estão vulneráveis, então no desespero usaram magia para virem a esse tempo, mas conseguimos descobrir isso e viemos atrás – explica Athena.

  - A coisa é mais séria do que já era – fala muito preocupado.

— Não precisa ter medo tio King, a Capitã aqui arrasa em cima dos demônios. Vocês devem ter percebido que Morgan estava se cagando de dela – fala Lan despreocupado.

— Você é definitivamente filho do Ban – comenta King.

— Não se esqueça da minha mãe Elaine – fala Lan de propósito. Elaine ficou vermelha feito uma pimenta, pois nunca se imaginou fazendo “aquilo”.

— Bem... – rei Baltra começa – por agora as coisas estão em ordem não?

— Sim vovô. Por agora podemos descansar, pelo menos deixar meu pai se recuperar – fala a menina.

— E isso me lembra... que depois tenho que ter uma conversa séria com Elizabeth e Meliodas – Baltra fala, e podia-se notar o seu ciúme de pai.

Elizabeth ficou rubra, sua vergonha ia até os céus, Meliodas pelo contrário estava relaxado, e ostentava seu típico sorriso de menino travesso.

— Meliodas seu tarado, você engravidou a Elizabeth?! - fala Hawk querendo atacar o loiro.

— Hawk relaxa, é mais do que natural eles fazerem isso, afinal... eles vão se casar – fala Athena despreocupada.

— De qualquer forma fico feliz em saber que terei uma neta com você – fala Baltra acariciando o rosto da neta que sorriu docemente.

— Relaxa vovô, você terá muitos netos pra mimar, dos meus pais foram cinco: o Tristan, Edmund, Hunter, Keane e eu. Todos nós somos cavaleiros sagrados.

— E diga-se de passagem que dos pecados quem teve mais filhos foram o tio Meliodas e tia Elizabeth – comenta Dur.

— E você queria outra coisa Dur? Se esqueceu que estamos falando do meu pai – fala a Capitã, com uma gota na cabeça – não é a toa que meus irmãos são um bando de tarados.

Com isso todos acabaram rindo, até mesmo Meliodas, ainda que com dificuldade. Elizabeth pelo contrário não sabia onde enfiar a cara, apesar de amar Meliodas, nem em seus melhores sonhos, imaginou que fariam “aquilo”.

Meliodas vendo que sua amada estava muitíssima envergonhada, simplesmente pegou sua mão, e entrelaçou os dedos, a albina o olhou encabulada, abaixou a cabeça em seguida de vergonha, porém seus dedos entrelaçados aos do loiro.

Nesse momento entrou uma coruja branca voando por uma das janelas, e esta foi em direção a Capitã.

— Athena! Sua cabeçuda! – fala a coruja, pousando no braço de sua dona.

— Nike?! O que diabos faz aqui? – fala a menina assustada, pensando serem más notícias do futuro.

— Merlin me mandou para cá. Você se esqueceu do seu aniversário?! – fala a coruja dando uma bicada forte na cabeça da garota.

— E eu lá tenho cabeça pra isso agora? – justifica tentando se defender.

— Bem seus pais não esqueceram, então eles me pediram para te trazer seus presentes – fala a coruja que trazia dois embrulhos: era uma pequena caixa, e o outro já era maior.

— Pelas deusas! Eu disse que não precisava de presente! – fala a Capitã.

— Você sabe bem como são seus pais e outros pecados. Sua tia Elaine está planejando a festa, e aí de você se recusar – avisa Nike.

Athena suspira, e pega o embrulho maior, este revelava ser um belo arco prateado, com entalhes delicados, e apliques de pequenos brilhantes azuis.

— Seu pai mandou fazer pra você. Não precisa de flecha, é só mirar e as flechas aparecerem. Foi feito pelo melhor artesão druida. Seu pai participou de perto pra poder sair tudo certo. Essa caixinha foi sua mãe quem mandou, alguns minerados acharam a pedra igual, então sua mãe mandou fazer o outro, pra você ter o par – explica Nike, se ajeitando nos ombros da dona.

Athena abriu a caixa e dentro tinha um pequeno bilhete de sua mãe:

“Para dar boa sorte

Com amor, mamãe”.

Tirou o bilhete e viu um par de brincos com pedras azuis, igual ao brinco que sua sempre usava. A garota ficou muito feliz, pois sempre amou o brinco de sua mãe e sempre quis um. A Capitã pegou o par e colocou-os nas orelhas, gostando de ter aquele adereço, era como se sua mãe estivesse ali, perto dela.

— Ficou bem em você Capitã – fala Artêmis.

— Um belo presente de 15 anos – comenta Eric.

— Pelo visto a Athena puxou pro Capitão do quesito altura – fala Ban.

— Ow não. Athena está desse tamanho porque ela tomou sem querer uma de minhas poções. Logo, logo ela volta ao tamanho normal – explica Aileen despreocupada, a mesma lembrava sua mãe Merlin.

— O que eu podia fazer, o gosto era igual a cerveja de Bernia! – fala a garota.

— Bem vamos comemorar o aniversário da Capitã Athena!!! – fala Lan, pegando a garota e colocando em seus ombros, sob as reclamações da mesma.

E a noite se seguiu com a comemoração improvisada. Os pecados aproveitaram esse tempo precioso para conhecerem os seus filhos. Entre bebidas e risadas passaram boa parte da noite. Descansariam e aproveitariam tudo o que podiam, pois sabiam... que as coisas não seriam tão fáceis dali pra frente.

Mas superariam, como tinham superado tudo.

Afinal, eles eram os Pecados Capitais.