Pov Cato

Olhei para Clove e uma lágrima escorreu de seu olho. Ela estava feliz por saber que seus amigos estavam vivos também. Eu também estava, com certeza.

Clove: onde... onde eles estão?- ela enxugou a lágrima que fugiu.

Safira: acho melhor vocês se vestirem e se prepararem, depois podemos mostrar eles a vocês.

Cato: nos preparar? Para o quê?

Celeste: vocês vão para casa, Cato.

Cato: casa?

Celeste: sim. Seus pais esperam por vocês- nos olhou.

Clove: eu... estou confusa.

Cato: eu também.

Safira: explicaremos tudo a vocês, mas precisamos que se preparem. Suas famílias esperam ansiosas para verem vocês.

Cato: nos vemos por aí?- peguei a mão de Clove e olhei em seus olhos.

Clove: claro- sorriu- até mais.

Cato: até mais- sorri.

Celeste: vamos Cato.

Me levantei e segui Celeste de volta para o quarto que eu estava.

Cato: casa? Mas depois da rebelião todos não morreram?

Celeste: não. Alguns sobreviveram e dentre esses os pais de vocês- ela sorriu- agora não são mais distritos, ok? Cidades.

Cato: Cidades- repeti e ela sorriu.

Celeste: acho que só terá uma coisa ruim com isso.

Cato: o quê?

Celeste: você e Clove não irão morar na mesma cidade.

Cato: o quê?

Celeste: é que tudo é novo.

Cato: eu nunca mais vou vê-la?

Celeste: não, claro que vão se ver. Agora não precisam ficar em um “distrito” só. Podem pegar um trem e irem visitar-se. Também tem e-mails, cartas e tudo o mais.

Cato: então posso visitar Clove quando eu quiser?

Celeste: claro- sorriu- agora vamos lá, temos que ir.

Eu já estava arrumado, mas tive que fazer alguns testes para saber como eu estava realmente. Quando tudo terminou Celeste me levou até onde o aerodeslizador partiria.

Cato: você... vai comigo?

Celeste: sim- sorriu- você está recuperado, mas precisa de um apoio.

Cato: entendo- sorri.

Chegamos ao local e eu vi Clove. Ela sorriu para mim e eu retribuí o sorriso. Logo vimos duas pessoas loiras se aproximarem também e os olhos de Clove se encheram de lágrimas.

Clove: Marvel- falou e ele a olhou.

Marvel: baixinha?- ele correu até ela e eles se abraçaram.

Glimmer: oi Cato- olhei para ela.

Cato: olá Glimmer.

Clove: eu... eu senti sua falta.

Marvel: eu também, baixinha- riram.

Safira: vamos, está na hora.

O aerodeslizador pousou e nós entramos com nossas enfermeiras. Eu sentei ao lado de Clove e ela entrelaçou nossos dedos.

Clove: eu soube que não vamos ficar juntos.

Cato: verdade- ela assentiu um pouco triste.

Clove: promete uma coisa pra mim?

Cato: qualquer coisa.

Clove: vai me escrever sempre, para eu saber que está bem.

Cato: claro- sorri- sempre.

Clove: vou esperar ansiosa- rimos.

O aerodeslizador seguiu para seu destino. Emily me contou que eu iria para Richmond, Clove e Glimmer ficariam em Atlanta e Marvel iria para Raleigh. Todos eram bem perto, então o aerodeslizador pousaria em Richmond e de lá os outros pegariam um trem para seus destinos.

Pov Clove

Nos encontrávamos agora em Richmond. Antes de entrar no trem eu abracei Cato mais uma vez.

Clove: lembre-se, você me prometeu.

Cato: e eu vou cumprir- sorri.

Nos separamos e eu entrei no trem com Safira e os outros. Sentei na janela e quando o trem partiu eu fiquei olhando para Cato. Logo estávamos indo em direção a Releigh e depois para Atlanta.

Safira: sente-se bem?- assenti- vocês eram bem próximos, não?

Clove: sim- sorri.

Safira: todos acompanharam os jogos e a relação de vocês também- ela sorriu- muito bonito!

Clove: é sim- sorri.

Ela começou a ler um livro e eu continuei olhando pela janela, observando a paisagem. Tudo estava muito mudado. Katniss conseguiu virar tudo de cabeça para baixo mesmo. Ela acabou com os jogos, pelo menos isso ela fez.

Marvel: baixinha- olhei para o lado e lá estava Marvel.

Clove: oi- sorri.

Marvel: tudo bem? Faz tanto tempo.

Clove: verdade- rimos- eu nem acredito que nós... voltamos dos mortos.

Marvel: verdade, esquisito.

Clove: ansioso para encontrar seus pais?- ele abaixou a cabeça.

Marvel: Kriss, minha enfermeira, disse que meu pai morreu na rebelião. Ele era um dos pacificadores.

Clove: eu... sinto muito- ele balançou a cabeça.

Marvel: estou bem- sorriu um pouco- e você, ansiosa?

Clove: sim- sorri- não vejo a hora de ver meu pai.

Marvel: pai? E sua mãe?

Clove: nós não éramos... chegadas.

Marvel: ah, eu sinto muito.

Clove: tudo bem- rimos.

Olhei para o outro lado do trem e Glimmer olhava pela janela um pouco triste.

Clove: ela parece... diferente.

Marvel: verdade.

Clove: sabe o que houve?

Marvel: não. Nós entramos no elevador para ir até o aerodeslizador e ela não falou absolutamente nada.

Clove: essa não é a Glimmer que conheço.

Marvel: nenhum de nós conhece essa versão.

Eu voltei a encarar a paisagem que se passava. Após um tempo o trem parou e Marvel se preparou para descer com sua enfermeira.

Marvel: até mais, baixinha.

Clove: até mais- sorri.

Eles desceram e o trem começou a andar novamente. Eu me levantei e fui até onde Glimmer estava. Sentei ao seu lado e ela me olhou um pouco confusa.

Clove: tudo bem?

Glimmer: na medida do possível.

Clove: vamos ficar no mesmo dis... cidade- eu tinha que me acostumar- isso é legal, não é?

Glimmer: talvez.

Clove: você está bem mesmo, Glimmer?

Glimmer: sim Clove, eu estou bem. Quer parar de encher o saco?- revirei os olhos.

Clove: ok.

Saí dali e voltei para meu lugar. Sentei e fiquei olhando pela janela novamente. O que será que houve com ela? Bom, eu não sei, mas talvez um dia soubesse. Eu estava ansiosa para encontrar meu pai! Será que ele está bem?