Pov Cato

Abri os olhos e uma luz ofuscante invadiu minha visão. Na verdade ela ainda estava um pouco embaçada, mas fui piscando e logo me acostumei a claridade. Olhei para os lados um pouco confuso e vi que estava em um quarto branco que tinha apenas minha cama e uma porta.

Sentei devagar e eu estava trajando uma bata branca, tipo aquelas de hospital. Eu continuava confuso, não sabia o que estava acontecendo. Logo a porta se abriu e por ela entrou uma mulher negra vestida de branco.

Xxxxx: olá- falou sorrindo- Cato, não é?

Cato: isso mesmo.

Xxxxx: Prazer Cato, sou Celeste.

Cato: onde estou?

Celeste: está a salvo, Cato- sorriu.

Logo vieram várias coisas bombardeando minha mente. Jogos, morte, sangue, amigos, armas... Clove. Clove! A Clove!

Cato: Clove! Cadê a Clove?- tento me levantar, mas Celeste me segura.

Celeste: acalme-se, Cato. Clove está bem, ela está bem.

Cato: preciso vê-la, agora.

Celeste: poderá vê-la em breve, mas agora precisamos nos certificar de que está bem, ok?- assenti- ótimo! Peter, por favor.

Um homem alto e com cabelos grisalhos adentra a sala. Ele sorri pra mim e eu sorrio de volta.

Peter: olá, Cato. Como se sente?

Cato: bem, eu acho- sorriu.

Peter: isso é bom.

Celeste: quer que eu os deixe a sós, doutor?

Peter: não Celeste, fique por favor- ela assentiu e se afastou para que o doutor me examinasse.

Após um exame aqui, ali, perguntas e mais perguntas ele acabou.

Peter: você lembra de muita coisa e não parece afetado em nada, isso é bom.

Cato: por favor, deixe-me ver a Clove- ele olhou para Celeste e ela assentiu.

Peter: tragam uma roupa para o rapaz- falou pressionando algo no ouvido- logo verá sua amada, Cato.

Ele se levantou e Celeste o seguiu. Eu fiquei esperando a roupa e enquanto isso ficava pensando. Não era para eu estar aqui, eu... eu morri, não foi? Eu lembro de estar nos jogos e... e morrer. O que estou fazendo vivo?

Celeste: Cato?- olho para a porta e ela está segurando uma muda de roupa- aqui está, vista-se e iremos ver Clove- assenti.

Ela saiu e eu comecei a me vestir. Clove foi a única que permaneceu todo esse tempo na minha cabeça. Eu lembro de ter visto ela morta e... o que está acontecendo? Na verdade eu só preciso vê-la, me certificar que está bem. Tocá-la e... e amá-la.

Terminei de me vestir e Celeste me guiou. Enquanto andávamos pude perceber que aquilo era de fato um hospital, ou pelo menos era muito parecido. Passamos por várias salas até que enfim chegamos a uma com uma placa D2-74F.

Cato: o que significa?- apontei para a placa.

Celeste: o distrito, a edição e o sexo- assenti- pronto?

Cato: é a Clove, só preciso vê-la- ela sorriu.

Celeste: isso é lindo!- sorri um pouco- vamos entrar.

Ela abriu a porta e nós entramos no quarto branco igual ao meu. Clove estava com uma mulher loira. Assim que nossos olhares se encontraram ela sorriu.

Pov Clove

Abri os olhos e minha visão estava bem embaçada. Depois de piscar muito ela finalmente focou e eu pude perceber que estava em um quarto literalmente branco. Olhei ao redor e não havia nada além de minha cama e uma porta. Me sentei devagar na cama e continuei olhando ao redor.

Coisas não saíam da minha mente. Os jogos vorazes, mortes, sangue, armas e... Cato. Cato! Cadê o Cato?

Xxxxx: olá- uma mulher falou entrando em meu quarto.

Clove: o-olá.

Xxxxx: Clove.

Clove: isso, e você?

Xxxxx: sou Safira- sorriu- se sente bem?

Clove: sim.

Safira: bom, para termos certeza nós vamos fazer alguns exames, tudo bem?- assenti- Paul, por favor.

Um homem baixo, gordinho e calvo entrou no quarto. Ele sorriu para mim e sentou a minha frente.

Paul: Olá Clove, meu nome é Paul.

Clove: o-olá doutor.

Paul: vamos fazer uns exames para ver se está tudo bem, certo?- assenti.

Ele fez alguns exames e algumas perguntas, no final ele sorriu.

Paul: sua memória não foi afetada e parece estar de fato muito bem- sorri um pouco.

Clove: dou-doutor, eu... eu posso fazer uma pergunta?

Paul: á vontade.

Clove: Cato. Onde está o Cato?- ele olhou para Safira- doutor?

Paul: espere um minuto, ok?- eu hesitei, mas assenti.

Ele saiu, mas Safira permaneceu. E se... se algo aconteceu a ele? Será que ele... ele se foi para sempre? Não! Eu não quero a eternidade sem Cato!

A porta se abriu e quando olhei tive uma grande surpresa. Assim que nossos olhares se cruzaram eu sorri e ele fez o mesmo. Ele veio até mim a passos largos e me abraçou.

Cato: Clove! Você... você está bem?

Clove: sim, eu estou bem- sorri e senti meus olhos marejarem- e você, está bem?

Cato: melhor impossível- sorri.

Nos separamos e ele acariciou meus cabelos. Eu alisei os seus e nos abraçamos novamente.

Cato: tudo vai ficar bem agora- juntou nossas testas.

Clove: eu sei- mordi o lábio inferior.

Safira: bom, nós temos algumas... notícias para dar a vocês.

Cato: aconteceu alguma coisa?

Celeste: aconteceu muita coisa, Cato- nos entreolhamos confusos.

Clove: do que está falando?

Safira: é uma longa história, nós precisamos de muito tempo.

Clove: temos todo o tempo do mundo.

Celeste: isso é verdade- ela sorriu- na verdade tudo está melhor que antes.

Cato: estou ficando confuso.

Clove: eu também.

Safira: eu conto?

Celeste: por favor.

Safira pegou uma cadeira e sentou a nossa frente.

Safira: se passou um bom tempo desde... desde a 74° edição dos jogos vorazes. Os vencedores foram Peeta e Katniss- vi Cato fechar o punho.

Cato: eu sabia- falou com um pouco de raiva.

Safira: por favor, escute- segurei sua mão e ele se acalmou.

Clove: prossiga.

Safira: eles venceram. Um ano depois chegou o dia do massacre quaternário, mas a colheita foi diferente. A colheita veio dos vencedores de cada distrito. Katniss e Peeta foram novamente e foi aí que tudo começou a mudar drasticamente. Snow estava o tempo querendo acabar com Katniss e isso gerou muita coisa.

Celeste: uma nova rebelião começou- ela falou sentando ao lado de Safira- Snow perdeu o controle e uma nova rebelião se iniciou.

Elas contaram tudo o que houve todo esse tempo. Contaram também que depois de tudo isso descobriram nossos corpos em um lugar muito bem escondido na capital. Todos os carreiristas mortos eram reaproveitados para se tornarem um exercito depois. Seriam bastante úteis. Eles nos tiraram de lá e quando tudo se ajeitou trataram de nos ressuscitar.

Clove: está me dizendo que... que todos os carreiristas estão vivos? Glimmer e Marvel estão vivos?- Cato tinha o mesmo olhar de esperança que eu.

Elas se entreolharam e nos olharam.

Celeste: sim, eles estão vivos.