Um Conto de Halloween escrita por FireboltVioleta


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo


*

Oi, pessoinhas!
Essa é apenas uma one que fiz de presente para os fãs de Undertale, para comemorarmos esse Dia das Bruxas em grande estilo *3*
Boa leitura!

*



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A campainha da casa soou audivelmente, levando um de seus residentes a atender a porta, carregando uma bela travessa de prata que continha uma variedade de apetitosos doces.

Pela janela, uma das crianças humanas espiou o lado de fora, e acompanhou a mãe até fora da varanda, saltando alegremente com sua fantasia de morcego.

Porém, sua expressão pareceu ficar ligeiramente surpresa, quando percebeu quem estava abordando-a, erguendo dois sacos em sua direção.
— Gostosuras ou travessuras?

Só de encarar as duas figuras, sabia que não eram crianças fantasiadas. Sequer se assemelhavam a crianças, afinal de contas.

Mas ficou admirada, vendo a peixe humanoide lhe sorrindo, vestida de pirata. Ao lado dela, uma dinossaurinha encolhida bailava na ponta dos pés ansiosamente, fazendo sacudir sua roupa de bailarina azul.

A mulher humana riu, jogando alguns pirulitos nos sacos das duas monstras. Viu a menor sorrir, meneando a cabeça na direção da garotinha.

— Feliz Dia das Bruxas! - agradeceu a maior, puxando a dinossaura calçada afora e rindo.

Alphys sorriu, vendo, ao longo da rua, vários monstrinhos invadirem os quintais a procura de doces. Olhou dentro de seu saco, lambendo os beiços para os bolinhos que a casa anterior lhe rendera.

— Viu só? Eu disse que iam adorar minha fantasia – brincou Undyne, sentando-se no banco da praça próxima, e estirando o braço atrás dos ombros de Alphys. Ela gracejou, ficando corada quando Undyne lhe deu um beijinho carinhoso na bochecha.

A cientista abriu um sorriso, olhando para o céu estrelado.

Era o primeiro Dia das Bruxas que os monstros comemoravam fora de Underground.

Fazia quase seis meses que a barreira fora destruída. Humanos e monstros finalmente viviam em paz. A humanidade aceitara os residentes do subterrâneo como se fossem parte de suas famílias, e um mundo novo se abriu para todos.

Do outro lado da rua, Frisk e Monster Kid disputavam quem tocaria a campainha primeiro. A criança humana, vestida de palhaça, cutucava o monstrinho fantasiado de jacaré, segurando-o pela cauda para impedi-lo de se aproximar da porta, enquanto Monster Kid gargalhava.

— Ah, qual é! - riu-se o pequeno monstro – me deixa tocar essa!

— Tá bom – bufou Frisk, soltando o amigo. O jovem monstro saltitou, lançando-se no ar e dando uma cabeçada na campainha da casa. O impulso foi tão forte que o deixou tonto, fazendo-o cair no piso de madeira com um baque.

— Puxa. Você está bem? - Frisk se aproximou, dividido entre o riso e a preocupação.

Ele assentiu, rindo, acenando com um dos pés para os dois esqueletos que iam para a residência ao lado. Frisk sorriu, também cumprimentando os dois amigos.

Sans não parava de rir, vendo Papyrus se encolher dentro do capuz roxo.

— Pare com isso, maninho – o revenant comentou - você ficou incrível. Os humanos adoram fantasias de personagens de desenhos.

— Estou parecendo um cara mau – resmungou Papyrus – ora, Sans. Você nem tem o que falar. Está ótimo…

O irmão mais velho fechou a cara.

— Estou vestido de abóbora, cara. Onde isso é ótimo?

Calou-se por um momento, sentindo uma mão peluda e gentil lhe dar um tapinha no crânio.

— Ah. Mas você ficou uma gracinha, Sans – riu-se Toriel, puxando Asgore pelo longo chifre e fazendo todos rirem.

— Mamãe! - Frisk, que já terminara de pedir doces na casa ao lado, veio correndo até Toriel, que pegou a criança no colo, rindo – amei sua fantasia de dragão! - apontou para Asgore – e a sua também, papai!

O rei e a rainha dos monstros, com fantasias que só diferiam na cor – Toriel de azul, e a de Asgore era verde – pareceram achar graça na animação de Frisk. Mas as risadas aumentaram quando um muito mal-humorado Mettaton se aproximou do grupo, com um chapéu brilhante e rosado de bruxa contornando as madeixas negras do cabelo.

Não peguei quase nada. Me sinto afrontado! - indignou-se, gesticulando com a mão desdenhosamente – é assim que esses humanos retribuem o glamour de sua estrela fabulosa?

Para o espanto de todos, Undyne surgiu atrás de Mettaton, estendendo-lhe alguns dos doces que haviam em sua sacola.

— Pronto, Mettaton – jogou-os dentro da caveira de plástico do robô, sorrindo.

Hum… obrigada, Undyne— Mettaton agradeceu, surpreso.

— Pirata! - Frisk apontou para a amiga, puxando seu colete negro – e… o Sans é uma abóbora? - gargalhou.

Sans estreitou as pupilas.

— Você tá de palhaçada comigo, hein, criança?

Frisk só ergueu a sobrancelha, puxando a alça do macacão de palhaça.

— Bem observado, Sans – Alphys não resistiu, segurando o riso – ou vai me dizer que vai ficar… aboborecido com isso?

— NÃO, ALPHYS! NÃO! - Sans tapou os dois lados do crânio, enquanto os demais soltavam altas risadas.

Um dos garotinhos humanos, que também havia saído ao encalço de doces, foi até Undyne, fazendo ular sua fantasia de papagaio.

— Uau! Adorei sua fantasia, moça! _ falou, erguendo uma câmera nas mãos – posso tirar uma foto sua?

Surpresa, a monstra assentiu, ajoelhando-se até a altura do garotinho e abrindo um largo sorriso de dentes afiados.

O garoto vacilou um pouco, franzindo a testa num vinco pensativo.

— Espera – virou a cabeça para os outros – venham aqui também!

— Quem? Nós? - Asgore indagou, curioso.

— É! Venham aqui!

Mesmo depois de tanto tempo, ver um rosto humano – mesmo que pequeno – demonstrando tanta amabilidade e admiração pelos monstros era realmente desconcertante. Era como se nunca tivessem sido inimigos um dia.

Era como se nunca tivesse havido uma guerra.

Aproximando-se do menininho humano, todos sorriram para a câmera, que disparou um flash cegante. Nem Mettaton segurou o riso quando Alphys capengou para o lado, momentaneamente avariada pela luz.

— Opa! - guinchou, caindo nos braços estendidos de Undyne – estou bem.

O rapazinho abraçou a câmera, olhando para os monstros à frente como se nunca tivesse visto nada tão digno de ser admirado.

— Obrigado! Vocês são o máximo! - riu, pendurando a câmera no pescoço e disparando rua abaixo.

Frisk suspirou. E imaginar que, há muitos anos, em noites como aquelas, humanos se vestiam do que julgavam ser verdadeiros monstros, com o intuito de assustar e amedrontar…

Agora, os humanos não temiam os monstros.

Eles queriam ser como eles.

Encarou seus amigos, sentindo algo quente e agradável se resplandecer por todo o seu corpo.

Papyrus, o pior e mais querido cozinheiro do mundo. Sans, o comediante e amante de piadas ruins. Undyne, a corajosa e determinada guerreira. Alphys, a brilhante e adorável cientista. Toriel, a rainha maternal. Asgore, o rei bobo e afetuoso. E até Mettaton, o robô que sempre sonhara brilhar fora do subterrâneo.

Eram sua família. Todos parte de um todo. Não tinha dificuldade em entender por que a humanidade precisava dos monstros. E ficava ainda mais feliz por ter lutado por eles.

Haviam lhe dado amor. Haviam lhe dado diversão. Haviam lhe dado esperança.

E Frisk, em troca, lhes dera as estrelas.

Todos pararam por um momento, erguendo os olhares para o céu negro e estrelado.

Sans colocou as mãos dentro dos bolsos da fantasia de abóbora, rindo consigo mesmo.

— O que foi, Sans? - perguntou Toriel.

O revenant a olhou, querendo poder sorrir mais do que já fazia, ouvindo as risadas de alegria das crianças – humanas e monstras – ao seu redor.

— Nada – disse, por fim – só… está uma noite linda aqui fora…

FELIZ HALLOWEEN!

 


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