Oque falar de mim? É estranho falar de mim mesma para outras pessoas principalmente as que nunca vi. Normalmente eu diria “Meu nome é Penha, vim de Paris e sou rica!” Mas como isso só vai ficar entre nós acho que posso falar o que sinto e como verdadeiramente sou.  Sem forçar um sotaque Francês.

Agora estou dentro de um avião indo para Paris, quero tirar a limpo essa história de meus pais não me visitarem no hospital. Eles nunca me deram muita atenção mais agora eles passaram dos limites, é... é mesmo muito irônico eu falar sobre limites. Mas realmente tudo tem limites.

Eu sei, eu sei que eles podem estar cheios de trabalhos e esse papo todo mais, se eles não foram visitar quando eu estava em coma eles vão fazer oque quando eu morrer? Mandar os empregados me enterrarem no jardim? O pior disso tudo foi ficar sabendo pela boca da Denise, fala serio justo da garota mais fofoqueira do mundo.

Falando naqueles animais, quero dizer, aquelas pessoas do Limoeiro. Minha posse de vilã foi totalmente arruinada, se bem que pelo menos acordei do coma. Ai que nojo! Só de pensar que fui acordada por um velho asqueroso .

Na verdade acho que ninguém sabe porque sou uma vilã. Quando eu era criança era só para chamar a atenção dos meus pais mais com o tempo isso foi me dominando, todos tinham medo de mim, faziam oque eu queria, mais mesmo assim não era feliz, porquê? Meus pais ainda não me viam.

Me sentia sufocada, e isso fez com que por qualquer coisa eu querer ser única, nunca aceitar não como resposta, sempre sair por cima, não podia ser esquecida. Não por pessoas que nem me conhecia direito. Só queria atenção mas se as pessoas não podiam me dar eu tinha que deixar uma marca mesmo que ela machucasse as pessoas...

A maioria das pessoas só se aproximam de mim pelo dinheiro da minha família e isso cansa ser só um brinquedo nas mãos das pessoas uma desculpa para o interesse. Por que sempre as pessoas são assim?

Mas agora não se pode chorar pelo que já passou afinal isso está dentro de mim.

Uma vez cavalo vermelho da guerra, sempre cavalo vermelho da guerra.

Não vai ser hoje que mudei e nem nunca afinal sou Penha a temida...