Backbone escrita por Malina


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Eu dedico essa coisinha simples que eu escrevi à maravicherry da Miss Isles, o que dizer dessa pessoa que mal conheço e já considero pacas? Obrigada por me forç... quer dizer incentivar a escrever (brincadeira, te adoro ♥)

Boa leitura e espero que gostem :3



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Maura estaciona seu carro depois de uma longa procura pela detetive, a preocupação estava começando a se formar, mas antes que pudesse começar a fatigar, encontra Jane em frente ao seu antigo apartamento que agora estava destruído pelas chamas que um dia devoraram o prédio.

— Imaginei que estivesse aqui – ela diz se pondo ao lado da detetive – te procurei por todo o canto, essa era minha ultima opção.

— Foi automático. Entrei no carro, quando vi estava aqui.

Elas se moveram sentando lado a lado na escadaria do velho prédio.

— Como está se sentindo?

Jane pensou por longos segundos na resposta daquela pergunta. Estava confusa e sentindo seus sentimentos embaralhados, um aperto no peito toda vez que olhava o relógio e percebia o quão próximo o amanhã estava.

— Eu não sei.

— Tem algo que eu possa fazer?

— Parar o tempo. Apagar as luzes do mundo... Ficar aqui.

— Acho que essa última opção é mais acessível – Maura respondeu sorrindo.

— Já é meia noite. Em seis horas eu tenho que estar no aeroporto, em sete devo estar no Quântico.

— Pensei que quisesse ir. Você estava ansiosa.

— Eu sinto que não terminei. Sabe aquela sensação quando sai de casa pensando que está esquecendo algo, mas sabe que não esqueceu?

— O que você está esquecendo?

Novamente o silencio se formou. Tudo o que se podia ouvir era o barulho da cidade, Jane tentava formar as palavras em sua mente, mas eram tantas coisas que a deixava confusa, ela não sabia como dizer o que sentia, um nó se formava em sua garganta quando pensava em falar algo porque lá no fundo ela sabia o que estava acontecendo.

— Eu também tenho essa sensação – Maura disse percebendo a luta interna da morena – Mas é diferente.

— Como?

— Eu sinto que... – engoliu seu medo e continuou – Que estou indo e me esquecendo de levar você. E também sinto medo.

— Medo? Como assim?

— Você vai pro Quântico, eu vou pra Paris, sinto medo que você vá esquecer de mim ou arranjar um outro eu.

A detetive se vira abruptamente ao ouvir as palavras de Maura.

— Jamais diga isso! Eu nunca vou te esquecer. Você é única Maura, eu jamais poderia arranjar outra “você” porque isso não é possível, você é a Maura, você é a minha Maura e é insubstituível.

A loira ficou sem palavras, foi tomada pelas palavras e seu medo sumira, sorriu carinhosamente para a detetive que entrelaçou sua mão com a da outra.

— Mas diga que fará o mesmo por mim.

— Jane é impossível pra mim te esquecer, se eu te esquecer eu esqueço parte de quem eu sou. Eu nunca em hipótese alguma irei te esquecer ou te substituir mesmo que fosse possível.

— Eu não vou seguir em frente de você okay? Mesmo longe eu vou continuar te amando.

— Mesmo? – a morena concorda com um sorriso tranquilizante – Eu prometo que você nunca irá dormir sozinha. Eu vou estar sempre lá por você mesmo estando longe.

Uma lágrima solitária escorreu dos olhos de Jane ao pensar na distância que irá separá-las.

— Eu não quero pensar em te deixar aqui.

— Você não vai me deixar. Sei que sempre vai estar ao meu lado. E do mesmo jeito que sempre fez por mim vou te ajudar em todos os momentos. Vamos nos falar todos os dias e não vamos quebrar o ritual dos filmes de sexta-feira à noite.

As sextas feiras eram o dia favorito das duas, um dia pra voltar do serviço e ver filmes até tarde, comer pipoca e tomar vinho, conversar até horas da madrugada para então acabarem dormindo uma nos braços da outra.

— Você é minha espinha dorsal, você me sustenta – Maura disse arrancando um suave riso da morena.

— Essa é a coisa mais romântica que eu já ouvi.

Jane sentiu sua mão esquentar junto à mão de Maura, mas não queria desfazer o contato, precisava dele, precisava se sentir segura e em casa, se sentir normal. Sentir que por um momento ninguém irá embora, que ninguém vai se despedir.

— Se você por algum motivo da sua incrível sorte com relacionamentos acabar namorando um serial killer, ou um maluco que cheira cola, me liga e eu aparecerei no mesmo instante pra estourar a cara dele – a loira riu do comentário, mas concordou sabendo que as chances de tal coisa acontecer não eram tão baixas.

— Se por algum motivo você acabar em um hospital, prometa que vai me ligar no mesmo instante.

— Você não é meu contato de emergência à toa.

— Sabe que eu te amo não sabe?

— Sei.

— E que vou continuar te amando depois que tiver partido.

— Sim. Do mesmo jeito que você sabe que me sinto do mesmo modo.

Maura deita sua cabeça no ombro da morena e elas ficam em silencio observando os carros de passagem, a loira tentava ignorar o seu batimento extremamente acelerado como sempre ficava quando estava ao lado da amiga.

— Ainda está triste?

— Mais ou menos – Jane respondeu em um suspiro.

— Quer dividir sua tristeza comigo? – Maura pergunta sorrindo e levantando o olhar para a outra que sorri do mesmo jeito.

— Você é a melhor pessoa que eu poderia ter na vida.

— Eu sou sua espinha dorsal.

Jane ri levemente e abraça a amiga em um só braço.

— Vou sentir saudades disso – a detetive diz com um aperto no peito.

— Eu também.

Jane repara a sua volta, tudo que a cerca, nunca mais verá aquelas coisas, mas o mais importante, verá Maura apenas por trás de uma tela, não sentirá mais o perfume da loira, o abraço, o toque, o calor, a textura macia dos cabelos ondulados, a agitação sempre que estava perto dela, sentiria falta da sua Maura mais que tudo. O pensamento a deixa eufórica e incomodada, mais incomodada ao pensar que não estará lá para protege-la dos males do mundo, não estará lá ao seu lado pra tirá-la da guerra do dia a dia, pra salvá-la dos serial killers. Lembra-se do que disse anteriormente e se sente ainda mais fatigada, Maura namorando alguém que não poderia julgar ser bom ou não, não poderá conhecer o rapaz e aprova-lo ou não. Sentia seu coração apertar ao saber que não poderia evitar o acontecimento de Maura namorar futuramente, ainda mais ao perceber que iria embora sem poder dizer o que realmente sentia, iria embora com o medo de perde-la ao deixa-la.

— Eu não quero te deixar – Jane sussurra tão baixo que Maura quase que não consegue ouvir.

— Você não vai, eu vou continuar com você só que com a distância.

— Eu sei, mas... Eu não quero ir embora com medo.

— Você sabe que comigo não precisa ter medo. Sabe que esse é o lugar que não precisa ter medo.

— Está dizendo pra eu deixa-lo de lado? – Jane pergunta se virando para Maura, que concorda virando-se também – Mas se eu deixar ele de lado eu posso acabar te perdendo.

— Você nunca vai me perder – a loira respondeu em um sussurro.

Ela já sabia do que a morena estava falando, ou pelo menos suspeitava porque podia ver a luxuria e o carinho no olhar da amiga, os olhos escuros que desviavam dos seus e focavam em sua boca a todo momento de conversa. Sabia o que estava por vir e queria, então como sinal aproximou seu corpo do da morena lentamente. Ambas sentiam o nervosismo, as borboletas no estomago, a ansiedade, o suar das mãos, o trepidar das ações mas a certeza dos movimentos. Elas não sabiam como prosseguir, as mãos delas ficaram no chão, não ousaram mexê-las com medo de fazer algo errado. Jane aproximava seus lábios aos poucos, os olhos foram fechados quando podiam sentir suas respirações se misturarem, quando o roçar dos lábios foi sentido elas não hesitaram, as mãos de Jane foram diretamente para a cintura de Maura a trazendo mais próxima de si, do mesmo jeito que Maura segurava a nuca da morena finalmente sentindo os lábios que tanto almejava. O beijo lento e desejado foi desfeito quando o ar se fez necessário. Elas não abriram os olhos, mantiveram suas testas coladas uma a outra, Jane sentia os lábios de Maura na ponta dos dedos, contornava o local como se estivesse tentando gravar na memória as curvas e as sensações, a textura e o sabor.

— Agora mesmo que eu não vou querer ir embora – Jane murmurou.

— Então não vá. Fique.

Os olhos se abrem.

— Quer que eu fique?

Elas se encontram uma na outra.

— Sim, você é minha Jane, me mantem sã e resistente.

— Eu sou sua espinha dorsal.

Sorrisos verdadeiros são trocados.

— Isso mesmo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3



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