Invoca me escrita por Vengeance


Capítulo 1
Jade




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Era noite de Halloween na pequena cidade de Rarmoxcity.
A história contada é que primeiramente a cidade havia sido povoada por uma seita que fugia da santa inquisição.
Podendo então realizar seus rituais, o líder da seita batizou a cidade com esse nome.
O nome de um demônio.
Mas, francamente quando se você é criança é óbvio que acredita nessas coisa, já quando cresce... aí fica ao seu critério.
E minha querida Jade, assim como a maioria das outras crianças acreditou nessa historia por anos.
Mas não essa noite.
Mesmo com todos os boatos correndo pela pequena cidade, com todos os desaparecimentos, ainda assim nada poderia impedi-la de curtir essa noite como se fosse a última noite de sua vida.
Em fim havia alcançado a maioridade, então não era só uma festa, era a sua festa. Havia apenas começado, mas a atmosfera do local parecia superior a tudo que viverá antes.
O evento anual acontece em todas as noites de Halloween, em homenagem ao povoamento da cidade. Na floresta onde eram feitos os rituais.
Era o tipo de evento que todos os menores de idade querem ir, no entanto em uma cidade tão curta quanto Raxmorcity é claro e evidente que todos se conhecem.
Jade assim como os outros sempre sonhou com o dia que poderia ir nesse evento.
A observando, vejo o quanto ela pode ser bonita e fatal mesmo estando tão alheia.
Como ela beija e é beijada por um garoto que não pode ver o rosto e em como grita tentando fazer suas amigas lhe escutarem com o som em um volume estrondoso.
Me aproximo e posso escutar o que ele sussura em seu ouvido.
"Tem um lugar melhor que esse."
Ela pensa entender suas intenções.
Mas não, ela nunca adivinharia as verdadeiras intenções.
"Um lugar como?". Pergunta.
Ele sorri e a puxa. Os sigo.
Faço com que suas amigas não notam sua ausência.
Lhe guiando para longe da multidão, eles ficam próximo da cerca que demarca o limite da festa e continuação da floresta.
— Tem uma outra festa rolando no centro da floresta, uns amigos meus estão lá e me convidaram. Gostaria que você fosse. - lhe beija a mão. - Se quiser é claro.
Sinto como ela entra em alerta mesmo se sentindo leve demais pra tomar uma decisão inteligente.
Mas ainda assim...
— Sim. - sorri e o abraça pelo pescoço o beijando apenas por ter gostado do seu beijo.
Eles passam por entre a cerca e sinto seus sentidos se aguçarem novamente, seu sangue correr mais rápido acompanhando o miocárdio.
Se embrenhando na floresta densa eles seguem reto, em direção a festa.
Os sons da comemoração vão ficando para trás os deixando no silêncio da mata.
— Você... - Jade não consegue terminar a frase.
Ela estaca ao lado de uma árvore de tronco largo, se apoiando, pois o álcool começou a fazer o seu trabalho no organismo. O equilíbrio começando a ser afetado.
Ele a segura pela cintura, afinal estava completamente sóbrio.
— Onde nós estamos? Onde é a festa? - então ela se escandaliza e arregala os olhos empurrando as mãos dele de seu corpo. - Não tem festa nenhuma.
Ele sorri, mas precisa que ela chegue até o local esperado. Então assume uma expressão inocente.
— Claro que tem. Nós já estamos chegando.
— Não tem... - ela cobre seus olhos com as pálpebras.
— Eu te falei, é no centro da floresta então é claro que fica longe. Mas nós já estamos no meio do caminho. Só mais um pouco. - ele a puxa e lhe sussurra em uma voz aveludada. - Por favor.
Ele a vence.
Em fim eles chegam ao centro.
Uma grande mesa de pedra no centro de um enorme círculo envolto de velas e incensos.
Jade estranha e olha para ele em busca de informação, começando a se arrepender.
Se pondo atrás dela, ele segurou seu pescoço e vira para o lado o estalando e a fazendo cair no chão desacordada.
Não gostaria que esse corpo fosse danificado...
Mais pessoas se aproximam e vestidos de um manto negro, a ajeitam na mesa.
Tirando suas roupas e a vestindo com um longuissimo vestido negro de mangas igualmente compridas, sem nada por baixo.
Quando Jade acordou atordoada virou sua cabeça com os olhos arregalados de um lado ao outro. Tentando entender a situação.
— O que tá acontecendo? Me tirem daqui. Tirem essas coisas estranhas de mim. - e seus belos olhos claros se encheram de lágrimas.
Porém nenhuma das pessoas ao seu redor lhe respondeu, todos estavam ocupados terminando os últimos preparativos para o meu ritual.

Tão logo eles deram as mãos uns aos outros enquanto outro ser lia um grimorio antigo de aspecto envelhecido em uma língua que apenas ele era fluente no meio em que se encontrava.
Jade por sua vez gritava e suplicava, oh eu podia sentir o medo e adrenalina fluindo nas suas veias, como seu coração batia forte contra a caixa torácica.
E puxando os braços com os pulsos amarrados fortemente por uma corda ela continuou a se debater. Puxando as pernas lutando contra algo que não podia vencer.
O clamor começava a alcançar seu ápice. Logo chegaria minha vez.
Ainda clamando em uma língua que eu podia entender as chamas das velas ao redor de Jade se intensificaram.
Me aproximei, olhei bem sua fase. Lhe atravessei o peito.
Me fundi a sua alma, me agarrei e me estiquei para alcançar todas as suas laterais.
Senti seus pulsos doerem... meus pulsos.
Senti a pedra fria e maciça o qual e me encontrava deleite.
E a roupa fina e frágil que me estava travestida.
Abri os olhos ainda marejados para contemplar um punhal de prata brilhante rasgar o ar em minha direção.
Segurei a mão que me atacava, fazendo as cordas se romperem diante da minha força.
O susto e exclamação que se seguiram foram esperados.
— Mas o que...
— Você recitou o encatamento errado! - alguém se exaltou.
— Não! Fiz o que me foi mandado.
Me coloquei de pé sobre a pedra rochosa ainda segurando o punhal.
Fechei uma das minhas mãos e então a abri esticando os dedos um a um, testando a anatomia.
Preguei os olhos novamente respirando o ar orgânico da floresta.
— Havia anos o qual fui banido para fora da terra, - disse, fazendo-os se calarem para me ouvir. - sem poder voltar a ocupar um corpo novamente, eu espero essa noite a anos, muitos anos. Devo isso tudo a vocês.
Um deles se adiantou, puxando o capuz de seu rosto.
— Rarmox? Você é Rarmox... digo senhor, vossa...
— Tudo bem. - sorri. - Podem me mostrar seu rosto. Me permitam ver seus rostos.
E um a um eles puxaram seus capuzes, me virei para encarar cada um.
Eles se aproximaram.
— Fiz questão que o seu líder fizesse o encatamento certo. O encatamento para me invocar, e não um simples sacrifício.
— Mas senhor... por quê?
— Me chame de Jade. - Sorri.
Tudo está apenas começando.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até aqui.
Comente, por favor.



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