Start a Riot escrita por Queen Jeller


Capítulo 16
Close Call


Notas iniciais do capítulo

Não tenho como não começar essa nota agradecendo a Nubis e Carla pela inspiração para voltar a escrever sobre Jeller. Obrigada, meninas. O nome do capítulo é pela música que tocou na série em uma cena que relato nesse episódio. Aproveitem e #FiquememCasa



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713358/chapter/16

Eu ainda estava pensativa em relação a atitude do Kurt, mas sabia que ele não tinha feito o que fez por mal, então estava tentando ver todos os lados da história. Fui tomar banho enquanto Kurt decidia de comíamos algo na rua ou pedíamos comida e depois que ele foi tomar o banho dele, aproveitei para espairecer olhando no armário o que precisávamos comprar.

 

Estava no sofá quando ele saiu já arrumado do quarto e ele não pôde deixar de sorrir, apesar de ver minha cara de preocupação. Sentou-se ao meu lado do sofá, de frente para mim e beijou meu nariz antes de sussurrar:

— Se você soubesse como fico feliz em ter você aqui. 

— E eu por estar aqui. — Respondi pegando a mão dele na minha.

— Eu nunca pensei que fosse capaz de sentir algo tão forte. — Ele completou.

O respondi com um beijo, tentando ao máximo intensificar aquele bom sentimento que nos abraçava e nos acalmava naquele momento.

Ao nos afastarmos, ele me olhou com proximidade no fundo dos meus olhos, o que sempre fazia eu me perder.

— Desculpa pelo estresse por causa do Roman.

— Eu sei que você fez isso pelo meu bem, pelo bem de Roman, mas por favor, me avise antes de fazer as coisas em meu nome.

— Tudo bem. — Ele afirmou parecendo não querer discutir novamente e depois me deu um selinho. — Até porque não queremos estresse em nossa cama.

Dito isso, ele balançou a chave do carro, demonstrando que havia decidido ir comer fora e saímos.

— Não queremos mesmo. — Afirmei fechando a porta.

Senti sua bochecha se mexer no que parecia um sorriso acima da minha cabeça e então sorri de volta pela sensação de perdão.Dentro de mim eu sentia que era difícil antes, mas agora, senti a leveza do perdoar e ver como o Roman saber poderia ser melhor a longo prazo. Ri pelo pensamento que tomou minha cabeça enquanto entrava no carro e então Kurt beijou minha testa.

— De onde vem esse riso?  — Ele observou.

— Estava pensando. Acho que talvez se eu ainda fosse a Remi, eu não teria perdoado você por tomar uma decisão por mim, mas como Jane eu só consigo sentir o quão aliviador é conseguir te entender e te perdoar.

Ouvindo isso, ele colocou seu rosto a altura do meu antes de pôr o cinto de segurança e me encarou com seu profundo par de olhos azuis, que pareciam vívidos mesmo apenas a luz fraca do interior do veículo.

— Você não sabe como eu te amo cada vez mais por isso, mulher.  — Ele completou e eu respondi com um beijo profundo, embora curto.

— Eu sei. Por isso eu te perdoei. — Ele virou seu olhar para mim e eu então completei. — Porque eu consegui entender que o que você fez por mim foi por amor e não por qualquer interesse pessoal.

Ele ligou o carro e partimos rumo ao supermercado.

— Bem, pode haver um interesse pessoal nisso. — Ele respondeu fingindo pensar. — Talvez eu esteja interessado em ver você e seu irmão bem para poder ter ele entrando com você no altar quando nos casarmos.

Aquilo me deixou sem palavras.

— Kurt… 

— Eu estou com você nessa pra sempre, se você quiser assim. Quero fazer as coisas da maneira certa.

Eu pousei minha mão em sua coxa.

— Eu quero. Claro que também estou nessa.  — Se pudesse, o beijaria naquele momento. — Muito obrigada por estar comigo.

— Eu quem agradeço por ter você na minha vida.

****

Jane estava sorrindo. Não sabia exatamente o motivo, mas depois da discussão tensa em casa, estava feliz por ver ela sorrindo ainda hoje.

 

Nós havíamos vindo pro supermercado pois havia pouca coisa em casa. Aproveitaríamos para fazer as compras do mês. Ela chegou com alguns artigos femininos e jogado no carrinho, mas o riso continuou no seu rosto até que ela falou.

— Você acha que é possível que minha memória tenha gravado música de algum modo?

— Como assim? — Perguntei confuso.

— Eu sonhei uma vez com você e tava tocando essa música e agora que está tocando eu lembrei disso. Eu conhecia ela provavelmente no passado já que lembrei no sonho.

Eu a olhei com curiosidade e franzi a sobrancelha.

— Você tinha um bom gosto musical pelo menos. O que sonhou? — Perguntei e ela percebeu a malícia no meu tom de voz e correspondeu com um olhar do mesmo modo.

— Não era nada demais. Nós estávamos num bar conversando e nós quase nos beijamos, mas Patterson e Tasha chegaram no momento e nós dois só ríamos como bobos um pro outro.

— Ainda bem que elas não estão aqui agora. — Eu disse e a beijei.

Ao me afastar, vi que ela riu, mas enquanto trocávamos olhares percebemos que alguém estava nos olhando. Era Oliver.

Que dia longo, foi o que pensei até suspirar e depois de alguns segundos de desconforto, até que Jane quebrou o gelo.

— Oliver! — Ela disse com animação. — Como você está?

Ele olhava ainda perplexo para nós dois.

— É… Bem. E vocês? — Ele afirmou ainda com a sobrancelha franzida e alternando o olhar entre Jane e eu.

Jane virou-se rapidamente para mim.

— Eu sei que ele é só um amigo, mas acho que posso conversar com ele? Não seria legal que ele pensasse que somos um incesto, já que ele acha que somos irmãos.

Não pude não dar um riso contido.

— Tudo bem. — E Jane afastou-se com ele para o meio da ala de frios.

Eu conseguia vê-la, mas ele estava de costas para mim, então não conseguia ler as reações dele. A conversa parecia tranquila, porém. E no fundo, eu não achava Oliver um rapaz ruim, talvez somente azarado por se aproximar da pessoa que havia sido feita para mim.

Não demorou para que Jane voltasse.

— Tudo tranquilo? —  Questionei.

— Sim. —  Ela respondeu sorrindo. —  Acho que, no final, a verdade é sempre mais confortante do que qualquer outra coisa.

— Que bom então. —  Disse e lhe dei mais um beijo. 

Terminamos nossas compras e, ao irmos ao caixa, Oliver apareceu e se despediu da Jane. Antes de ir definitivamente embora dali, porém, ele virou-se para mim.

— Posso falar com você? — Falou, me surpreendendo.

— Oh… Sim. — Rebati. — Você pode ir passando tudo? —  Perguntei para Jane e ela acenou que sim com a cabeça.

Nos afastamos um pouco dela e ele me olhou.

— Não é nada demais, só uma coisa de homem para homem. Queria te pedir desculpas por ter tentado entrar entre você e Jane. Não foi nada pessoal, até porque não lhe conhecia.

— Ok, fica tranquilo. 

— Ela é uma mulher formidável e vocês tem sorte em ter um ao outro. — Ele finalizou sem jeito. 

— Eu sou um homem de sorte. E espero que você tenha a mesma sorte, amigo.

— Eu também espero. — Ele completou, acenou com a cabeça e nos despedimos.

Voltei a companhia de Jane que me observava com um olhar curioso. Guardamos as compras e, ao irmos para o carro, ela me interrogou como estava desejando.

— O que Oliver foi falar com você?

— Que ia brigar comigo por você. —  Respondi com diversão e ela me olhou com incredulidade. —  Brincadeira! — Expressei antes que ela acreditasse.

— Oliver não seria de falar disso mesmo.

— É, ele parece ser um bom cara. —  Salientei ligando o carro. — Só acho meio azarado.

— Como assim?

— Ah, ele quis você quando nosso destino já estava desenhado. Chegou tarde.

— Pessoas boas encontram pessoas boas. —  Ela ressaltou. — Ele vai encontrar a dele.

E então partimos para casa.

***

 Aquele longo dia havia chegado ao seu fim. Chegando em casa, eu e Kurt fizemos uma refeição rápida, nos limpamos por estarmos anteriormente na rua e então decidimos deitar. Embora estivesse cansada, não havia mais tanta tensão como no começo da noite e eu suspirei agradecendo por isso.

— Obrigada. —  Kurt sussurrou após beijar minha testa.

— Pelo que dessa vez?

— Por me escolher. —  Ele completou me encarando com seus brilhantes olhos.

Era sempre poético esmiuçá-lo com pouca iluminação e perceber como brilhavam seus olhos e seu sorriso, principalmente quando estávamos somente nós dois, sem lembrarmos de pesos ou problemas.

— Eu quem agradeço por você ter sido tão persistente.

Nos beijamos antes de falarmos mais qualquer coisa e logo estávamos intensificando nosso carinho e os toques. Meu corpo se definhava enquanto ele me tocava em minhas curvas e tirava minha roupa. Quando ele entrava dentro de mim, eu sentia um misto de leveza de sentimentos com uma agressiva vontade de ter ele pra sempre ali dentro de mim até desmancharmos em prazer. Fizemos um amor demorado, mas, ao terminar, parecia que a noite mal havia começado.

Ao rolar um pouco na cama, olhei para o relógio de cabeceira, que registrava que já era quase 3 horas da madrugada. Virei-me para Kurt.

— Como você pode me persuadir tão bem a querer ficar a noite inteira acordada com você sem dizer uma palavra?

Ele riu antes de responder.

— Oh, você causa o mesmo em mim. Acho que estamos quites. — Rebateu e puxou meu corpo para perto do seu.

Voltamos a nos beijar e logo depois nos aconchegamos um no outro. Antes de fechar meus olhos, porém, o beijei mais uma vez na bochecha e agradeci mentalmente: agradeci por saber a sorte que eu também tinha em tê-lo comigo. 





Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tinha que resolver essa história do Oliver, então hahaha Aí está. Espero que gostem. Eu já sei que o virá nos próximos episódios e, embora vá trabalhar na quarentena já que sou jornalista, espero conseguir escrever o próximo logo logo



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Start a Riot" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.