Sensei escrita por Marimachan


Capítulo 3
Humano


Notas iniciais do capítulo

Yeeeeeyyy! Aqui estou com a terceira one! :3 Dessa vez fiz um pouco diferente, fiz pela visão do Shyou. Mt simples, mas que amei escrever. Yoshida Shoyou tomou um lugar no meu coração que ninguém mais tomou. :')
Espero que goste! ^^
Boa leitura! ;)



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Edo estava branca.

Por todo o lado a única coisa que se via era neve e o parque central não estava muito diferente. As árvores erguidas, desfolhadas por entre os bancos, e o canteiro geado estavam cobertos e a cada passo que se dava as pernas afundavam até, pelo menos, próximo ao joelho. Isso acontecia principalmente com os pequenos samurais que agora construíam esculturas em um canto do grande parque, observado de perto pelo mestre.

Katsura e Takasugi estavam concentrados em modelar uma bela rena das neves, enquanto Gintoki se ocupava com algo muito mais sórdido, embora ele alegasse assiduamente que era uma escultura histórica toda vez que alguém por ali passava e se assombrava com o atrevimento da criança despenteada. Shoyou não sabia se ria ou se dava broncas no pupilo toda vez que esse xingava baixinho quem o desmentisse, após estarem longe.

Gintoki nunca tivera modos e isso era indiscutível. O mestre, contudo, ficava muito mais tentado a rir da forma que ele resmungava toda vez que voltava a se dedicar a sua escultura pervertida, do que bronqueá-lo pelas palavras vulgares que soltava enquanto isso. Na verdade, às vezes o mais velho se perguntava se não estava mimando demais as três crianças sob sua tutoria, considerando que a fama delas já se espalhava por toda a cidade.

Não estava disposto a mudar as coisas, entretanto.

Observou melhor os garotos, que se distraíam com a neve e sorriu. Muito raramente tivera oportunidade de demonstrar toda sua admiração e amor pelos humanos que o rodeavam até conhecer aqueles pequenos projetos de delinquentes adoráveis. Suas mãos estavam repletas de sangue, mas sentia que podia oferecer muito mais àqueles garotos do que pudera em toda sua vida. Dessa forma, a cada dia que passava, não conseguia impedir que o amor incondicional por aqueles três pequenos samurais crescesse e tomasse dimensões muito maiores do que já possuía. Observar que estavam felizes e eram gratos por tê-lo como mestre o deixava inexplicavelmente feliz, e coisas como bronquear um deles por estar xingando civis da cidade pareciam se tornar bobas e desnecessárias demais.

Passou então os olhos pelos dois, que terminavam de esculpir a rena, e por Gintoki, que agora sentava-se aparentemente entediado, em frente do que ele chamava de Neo Armstrong Cyclone Jet Armstrong Cannon. O garoto observava a neve que recomeçara a cair devagar, provavelmente pensando em alguma coisa para fazer e ocupar o tempo, já que havia terminado sua obra de arte. Ponderando a ideia, Shoyou levantou-se e se aproximou do discípulo mais antigo dentre os três, abaixou-se e sussurrou algo no ouvido desse, tomando o cuidado para que não fosse ouvido pelos outros dois. Um sorriso sapeca surgiu nos lábios do menor, o que fez o mais velho rir baixinho com a ideia de que acabara de despertar o lado maléfico do menino.

Imediatamente, o mais silenciosamente possível, Gintoki começou a reunir a grossa camada de neve no chão em bolas de tamanho médio, ajudado pelo mestre. Quando já possuía arsenal suficiente, mirou a primeira na cabeça de Katsura, que no mesmo instante se levantou em alerta, procurando a direção da qual vinha a bolota gelada. A segunda foi mirada na cara de Takasugi, que se virara quando o companheiro recebeu a primeira. Os dois então localizaram seu terceiro companheiro, à alguns metros de distância, acompanhado de Shoyou, que possuía os braços carregados de redondas bolas de neve, feitas pelo de cabelos prateados.

― Oe! Sensei! Não ajude o Gintoki em seus planos maléficos! Isso é preferência! – ralhou Shinsuke enquanto já abandonava a rena branca e se armava também; Katsura fez o mesmo.

― Estávamos entediados, então resolvemos animar um pouco as coisas, certo, Gintoki? – olhou para o mais novo.

― Vocês irão voltar pra casa com o gelo derretendo nas partes mais indesejáveis. – gargalhou ainda maleficamente para os outros dois, que aceitaram a ameaça, dando início a uma verdadeira guerra.

Logo, não eram apenas os quatro envolvidos na confusão de bolas de neve naquele canto do parque. Outras crianças, algumas até mesmo companheiras da Shouka Sonjuku, juntaram-se a eles e então agora estavam todos molhados e tão cobertos de gelo quanto a cidade.

Depois de alguns minutos, Shoyou se retirou da guerra, sem que percebessem, e passou a observar as dezenas de crianças que se riam e gritavam toda vez que acertavam seu alvo. Takasugi, Katsura e Gintoki estavam no centro da confusão, mirando no maior número de crianças que pudessem alcançar. Esse último possuía um brilho sapeca e divertido no olhar.

Eram raras as vezes que conseguia fazer Gintoki se meter no meio de tantas crianças e ainda realmente se divertisse como agora estava fazendo. Um sorriso ao mesmo tempo orgulhoso e terno surgiu em seu lábios. Os olhos desconfiados e assustados do garoto que conhecera, aos poucos se transformavam, tornando-se mais amistosos e brilhantes. E isso, sem dúvidas, não poderia deixar Yoshida Shoyou mais satisfeito. Gintoki e seus companheiros estavam lhe proporcionando a oportunidade de dar tudo o que sempre desejara dar.

Estavam o tornando mais próximo daqueles que tanto admirava. Estavam o tornando mais humano.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro, digam aí. ^^



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