Lost In Time escrita por VitóriaWolf


Capítulo 13
Lost back home


Notas iniciais do capítulo

Eu perdi a senha, desculpem, vou tentar atualizar mais rápido, porém não gosto tanto da plataforma do Nyah.
Boa leitura.



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  Pov Morgana
    _Senhor, lamento relatar que o menino druida escapou do calabouço.- dois guardas abrem a porta do salão com força e anunciam o maior temor do rei. Contenho o alivio ao descobrir que meu amigo está a salvo, mas temo por sua vida. Uther nunca parará de procurá-lo até que ele esteja morto.
      _O que? Como?-O rei se levanta subitamente, deixando com que tudo ao redor caia no chão.
      _Senhor, ele foi ajudado por cúmplices.-O cavaleiro responde temeroso. Me encolho mais na poltrona, sabendo que é o pior momento para dizer ou fazer qualquer coisa.- Os guardas estão revistando Camelot agora mesmo.
      _Encontre-o e seus cúmplices e mate-os.- ordena sombrio.
      _Sim, meu senhor.- O guarda fecha a porta forte ao sair e respiro fundo ao ver Uther se aproximar de mim.
      _Se eu descobrir que você esteve envolvida na libertação desse menino, as consequências serão extremamente severas.
      _Meu senhor, sabe que respeito o senhor demais- faço minha melhor cara de inocência- para trai-lo dessa maneira .
      _Prometi ao seu pai que iria protegê-la, mas se me enganar novamente quebrarei aquela promessa sem pensar duas vezes.- engulo em seco, mas ele sai do cômodo antes de ver me rosto apavorado com tal ameaça.

Pov America
      _Você está bem?- pergunto para Morgana assim que ela sai do salão.- Vi Uther saindo bravo. O que aconteceu?- seguro sua mão e a conduzo até um banco.
      _Ele descobriu que Mordred está solto.- ela olha para todos os lados, para se certificar de que não há ninguém ouvindo.- Ele está bem? Falou com ele?- nego.
      _Merlin e Arthur fizeram os guardas dormirem ontem a noite e os levaram de volta em segurança para os druidas. Me desculpe que não pode se despedir.
      _Está tudo bem, só de saber que ele está salvo, fico feliz.- ela respira fundo, bota um sorrio no rosto e se levanta.- Parece que Arthur não é tão sem coração como parece.
      Vejo seu vestido sumir no fim do corredor e sinto a presença de outra pessoa atrás de mim.
      _Merlin?- pergunto e ele se senta ao meu lado, o rosto carregado de estresse e preocupação.- O que aconteceu?
      _É Mordred. Eu não deveria ter feito o que fiz.- lamenta.
      _Você salvou uma criança que seria acusada de bruxaria e condenada a morte! Você não deve se remoer por isso.
      _Ele pode ser uma criança agora, mas meninos viram homens, America.
      _O que quer dizer?
      _Eu conversei com Kilgarrah- o olho sem entender e ele, já sabendo que teria que me explicar, continua.-o Dragão aprisionado.
      _Ahhhh.
      _Ele me disse, no dia em que cheguei aqui, que meu destino é salvar a vida de Arthur. Quando Mordred apareceu em Camelot, eu talvez tenha pedido ajuda, mas ele só me disse que eu não deveria proteger o garoto. “Se o menino sobreviver, não conseguirá cumprir seu destino.” Disse também que eu tinha em meus ombros o poder de acabar com um grande mal.
      _Ele é só uma criança, Merlin. Arthur não vai morrer, nada vai acontecer. Nós fazemos o nosso próprio destino. 
      _Tem certeza?
      _Sim.- minto. 

      Estamos na sala do trono, novamente. A mãe de Merlin, Hunith, apareceu durante a amanhã, machucando e pedindo desesperadamente por ajuda. Sua vila está sendo atacada e Uther é sua única esperança. O cômodo está lotado e Hunith está de joelhos no chão, implorando. Merlin chora em um canto e Arthur tenta fazer o pai mudar de ideia.
     _Certamente podemos oferecer alguns homens- o príncipe tenta argumentar.
     _Recursos não são problemas.- Uther se senta em seu trono novamente.
     _Então o que é?- Morgana intercede impaciente.
     _Ealdor fica além da cordilheira de Aesctir. Para o exército de Camelot entrar, seria um ato de guerra.
     _Sei que é um bom rei, um homem complacente.- a mulher pede novamente.
     _O acordo que temos com Cenred levou anos para ficar pronto. Não posso ariscar centenas de vidas por uma única vila. Temo que Camelot não possa ajudar.- o rei diz sua palavra final e ajudo Hunith a se levantar e a levo para Gaius, onde ele poderá cuidar de seus ferimentos e a fará descansar da grande viagem. Procuro Merin em todos os ligares, imagino que ele deve estar sentindo nesse momento, mas não o encontro.

Pov Merlin
     _Desculpa.- Arthur diz assim que chego ao seu lado. Ele se apoia na murada da muralha e observa a cidadela em baixo.- Se dependesse de mim estaríamos no caminho agora mesmo.
     _Você tentou. Obrigada por me conceder uma audiência com o rei.
     _Gostaria que Camelot pudesse ajudar as pessoas, independente de onde vivem.- muda de assunto.
     _Voltarei para Ealdor.- digo determinado.
     _Claro.
     _Foi uma honra servi-lo.- ele me olha assustado.
     _Você voltará.-afirma.
     _Ela é minha mãe. Tenho que cuidar dela mais do que todo mundo.-argumento e ele me olha triste, afinal ele nunca conheceu a mãe.
     _Eu faria o mesmo. Bem, você foi terrível.- diz depois de um tempo e rio.- É verdade, o pior servo que já tive.- rimos juntos, sem acreditar que esse é realmente um adeus.
     _Obrigado, senhor.

Pov America
     _Aqui.- entrego a espada para Merlin que a pega desajeitado. Ele a balança por alguns segundos, sem ter a menor noção de como manusea-la.- Diga-me o que acha.
     _Sim, sim, muito boa. É bem, você sabe, espada.- Finjo que não ouvi o que ele disse e volto para a bolsa de suprimentos que arrumava antes de ele chegar.
     _Guardei armaduras para você.
     _Não vou poder carregar tudo isso.-comenta quando a porta se abre e uma Morgana de cabelo preso, sem vestidos e armada para o combate aparece.
     _Não precisará.- ela diz- Vamos com você.
     _Como assim?
     _Vai precisar de toda a ajuda possível.- explico. Eu conserto armaduras e afio espadas- Tom anda me ensinando algumas coisas, afinal eu não poderei ser a serva de Morgana para sempre.
     _E eu sei lutar.- Merlin olha para Morgana como se fosse difícil vê-la lutando.
     _Mas você não pode.- tenta argumentar.- Quer dizer, porque?
     _Se fosse o contrário você nos ajudaria. Você já ajudou. Salvou minha vida.
     _E ajudou a tirar o menino druida de Camelot. Devemos isso a você, nós duas.- ele troca seu olhar entre nós duas, mas finalmente aceita.

Pov Merlin
     A noite estava mais fria do que o comum. A fogueira só em brasas não nos aquecia em nada, mas  isso não incomodou a ninguém, afinal, eles estavam dormindo, o que eu não poderia dizer de mim. Rolei diversas vezes no chão duro, com um único pano sob mim me impedindo de congelar. Olho ao redor esperando por companhia para passar a noite, mas sou o único. Ouço o barulho ao longe e desisto de dormir. Arregalo os olhos, mas continuo parado. Mais barulho. Jogo minhas coisas para o lado eme levanto lentamente e sem fazer barulho para não acordar minha mãe. Pego desajeitadamente a espada debaixo da bolsa e a empunho. 
     A névoa me impede de ver muita coisa, mas mesmo sem ver, sei que já  me distanciei o bastante para, caso algo aconteça com as garotas, eu não consiga ouvir. Estava prestes a voltar e aceitar que tudo o que ouvi foi um simples sonho quando sinto o metal afiado em minhas costas. Arqueio meu corpo enquanto a provável espada me empurra para frente.
      _Eu pediria por dinheiro, mas sei que não tem nada.- o atacante diz e sorrio aliviado.
      _Arthur!- me viro entusiasmado e sem querer giro a espada em minha mão, por pouco não decapito o príncipe de Camelot, que se abaixa antes de tudo.
      _Abaixe essa espada, Merlin. Você está ridículo.-ele não parece alegre como eu, que simplesmente não consigo parar de sorrir, parece emburrado na verdade. Ele toma a espada da minha mão e sai andando em outra direção.
      Ele me fez procurar madeira e fazer uma nova fogueira, porque a primeira já havia virado cinzas há muito tempo. Conversamos por um tempo até que ele me mandou dormir, mas eu não conseguia. Nem com a ajuda de Arthur a vitória contra os saxões parece provável, Ealdor é um vilarejo pequeno e pobre, sem homens treinados. Sou eternamente grato a todos pela ajuda, mas só sinto que estou os atraindo para a morte certa. Com esse pensamento adormeço.
      O alvoroço só aumentou quando as mulheres acordaram e encontraram Arthur ao seu lado. Primeiro foi o choque, Morgana simplesmente não podia acreditar que ele teria vindo nos ajudar e mesmo Gwen tendo mostrado um susto, seu sorriso orgulhoso era visível toda vez que ele virava de costas.
      A viagem não durou mais de cinco horas e mesmo com cavalos e tendo uma longa caminhada pela frente, o tempo passou mais rápido do que esperava e chagamos a tempo de ver Kanen e seus homens na vila segurando sacos de trigo e crianças e mulheres agachadas no chão, se abraçando de medo. Kanen, o líder, levanta o machado, pronto para matar o homem na sua frente por algo que não sei o que fez, mas Arthur lança sua espada, que acaba por ser fincada na adeira atrás do bárbaro, que para imediatamente o que está fazendo. Ele desce do cavalo e ataca qualquer um que entre em seu caminho. Empunho a espada também, mas logo a retiram da minha mão, parece que as pessoas tem medo que eu faça alguma besteira com ela. Elas são loucas. 
      Arthur havia deixado quatro no chão enquanto todos os olhavam admirados até que Kanen sobe em seu cavalo e marcha para longe, levando consigo todos os seus cúmplices.
      _Pagarão por isso com suas vidas. Todos vocês.- nos amaldiçoa antes de sumir cavalgando.
      _Merlin, junte os aldeões. Preciso falar com todos.- Arthur me grita do outro lado do campo.
      _Sim, em um minuto. Estou só conversando...
      _Agora, Merlin. Não temos muito tempo.- dou de ombros e começo a chamar todos para o centro da ala comum. Revejo amigos e parentes, pessoas que deixei sem nem ao menos me despedir. Todos me perguntam o que aconteceu e faço o máximo para não deixar todos os acontecimentos no ar.
       
Pov America
      Hunith é uma mulher maravilhosa, uma mãe que lutou para dar tudo pelo filho, que fez tudo para salva-lo. Mesmo sendo tão diferente, as roupas, as rugas de expressão e as costas arqueadas a diferem tanto da Rainha Amberly, mas ao mesmo a bondade e a generosidade são as mesmas. Conversamos por um tempo e percebi a última gota de esperança por sua sobrevivência praticamente saltando em seus olhos. Aos poucos os outros se reúnem ao nosso redor e Arthur sobe em um palanque, com sua clara pose de desespero mascarado em confiança, a expressão que tantas vezes vi no rosto de Maxon e em mim mesma.
     _Eu conheço homens como Kanen.- ele olha nos olhos de todos nós, e poderia jurar que o azul penetrante se parou mais tempo em minha direção.- Ele voltará. E quando voltar, devemos estar preparados para ele. Primeiro temos que nos preparar...
     _Sou o único que não sabe quem é esse aí?- uma voz masculina o interrompe no meio da multidão e todos nos viramos para ver o primo de Merlin, William, caminhando por entre os cidadãos até o palanque onde Arthur o olha impassível.
     _Sou o príncipe Arthur, de Camelot.- responde com uma paciência atípica.
     _Sim, e eu sou o Príncipe William, de Ealdor.- o garoto zomba.
     _Fica quieto, ele está aqui para nos ajudar.- Hunith o repreende, mas ele não dá ouvidos.
     _Ele piorou as coisas! Kanen vai voltar, e quando voltar, vai querer vingança. Acabaram de assinar sua sentença de morte.- os habitantes do vilarejo começam a murmurar entre si, agora não tão certos da chegada dos novos visitantes. Olho para Arthur, esperando por ver algum indício de raiva, mas ele só parece calmo, como se tivesse passado pela mesma situação diversas vezes antes.
      _Ele salvou a vida de Matthew!-Hunith não desiste.
      _Tudo bem, Hunith, essa é a aldeia dele.- Arthur se pronuncia.- O que gostaria que fizéssemos?- William fica em silêncio e balança a cabeça, a pensar, então se volta para todos.
      _Não podemos lutar contra Kanen, ele tem homens demais.
      _Então qual a alternativa?- os dois se encaram, em uma briga silenciosa.
      _Dar a ele o que quer.
      _E depois? Aqueles de vocês que não morrerem de fome, terão de encara-lo colheita que vem e na colheita depois da próxima.
      _Daremos um jeito. Sobreviveremos.- William não desiste.
      _Ele só vai parar quando o enfrentarem.
      _Não. Você só quer a glória da batalha. Isso é o que motiva homens como você. Olha, se você quer lutar, vai pra casa e arrisque as vidas do seu próprio povo, não do nosso.- o rosto de Arthur se torna desconsolado, como se nunca tivesse sido rejeitado antes, mas trato logo de estufar o peito novamente, mas William o dá as costas e vai embora antes, deixando a tensão. Merlin corre atrás do primo, mas não acho que alguém conseguirá mudar sua opinião.
     _Se devo morrer, quero morrer lutando.- Hunith dá um passo para frente e não contenho o sorrio de orgulho pela senhora que faz tudo pela sobrevivência da sua casa. Morgana ao meu lado faz o mesmo e tenho certeza de que Arthur começou a ter um grande respeito pela mãe de seu servo. Logo, os outros começam a se agrupar, repetindo as palavras de sua igual e recobrindo suas confianças.

      _Não seremos capazes de defender Ealdor somente com espadas e forças.- Arthur terina sua volta pela cabana e recomeça uma nova. Todos, homens, mulheres e crianças, agrupados na tentativa de descobrir um plano que possa nos dar uma chance contra os homens de Kanen, mas nada parece ser possível. Não temos homens suficientes, ou armas e mesmo que tivéssemos, nenhum deles sabe ao menos segura-las. Passei a noite em claro na noite anterior, conversando com Morgana sobre nossa missão suicida, e eu só conseguia pensar no que aconteceria a mim se eu morresse no passado. Será que eu na verdade nunca nasceria?- Precisamos de um plano. Precisamos descobrir como limitar a mobilidade deles e atraí-los para um armadilha. Se lutarmos com eles dos jeito que estão acostumados...
     _Ahhhhh.- ouvimos o grito de terror do lado de fora e Arthur interrompe seu discurso. Ficamos em silêncio, esperando ouvir mais, quando o berro se repete. Olho para Morgana em busca de respostas, mas ela já corria para fora da cabana, assim como todos os outros. Não sou muito alta, mas por entre os corpos de todos que corriam para o centro da vila, consegui ver o cavalo agitado, e por cima, o corpo ensanguentado de alguém que me repreendi por não conhecer. Uma mulher, provavelmente a esposa do homem, que agora vejo possuir um flecha nas costas.
      _Tirem-no daí.- Arthur grita e corre na frente de todos, acalmando o cavalo e retirando o corpo inerte do homem e o depositando no chão. As pessoas não se aproximam, deixando um espaço considerável entre o corpo e si mesmos. Ouço choros e gritos distintos, de pessoas reconhecendo o amigo, o familiar. 
      _O que diz ai?- Merlin pergunta e pela primeira vez noto a folha fincada na flecha.
      _ “Aproveitem bem esse dia. Será o seu último.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Sera que e o Arthur vai conseguir passar por essa intacto? E impossivel salvar todo mundo.



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