O lar da Srta. Selmer para crianças psicopatas escrita por Em Selmer


Capítulo 1
02/11/2015




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Trottel era um menino feliz em sua pequena cidade. Tinha morado na pequena vila de Cambé toda sua vida. A cidade que apresentava apenas quatro ruas e apenas uma sorveteria sempre tinha sido o suficiente pro menino nerd e sem amigos que Trottel era. Enquanto todos os meninos legais da cidade saiam em direção a cidade ao lado para se divertir, Trottel ficava vagando pelas ruas caçando monstros virtuais.

Sim, ele era idiota. Muitas vezes chamado de gay, ele nunca tinha tido uma namorada. Até que um dia algo fantástico aconteceu.

Era madrugada quando bateram na porta da casa de Trottel. Sua mãe abriu a porta com sono e encontrou nela um homem branco, de barba mal feita, cabelos ralos e já na meia idade.

—Como posso ajudar? - A mãe de Trottel falou com a mãos no decote de seu pijama sexy.

—Olá amiguinha, meu nome é Jacaré e eu sou o secretário do seu pai. - Ele disse com um sorriso maligno.

—Papai está bem? Ele morreu? - Ela arregalou os olhos.

—Sim, cagou muito forte e o fraco coração não aguentou. -Ele diz mostrando respeito e luto.

—Finalmente! -Ela saiu correndo e acordou Trottel. - Estamos ricos! RICOS!

Trottel não entedia a mãe, o que poderia fazer com tanto dinheiro se em Cambé tinham tudo o que precisavam? Como alguém poderia não amar Cambé?

—Faça suas malas, não, vamos nos mudar agora, compramos tudo novo, somos ricos mesmo! - Ela disse saltitando.

Trottel levantou-se ,mas não se moveu.

—O que está esperando menino retardado! - Sua mãe o puxou pela a orelha. - Estamos indo agora.

Então contra suas vontades e forças -porque Trottel não aguenta nem um saco de batata, ele seguiu rumo a Londrina.

Ouviu sempre de seus colegas de sala que Londrina era linda, mas não foi isso que Trottel achou quando entrou na avenida que levava à cidade as 4 da manhã e achou uma gangue de prostitutas quarentonas balançando suas bolsas.

—Eca! - Ele gritou quando as viu.

—Vire homem! -Gritou a mão de Trottel.

Chegaram a casa antiga, tinha suas paredes brancas sujas, nelas, plantas achavam abrigo, as janelas apresentavam barras e algumas portas tinham marcas de arranhões e mordidas.

—Por que a casa esta tão detonada? - O menino burro perguntou.

—Porque seu vô comprou ela de umas crianças estranhas no ano passado e como ele teve aquelas diarreias crônicas, não conseguiu reformar. - Ela disse entrando com nojo na casa.

—Crianças? - Ele perguntou.

—Sim, aqui era um orfanato para crianças de alto risco para a sociedade.

—Que massa! - Ele disse com os olhos brilhando.

—É...muito legal...- A mãe soo irônica. -Por que não vai dormir no quarto do seu avô? Eu não quero ficar no quarto fedido.

—Tudo bem...- Ele disse derrotado.

No quarto do avô, uma grande cama, alguns móveis de madeira, um banheiro que imaginara estar com o fedor da morte dentro dele, por isso, deixou sua porta fechada e quebrou um frasco de perfume nela.

Deitou-se na cama e observou seu quarto novo, era uma mudança repentina demais para ele, mas quem sabe ele não poderia arranjar alguém? Não, não do jeito que ele nasceu. Era alto demais, magro demais, seus olhos pequenos por baixo do grosso óculos, fora que seus sorriso metálico era ridículo, mas a esperança dele era admirável.

—Hey! Criança! -Ele ouviu uma voz feminina vindo da janela. -Quer um doce?

—Quem está ai? -Ele se aproximou da janela e viu um pássaro  marrom, com a parte de cima da cabeça azul, como um chápeu.- Um Ifrita kowaldi? Em Londrina?

—Nerd! - Outra voz mais grave falou.

—Tem alguém ai?! - Ele gritou em direção ao armário ,onde dois olhos azul flutuavam no meio da escuridão.

—NYEES! - Gritou a criatura que o atacou com pressa.

O fraco Trottel cai no chão, desmaiado.

—Bom trabalho. - Diz o pássaro que pousa no ombro da criatura.

—O que vamos fazer quando levamos ele pra fenda? - A criatura azul pergunta.

—Comer! -O pássaro responde.- Brincadeirinha...vamos faze-lo de escravo. Não precisamos de um peculiar inútil.

Assim a criatura azul carregou o menino Trottel até o armário. Esperaram alguns segundos até que a fenda se abrisse e assim, caminharam para dentro.

Trottel acordou no mesmo quarto em que fora espancado e abusado, mas agora ele estava diferente. Suas paredes estavam forradas por fotos de crianças, a maioria delas sorrindo com um pássaro no ombro...aquele mesmo pássaro em sua janela.

—Vejo que acordou... - Disse uma garota de uns 16 anos entrando no quarto. Ela vestia um vestido preto, um capuz azul escuro, atrás dele, seus olhos escuros e expressão medonha dava ao pequeno Trottel medo.

—Onde...? Quem...? -Trottel recuou.

—Meu nome é Emily Selmer, mas as criancinhas me chamam de Srta Selmer. - Ela disse aproximando-se dele com um sorriso maligno. - E você deve ser Trottel.

—Como você sabe? - Trottel perguntou.

—Ouvi sua mãe gritando com você. - A Srta Selmer disse tocando no menino. -Trottel, você nos será tão útil...

—Nos? 

—Sim, nós somos os peculiares, pessoas que nascem com habilidades especias e surreais, orfanatos como esse são criados para protege-los, mas no caso desse em especial, apenas peculiares problemáticos entram. - Ela disse tocando o rosto do menino, fazendo suas bochechas de brinquedo.

—Isso quer dizer que eu sou um peculiar? Eu tenho poderes. -Ele perguntou.

—Sim, mas os seus são bem inútil. Você come ferro e não morre. - A Srta Selmer fez uma cara de tédio. -Sua avô morreu porque comeu ferro enferrujado, realmente, Esser era muito idiota.

—Você conheceu meu avô?

—Sim, ele foi uma das minhas crianças. Mas depois que eu o mordi tão forte que arranquei pedaço de sua perna ele fugiu. Mas seu irmão Eisen ainda está aqui.

— Mas como? Meu tio avô Eisen tem 99 anos e mora em um asilo. - Trottel falou rindo. -Isso é uma piada ,não é?

—Eisen!! - A Srta Selmer gritou.

—Que foi?! Não sou surdo! - O garoto que deveria ser apenas alguns anos mais velho que Trettel apareceu na porta. Ele era da mesma altura de Trettel e os dois tinham a mesma cor caramelo de pele, mas os olhos de Eisen era verdes e em sua cara um enorme nariz enfeitava. -Quem é o idiota?

—Seu sobrinho. - Srta Selmer empurrou Trottel para Eisen. -Achei que você poderia mostrar a casa para ele antes dele ir para seu cativeiro...quer dizer, quarto. -Srta Selmer piscou para Eisen que assentiu com receio. -Comece pelo Blue Guy, ele deve estar no parque com Mathew.

Eisen guiou Trottel pelos corredores.

—Então, como está Esser? - Eisen quebrou o profundo silêncio.

—Ele...ele morreu. -Trottel falou com certo medo de sua reação.

—Que idiota. - Eisen riu. -Ferro enferrujado?

—Sim...como sabe? -Trottel perguntou.

—Apostei isso com ela a uns 60 anos. - Ele falou com nostalgia. - O primeiro que dormisse com uma prostituta que tivesse mais que 70 anos comeria ferro estragado.

Trottel chorou em silêncio, havia perdido todo respeito que tinha por seu avô.

Desceram até o jardim da casa, onde um menino de uns 10 anos brincava sozinho.

—Mathew! -Eisen gritou e o menino virou. Em seu pescoço tinha uma coleira com guia. -Onde está o Blue Guy?

—Aqui em cima! - o garoto que tinha a pele branca e vestia uma roupa de mergulho azul gritou. Seus olhos azul miravam em Trottel como os de um gato olham a um peixe.

Em um piscar de olho, ele estava atrás de Trottel.

—Como fez isso? - Trottel pulou de susto e correu para longe ,usando Mathew como escudo.

—A peculiaridade dele o permite fazer coisas desse tipo. -Eisen explicou. - O que fez para ele ter medo de você?

—O Blue Guy abusou dele. -Mathew respondeu saindo da frente de Trottel. -  Schlange já voltou? A srta Selmer quer falar com ela.

—Não...Pera, você fez o que com ele? - Eisen disse rindo.

—Ele desmaiou tão fácil, que foi quase reflexo, mas não fiz nada que a Srta Selmer não faria. - Blue Guy respondeu.

—O que ela não faria? -Mathew perguntou.

Um silêncio denso ficou no ar.

—Qual é a sua peculiaridade? - Perguntou Trottel à Mathew.

—Ele não morre, mas é suicida. - Eisen disse. -Por isso colocamos uma coleira nele.

—Assim eles conseguem me pegar mais fácil quando eu me jogo da ponte. -Mathew disse sorrindo.

—Ok... - Trottel aceitou e seguiu o caminho.

Dentro da casa, Eisen mostrou a ele a sala de tv onde duas crianças brincavam de pega pega e no canto do sofá uma menina com a pela esverdeada estava sentada.

—Não fale com ela, ela só fala falsianês, pode ser mortal para garotos trouxas como você. -Eisen disse. - Schlange, a Srta Selmer quer falar com você...- Eisen se sentou do lado dela. - O que você fez dessa vez...?

—Eu dormi com uns quatro caras hoje. - Schlange disse. - E esqueci de terminar com meu namorado, mas eu o amo tanto. - as pupilas de cobra da menina brilharam. -Mas não tanto como eu te amo, eu trocaria todos meus esquemas por você.

—Nossa, que consideração...mas eu não quero problemas com a Srta Selmer. -Eisen disse fingindo limpar uma lágrima.

—Por quanto tempo você vai ser capacho dela, nós deveríamos fugir dela...-  Schlange disse tocando no rosto de Eisen.

— Schlange? -Srta Selmer apareceu na porta.

—Amiga! Eu esta falando pro Eisen como você é como uma irmã pra mim! - Ela correu e abraçou a Srta Selmer que rolou os olhos. -Eu não sei como o Esser quis ir embora se tinha a sua companhia aqui.

—Vamos pro meu escritório, temos que conversar. É a décima quarta vez que eu tenho que falar com o Stumm esse mês. - Srta Selmer disse séria.

—Nem foram tantas vezes. - Schlange disse com os olhos de um cachorrinho.

—Hoje é dia 14. - Srta Selmer a levou para sua sala.

—O que ela é? - Trottel perguntou.

—Uma cobra, mas ela não mata, só acaba com sua vida social, amorosa e emocional se você deixar. - Eisen disse. -Os irmãos e Vera você pode conhecer depois, vou te levar par ao seu quarto.

Desceram a escadas onde tinha um fino colchão e uma toalha.

—É isso? - Trottel perguntou.

—Sim. -Eisen o trancou ali. E assim a vida de putinha de Trottel começava.


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