Garota Especial escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 6
Motim


Notas iniciais do capítulo

Dedico esse capítulo á Any Marie Withlock que sempre comenta e favorita minhas histórias. Beijos Any. Valeu mesmo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/713083/chapter/6

P.O.V. Loren.

Eu estou de volta ao lugar onde comecei. Cumprirei a promessa que fiz á Maggie e vou levá-la pra longe desse lugar horrível.

P.O.V. Doutora Carter.

Eu estava em sessão com Maggie tentando fazê-la falar sobre seus dons, quando de repente ela diz:

—Ela veio. Está aqui, veio me buscar como prometeu.

—Quem? Josette?

A camisa de força de Maggie começou a se desabotoar sozinha e logo ela estava livre.

—Você fez isso Maggie?

—Não. Ela é mais forte que eu, a linhagem dela é mais poderosa que a minha. Agora, eu vou embora desse buraco.

Maggie estendeu a mão e ouvi a tranca da porta se mover e destrancar. Maggie saiu e todos os enfermeiros estavam mortos.

—Você fez isso Maggie?

—Não. E eu sugiro que cale essa boca!

Eu senti meu corpo ser lançado longe.

—Isso fui eu.

Ela passava e ia chutando os corpos dos enfermeiros, pisando encima deles e rindo. 

—Vem Maggie! Vamos sair daqui.

Pela janela, eu vi Maggie Evans e Loren Hansett saírem de mãos dadas escoltadas por um bando de homens. Os seguranças estavam todos mortos, todos eles e esse é um dos lugares mais seguros do mundo, ninguém escapa daqui, os nossos seguranças são todos ex-militares.

—O que aconteceu? 

Os corpos foram levados para o legista da clínica que ficou intrigado com a forma como foram mortos.

—Alguns perderam todo o sangue do corpo, outros tiveram seus pescoços quebrados, outros ainda foram estrangulados. 

—E?

—Quem quer que tenha feito isso... era forte, muito forte. Eu nunca tinha visto marcas de estrangulamento tão profundas, os pescoços foram quebrados duma vez só, coisa de profissional. Foi um giro de trezentos e sessenta graus, mas para que fique desse jeito foi feito com muita força e muito rápido. Eu não sou crédulo Doutora e nem posso ser, mas esses homens não foram mortos por outros homens. Nenhum ser humano teria essa força ou essa velocidade.

—Vamos verificar as câmeras de segurança.

Eles não eram homens, tinham olhos amarelos como os que Loren desenhava. 

—Ela com certeza estava falando a verdade. Loren desenhava os rostos de alguns desses homens, dizia que eram os demônios que mataram sua família.

—Parece que ela mudou de lado.

—Maggie usou um termo que eu não sei o que significa.

—Que termo?

—Linhagem. Ela disse que a linhagem de Loren era mais poderosa do que a sua.

—Linhagem se refere á genealogia, uma linhagem é uma série de gerações de uma única família.

—Então o que elas têm é genético?

—Eu não sei. Eu nunca tinha visto nada igual, nada. E olha que eu já vi gente com habilidades telepáticas, telecinéticas, mas nunca desse jeito com essa magnitude.

—Então é genético?

—Eu não sei! Teríamos que estudá-las mais a fundo para descobrir de onde isso vem e o mais estranho é que nos exames de sangue, urina e fezes que faziam nelas nunca dava nada de anormal.

—Elas largaram tudo o que tinham ai. Talvez uma amostra de tecido, de cabelo possa nos dizer como isso é possível.

—Não custa tentar, mas isso só vai ajudar até certo ponto. 

—Porque?

—Porque mesmo que descubramos alguma coisa, isso não vai mostrar como os poderes delas funcionam, de onde vem, como elas os controlam. Só estando com elas aqui e fazendo testes com elas usando seus dons vamos descobrir de onde vem.

—Sim. Sem dúvidas.

—Como vamos conseguir trazê-las de volta?

—Eu não sei, mas ninguém pode saber sobre elas.

Notícias de jornal e de televisão mostravam que vários hospitais psiquiátricos haviam sido invadidos, que os enfermeiros e médicos haviam sido brutalmente assassinados e alguns dos pacientes escaparam.

—Pelo jeito eles se reconhecem entre si. De alguma forma um detecta o outro.

—Será algum tipo de conexão psíquica?

—De novo, eu não sei. No momento as respostas para todas as perguntas permanece a mesma.

—Temos que trazê-las de volta. E os outros com elas.

—Eu acho melhor não. Me exclua desse seu plano suicida.

—Plano suicida porque?

—Você é cega mulher?! Não está vendo o que está aqui na sua cara, todos esses corpos deitados nas macas?! Eles eram do exército!

—Exército. É isso! Nada disso é aleatório, Loren está formando um exército.

—Pra que?

—Taxamos elas de doidas, não acreditamos nelas, as trancamos, colocamos camisas de força nelas. Agora elas vão voltar em busca de vingança.

—Estávamos tentando curá-las. Ajudá-las.

—Mas, elas não estavam doentes. Só eram diferentes e tudo o que fizemos foi desacreditá-las, tentar convencê-las de que o que elas conseguem fazer é impossível e assim deixamos elas com raiva, deixamos elas com tanta raiva a ponto de entrar em ebulição. 

—E o que vamos fazer?

—Eu não faço ideia. Não sei o que fazer com essas meninas, elas são algo que a gente não compreende, nem sabemos a extensão de seus dons, de onde vem, porque elas os têm. Estamos ás cegas.

—Doutora, olhe a parede.

Começou a sair sangue das pedras da parede e o sangue começou a se mover formando uma frase:

"Médicos ricos e arrogantes sem fé, sem gratidão, céticos e ignorantes... morrerão."

A frase se desfez e formou-se uma nova:

"Seu povo derramou o sangue do meu por tempo demais. Agora, é sangue, por sangue."

—Povo. Então, eles são um povo. Mas, que povo? Como diferenciá-los dos nossos?

—Não sabemos. Não tem como saber. Eles se reconhecem entre si, mas nós não os reconhecemos. Podem ser qualquer um, seu vizinho, seu melhor amigo, até sua esposa ou seu marido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Garota Especial" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.