Jyushimatsu gostava do beisebol. Era um esporte em que se via mais forte. Dessa forma, poderia proteger seus irmãos do que quer fosse. Totty era seu único irmão mais novo. Então, era evidente que daria mais atenção a ele. Havia prometido a Kara que seria um bom irmão mais velho. Por isso, quando via Totty muito imaginativo, como quando ele mesmo ficava muito imaginativo, Jyushi podia ser mais intenso que o normal.

— O que está fazendo? — Jyushi disse, apoiando as mãos cobertas pelo moletom sobre a mesa de centro da sala.

Todomatsu tinha uma mão apoiada sobre a bochecha enquanto murmurava para si alguma coisa, sem perceber seus arredores, olhando para o teto com preocupação. Se nem seu olhar intenso estava funcionando, o que geralmente conseguia lhe solucionar muitos inconvenientes, Jyushi teria que usar sua arma secreta.

— Todomatsu! — Jyushi imitou o tom de voz autoritário de Choromatsu, como o havia visto fazer outro dia para conseguir a atenção do outro.

A resposta foi imediata. Todomatsu olhou para ele e pareceu se surpreender que se tratava de Jyushi, não o terceiro mais velho. Jyushi tinha um sorriso em seu rosto. Amava todos os seus irmãos, mas quando tinha que fazer aquilo para conseguir a atenção de Todomatsu, ele sentia um pouco de raiva de seu irmão mais velho. Esperava que nenhum deles percebesse isso.

Felizmente, aquele não era o dia.

— Ora, Jyushimatsu-nii-san, algum problema? — Todomatsu disse com um sorriso mínimo.

— Não tenho. — Jyushimatsu foi direto. — Você tem algum, Todomatsu?

Todomatsu lhe deu um olhar neutro em um primeiro momento, para depois voltar a sorrir.

— Eu posso ter um, mas não precisa se incomodar.

— Eu me incomodo! — Jyushi retrucou, inclinando-se ainda mais perto de Todo e os olhos intensos.

— Karamatsu-nii-san deve ter te falando de novo sobre esses “deveres de irmão mais velho”. Não é? — Todomatsu disse com um suspiro escapando de seus lábios e, ao ver que o outro desviava o olhar para o lado, sinal de que tinha acertado, entrecerrou os olhos em desconforto. — Lembra que ainda temos a mesma idade. Eu posso resolver as coisas tão bem quanto os outros. Certo?

Jyushi juntou as mãos para perto peito, ainda incerto.

— Na verdade, eu espero que nenhum de vocês se intrometa dessa vez. — Todomatsu continuou, até que viu a preocupação de Jyushi, dessa forma, voltou a ter uma expressão mais tranquila.

Todomatsu se apoiou na mesa para terminar a pouca distância que os separava. Então, deu um beijo na testa de Jyushi, que foi pego desprevenido. Todo riu do rosto que se avermelhou. Depois, o smartphone do mais novo começou a vibrar próximo deles. Por isso, Todomatsu se afastou do outro para atender. Devia ser urgente pela pressa que tomou o eletrônico em suas mãos, ou era em parte pelo clima constrangedor que se desenrolou após o beijo.

Melhor, era culpa de Jyushimatsu e apenas de Jyushimatsu. Aquele devia ser um beijo fraterno, mas sua mente imaginativa o traia mais uma vez. Agora, tinha um volume entre as pernas que seu irmão provavelmente não o ajudaria a aliviar. Levantou-se em busca de um banho, bem gelado, para fazer esse trabalho.