Loving Can Hurt escrita por Rafaela, SweetAngel


Capítulo 58
E Poseidon?


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, espero que gostem!!



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P.O.V Percy

Acreditem, o restante da viagem não foi tão bom. Depois do encontro indesejado com Atena e Hera, Annabeth e eu não ficamos tão animados em continuar nossa visita pela Grécia. Mas como já estávamos lá, aproveitamos o resto da viagem.

Eu estava preocupado em ter outros encontros desagradáveis ou ver algo estranho. Por sorte, nada mais nos incomodou. Fomos no Cnossos, Plaka e Praça Sintagma, Annabeth como sempre, sabia de tudo e ia me falando sobre cada lugar.

No fim da tarde, ficamos no hotel vendo televisão. Pois é, estávamos tão desanimados que nem sexo parecia empolgante.

Minha cabeça não parava de me atormentar com uma pergunta: E Poseidon? Ele também estava solto?

Me senti deprimido, afinal, foi duro ter que denunciar meu pai para a polícia, eu tinha apenas 17 anos! Agora parecia que tudo foi em vão. Não sei como Annabeth está lidando com isso. Atena surgir do nada aqui na Grécia e nos encontrar... Não parecia provável de acontecer. E o lance de ‘’ele estava certo, está aumentando’’ depois de me cheirar... Quando isso é algo normal de se fazer?

Custei a dormir, mas assim que acordei, pegamos um voo de volta para Manhattan, o que me deu um alívio, estava com saudade de casa e toda sua normalidade, coisa que não tive aqui na Europa.

Eu não sei qual era o problema dos aviões que Annabeth e eu pegamos, pois sempre havia turbulências fortes. Com uma hora de voo, elas começaram e se procederam até a nossa chegada. Vai por mim, estar em um avião que sacudiu por nove horas não é uma experiência muito agradável.

Mas enfim aterrissamos domingo às duas da tarde e eu tenho absoluta certeza que eu não voaria tão cedo de novo.

Pegamos um táxi até a casa da minha mãe para buscar Ellie. Minha mãe, como sempre, nos recebeu da melhor maneira possível, até fez cupcakes azuis para mim. Depois de conversarmos sobre a viajem (e esconder tudo de estranho que aconteceu), Ellie segurou minha mão e a de Annabeth.

—Tá bem, sentem-se. — Ela nos puxou para o sofá. Eu e Annabeth nos sentamos, com um pouco de receio sobre o que íamos ouvir. Sally e ela sentaram no outro sofá, a nossa frente. —Enquanto eu fiquei aqui com sua mãe... Eu mudei de ideia —Ellie sorriu, colocando a mão na barriga.

Meus olhos e os de Annabeth se iluminaram. FINALMENTE! Finalmente ela largou a ideia de abandonar o filho!

—Vocês seriam pais incríveis —ela segurou a mão da minha mãe, que estava um pouco emocionada. —Mas Sally não pode ter um filho com Paul, então eu pensei em dar meu bebê para eles.

Annabeth e eu nos olhamos, frustrados. Quer dizer, estou feliz pela minha mãe e Paul, mas... Esperava receber outra notícia.

—Queridos, se isso não agradar vocês... —Sally começou a dizer, reparando nossas expressões.

—Não! —Annabeth apressou-se a dizer e sorriu, escondendo a decepção. —É realmente maravilhoso, você e Paul merecem.

Minha mãe sorriu e olhou para mim.

—Tudo bem com isso, Percy?

—Anh... —comecei a me recuperar. —Claro! —sorri, um pouco forçado. —Outro irmão, hein?

Ellie parecia animada e se levantou, se espreguiçando.

—Bem, não vejo a hora de passar esses dois meses e poder logo ir embora.

Isso surpreendeu até minha mãe.

—Ir embora? —Annabeth a olhou.

—Sim, com Angus —Ellie respondeu, como se fosse óbvio.

—Pode ir sonhando —a encarei.

—Céus, o que vocês têm contra ele!? —ela me olhou nervosa.

—Tudo?

—Nós vamos para Paris —Ellie cruzou os braços. —Ele vai largar aquela mulher chata dele e vou me tornar uma modelo famosa.

—Você é menor de idade, querida... —minha mãe começou a dizer.

—Ninguém vai me impedir —minha prima ergueu as sobrancelhas.

—Ah não? Talvez a polícia resolva, então. —Annabeth se levantou, ficando de frente com Ellie. —Já deixamos isso ir longe demais.

—Vocês pensam que podem me afastar dele! —Ellie quase gritou. —Pois não podem! Vão embora, não vou voltar com vocês!

Ela saiu pisando duro e subiu as escadas para o segundo andar.

—Eu tentei convencer ela a esquecer essa ideia ridícula —minha mãe suspirou.

—Já chega disso —Annabeth passou a mão no rosto. —Vamos na delegacia amanhã.

—Vou tentar conversar com ela de novo —Sally se levantou. —Tudo bem Ellie ficar aqui, não se preocupem.

—Vamos então —me levantei completamente frustrado e fui até minha mãe, beijando sua cabeça. —Preciso descansar da viagem.

—Obrigada pelos cupcakes, Sally, estava delicioso —Annabeth abraçou minha mãe.

—Bem, tenho que alimentar meu netinho, não é? —ela sorriu e acariciou a barriga da minha esposa. —Quero um neném bem gordinho.

—Pode deixar —Annie riu.

(...)

Céus, como senti falta do meu apartamento. Depois de desfazermos a mala ao som de Toxic da Britney Spears, eu e Annabeth passamos o dia na cama. Apenas dormindo, ok? A noite pedimos uma pizza e ficamos vendo Senhor dos Anéis. Nem consegui prestar atenção no filme, só sabia pensar sobre meu pai estar preso ou não.

Annabeth vestia um pijama de ursinho e estava deitada no sofá, com os pés no meu colo e eu os massageava.

—Annie —a chamei olhando para a TV, mas sem nem escutar o que Frodo falava para Gandalf.

—Fala —ela respondeu enquanto se inclinava para pegar outra fatia.

—Eu estive pensando e... Bem, vamos denunciar para a polícia a relação de Angus com Ellie, não é?

—Sim... —ela me olhou com as sobrancelhas franzidas.

—Então... Eu posso fazer isso amanhã e... —engoli em seco. Falar isso era estranho. —Talvez passar na prisão.

Annabeth pegou o controle e pausou o filme, se sentando.

—Pra quê?

—Visitar meu pai? —sorri sem graça.

—Percy... —Annabeth me olhou perplexa. —Por que você...

—Eu só quero saber se ele está lá... Depois do encontro com sua mãe... Eu preciso saber.

Annabeth ficou em silêncio olhando para o chão. Depois de um tempo, ela voltou a me olhar.

—Acho uma péssima ideia. E se ele estiver preso, o que você vai dizer?

—Não sei... Mas eu preciso tirar isso da minha cabeça.

—Tudo bem —ela suspirou. —Mas não acho que será bom pra você.

(...)

Por que ela SEMPRE está certa?

Bem, segunda feira chegou, fui para a WEA trabalhar, assinei alguns projetos, fui em reuniões e na hora do almoço aproveitei para ir na delegacia. Depois de denunciar Angus por pedofilia para os policiais (que prometeram averiguar o caso, mas não senti muita firmeza), tomei coragem e fui até a prisão.

Tinha uma fila enorme, provavelmente era dia de visita, para minha sorte (ou azar).

—Bom dia —cheguei a um policial que ficava na guarita da entrada. Ele era um homem de uns cinquenta e poucos anos, usava a farda e mexia no computador. Não me parecia bem humorado. —Anh... Eu gostaria de fazer uma visita.

—Jura? —ele revirou os olhos, sem paciência. —Identidade, nome do preso e nível de parentesco.

—Poseidon, meu pai —disse e entreguei minha identidade.

O policial franziu as sobrancelhas e pesquisou nos dados da prisão.

—Poseidon... Poseidon... —ele repetiu e me devolveu a identidade. —Desculpe garoto, não tem nenhum Poseidon aqui.

—Como não? —me inclinei para tentar ver o computador. —Meu pai foi preso aqui há sete anos.

—Não temos nenhum registo de que um Poseidon foi preso aqui. Tem certeza que é esse presídio?

—Tenho... —respondi, atordoado.

—Bem, acho que você se enganou. Agora se puder dar licença para a fila continuar.

Sai de lá, completamente perdido. Meu pai nunca foi preso? Isso não faz sentido nenhum. Voltei para a delegacia com a cabeça doendo. Por que a prisão não tem nem registro dele?

—Oi —fui na recepção e o mesmo policial que me atendeu para fazer a denúncia estava lá. —O oficial Jimmy Singer ainda trabalha aqui?

—Ele se aposentou tem uns cinco anos —ele respondeu.

Ótimo, pensei. Jimmy foi o policial para quem eu denunciei meu pai, ele era um amigo do Paul e poderia ter respostas... Paul!

Liguei para meu padrasto.

—Percy? Tá tudo bem? —ele atendeu surpreso.

—Ei, eu preciso de um favor...

—Claro, o que foi?

—Você tem o endereço daquele seu amigo Jimmy Singer?

Paul me passou o endereço, perguntando o motivo, mas eu não queria falar. Fui até a casa de Jimmy e ele estava na varanda, lendo um jornal. Eu estava suando frio e fiquei um tempo no meu carro. Suspirei e sai, ele precisava ter a resposta.

—Jimmy? —me aproximei passando pelo caminho de pedras, já aprendi que pisar em grama de casas, especialmente de ex-policiais, não dever ser divertido. —Sou Percy Jackson...

—Ah, o filho de Sally! —ele se levantou contente e veio até mim. Era o mesmo de sete anos atrás, um homem loiro e alto, única diferença é que agora ele estava um pouco mais gordo. Apertamos nossas mãos. —Você não mudou nada!

—Pois é —sorri, um pouco ansioso. —Lembra de quando eu te procurei, para falar sobre os crimes que meu pai cometia?

—Sim, sobre ele ser sócio de uma empresa que tinha ligação com assassinatos —ele cruzou os braços, prestando atenção.

—Então, eles foram presos em Auburn, certo?

—Sim... —Jimmy parecia não entender aonde eu queria chegar.

—É que eu fui visitar meu pai hoje e eles não tinham nenhum registro dele —coloquei minhas mãos em meus bolsos, tentando disfarçar o meu nervosismo.

—Impossível —Jimmy sorriu. —Eu mesmo acompanhei a prisão de Pedro.

—Pedro? —franzi as sobrancelhas.

—Seu pai, ora.

Minha cabeça girou. Pedro? Que merda é essa?

—Jimmy, meu pai se chama Poseidon...

—Exato, Pedro.

Ele só podia estar de brincadeira comigo. No mesmo instante me lembrei de Estana, quando o guia falava que a capital da Grécia era Tebas e Annabeth escutava Estana. O que tem de errado comigo? Ou com os outros...

—Você se lembra do nome de todos que foram presos? —o olhei.

—Claro —Jimmy pareceu pensar. —Pedro, Helen, Antoniela e... Zion.

Poseidon, Hera, Atena e Zeus, pensei... Minha cabeça começou a doer e eu coloquei a mão em minha testa, sentindo várias pontadas.

Pare de pensar nisso, agora. Uma voz falou na minha mente, o que me fez estremecer.

—Você está bem? —ele percebeu meu estado.

—Eu... Estou —disse, zonzo.

—Amor! O almoço está pronto! —uma mulher gritou de dentro da casa.

—Tenho que ir, você está bem mesmo?

—Sim... Obrigado, Jimmy.

Me virei para voltar para meu carro e caminhei bem lentamente, olhando para o chão, tentando entender se havia algum sentido nisso. Mas não tinha. Não tinha absolutamente nenhum sentido em nada disso. E essa voz... Tentei não pensar muito nisso, se não eu iria começar a acreditar que estou ficando louco.

Mas quando ergui minha cabeça, tudo piorou. Um Cadillac preto passava bem devagar na rua, a poucos metros de mim. Duas mulheres, incrivelmente bonitas, me olhavam fixamente e sorriam. Um calafrio me percorreu, igual aconteceu em Roma. A motorista era uma garota africana, os cabelos caiam pelo seu ombro em dreads e seus olhos eram quase dourados. A que estava no passageiro era loira e tinha olhos que eram um tom de azul prateado. Fiquei as olhando e mesmo que fosse bizarro elas sorrirem para mim daquela forma, não consegui me mover.

A loira se preparou para sair do carro, mas no mesmo instante um Mustang Boss 429 as atingiu pela parte de trás. Me afastei da rua, caminhando para trás. O impacto foi tão forte que arrastou o Cadillac das garotas a mais de cem metros de onde eu estava.

PELOS DEUSES, VOCÊ ENLOUQUECEU!? —um garoto negro, com cabelo encaracolado e olhos castanhos, gritou de dentro do carro. Ele tinha uma barba fina no queixo e usava um moletom com calças compridas e um boné.

—MORRAM! —outro homem de meia-idade gritou enquanto segurava o volante.

Eu estava pasmo e apenas observava a cena com a boca aberta. O garoto que estava no passageiro saiu do carro, olhando o Cadillac enfumaçado mais a distante. Balancei a cabeça, voltando para a realidade (se é que aquilo era realidade) e corri até eles.

—Vocês piraram? Podem ter matado aquelas meninas! —falei inconformado.

O garoto me olhou e cheirou o ar.

—É claro! —ele me olhou espantado. —Céus, está forte mesmo.

—O quê!?

—Você é Percy, não é? Percy Jackson —ele parecia admirado ao me ver. —Filho de Poseidon.

—Como você sabe? —perguntei confuso.

Escutei um barulho e olhei para o Cadillac, e uma porta saiu voando com um chute de uma das garotas.

—Como elas... —apontei.

—Percy, você precisa sair daqui —ele me empurrou em direção a meu carro que estava do outro lado da rua. —E precisa parar de pensar em seu pai.

—Mas... —tentei argumentar, mas o Mustang, dirigido pelo senhor de meia idade avançou de novo para o Cadillac, as empurrando para mais longe. —Vocês vão matar aquelas garotas! —gritei.

—Por favor, não faça perguntas, estamos te protegendo —o garoto parecia apressado. —Só faz o que eu falei. Não pense em seu pai, nem cite o nome dele.

—Isso é uma ameaça? —o olhei assustado. Um rapaz de vinte anos no máximo estava me ameaçando?

—Estou te salvando, é meu dever —ele pegou a chave do meu carro em meu bolso e o destrancou, abrindo a porta. —Por favor, não temos muito tempo. —ele suplicou.

—Posso ao menos saber seu nome? —entrei no carro, completamente desesperado.

Grover Underwood —ele jogou a chave em meu colo e fechou a porta. —Agora vá! E esqueça o que aconteceu aqui.

Olhei pelo retrovisor, as duas garotas estavam fora do Cadillac e avançavam contra o Mustang. Como elas poderiam estar sem nenhum ferimento? Aquela batida iria, no mínimo, quebrar três costelas. Foi aí que meu sangue gelou... Aquilo não era garotas. A pele das duas agora eram completamente branca e seus cabelos pareciam chamas. Uma perna era de bronze e a outra era completamente cabeluda, como se fosse de um animal.

Não precisei mais que Grover me pedisse para ir embora, acelerei o carro e saí de lá o mais rápido possível,

(...)

Liguei para Natalie, minha secretária, e pedi pra cancelar tudo que iria fazer no resto do dia. Fui em direção ao meu apartamento, sempre olhando pelo retrovisor se estava sendo seguido.

Minha mão soava frio e com certeza eu estava pálido. Minha cabeça não parava de doer e eu tentava não pensar no que havia acontecido, mas era difícil demais.

Comecei a tentar controlar minha respiração.

—Tá tudo bem —repetia para mim mesmo. —Aquilo foi sua imaginação.


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