I care escrita por Lostanny


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Usei de headcanons próprios e headcanons de tumblr. Espero que gostem. Não usei nada para separar os flashbacks além de espaços, então, se ficar muito confuso coloco em itálico ou algo assim. q



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Ichimatsu observou os cantos da sala apenas para ter certeza de que estava sozinho. Uma vez que tinha garantido para si que não tinha ninguém perto para que pudesse flagrá-lo, tratou de se apoiar perto da janela para que escutasse melhor. Era tarde demais para que ele pudesse ser honesto. Contudo, não conseguiria negar aquele pedido para si mesmo. Dessa forma, o mais discreto que podia, Ichi ouviu o dueto de Karamatsu com Jyushi.

Pelo menos daquela vez, não gostaria que um de seus amigos felinos viesse tão cedo, pois como adoraria poder usar aquele par de óculos escuros. Mesmo que não fosse aquele dia, nem tão breve. Aquele era o único par de óculos que tinha ganho de presente. No entanto, eles provavelmente seriam descartados ao primeiro momento que as coisas saíssem do controle para si. Nem sabia como eles tinham chegado tão longe, entretanto, era grato por isso.

Eram óculos escuros tão dolorosos quanto os demais de Karamatsu. Àquela altura, o irmão nem devia se lembrar que os tinha dado para ele. Na verdade, rezava para que Kara não se lembrasse. Ichi era o lixo incinerável que todos deviam se ver longe. Por isso, não precisava levar nenhum outro irmão consigo.

Ainda assim, sempre foi um motivo de preocupação para os outros. Ichi detestava aquela atenção, uma vez que isso o afogava, o incomodava, o matava. Aquele mentiroso merecia uma atenção melhor do que ele. Escondendo-se atrás dos óculos escuros, escondendo-se atrás daquelas boas intenções e o sorriso acolhedor.

Era tarde para ser verdadeiro. Dessa forma, o melhor era comparecer àquele espetáculo, dessa vez. Mesmo que Kara nunca viesse a saber disso. Pelo menos, foi isso que Ichi concluiu até ver o rosto de seu irmão mais velho tão próximo dele por uns míseros segundos. Um estado de confusão veio até que o grito voltou e deu lugar a um barulho de um corpo se chocando no solo. Um medo que tinha crescido em si foi substituído por uma risada.

Nada mais divertido para Ichi que ver o seu querido com alguns ossos quebrados. Nada o irritava mais que aquele doloroso que mexia tanto com ele.

Tinha ouvido Jyushi chamar alto por Kara. Então, não muito tempo depois, o Matsuno de roupa amarela veio ao resgate do segundo mais velho. Ele poderia ter se mexido de seu lugar confortável, mas isso apenas iria entregá-lo mais do que já deveria. Entretanto, dúvida o corroeu quando viu como Kara se fazia de forte para o irmão mais novo dele. Aquele sorriso lhe causava sensações mistas de aborrecimento e inveja. Por quem? Pelo o quê?

Ichimatsu se afastou da janela com uma vontade súbita de vomitar e seu mal humor durou pelo restante do dia. Ele riu pelas expressões receosas de seus irmãos pela aura negativa que estava emitindo, tanto que agora até mesmo existia uma névoa arroxeada de maldade ao redor de si. Ele ia matar o primeiro que ficasse em seu caminho.

Claro que seria Karamatsu. Ele de longe era o que tinha mais azar entre os sêxtuplos. Então, quando fizeram um sorteio para ver quem iria abordar Ichimatsu naquele estado, não foi surpreendente vê-lo perder.

Success! — Kara tinha dito, fazendo uma pose “cool”, mas era apenas ver o suor frio que estava presente em sua testa para notar como estava nervoso.

O sorriso de Ichimatsu morreu ali, um som baixo de desapontamento deixou seus lábios, a ponto de que ninguém ouviria além dele.  

Dessa forma, tratou de dar atenção a autoconsciência que estava em seu colo, no lugar de seus amigos gatos. Estava lhe machucando mais do que o normal. Então, alisava-a como que para dizer que tudo ia ficar bem, apesar de que estava mentindo. Acontecia de tudo, menos algo bom quando ele estava de mal humor.

Felizmente, Osomatsu teve a brilhante ideia de tirar todos dali antes que Kara fizesse seu movimento. Não demorou muito para que Ichi entendesse o porquê. Surpreendeu-se quando viu que Kara também parecia ter ligado os pontos. Esquecia-se que o outro podia ser bastante assertivo quando queria. Para Osomatsu, eles eram um casal, e ainda por cima de não virgens.

Karamatsu tossiu para que chamasse sua atenção:

— Er... Ichimatsu? — Ele tentou. — Se há algo te incomodando, pode contar para seu big brother.

— Não tem. — Ichimatsu disse, olhando para o lado, encarando a parede.

Eles ficaram um tempo em um silêncio constrangedor, até que Ichi, sem aguentar mais aquela pressão que estava sentindo, emendou:

— Digo, tem sim, mas não acho que você vai ser útil.

— Oh... — Kara disse, então, saindo de seu modo desolado para um com os olhos brilhando de animação. — But! Pode ter certeza que sou um bom ouvinte! De alguma forma, we can do it!

— Tenho minhas dúvidas... — Ichi falou mais para si mesmo que qualquer outra coisa —, mas, certo, segure isso por um momento e cuidado se tem amor a sua vida.

Kara olhou para ele confusamente, depois para a bola arroxeada com três marcas em cima que tinha em mãos.

— Oh, brother, é isso mesmo que eu estou achando que é? — Kara disse animado enquanto analisava a autoconsciência do irmão, deslocando-a entre as mãos com delicadeza.

— Talvez. — Ichi disse em um tom que até surpreendeu ele mesmo de tão despreocupado — O que acha? Não parece um lixo? Tenho certeza que achou asqueroso.

Ainda mais quando Karamatsu era alguém que tinha uma autoconsciência com um brilho tão lindo, apesar de menor do que a dele. Mas a resposta que veio o surpreendeu mais do que gostaria, pois ela veio em um tom reservado que Kara apenas usava quando queria mesmo chegar no coração de outra pessoa. Não havia inglês, ou enfeites, ou poses:

— Ichimatsu, é realmente assim que você se vê?

Os dois a esse ponto estavam sentados de frente para o outro, e nenhum piscou por um momento. Karamatsu não tinha estado lá quando o gato psíquico tinha exposto todas as suas barreiras, e ninguém devia ter lhe posto a par disso, uma vez que Ichi tinha feito questão de subornar a todos para que não fizessem isso. Mesmo que não tivesse, o olhar mortal que designou a cada um deles depois do suborno devia ter sido mais que o suficiente para fazer esse trabalho.

Então, ele podia mentir naquele momento, e dizer que na verdade não se sentia assim, e Kara se daria por satisfeito. Mas essa era a única coisa que podia ser honesto sem reservas, quando tinha tanta coisa que também gostaria de trazer a luz. Então Ichi deu seu melhor sorriso zombeteiro e disse:

— Por quê? Isso te incomoda?

Ichi queria acreditar que não.

— Por que isso não me incomodaria? — Karamatsu devolveu, com as sobrancelhas franzidas.

Estavam chegando a uma zona perigosa.

— Já está bom, me devolva. — Ichi disse, estendendo a mão para pegar de volta sua autoconsciência.

— Não até me responder. — Karamatsu disse, determinado, afastando a autoconsciência do outro.

— Karamatsu. — Ichi disse em um tom perigoso, aproximando-se do rosto do outro, os pelos que tinha em seu corpo se arrepiando como um gato sentindo uma ameaça próxima.

— Ichimatsu. — Karamatsu persistiu, também aproximando seu rosto ao de Ichimatsu, agora centímetros os separando.

Depois disso foi literalmente uma luta que se desenrolou, Karamatsu queria fazer com que Ichimatsu o respondesse, e o outro resistia com todas as suas forças. Em um momento, porém, quando os irmãos voltaram a sala para ver o que estava acontecendo, a autoconsciência de Ichi escapou das mãos de Karamatsu e se chocou ao solo. Foi assustador ver como aquela esfera que parecia indestrutível se desfazer em pedaços no chão.

Não demorou muito para que Ichi apagasse.

 

Ichimatsu se lembrava bem da expressão que Kara fez quando se encontraram após a última apresentação do mais velho. Kara lhe sorriu e perguntou como estava. Não onde estava, porque era óbvio: era qualquer outro lugar além da apresentação de teatro que Kara tinha colocado tanto empenho e ninguém foi. Ichi se sentiu péssimo, um lixo, pois foi parte do motivo de seu irmão estar sofrendo tanto assim. Não tinha como o segundo mais velho esconder os olhos vermelhos.

Pelo menos, não dele. Ainda na semana anterior, depois de um tempo difícil para os dois na escola, cada um com seus problemas, Ichi havia contado ao irmão sobre o que ele conseguia ver. De resposta, tinha ganho um cabelo bagunçado pelo mais velho, um sorriso e um par de óculos escuros.

“Isso não é justo, sabia, Ichimatsu? ” Kara havia lhe dito. “Você que é o verdadeiro cool guy aqui. ”

Como? Se era Kara quem o animava quando sentia que não conseguia acompanhar os demais, os irmãos, os colegas? Kara acreditava nele. Dessa forma, por que o tinha deixado sozinho? Aquele sentimento, só podia ser isso. Entendia que algo poderia acontecer, ouvindo os relatos de seu irmão em como estava sendo difícil manter seu clube. Contudo, impediu-se de ir.

Também entendia que aquela era a chance de sua vida de poder se aproximar de Kara como nunca mais pode desde que cresceram. Contudo, Ichi não teve coragem de continuar com o que havia planejado. Sentia-se indigno de sorrir para o outro e dizer que tudo ficaria bem.

Sentia-se indigno de querer ficar ao lado dele. Queria esquecer tudo isso. Karamatsu ficaria bem com qualquer outra pessoa. Alguém que não o trairia como ele fez.

— Ei, Ichimatsu... O que acha de irmos para casa? — Karamatsu disse, ajeitando mais uma vez os óculos escuros que já estavam perfeitamente alinhados no rosto.

— O que acha... o que acha de tocarmos um pouco? — Ichimatsu não conseguia entender porque estava fazendo aquilo. Havia uma luta interna dentro de si para retirar o que disse ou mandar tudo se foder. Ele seguiu com o que seria mais fácil para fazer naquele momento. O que mais se arrependeria. — Digo, pega seu violão logo!

Karamatsu se surpreendeu com sua mudança súbita de tom, mas não reclamou, assentindo enquanto ia pegar o instrumento na sala do clube.

Era tarde já, e caso fossem pegos naquela sala fazendo barulho provavelmente levariam alguma advertência. Os Matsuno não tinham uma boa reputação na escola por causa de Osomatsu, o que tornava as coisas mais difíceis para os demais. O que os separava cada vez mais, a cada dia que passava. Por essas e outras, Ichimatsu detestava a escola mais que qualquer coisa.

Sem perder tempo, Ichimatsu foi procurar Jyushi para que combinassem a história que contariam aos demais. Como previu, o irmão mais novo ainda estava na escola, treinando arremessos. Ao explicar sua versão da história, Jyushi não lhe fez nenhuma pergunta, o que foi bem estranho.

Será que sua expressão estava lhe entregando muito?

Ichi contou a Kara o que estava planejando. O irmão mais velho não pareceu entender o motivo de ele querer contar aos irmãos que estariam vendo Jyushi fazer seus arremessos ao invés daquilo, contudo, Kara voltou a assentir.

Karamatsu não saberia de imediato, mas aquela seria a última vez que Ichimatsu se permitiria tocar com ele. Devia ser por isso que o mais velho tinha uma expressão tão contente enquanto revessavam o instrumento, completamente esquecido do motivo pelo qual tinha os olhos vermelhos, enquanto a cada tocar de mãos acidental Ichimatsu morria cada vez mais por dentro.

— Karamatsu-nii-san... Eu queria saber de uma coisa. — Ichimatsu disse em um momento, e ele desejava não ter dito aquilo.

— O que é, little brother? — Karamatsu disse, terminando de tocar a sua parte da música, meio concentrado, meio disperso por estar dando atenção ao outro.

— Por que você me ajudou naquele dia....? — Ichimatsu disse sem encarar Kara nos olhos, as palavras escapando sem que ele pudesse apanhá-las de volta. — Se não tivesse me ajudado, hoje não teria sido tão...

Ichimatsu parou as palavras, assim como Karamatsu parou de tocar a melodia. Ichi achou que era por tê-lo lembrado do incidente de mais cedo que tinha deixado seu irmão triste outra vez. Todavia, Karamatsu deu um suspiro pesado, até que disse:

— Ichimatsu, você acha que eu não me importaria? Se deixasse que batessem em você por livre e espontânea vontade i couldn’t sleep.

Ele nunca antes tinha visto Karamatsu tão irritado como naquele dia, bem como ninguém naquela escola havia. Isso havia motivado maus rumores a respeito dele que se juntaram aos que já haviam com relação a família Matsuno. Os membros do clube começaram a sair um a um, mesmo que soubessem que o conteúdo dos rumores era falso, pois era difícil lidar com a pressão. Karamatsu foi isolado, talvez tanto quanto ou até mais que Ichi e Choromatsu.

E Ichimatsu ainda queria se aproveitar dessa situação. Não gostava daquele eu que se desenhava. Queria poder voltar no tempo. Queria que Kara não tivesse ligado. Queria que o tivesse deixado para que sua existência tivesse um fim. Ichimatsu não valia a pena, não podia corresponder às expectativas que colocavam nele. Era um lixo que causava incômodo as pessoas ao redor. Caso não fosse isso, para começar, ele não teria sido deixado em paz? Então...

—... por que você se importa tanto? — Ichimatsu disse em um tom sombrio.

— Eh...? — Karamatsu disse, sendo pego de surpresa.

Ichimatsu não conseguiu dizer mais nada depois disso, sentia apenas raiva borbulhando dentro dele com todos aqueles sentimentos sobrepostos. Ele se levantou, pegou suas coisas e saiu. Ignorou Jyushi, principalmente Karamatsu que veio atrás de si correndo depois. Ninguém teve coragem de perguntar o que aconteceu quando Ichi chegou em casa, ensopado, porque não quis pegar o guarda-chuva que Jyushi e Kara haviam lhe oferecido.

Sentia raiva boa parte do tempo. Quando não era isso, um cansaço predominava seu corpo pelo esforço que fazia para ficar longe de seu limite. Entretanto, sempre estava lá para lembra-lo, ainda que o ignorasse com todas as forças.

“Ele se importa tanto que me faz odiá-lo”

“Ele se importa tanto que me faz amá-lo ainda mais. ”

 

— Você tem que entender, Karamatsu... — Osomatsu disse em um tom de negócios — isso será pelo bem de seus irmãos mais novos e seu querido irmão mais velho. Sua má sorte chegou a um ponto que não podemos mais te deixar vivo! Seria um erro! Não quer que sua desgraça se abata sobre nós, não é?

— Heh. — Karamatsu disse com um sorriso de canto — Tudo bem. Pode vir, brother. Se conseguir.

Osomatsu não esperou meio segundo para avançar com seu grande par de tesouras em mãos. Tecnicamente, era para Todomatsu também estar no front junto a Osomatsu. Porém, decidiu por ficar ao lado de Jyushi, que ficava olhando de um lado para o outro sem saber qual dos lados ajudar. Choromatsu continuava ao lado de Ichi para checar possíveis alterações no comportamento do outro que, desde que “acordou”, começou a falar coisas sem sentido e a rir.

— Como Ichimatsu dizia, isso “só pode ser o fim”. — Choromatsu disse, balançando a cabeça em negativa enquanto cruzava os braços.

— Oh, mas até que não está tão mal, não é? — Todomatsu disse com otimismo — Osomatsu-nii-san e Karamatsu-nii-san parecem estar se divertido.

— Verdade. — Jyushi disse, acalmando-se um pouco onde estava. — Ei, faz tempo que não vejo Ichimatsu-nii-san rindo assim.

— Bem, eu poderia ficar contente se ele não tivesse perdido a sanidade no processo. — Choromatsu fez questão de lembrar.

— Mas isso é temporário, certo? — Todomatsu disse, olhando para a esfera roxa no colo de Ichimatsu. — É verdade que eu fiquei preocupado, mas a autoconsciência dele já está voltando ao normal.

— Espero que sim... vamos ter que esperar para ver. — Choro disse pensativo.

Muscle Muscle! Hustle Hustle! — Jyushi assentiu.

 

Coberto de curativos recentes, Ichimatsu alisava um gatinho que tinha encontrado no caminho para casa. Todomatsu tinha os braços cruzados e analisava o irmão mais velho a procura de algum ferimento que tinha deixado passar. Choromatsu tinha a cabeça apoiada no colo de Osomatsu enquanto dormia. Melhor, quando o outro adormeceu de cansaço Osomatsu tratou de colocá-lo naquela posição, e Karamatsu estava observando fora da janela em silêncio.

Àquela hora, Jyushi devia estar voltando de sua prática de beisebol.

— Desse jeito não vamos a lugar nenhum Ichimatsu-nii-san. — Todomatsu disse, cruzando os braços. — Quer que eu ou o Jyushimatsu-nii-san acompanhe você?

Ichimatsu devolveu um olhar meio morto e meio vivo antes de responder:

— Heh. E estragar a diversão de vocês? Eu dou um jeito nisso... eu e os gatos.

— Osomatsu-nii-san? — Todomatsu chamou o outro em busca de apoio.

— Melhor deixar o Ichimatsu fazer o que ele quiser... você quer ser morto? — Osomatsu adicionou a última parte apenas mexendo os lábios, aproveitando que Ichimatsu tinha voltado sua atenção ao gatinho.

— Karamatsu-nii-san? — Todomatsu disse já perdendo as esperanças.

Karamatsu se mexeu desconfortável em seu lugar, antes de fazer uma pose razoável cool, pois ainda estava treinando. Era um leve atuado que apenas Ichimatsu tinha percebido, isso lhe irritava, isso lhe doía. Quando o outro se aproximou, por reflexo deu um pulo para trás como um gato percebendo ameaça. O verdadeiro gato tinha pulado de seu colo um pouco antes, notando seu movimento. Apontou o dedo indicador para Kara e disse:

— Você não se aproxima. — O tom de ameaça que estava ali surpreendeu os presentes.

Jyushi chegou a tempo de ver como Ichimatsu saia apressado do quarto com uma expressão aflita, apenas ele quem viu.

— Ué...? — Jyushi disse como se pedisse por uma explicação.

Nenhum dos presentes tinha. Essa situação durou pelo restante dos dias do ensino médio deles, assim como além dele. E se não melhorava, podia sim piorar: de repente, ignorar não era o suficiente, ficar na defensiva não era o suficiente. Ichimatsu conseguiu ter a proeza de chegar tão mais próximo de Kara como gostaria, mas não como desejava.

Um beijo, estavam a centímetros de distância para que algo assim pudesse acontecer. Ichi segurava a gola da roupa de Kara com força. Seu olhar irritado próximo ao olhar nervoso dele. Centímetros para mudar tudo, assim como para acontecer o mesmo. Talvez aqueles centímetros não importassem tanto para Kara quanto para ele. Com isso, Ichi acabava por largar a gola de Kara, separava-se dele. Eles iriam viver suas rotinas, agora como NEETS.

Não esquecia de nenhum olhar de desapontamento que Kara lhe lançou.

 

Ichi teve dificuldade em acordar. Sentia-se tão bem que não conseguiu evitar ronronar pelo conforto. Seus cabelos estavam sendo bagunçados de um jeito suave, por detrás das orelhas onde mais gostava. O encantamento se quebrou quando escutou umas risadinhas que se tornaram altas não muito tempo depois. Depois, tudo voltou ao silêncio. Era encarado por cinco outros rostos semelhantes ao seu. Um deles o observava com satisfação, outros com pena.

Um com um sorriso gentil.

— Nossa! Se eu soubesse que algo assim pudesse acontecer! O que acha, Choromatsu? — Osomatsu sorriu para o outro com muitas intenções.

— Nem se atreva! — Choromatsu disse devolvendo um olhar mortal.

— Haha! Realmente foi estranho! — Jyushi concordou.

— Se tentarem algo assim comigo vou matar a todos. — Todomatsu disse com seu sorriso mais meigo.

Antes que Ichi pudesse perguntar o porquê de estar com a cabeça apoiada no colo de Kara, o segundo mais velho o abraçou com força. Com a voz cheia de emoção, Karamatsu disse:

Darling, não se preocupe que eu te amo de igual tamanho! No, it’s infinity.

Demorou um minuto para processar o que Karamatsu havia dito, outro minuto para olhar para cada um dos irmãos e reafirmar que Kara realmente tinha lhe feito aquela declaração tão dolorosa, outro minuto para olhar para si mesmo e ver que sua camisa de Karamatsu boy estava ao vivo e a cores para todo mundo ver.

— O QUÊ?


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Notas finais do capítulo

MYGOOOOD,MEUPRIMEIROKARAICHI/ICHIKARA♥♥♥

E nossa... faz tempo que eu não tento escrever algo engraçado (mesmo que não tenha ficado tão engraçado assim, não sei, e ainda tem um monte de angústia q)

Nos vemos!!