Destiny's Trick escrita por Mikasa10


Capítulo 1
Destiny's Trick




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As estrelas brilhavam fortemente no céu escuro, iluminando a cidade que naquele momento permanecia em silêncio, apenas o barulho do grilo e latidos dos cachorros da vizinhança ecoavam naquela madrugada. O vento que soprava apenas raspava na sua pele alva, lhe arrepiando e causando calafrios.

— Devia ter pegado um casaco. – a menina suspirou ao andar nas ruas escuras, ela percebeu que um dos postes estava com algum problema. Estava falhando. “Estranho.”

A garota continuou o seu rumo e enquanto andava, ouvia se o barulho de seu tênis com o atrito da calçada. Havia chovido durante o dia, assim, algumas poças de águas permaneceram remanescentes. “Só queria estar em minhas cobertas.” A garota naquela noite tinha saído com seus amigos para uma festa, somente por insistência destes. Sabia que se não aceitasse o convite, eles não largariam de seu pé. Bebeu apenas alguns drinques, e inventou uma desculpa de dor de cabeça, e na realidade estava mesmo, com aquela batida da música alta estava lhe tirando do sério.

Um barulho diferente lhe chamou a atenção naquele momento. Crek. Como se fosse um galho sendo partido no chão. Então ela sentiu como estivesse sendo observada. Prendeu a respiração, mas continuou caminhando normalmente. “Respira Lydia! Você está imaginando coisas, o álcool afetou o seu cérebro”. Mas não convencida com o pensamento, acelerou o passo. E com olhar de relance viu um homem nas sombras. E então correu. O homem parecia ter começado a correr também atrás dela, pois ouviu seus passos acelerados pisando nas poças de águas.  E BAMP.

—Ai – havia trombado com uma pessoa. Nessa hora, Lydia quase morreu do coração. Estava para se desmanchar no chão, quando sentiu sua mão ser agarrada pela pessoa a sua frente.

—Amor, te fiz esperar muito tempo? – um jovem de cabelos negros e bagunçados se pronunciou. “Alto e bonito.” Continha um sorriso maroto no rosto. Sua mão estava segurando a sua. Sentiu o calor de sua palma, que aqueceu todo o seu corpo que estava frio. Ela tremia, talvez de frio ou pelo fato de estar sendo perseguida.

Como em um impulso, ela tentou responder de forma confusa, como se não estivesse entendendo a situação. E soltou sua mão do estranho – Eu.... – ela foi interrompida com a aproximação do desconhecido em sua orelha.

—Calma moça, aquele cara na esquina parou de te seguir, mas está nos olhando. E ele não está com uma cara boa. – Estremeceu. Agarrou novamente as mãos de Lydia e segurou mais firmemente. – Relaxa. Ele vai embora, assim que perceber que está com alguém. – sua respiração estava acelerada.

—Mas .... – interrompida novamente, mas dessa vez por lábios que cobriam os seus. Assustada, ia empurrá-lo para longe de si, mas ele enlaçou sua cintura, impedindo a escapatória. Lembrou-se que ele queria apenas ajuda-la. E tentou seguir o fluxo. Apoiou suas mãos em seus ombros e depois subiu até sentir a maciez dos seus fios negros. Aprofundou no beijo casto e inocente. Era suave e sentiu que seu coração estava desacelerando, mas não muito, porque sentiu que ainda palpitava, porém dessa vez era por outra razão. E tão rápido quanto começou, o beijo acabou.

Lydia encarou o rapaz. Ele passava confiança, incrivelmente ela estava acreditando nesse estranho. “O que acabou de acontecer?” Pensou espantada. Enquanto estava perdida nos seus pensamentos, o rapaz conferia a presença do homem de relance.

—Ele já foi. – ele sussurrou. Lydia ainda era capaz de sentir sua respiração quente perto de seu rosto. – Você está bem? – ele perguntou com aquele sorriso novamente. Parecia achar graça da situação.

—Quem é você? – falou assustada e um pouco grossa. E se afastou. Ela tinha voltado para a realidade e pensou nas suas ações. “Oh meu Deus” Ela havia acabado de beijar um total estranho, um estranho lindo, mas mesmo assim um estranho. “Alguém me mostra a saída dessa situação?” Ela estava implorando aos céus que não fosse um assassino. Já tinha metido em encrenca suficiente naquele dia.

—Calma gatinha. – “Era só o que me faltava”.  Tentou tranquiliza-la. – Você devia me agradecer por salvá-la daquele ladrãozinho. E olha mais o que ele poderia ter feito com a senhorita além de roubá-la.

—Eu estava no controle da situação. – Lydia afirmou. Mentiu descaradamente, mas ela estava confusa e queria ir apenas para casa. Ele levantou uma das sobrancelhas, não acreditando no que ela estava dizendo. Na verdade nem ela acreditava em si própria. – Mas obrigada... Er... moço. – não sabia seu nome.

—Ah bom. Sob controle.. Tsk....Você estava correndo que nem um gato apavorado. E ainda nem sabia para onde, bateu em mim com tanta força que quase fui pro chão. Mas está tudo bem. Não guardo remorsos. – brincou. – Aliás, Junior. – estendeu a mão em minha direção.

—..... Lydia. Prazer – pegou sua mão e cumprimentou o. – Junior né, você se acha um engraçadinho. Estava se divertindo com minha situação nada agradável.

—Gatinha mostrando suas garras. Miau! – ele era incrivelmente sem noção. – Sorte sua Lydia, que eu estava de passagem pelas redondezas.

—Parando para pensar, você também é muito suspeito. O que você está fazendo aqui a essa hora da madrugada? – ela indagou.

—Pergunto o mesmo. – Junior sorriu.

—Voltando para casa. Espera aí. Não te interessa. – Lydia começou a se estressar com tudo aquilo. – Obrigada por me salvar e tudo mais, Junior. Mas já estou de saída. – Começou a andar.

—Ei ei, Lydia. – ele agarrou seu pulso. – Calma princesa. – Lydia revirou os olhos com todos aqueles adjetivos. – Para quê a pressa? Cadê a recompensa?

Ela olhou o como se não tivesse entendido. E depois de compreender, olhou com aquela expressão de não estar acreditando no que estava ouvindo.

—Sério? – ela indagou com indignação. – Já me beijou, não é o suficiente? – Lydia adquiriu um tom vermelho no rosto com o próprio comentário, mas tentou manter a serenidade.

Ele gargalhou. –Nossa, achei que era uma menina mais humilde. Está se achando com o seu beijinho linda. – Lydia corou fortemente. – Não que eu não tenha gostado, para dizer a verdade, gostei muito. Mas não conta como recompensa. – ele sorriu de lado. “Safado!”

—O que você quer? – Naquele ponto Lydia já perdia a paciência, não era para menos.

—Vamos à conveniência aqui perto. – Junior virou e puxou a mão de Lydia. - Quero comprar uma coisa.

—Vai sozinho ué.

—Mas eu quero que você venha comigo gatinha. É sua companhia que eu peço. – pela primeira vez, Junior pareceu falar sério.

Um silêncio pairou no ar. Até ela concordar em sair naquela madrugada com um completo lindo estranho. Não custava nada sair por mais algumas horas fora de casa. Lydia começou a caminhar em direção à conveniência que era algumas quadras de distância.

—Então Lydia, quantos anos você tem? – ele puxou assunto. Ela tinha se acalmado depois de toda aquela situação. Apesar de tudo, parecia ser um cara bacana.

—20 anos. – respondeu. – Você parece ser bem novo.

—Agradeço o elogio, mas tenho 21 anos, só essa carinha de 18 mesmo. – Lydia sorriu. – Oh, finalmente vi seu sorriso. Você fica mais linda assim. – ela corou.

—Você deve conquistar muitas mulheres com essas cantadas. – Lydia tentou virar sua face para esconder o rubor.

—Por acaso te conquistei? Tô brincando. Só elogio quem realmente merece.

—Eu mereço? Acabamos de nos conhecer.

—Ah sim, mas aposto que ninguém se conheceu como a gente. – Lydia se lembrou do ocorrido. Nem sequer dialogaram e já haviam compartilhado um beijo no primeiro encontro.

—Seu bobo. Você tem resposta pra tudo? – estava se divertindo com o rapaz.

—Depende. – Junior sorriu. – Posso te fazer uma pergunta?

—Pode. – respondeu desconfiada.

—Você tem namorado? – Lydia sorriu. Depois de tudo que aconteceu ele perguntava isso agora. Mas ela estava feliz, pois parecia que estava interessado nela.

—Talvez..- Lydia gargalhou.

—Mentira. – ela estranhou tamanha certeza. – Se eu fosse seu namorado não iria deixa-la sair sozinha na madrugada, com sério risco de ser atacada por alguém. Ainda mais nesse vestidinho que mostra todas as suas belas pernas torneadas.

—Você acha que não sou bonita o bastante para ter um namorado? – arriscou provocando o.

—Acho que você é linda o bastante para roubar o coração de qualquer um em sã consciência. – Lydia não esperava por isso. Foi pega na própria armadilha.

—Bem.... eu não estou saindo com ninguém no momento. – tentou disfarçar a voz que falhou. Ainda afetada pelo comentário anterior.

—Que tal sair comigo então? – Lydia engasgou. Junior caiu na gargalhada. – O que foi?

—Não é só que... – Ela se cansou de cair nas armadilhas do rapaz e decidiu entrar na brincadeira “Ah, mas, ele está se achando demais. Ele vai ter o que merece”. – Tá bem.

Junior assustou com a resposta. – Sério? Por quê?

—Ué porque você pediu bobo. – Lydia deu seu melhor sorriso, estava apreciando. Ela mudou totalmente a personalidade. – A conveniência está logo ali, vamos. – E marchou até lá, deixando um confuso Junior para trás, que logo se recuperou.

—Você é bem espertinha. – ele disse ao alcança-la. – Já que estamos juntos, lembre-se que você concordou com isso tudo. Nada de se arrepender depois. – Junior sorriu maliciosamente “É impressão minha, ou ele estava lhe ameaçando”.

Sem querer, Lydia estava se divertindo. – Ah sim, sim. – Mas logo sua alegria se desfez, ao ouvir uma voz conhecida.

—Lydia, você aqui. – o cara que estava saindo da conveniência se dirigiu a ela. – O que faz a esse horário? – e encarou Junior. – E pelo jeito acompanhada.

—Sim, ela está comigo. Algum problema? – Junior replicou.

—Não te interessa Lee o que eu faço ou deixo de fazer. – respondeu Lydia que tentou se manter passiva.

—Me interessa sim, você sabe muito bem que estaríamos juntos se você não fosse uma maluca. – Lee afirmou.

—Eu? Maluca? Você que é um imprestável. E sabe muito bem que nosso namoro terminou a 2 meses atrás. E pare de fingir que se preocupa. – a raiva subia dentro de si.

—Você terminou um namoro de 2 anos por causa de um erro de uma noite. Sendo que eu estava bêbado Lydia. Bêbado. Eu fiz o que fiz porque estava bêbado, você não entende?  - Lee tentava se explicar. – Eu bebi por sua causa.

—Pare de me culpar Lee. Você me traiu! Traiu com a sua amiga de infância, seu vagabundo. Aquela que você dizia não sentir nada, além da amizade.

—Lydia, você estava me tratando como um lixo naqueles dias, não acha que eu perderia a oportunidade de sair com meus amigos e me distrair? Não me dava mais atenção e simplesmente se afastou de mim. – Lee também estava alterado, levantando a voz.

— Eu não me afastei de você, Lee..... Eu havia recebido uma carta de aprovação de entrada para a Faculdade de Seul. Estava confusa. Se aceitasse eu teria que me afastar por um tempo, e eu não queria te deixar. – sentiu algumas lágrimas caírem em seu rosto. E sentiu a mão de Junior apertar a sua, lhe confortando, o que pareceu lhe dar forças – Não sabia como te contar, por isso estava .... daquele jeito.... Eu não queria te perder – Ela começou a rir, mesmo com as lágrimas caindo sem parar. – E no final, nem consegui ir para Seul, estava com tanta raiva e ódio pelo que você fez e ao mesmo tempo despedaçada por dentro, que não consegui ter forças para ir. Agora penso como fui idiota de ter perdido meu tempo com um canalha como você.

—Lydia.. Eu... – Lee tentava encontrar palavras para se defender, mas o jogo já estava ganho. – Me desculpe. Eu queria que... – Antes de terminar sua frase, Lydia o cortou.

—Está acabado. Está acabado há 2 meses. Lee me desculpe se deu a aparecer que estava lhe tratando friamente, não foi minha intenção. Se você tivesse confiado em mim, nada disso teria acontecido. Eu te amei Lee, você foi o meu primeiro amor. Gostaria que tivesse dado certo. – Uma lágrima escorreu. - Infelizmente não deu.

—Mas a gente pode recomeçar – De repente Lee se viu como um idiota pelos seus atos e sentiu a dor da perda.

—Não podemos. Eu já superei. Não sinto mais amor por você. – Lydia esclareceu. E era verdade, toda aquela dor da traição já havia passado. Apenas havia revivido a raiva com o calor do momento. Já tinha seguido em frente. Apesar da aparência frágil, Lydia é uma mulher forte que conseguiu se levantar e não deixar se abalada pelas brincadeiras do destino. – Vai embora Lee.

—Mas.. – Ele ainda tentava retrucar. Mas foi então recebido com um golpe certeiro na face. Junior deu um soco na cara de Lee. Que caiu fortemente na calçada.

—Desaparece. – Junior o fuzilou. – Ela não te quer mais, está difícil de entender cara? Some. – E Lee se levantou rapidamente para tentar revidar.

—Ei, o que está acontecendo aqui? – apareceu o dono da conveniência. – Vou chamar a polícia se continuar com esse tumulto na frente da minha loja.

—Não será preciso, já está tudo acertado senhor. – Junior o acalmou. Ele estava com uma expressão serena.

—Nunca mais apareça na minha frente. – Lydia o ameaçou.

Lee estava com um olho roxo. – A próxima vez que encontrar esse sujeitinho, vou arrebentar sua cara.

—Então até lá, Lee. Vamos Lydia. – Junior agarrou sua mão e nem ligou para o comentário de Lee, como se fosse desnecessário. E o abandonou naquela rua deserta.

Eles caminharam em silêncio, seguiram até a estação de metrô.

—Você está melhor? – Junior perguntou preocupado.

—Estou... – A voz falhou, mas saiu. – Gostaria de te agradecer pelo que fez por mim naquela hora.

—Aquilo? Foi com maior prazer. Aquele canalha estava precisando de um murro para raciocinar melhor. – ele sorriu.

Lydia sorriu também. – Obrigada Junior.

—Já que insiste. Por que não me dá o número do seu telefone? Bem, você aceitou ficar comigo, lembra?

—Lembro sim. – Lydia não achou que ele ia levar aquilo a sério. Mas ela adorou o pedido. Depois do acontecimento na conveniência, se sentiu mais grata a ele. E ficou feliz por ter alguém para defendê-la. – Eu... achei você bem bacana.

—Bacana? Quem usa essa palavra hoje em dia?  - ele estava se achando novamente. – Você quis dizer foda? Me achou foda? Porque com certeza eu fui. Não queria falar não, mas pratico Karatê toda semana. Sou bem foda. Pode apostar. – Nessa hora, Lydia explodiu de gargalhada. – Por acaso eu já lhe disse, o quão linda você é sorrindo?

Lydia corou na cabeça aos pés com o comentário. – Sim, já.

—Ah é? Não importa, não canso de dizer. – ele sabia ser galante quando queria.

—Chega mais perto. –Ele enlaçou os braços na fina cintura da garota. Lydia tentou controlar a taquicardia que estava lhe atacando naquele momento. “Respira”

E sentiu novamente sua respiração, e um leve cheiro de menta. Encarou seus olhos negros e que pareciam se fixar tão bem aos seus. Como uma pessoa podia ser tão bonita assim? Tinham se conhecido naquela noite. Era uma peça do destino.

Lydia chegou mais perto, o suficiente para quase encostar seus lábios. E segurou com suas mãos a face de Junior.

—Você é um idiota. – ela sussurrou.

—Sim, um idiota que você está adorando conhecer. – ele sorriu e a beijou.


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