Voltei meu olhar para a paisagem enquanto Joseph dava a partida.

Tinha que fazer de todo o possível para me manter fria, cedo ou tarde teria que olhá-lo.

O silêncio era assombroso, era desagradável. Odiava isso.

-Não vai dizer nada? – indagou ele numa voz sem emoção – Pretende mesmo ficar calada?

-Não, não quero ficar calada. Ainda mais com tantas coisas que quero uma explicação – disse ríspida.

-Tenho o direito de não á dar – disse ele duro

-Tudo bem – dei de ombros – Não pedi que desse.

-Você é estranha – disse ele

-Você também – rebati

Eu tinha que ser dura, fria. Mesmo que saíssemos no tapa, eu não poderia fraquejar. Não podia.

-Que bom. Dois estranhos – disse ele com escárnio

Bufei

-Lilian – ele me chamou levemente

-O que é? – perguntei sendo dura

-O que te impede de me olhar?

-O que te impede de me contar sobre ontem? – rebati

-Olhe pra mim – pediu ele

-Não to com vontade

-Olhe pra mim – repetiu ele numa voz calma e intimidadora.

Queria virar minha cara para ver sua expressão. Fechei as mãos em punho. Não devo fraquejar.

-Não – neguei firmemente

Ele levou o carro pro acostamento. Senti que ele abria a porta do carro. O que foi agora?

-Sai do carro, Lilian – disse ele enquanto abria a minha porta.

Sai. Era hora de olhá-lo